sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TST: pelo menos 40% dos funcionários dos Correios devem trabalhar durante greve URL:


  • 07/02/2014 20h53
  • Brasília
Stênio Ribeiro e Marcelo Brandão – Repórteres da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
 
 
O ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou hoje (7), liminarmente, que pelo menos 40% dos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em greve desde o dia 29 de janeiro, devem permanecer em atividade em cada uma das unidades da empresa.

Vitral fixou multa diária de R$ 50 mil, a ser paga pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares, em caso de descumprimento da decisão, mas atendeu apenas parcialmente ao pedido liminar interposto pela ECT, que queria permanência mínima de 80% do pessoal no trabalho.
De acordo com o ministro, a paralisação dos Correios "põe em risco necessidades inadiáveis da população", justificando a intervenção do Poder Judiciário "para harmonizar o exercício legítimo do direito de greve e o atendimento da população".


O ministro salientou, no entanto, que não se justificava a suspensão total da greve antes do julgamento da ação cautelar ajuizada pela ETC contra a federação. No seu entender, a exigência de 80% em atividade manteria quase que a normalidade na prestação do serviço, o que "frustraria o exercício do direito fundamental dos empregados à greve". Não há definição, ainda, sobre a data de julgamento da ação cautelar pelo TST.


Os Correios dizem que 95% dos funcionários não pararam de trabalhar e todos os serviços estão funcionando, com exceção de entregas com hora marcada em algumas localidades. A assessoria da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas e Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) explicou que em algumas localidades, sobretudo entre os carteiros, a adesão chega a 40%. Segundo a federação, a decisão judicial deve ser comemorada, uma vez que a posição do TST mostra “o reconhecimento de que a greve é legal”.


O desentendimento vem desde abril do ano passado, quando foi criado o Postal Saúde, caixa de assistência que, de acordo com a Fentect, representa a privatização do convênio médico, o CorreiosSaúde. Estimativa da Fentect é que a estrutura do Postal Saúde custe R$ 120 milhões, a serem bancados não pelos Correios, mas pelos empregados.


Os Correios negam essa versão e dizem que o atual plano será mantido. A alteração foi feita na gestão. No entanto, ao contrário do que dizem os trabalhadores, ela não foi terceirizada. A Postal Saúde é "patrocinada e mantida pelos Correios". A estatal também alega que está cumprindo o que foi definido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no ano passado, não fazendo alterações no plano de saúde.

Como impedir o aumento da criminalidade em uma cidade corroida por invasões?


Áreas mais antigas esperam regularização há mais de 30 anos





Do R7
Ocupação irregular no Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, continua crescendo no DF 




Com pelo menos 502 áreas não legalizadas e outras 25 em processo de regularização, 25% do território do Distrito Federal são irregulares. As informações são da Sedhab (Secretaria de Habitação Regularização e Desenvolvimento Urbano).  

De acordo com o órgão, o problema da ilegalidade generalizada começou no começo dos anos 70, com o crescimento acelerado do DF e a lentidão do governo em delimitar novas áreas para abrigar a população. A partir de então, começaram a surgir os chamados 'condomínios', constituídos basicamente por famílias de classe média em terras públicas invadidas ou em terras privadas loteadas ilegalmente.   

A negligência do governo ( e o incentivo do governo que trocou lotes por votos. N.R) e a falta de fiscalização fizeram a situação se agravar a partir das décadas seguintes, surgindo também as áreas irregulares ocupadas por famílias de baixa renda.  

Segundo o arquiteto e professor da FAU-UnB (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília) Frederico Flósculo, há um imenso histórico de grilagem de terras em Brasília, que ocorreu principalmente durante a década de 90 e contou com a ajuda do próprio governo.  

— Há grandes conjuntos em situação de irregularidade de terra, que surgiram do aproveitamento de loteamentos rurais para se fazer loteamento urbano de forma criminosa e uma série de ocupações que o próprio governo foi criando e permitindo, mas que não se aglutinam ao longo do tempo, não formam uma unidade de planejamento urbano.  

De acordo com o diretor de Regularização da Codhab (Companhia de Desenvolvimento Habitacional), Luciano Sales, entre as áreas que estão há mais tempo em processo de regularização estão as chamadas “Pontas de Quadra” de Taguatinga (DF) e Ceilândia (DF), os becos do Gama (DF) e de Ceilândia e os Caub I e II, do Riacho Fundo. Algumas delas aguardam há mais de 30 anos pela legalização e emissão dos títulos de posse. 

Enquanto áreas antigas não são regularizadas, novas áreas continuam a ser ocupadas ilegalmente no DF, de acordo com o professor da UnB.  

—Um caso notável ocorre na bacia do rio São Bartolomeu, que continua a ser grilada. Na região de Sobradinho a mesma coisa. Ou seja, os grileiros estão agora mais prudentes, não tem mais aquela desenvoltura que caracterizou a década de 90, mas as ocupações irregulares não pararam.  

Para o especialista, o caso mais grave é do condomínio Sol Nascente, cuja área forma um triângulo entre as cidades de Ceilândia, Águas Lindas (GO) e Santo Antonio do Descoberto (GO), no Entorno do DF.  

— Essa área pode chegar a abrigar 800 mil pessoas. É uma sequência de grilagens que o governo não consegue deter. O DF é, entre as unidades da federação, a mais negligente em relação à fiscalização territorial. Ao permitir a ocupação nessa grande escala, o governo faz uma renúncia fiscal gigantesca.  
O diretor de regularização da Codhab explica que o processo de legalização das áreas foi simplificado a partir da aprovação de uma lei federal de 2009, que trata da regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. No entanto, a legislação só foi regulamentada no DF em 2013.  

Desde então, o governo elabora os projetos de regularização e realiza licitação para contratar profissionais para fazer o serviço como arquitetos, geólogos e topógrafos.  

— Quase todas as áreas que abrigam ocupações irregulares são da Terracap [agência de desenvolvimento do DF, empresa do governo]. Aprovado o projeto, ele segue para assinatura do decreto de regularização pelo governador. Então, o governo convoca os ocupantes para serem cadastrados e dar início a legalização do seu terreno.   

De acordo com Luciano Sales, a nova lei prevê que a situação existente deve ser preservada, ou seja, é passível de regularização.   

— Segundo a legislação, as demolições de edificações feitas antes da lei só devem ocorrer se a construção estiver em área de risco.

Para agilizar o processo de regularização, o GDF criou uma página na internet que indica quais áreas serão legalizadas no DF. Quem tiver lotes nas áreas que constam na lista deve acessar a página e seguir as instruções do site.


1 Comentário:

Enquanto as autoridades permitem e até incentivam invasões com finalidade eleitoreira, os moradores regulares do DF tem de arcar com os custos financeiros e sociais dessa estupidez através de mais impostos para construir mais hospitais públicos, mais escolas publicas, mais asfalto, mais rodovias, mais ônibus, o que acarreta mais poluição, mais congestionamento, mais criminalidade.

E para nós--- que não fomos consultados sobre essa iniciativa insensata de atrair para o DF um numero infinito de cidadãos que se encontram em situação de vulnerabilidade, oriundos de todos os estados brasileiros--- temos menos verde, menos ar puro, menos silencio, menos segurança,menos agua, menos energia elétrica, menos parques, menos verba para atender às nossas necessidades.

Os hospitais, as escolas, as ruas do Plano Piloto estão sendo abandonados para atender às novas cidades que estão sendo criadas para atender às necessidades de moradia, de alojamento, de saúde, de educação desse fluxo infinito de migrantes.

Além disso, ao retirar adultos em idade de trabalhar dos seus estados de origem, o GDF está retirando  uma mão de obra indispensável ao progresso econômico desses estados.E condenando esses estados a continuarem na pobreza, e no clientelismo.

Ademais, esses migrantes muitas vezes ao se mudarem para Brasília, não encontram na capital o mesmo estilo de vida a que estavam acostumados em sua cidade de origem.Sentem falta dos amigos, dos parentes, do sossego, da informalidade típica das cidades pequenas. Ressentem a falta de oportunidade de emprego, a carestia e podem cair na criminalidade.

A solução, Senhor Governador, é fixar-- através de medidas econômicas inteligentes alocadas nos estados mais carentes--o homem no seu local, ao seu estado de origem e não trazer todos os necessitados do Brasil para Brasília.

Maria Angela Fortes

São Paulo

Governo do DF troca o comando de oito batalhões da Políca Militar


7/2/2014 às 19h24


Regiões como Lago Sul, Samambaia e Sudoeste sofreram trocas


Do R7, com TV Record Brasília
 
 
Operação Tartaruga foi iniciada em novembro de 2011 no DF Divulgação


Após a polêmica causada pela Operação Tartaruga, o comandante-geral da  Polícia Militar do Distrito Federal, Anderson Moura, promoveu mudanças no quando da corporação. 

Foram trocados os comandantes de oito batalhões, além dos chefes operacionais. Entre os batalhões que tiveram mudanças estão os do Sudoeste, Lago Sul e Samambaia. 

A reportagem do R7 DF tentou falar com o comandante da PMDF para que as mudanças fossem explicadas e para esclarecer se as alterações seriam uma resposta à Operação Tartaruga. O departamento de comunicação da corporação se limitou a uma resposta por email:   

“A PMDF informa que as mudanças são prerrogativas administrativas do comandante-geral, que como representante da PMDF desde 10 de dezembro de 2013 busca fazer adequações no seu quadro de gestores para implantar as estratégias para a melhoria da atividade policial militar no Distrito Federal”.  

Leia mais notícias no R7 DF
Após Justiça determinar fim da Operação Tartaruga, DF registra 10 homicídios em um dia


As mudanças foram publicadas na edição desta sexta-feira (7) do Diário Oficial do DF. No total, foram 28 exonerações e 25 nomeações, o que mostra que muitos cargos da corporação sofreram mudanças.  

Operação Tartaruga
 
Após dois meses de Operação Tartaruga da PMDF, a violência disparou nas ruas da capital federal. Dados da SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do DF) mostram que só em janeiro houve um aumento de 28% nos casos de homicídio em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 49 mortes em 2013 contra 63 em 2014.

A Operação Tartaruga da PMDF foi suspensa nesta segunda-feira (3). Após ser notificada da decisão do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), a Aspra-DF (Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal) resolveu encerrar o movimento.  
  

Promotoria pede a prisão de prefeito acusado de abuso sexual infantil no Amazonas

7/2/2014 às 20h05

Adail Pinheiro (PRP) é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do Amazonas
Do R7
Adail Pinheiro é acusado de pedofilia Reprodução/Record



O Ministério Público do Amazonas pediu a prisão preventiva do prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP), à Justiça amazonense. O prefeito é acusado de, entre outras coisas, abusar sexualmente de meninas e de formação de quadrilha.

Além de Pinheiro, o Ministério Público denunciou ao Tribunal de Justiça do Amazonas seis pessoas cujas identidades não foram divulgadas – durante entrevista coletiva, hoje, foi confirmado apenas que entre elas há agentes públicos.

Segundo o procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz, a prisão preventiva do prefeito e dos outros suspeitos é necessária para “garantir a ordem pública, evitar que novas vítimas sejam molestadas e que testemunhas sejam ameaçadas”.

Ainda segundo o procurador-geral, a denúncia resultou em um documento de 48 páginas, “fruto de um trabalho minucioso elaborado a partir das investigações iniciadas em julho de 2013”.

— Entendemos que o que estamos fazendo é o melhor para a sociedade. Existem elementos concretos para a ação penal e, a partir de agora, cabe ao Tribunal de Justiça dar prosseguimento ao caso — acrescentou Cruz.

A reportagem não conseguiu contato com Pinheiro ou com seus assessores. No último dia 21, o prefeito informou, em nota, que as denúncias contra ele são mentirosas e que as mulheres que confirmaram a denúncia (vítimas, parentes de vítimas e moradoras) são parentes de um político que lhe faz oposição.

Pinheiro, que está em seu terceiro mandado, garante nunca ter mantido qualquer tipo de relacionamento com as mulheres e sugere que as denúncias sejam uma maneira de prejudicá-lo às vésperas dele ser julgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O prefeito é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do Amazonas.  

Em 2006, a Polícia Federal passou a investigá-lo devido a indícios de desvio de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As denúncias de pedofilia começaram a aparecer no decurso dessas investigações em escutas telefônicas judicialmente autorizadas.

As investigações culminaram na chamada Operação Vorax, cujo relatório foi divulgado em 2008. Desse relatório resultou a prisão de Pinheiro, em 2009. Em agosto de 2013, Pinheiro chegou a prestar depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados.

No último dia 20, a Corregedoria Nacional de Justiça voltou a investigar possíveis irregularidades ou desvios de conduta cometidos por servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), entre eles, juízes.

A correição atinge todas as unidades da Justiça de 1º e 2º graus e cartórios notariais e de registro e, segundo a assessoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a lentidão no julgamento dos vários processos contra Pinheiro estava entre os indícios de irregularidades, reclamações e denúncias que os quatro juízes auxiliares e servidores da corregedoria.

Manifestantes pedem paz em frente ao Buriti

cerca de 20 pessoas estavam no protesto
 
Uma manifestação pela paz reuniu cerca de 20 pessoas em frente ao Palácio do Buriti. Os protestantes pediam por mais segurança e vestiam roupas brancas. 

A passeata foi convocada por meio de um evento no Facebook e contou com a confirmação de mais de três mil pessoas. “Estamos pedindo socorro. Cansamos de ficar no meio do fogo cruzado!”, dizia uma das frases de apelo na descrição do evento na rede social.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília


João Paulo Cunha renuncia ao mandato de deputado

Em uma carta curta encaminhada à Casa, o parlamentar diz que deixa a função "com a consciência do dever cumprido"
 

O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), preso desde terça-feira por sua condenação no processo do mensalão, renunciou ao mandato na noite desta sexta-feira, 7.

 Em uma carta curta encaminhada à Casa e recebida às 20h21, o parlamentar diz que deixa a função "com a consciência do dever cumprido'.

"É com a consciência do dever cumprido e baseado nos preceitos da Constituição Federal e no Regimento Interno da Câmara dos Deputados que eu RENÚNCIO ao meu mandato de deputado federal", diz João Paulo.

A carta tem ainda uma citação do escritor e jornalista cubano Leonardo Padura: "...pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que, quando repartidas, tornam-se sempre maiores".


Fonte: Agencia Estado         Jornal de Brasilia





PT da Câmara divulga nota de apoio a João Paulo Cunha

Em nota divulgada na noite desta sexta-feira, 7, o líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), manifestou apoio à renúncia ao mandato parlamentar do petista João Paulo Cunha (SP). 
 
O partido reitera a convicção da inocência do petista preso desde terça-feira, 4, no Complexo Penitenciário da Papuda. "A bancada do Partido dos Trabalhadores manifesta seu profundo respeito e solidariedade à decisão e reafirma a certeza da inocência do companheiro", diz o texto assinado por Vicentinho.
 A mensagem enfatiza também os "erros e omissões" do processo que culminou com a condenação do petista. "Reiteramos ainda que João Paulo terá o nosso apoio em todas as iniciativas que vier a tomar para demonstrar os equívocos, erros e omissões que permearam seu julgamento no âmbito da Ação Penal 470", finaliza.

Fonte: Agencia Estado

O preço do desleixo


07 de fevereiro de 2014 | 2h 06

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
 
 
Conforme demonstram os repetidos apagões no fornecimento de energia elétrica, não há publicidade nem garantias lastreadas em palavrório que possam fazer frente às agruras da realidade, essa rebelde renitente.

Assim ocorre com todas as questões que são tratadas apenas sob a perspectiva do ganho eleitoral. No governo se diz agora que há preocupação com o prejuízo dos apagões à reeleição de Dilma Rousseff, quando antes não se cuidou com o mesmo zelo de medidas de longo prazo para assegurar o abastecimento de energia à população.

Um jornal do Chile está preparando uma reportagem sobre as implicações das falhas no setor de energia para o governo Dilma. A jornalista envia por e-mail algumas perguntas que incluem os atrasos nas obras para a Copa do Mundo, os protestos. Ela manifesta curiosidade específica sobre dois pontos.

Um de caráter geral: "Há má gestão das crises e mau planejamento dos megaeventos em que o Brasil se envolveu?". Outro de cunho eleitoral: "A presidente poderá sair sem danos dessa situação?".

A resposta à primeira indagação está no enunciado da pergunta. Inexiste gestão e planejamento. O bem-estar da população, as medidas de longo prazo para assegurar o "risco zero" de apagões foram deixados de lado em nome da soberba, do incentivo irresponsável ao consumo e da demagogia nas tarifas. 

A segunda é uma incógnita. Por ora, o que se pode dizer é que há potencial danoso para a presidente, pois a persistirem os transtornos na vida cotidiana do brasileiro é provável o reflexo no humor do eleitorado. 

O governo não se sai dessa alegando que não se pode politizar o assunto. O PT foi o primeiro a fazer pesado uso político dos apagões do governo Fernando Henrique Cardoso, muito embora na ocasião tenha havido uma atitude diferente: o governo admitiu a situação, atuou, chamou a sociedade a economizar e evitou o racionamento.

Em 2010 Dilma, ex-ministra das Minas e Energia, foi apresentada e celebrada como a solução para todos os problemas de gestão, notadamente no setor energético. O resultado está aí: doze anos depois daquela campanha de 2002 o problema volta a assombrar. Desta vez rondando o PT nas urnas.
Mas isso não é o mais grave. O preço eleitoral que o partido terá (ou não) de pagar é um pormenor perto do prejuízo que a imprevidência governamental causa ao País e à vida das pessoas.

Mal comparado. Um caso remete ao outro, mas não há termos de comparação entre os pedidos de extradição de Cesare Battisti e de Henrique Pizzolato. 

Battisti foi condenado na Itália por assassinato. Fugiu para o Brasil e teve pedida sua extradição, concedida pelo Supremo Tribunal Federal. O governo brasileiro, em decisão monocrática do então presidente Lula da Silva, negou e pôs em dúvida a legitimidade da sentença da Justiça italiana. 

Recorreu ao mesmo argumento dos mensaleiros de agora: o julgamento teria sido produto de perseguição política, um rito de exceção. 

Dedução bastante questionável, para dizer o mínimo, tendo em vista a vigência plena da democracia na Itália. Assim como aqui o processo do mensalão foi examinado em ambiente de normalidade institucional. 

Já a recusa praticamente certa do governo italiano a extraditar Pizzolato tem lastro na Constituição que permite a imunidade para cidadãos natos. 

Obedeceria a esse critério, pois o condenado tem dupla cidadania. Além disso, não entraria em choque com decisão da mais alta instância judicial do País nem teria o viés ideológico do ato que beneficiou Battisti.



O destino da cubana refugiada no Congresso dirá se o Brasil é uma nação democrática ou já virou sucursal de uma ilha-presídio

05/02/2014
às 19:29 \ Direto ao Ponto 
 
Auguto Nunes 


medica-cubana-size-598
A cubana Ramona Matos Rodríguez (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)



Em 23 de agosto de 2013, Luis Inácio Adams, chefe da Advocacia Geral da União, negou enfaticamente que a importação de jalecos cubanos poderia entrar em colisão frontal com a Lei Áurea. 

“Não há que se falar em trabalho escravo, como tentou se estabelecer”, discursou o advogado-geral do programa Mais Médicos. ”Quando o médico cubano sai de seu país, ele recebe uma suplementação a mais por essa saída”, prosseguiram os pontapés na verdade e na língua portuguesa. “Quando ele chega ao Brasil, ele recebe uma parte da contraprestação que o Brasil dá a Cuba. Parte é destinado ao médico e parte destinado ao estado cubano”.


Adams também garantiu que a ideia de escapar do regime liberticida nem passava pela cabeça de qualquer doutor nascido e criado sob o jugo dos Irmãos Castro. 

“Eles vêm como profissionais, são participantes de um programa”, recitou o chefe da AGU. E se algum deles resolvesse desertar e pedir asilo ao governo brasileiro?, insistiu um jornalista. A resposta veio embrulhada em dilmês de botequim: “Se essa hipótese, que acho que não deve acontecer, mas se vier a acontecer, será tratada pelo Brasil no âmbito do tratado internacional que ele tem com os demais países.  São pessoas que vieram em cima de um acordo, de um programa. Me parece que eles são detentores dessa condição de permanência”.


Confusos com o falatório trôpego, outros repórteres foram direto ao ponto: 

se quisesse, um médico cubano poderia refugiar-se no Brasil? “Todos os tratados, quando se trata de asilo, consideram situações que configurem ameaça por razões ordem política, de crença religiosa ou outra razão”, escorregou o advogado do Planalto. “É nessas condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”. 

Tradução: se alguém desertasse, seria deportado para Cuba. “Mas isso não vai acontecer”, reiterou Adams. “Eles vêm em cima de compromissos. Não são pessoas que entraram voluntariamente no país, fugindo”.


Passados cinco meses, a cubana Ramona Matos Rodríguez, 51 anos, aguarda num gabinete do Congresso a resposta ao pedido de asilo encaminhado à embaixada dos Estados Unidos. É só o primeiro grito que vem das gargantas sufocadas. 

É apenas o começo. O contrato que Ramona exibiu já desmoralizou a conversa fiada de Adams ─ e comprovou que, com o programa Mais Médicos, o agora ex-ministro Alexandre Padilha se tornou o avesso da Princesa Isabel. O comportamento do governo no episódio dirá se o Brasil ainda é uma nação democrática e soberana ou se o PT acredita que administra a sucursal de uma ilha-presídio.


Em 2007, os pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux foram deportados para Cuba pelo companheiro Tarso Genro, então ministro da Justiça. Os brasileiros decentes têm o dever de impedir a reprise da infâmia. 

O governo precisa saber que está obrigado a conceder a Ramona o status de refugiada — e protegê-la até que esteja livre para sempre dos mercadores de gente.

Se quiser vingar-se do caso Battisti, a Itália deve apressar a extradição de Pizzolato

07/02/2014
às 17:30 \ Direto ao Ponto  

Augusto Nunes

Mensalão-_-Henrique-Pizzolato-ex-diretor-de-marketing-do-BB-Foto-Rodrigo-Paiva-AE-440x247

Em dezembro de 2010, ao premiar Cesare Battisti com o status de asilado político, Lula fez mais que absolver simbolicamente um assassino condenado à prisão perpétua pela Justiça do seu país: também jogou no lixo o tratado de extradição firmado por duas nações amigas. Neste fevereiro, a captura de Henrique Pizzolato depositou no colo do governo italiano a chance de vingar-se exemplarmente da afronta. 

Para tanto, basta fazer o contrário do que fez o Brasil ─ e devolver o quanto antes o mensaleiro que fugiu.

Obrigada pelas circunstâncias a pedir a extradição do quadrilheiro escalado para agir no Banco do Brasil, a companheirada no poder pede a Deus e ao demônio que a Itália segure Pizzolato por lá. Ele sabe muito, está magoado com os chefões do bando, sente-se abandonado pelo PT e tem entaladas na garganta revelações que podem piorar o que já está ruim. 

Nem nos sonhos dos inquilinos da Papuda (ou nos devaneios dos figurões em liberdade) Pizzolato aparece erguendo o punho cerrado enquanto desce a escada do avião.

Ele só tem dado as caras, com frequência crescente, como personagem de pesadelo. Sempre com aquela cara de garçom no fim do expediente, aquela gravata borboleta, carregando aquela maleta ─ e com o indicador apontado para alguém.

Os carcereiros da ilha-presídio vão embolsar 23,5 milhões de dólares por mês com a venda ao Brasil dos escravos de jaleco

06/02/2014
às 18:56 \ Direto ao Ponto--- Augusto Nunes



mais-medicos


Entre janeiro de 1995 e dezembro de 2002, o PT oposicionista rejeitou aos berros todos os projetos, planos, ideias ou pontos de vista originários do governo Fernando Henrique Cardoso. De janeiro de 2003 em diante, o PT no poder atribuiu todos os problemas do Brasil à “herança maldita” que o ex-presidente teria depositado no colo de Lula. Somados os dois períodos, até um andré vargas deduziria que os sacerdotes da seita se obrigaram a fazer, sempre, exatamente o contrário do que fez, faz ou fará FHC.


Isso se a companheirada tivesse algum compromisso com a verdade, a lógica e a coerência. Como não sabe o que é isso, FHC deixa de ser o Grande Satã e se transforma em escudo, inspiração ou modelo a cada enrascada em que se mete o governo lulopetista (algo que, neste verão, anda acontecendo duas ou três vezes por semana). No momento, por exemplo, os milicianos em trânsito na esgotosfera berram que o BNDES, ao financiar a construção do porto de Mariel, apenas repetiu o que aconteceu nos tempos de Fernando Henrique.


“Fala do empréstimo que o FHC fez em 2000″, acaba de desafiar, entre um palavrão de cortiço e outro assassinato da gramática, um dos patrulheiros escalados para vigiar esta coluna. Pois não. É verdade que, há 14 anos, o BNDES liberou U$ 15 milhões para que Cuba importasse do Brasil 125 ônibus Busscar com mecânica Volvo, destinados à  ”dinamização da atividade turística e ao transporte urbano”. Mas o episódio deveria ser intensamente divulgada não pelo PT e, sim, pelo PSDB. Ele escancara exemplarmente o abismo que existe entre acordos comerciais rotineiros e gastanças obscenas tramadas por comparsas ideológicos.


Para facilitar a exportação dos ônibus, o BNDES da Era FHC emprestou 15 milhões. O porto de Mariel logo terá tragado 1 bilhão de dólares. É de 985 milhões de dólares a diferença entre o financiamento de 2000 e a farra financeira que começou em 2008 e não tem prazo para terminar. Fernando Henrique negociou às claras uma parceria como tantas outras. Dilma e Lula trataram de promover a segredos de Estado as escandalosas doações que bancaram a construção do colosso no Caribe.


As revelações do caso Ramona Rodriguez convidam a operações aritméticas que dispensam a evocação do porto bilionário para destroçcar a desastrada comparação proposta pelo PT. Basta colocar-se lado a lado os 15 milhões de dólares do financiamento de 2000 e as contas do Mais Médicos. Agora está provado que, dos 10 mil reais por mês que custa cada cubano anexado ao programa, 7,6 mil são embolsados pela ditadura comunista. 

Assim, a partir de março, quando chegarão a 7.378 os escravos de jaleco importados da ilha-presídio, o Brasil entregará aos Irmãos Castro, mensalmente, R$ 56.220.360. São 23,5 milhões de dólares. Ou 8,5 milhões de dólares a mais que o empréstimo concedido há 14 anos.


Se tivessem juízo, os patrulheiros do PT deveriam resistir à tentação de, logo no início de outra confusão no saloon, saírem atirando em FHC. Sempre acertam a própria testa.

Médico alemão salva paciente com ajuda do seriado House


Do UOL
Em São Paulo



  • Em episódio do seriado "House", o médico interpretado por Hugh Laurie salva paciente intoxicado pela substância liberada por uma prótese com defeito Em episódio do seriado "House", o médico interpretado por Hugh Laurie salva paciente intoxicado pela substância liberada por uma prótese com defeito


Um relato de caso publicado na edição desta sexta-feira (7) da "The Lancet", uma das mais importantes revistas médicas do mundo, mostra como o seriado "House" ajudou um médico alemão a diagnosticar um caso de intoxicação por cobalto. 

Um homem com insuficiência cardíaca grave foi levado ao hospital da Universidade Marburg, na Alemanha, em novembro de 2012. Inicialmente, os médicos suspeitaram que se tratasse de um problema nas artérias. Mas, ao analisar os sintomas, o cardiologista e professor Juergen Schaefer logo se lembrou de um episódio do seriado em que Dr. House, interpretado por Hugh Laurie, desvendava um caso parecido.

Assim como no episódio, a causa dos sintomas do paciente era uma intoxicação por cobalto, material desprendido por uma prótese de quadril danificada. O paciente atendido pelo cardiologista alemão havia trocado sua prótese de cerâmica pela de metal dois anos antes do ocorrido. Exames de sangue específicos e uma radiografia confirmaram o diagnóstico. 

Com a descoberta, a equipe do médico retirou a prótese e confirmou que ela estava danificada. Logo após a cirurgia o paciente melhorou. 

De acordo com Schaefer, a intoxicação por cobalto ficou conhecida por causar cardiomiopatia após estudos com trabalhadores da indústria de metais. Casos do problema em pacientes com próteses ortopédicas defeituosas também já foram publicados. 

Diretor de um centro para investigação de doenças sem diagnóstico da universidade, o professor hoje costuma usar episódios de "House" em palestras sobre doenças raras e já foi até chamado de "Dr. House alemão". 



7.fev.2014 - Imagem de uma prótese de quadril danificada, retirada de um paciente internado com problemas cardíacos no hospital da Universidade de Marburg, na Alemanha. O caso foi relatado no periódico The Lancet e traz uma curiosidade: o cardiologista que chefiava a equipe logo percebeu que os sintomas do paciente eram de intoxicação, pelo material desprendido pela prótese, porque se lembrou de um episódio do seriado House com o mesmo desfecho The Lancet

Médica cubana vai processar governo por danos morais



Do Estadão Conteúdo, em Brasília



A médica cubana Ramona Matos Rodríguez, que abandonou o programa Mais Médicos e foi para Brasília, processará o governo federal por danos morais, além de entrar com uma ação trabalhista. Ramona deu a declaração no imóvel funcional do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), onde está abrigada.


Os advogados que darão andamento aos processos serão providenciados pelo DEM. Na tarde desta quinta-feira (6), quem também compareceu ao imóvel foi o advogado Fernando Tibúrcio, que defende o senador boliviano Roger Pinto Molina, que fugiu para o Brasil em novembro. Tibúrcio, entretanto, disse que estava no local "apenas para trocar experiências" e que não havia sido contratado.

A ação trabalhista será ajuizada na Justiça do Trabalho de Marabá (PA). Um dos advogados do partido afirmou que aguardará segunda-feira (10), quando se reunirá com membros do MP (Ministério Público), para decidir se entrará com uma ação individual ou se vai esperar a Promotoria entrar com um processo coletivo.






Programa Mais Médicos: profissionais e pacientes



A cubana Ramona Matos Rodríguez, de 51 anos, abandonou o Mais Médicos, refugiou-se dentro da Câmara dos Deputados e decidiu pedir asilo ao governo brasileiro. A médica disse ter deixado a cidade paraense de Pacajá, onde outros seis estrangeiros atenderiam no Mais Médicos, ao descobrir que o salário pago aos profissionais de outras nacionalidades era de R$ 10 mil, valor que não teria sido informado pelas autoridades cubanas.
A médica cubana afirmou que foi para a capital federal com o objetivo de chegar à Embaixada dos Estados Unidos, onde se candidataria a um programa para médicos desertores de Cuba. 

Ramona disse que foi ao local no sábado (1º), mas estava fechado, e retornou na segunda-feira (3), quando fez uma entrevista e soube que o processo poderia demorar quatro meses.

De acordo com ela, a decisão de buscar ajuda com o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) veio somente depois que um amigo entrou em contato para afirmar que a PF (Polícia Federal) havia entrado em sua casa e rastreado telefonemas. 

Sobre a informação de que teria um namorado nos EUA, Ramona disse que houve um erro de entendimento da palavra "enamorado", em espanhol. Segundo a médica cubana, uma pessoa se propôs a ajudá-la nos EUA, mas não era ex-namorado, nem ex-marido.

Juiz condena médicos que retiraram órgãos de garoto ainda vivo para vender



Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte


  • Reprodução/EPTV
    O menino Paulo Pavesi, cujos órgãos foram retirados quando ainda estava vivo, na Santa Casa de Poços de Calldas (MG)
    O menino Paulo Pavesi, cujos órgãos foram retirados quando ainda estava vivo, na Santa Casa de Poços de Calldas (MG)

Mais três médicos envolvidos na comercialização de órgãos e tecidos humanos na cidade de Poços de Caldas (460 km de Belo Horizonte, MG) foram condenados pela Justiça.

Os médicos Celso Roberto Fransson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Sérgio Poli Gaspar foram considerados responsáveis pela morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, 10.

Em abril de 2000, o garoto foi atendido pelos médicos na Santa Casa de Poços de Caldas após ter caído do prédio onte morava. 

Ele passou por procedimentos inadequados e teve os seus órgãos removidos, quando ainda estava vivo, para posterior transplante, por meio de diagnóstico forjado de morte encefálica.

Gaspar, Scafi e Fernandes foram condenados, respectivamente, a 14 anos, 18 anos e 17 anos de reclusão em regime fechado.

Cabe recurso à sentença emitida nesta sexta-feira (7) pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro.

O magistrado considerou os médicos culpados pelo crime de remoção de órgãos, com o agravante de tê-lo praticado em pessoa viva, resultando em morte, baseado na Lei 9.434/97 (Lei de Transplantes).

Foram ainda estabelecidas penas pecuniárias, de acordo com as "excelentes condições financeiras dos médicos".

A multa fixada para Gaspar foi de 250 dias-multa, sendo cada um equivalente a 2,5 salários mínimos. Os outros dois médicos vão pagar 320 dias-multa, fixado cada dia em três salários mínimos.

Na sentença, o magistrado não permitiu que os condenados aguardem eventual recurso em liberdade e decretou a prisão preventiva imediata deles.

Na avaliação do juiz, a liberdade desses médicos poderá prejudicar a tramitação processual deste e de outros processos e inquéritos em andamento com relação à chamada "máfia de órgãos de Poços de Caldas".

"A prisão se justifica para garantir a ordem pública, nitidamente abalada pelas ações dos condenados, a conveniente instrução processual dos outros feitos conexos e a futura aplicação da lei penal", afirmou Castro, em sua decisão.

"Até o trânsito em julgado das sentenças condenatórias, muito tempo irá passar, pois recursos e mais recursos serão impetrados, dado o poderio financeiro dos réus e a infinidade de recursos à disposição (por uma legislação retrógrada, pouco afinada com os dias atuais)", disse.

Eles foram presos logo após o anúncio da sentença, nesta sexta-feira (7), e estão à disposição da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, na delegacia da cidade.

A reportagem do UOL não localizou os advogados dos condenados para comentarem a decisão da Justiça.

Os condenados formavam a equipe médica da MG-Sul Transplantes, organização clandestina e criminosa responsável por realizar transplantes e remoção de órgãos irregularmente.

Em fevereiro do ano passado, Scafi e Fernandes foram condenados pelo mesmo crime, juntamente com os médicos Alexandre Crispino Zincone e João Alberto Goes Brandão, no caso de outra vítima.

Dois outros médicos também denunciados por comercialização de órgãos e tecidos humanos do município tiveram declarada a "extinção da punibilidade" por terem completado 70 anos de idade.

Médicos serviam no SUS

O juiz decretou também a perda dos cargos públicos dos três sentenciados, ressaltando que eles "são servidores públicos e houve lesão à administração pública, devido ao recebimento indevido de verbas do SUS (Sistema Único de Saúde)". 

Assim, o magistrado determinou também a expedição de ofícios ao Ministério da Saúde, ao governo de Minas Gerais, à Prefeitura de Poços de Caldas e aos hospitais da região, instruindo o descredenciamento imediato dos condenados no SUS.
 

Sheherazade se defende após declarações polêmicas:

"Sou do lado do bem" A âncora do SBT causou polêmica ao expor opinião sobre jovem que foi amarrado nu a um poste, no Rio de Janeiro


Rachel Sheherazade  (SBT/Divulgação)Publicação: 07/02/2014 15:50  Correio Braziliense


Rachel Sheherazade

A apresentadora Rachel Sheherazade  foi a público justificar o polêmico comentário sobre o jovem que foi amarrado a um poste no Rio de Janeiro. "Sou do lado do bem. Jamais defenderia a violência. O que fiz não foi defender a atitude dos justiceiros. Defendi o direito do cidadão de se defender. Não se pode confundir o direito de se defender com a barbárie, a violência pela violência", disse, lembrando dos que estão reféns à própria sorte. A argumentação foi feita durante SBT Brasil na noite de quinta-feira (6/2), jornal que Rachel apresenta ao lado de  Joseval Peixoto. Ela aproveitou o espaço para se pronunciar sobre o caso.

O jornal destacou que o assunto foi o mais comentado nas redes sociais e dividiu opiniões. “Quando o apresentador fala é a opinião dele, exercendo a liberdade de expressão”, disse o colega de bancada de Rachel, ao destacar que existe uma confusão entre o que dizem os apresentadores e a linha editorial do SBT.

Após a declaração de Rachel, Joseval disse: “O Brasil te admira. Uma mulher com filhos, cristã, de opiniões fortes, dura”.

Para rebater as acusações, a jornalista disse que apenas "defende o direito da população se defender, enquanto o Estado é omisso". Rachel Sheherazade usou o Twitter para agradecer o apoio de muito colegas e disse que não vai se calar. O PSol entrou com uma ação contra a jornalista. O argumento do partido é que Rachel estaria incitando a violência, mesmo que seja contra um bandido.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética divulgaram uma nota de repúdio contra a “grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros” representada pelas declarações de Rachel no Jornal do SBT.

 (Twitter/Divulgação)


Leia a declaração de Rachel Sheherazade na íntegra:

“O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que, ao invés de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo acabasse preso. É que a ficha do sujeito está mais suja do que pau de galinheiro.

No país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, que arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso, a polícia é desmoralizada, a Justiça é falha. O que resta ao cidadão de bem que, ainda por cima, foi desarmado? Se defender, é claro.

O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E, aos defensores dos Direitos Humanos, que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido”

Relembre as polêmicas da jornalista:

Não é a primeira vez que o ponto de vista de Rachel ganha repercussão na mídia em geral. Os posicionamentos da jornalista dividem opiniões. Muitos apóiam a atitude da comunicadora, outros acham que ela fala demais, ou não segue a ética jornalística

Em 2011, quando ainda trabalhava na TV Tambaú, afiliada do SBT na Paraíba, Raquel Sheherazade chamou atenção ao criticar o carnaval no país, dizendo que a festa é elitizada e é destinada para o público rico.

Quando o atua Papa veio ao Brasil, a âncora criticou ateus ao afirmar em um comentário que “eles não sabem o que dizem” quando um grupo de pessoas quis fazer um debate coletivo na chegada do líder católico.

Em 2012, ela disse que “ateus não tinham o que fazer” quando pediram para que a frase “Deus seja louvado” fosse retirada das cédulas do real. Ainda nessa ocasião, Raquel argumentou que ateus são contra o ensino religioso e a utilização ou exposição de artigos religiosos em repartições públicas.

Em 2013, um grupo de funcionários da emissora SBT teria feito um abaixo-assinado dizendo que a âncora não os representava. E, ainda no ano passado, Raquel Sheherazade gerou polêmica por ser a favor de testes cosméticos em animais.

André Vargas planeja ataque com duas ‘cutoveladas’ e João Paulo Cunha junta três simpatizantes no lançamento da candidatura

07/02/2014
às 16:48 \ Homem sem Visão


13140388


“O chefe acabou de mandar uma mensagem por celular jurando que vai escrever um email para o Supremo ameaçando o Joaquim Barbosa  com duas cutoveladas, como ele diz, na próxima vez em que o ministro aparecer numa sessão do Congresso”, confidenciou um dos 89 assessores de André Vargas durante o lançamento da candidatura do vice-presidente da Câmara e orgulho do PT paranaense ao título de Homem sem Visão de Fevereiro. 

“O plano dele é, toda vez que o Joaquim estiver olhando para outro lado, levantar o braço com o punho cerrado em solidariedade aos companheiros mensaleiros”. Na disputa depois de não ter enxergado nada de errado em afrontar o Pode Judiciário com molecagens de comparsa, Vargas entrou na briga pelo troféu graças ao apelo de dezenas de leitores-eleitores.



joaopaulo (1)


Quando soube das dimensões do fã-clube do colega, João Paulo Cunha decidiu convocar o que chama de “onda vermelha” para o lançamento da candidatura. Três militantes vestidos com camisetas do PT apareceram na sede da Comissão Organizadora para aplaudir a inscrição do caçula da bancada da Papuda.  

Cunha entrou na briga ao não ver nenhum problema em fantasiar-se de deputado durante o dia e passar as noites na cadeia. “Nosso líder só não resolveu como vai ser na segunda e na sexta, quando o Congresso vira um deserto”, revelou um dos três eleitores irrecuperáveis do deputado conhecido na cidade onde tem endereço como Vergonha de Osasco.


São dois campeões cinco estrelas, leitores-eleitores! Outras feras se preparam para entrar na jaula! Quem será o vitorioso? Que vença o pior!


O único quase-acerto de Agnelo em mais de 3 anos. Ou: Quem aperta os gatilhos no Distrito Federal?

07/02/2014
às 15:39


Ô profissão malvada esta! Chega a hora em que a gente é obrigado a elogiar uma ação, UMA SÓ!, até deste incrível Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal. 

Vejam bem: Agnelo é o tipo de político que não poderia ter sido criado pela ficção. Ele supera qualquer delírio criativo. Leio na VEJA.com que ele pressionou as empresas de outdoors a suspender a veiculação de peças publicitárias encomendadas pelo associação de policiais — que, na prática, comanda a carnificina no Distrito Federal — em defesa da indecente, da indecorosa, da absurda, da escandalosa, da criminosa “Operação Tartaruga”. Atenção! Moradores do DF contam-me que, na prática, ela continua.


O erro de Agnelo — afinal, ele não poderia acertar inteiramente, nem que fosse uma única fez — foi tentar fazer isso à socapa, à sorrelfa, como é do seu estilo, como é do estilo do seu partido, como costuma fazer essa gente, que é truculenta até quando está cumprindo um dever.

A operação já tinha sido considerada ilegal pela Justiça. A esta altura, homens armados com equipamentos do estado  e que cruzam os braços deveriam estar presos. Sindicalismo é uma coisa, terrorismo é outra. Páginas da Internet de apoio ao movimento chegaram a comemorar o aumento do número de homicídios. E isso na unidade da Federação que tem o salário mais alto do país.

É inacreditável que a situação tenha chegado a esse ponto. A mobilização deletéria dos policiais militares data do fim do ano passado. Agnelo permaneceu inerte. O governo federal, que é quem paga o salário dos policiais, também não se mexeu. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, gosta é de ficar difamando, ainda que por vias oblíquas, a polícia de São Paulo.

Então é o seguinte: a gestão Agnelo é uma piada macabra, contada com a ajuda do governo federal. Mas é inaceitável que um sindicato de policiais faça publicidade de uma ação considerada ilegal pela Justiça, que está, na prática, matando pessoas. Mais: os outdoors estavam sendo postos em áreas públicas. O governo, neste caso específico, fez bem em mandar tirar — dentro de todo mal que faz à população do DF.

Que o sr. José Eduardo Cardozo não tenha ainda dado um murro na mesa, por ordem da senhora Dilma Rousseff, para pôr ordem na bagunça, eis omissões que são a cara dessa gente.

A Polícia Militar, está na Constituição, é uma força auxiliar de defesa. Está envolvida também com a segurança de estado. Gente que usa armas como instrumento de luta tem é de  ir em cana — e há leis para isso. Se preciso, Dona Dilma que chame o Exército para pôr ordem no DF. No caso, não é preciso nem decretar a intervenção. O Distrito Federal já é uma área de segurança nacional de responsabilidade do governo federal. Acorda, soberana!

Por Reinaldo Azevedo

Governo Agnelo pressionou por retirada de outdoors com críticas feitas a ele pelos policiais

Em gravação, funcionária de empresa de outdoors admite que cancelou publicidade por pressão do Executivo; PMs querem aumento salarial

Gabriel Castro, de Brasília
Governador do DF Agnelo Queiroz na CPI do Cachoeira
O governador Agnelo Queiroz (Ueslei Marcelino/Reuters)


A queda de braço entre policiais militares e o governo do Distrito Federal tem provocado o crescimento constante da violência na capital do país. E, se os PMs agiram de forma irresponsável ao iniciar a chamada Operação Tartaruga para cobrar maiores salários, o governo Agnelo Queiroz (PT) também ultrapassou os limites na tentativa de desarticular o movimento da categoria.

Um áudio obtido pelo site de VEJA confirma uma suspeita: o governo pressionou pela retirada de outdoors pagos pelos militares para criticar o Executivo e defender a Operação Tartaruga. 

Há cerca de dez dias, integrantes da corporação resolveram bancar os anúncios em diversos pontos do Distrito Federal. Mas, em poucas horas, a maior parte das peças foi retirada.

A gravação que esclarece o episódio mostra o diálogo entre um policial militar e uma funcionária da Visuplac, empresa que sofreu pressões do Executivo.

O PM, já ciente do cancelamento, quer saber como pode receber o dinheiro de volta. A funcionária, identificada como Joelma Maria Sousa, se compromete a devolver o dinheiro pago pelo aluguel do espaço. E explica: se publicasse o anúncio dos policiais grevistas, a companhia poderia ter a licença de funcionamento revogada.

"Como o governador está fazendo esse tipo de ameaça, de retirar a licença, a gente fica com medo de perder a licença", diz ela, que se compromete a devolver o dinheiro pago pelo anúncio não publicado.

No diálogo, ela ainda explica ao interlocutor que existem outros pontos em que a peça de propaganda poderia ser publicada - mas somente aqueles que funcionam sem autorização do governo e que, portanto, não estavam sujeitos à revogação da autorização. "Quem não tem a licença, vai perder o quê? Entendeu? No local, a gente não pode correr esse risco", diz a funcionária na gravação.

Os policiais militares, que foram obrigados pela Justiça a interromper a Operação Tartaruga iniciada no fim do ano passado, continuam exigindo do governo vencimentos semelhantes aos da Polícia Civil, onde o salário inicial para um agente é de 7 890 reais. O salário inicial dos soldados da PM se aproxima dos 4.700 reais. A categoria também exige o cumprimento de promessas de campanha de Agnelo, como a reestruturação do plano de carreira.

Procurada pela reportagem de VEJA, Joelma Maria Sousa inicialmente negou que tivesse participado do diálogo. Confrontada com a gravação, preferiu o silêncio. 

O governo do Distrito Federal não comentou.



HOMEM NOVO – Haddad reduz kit entregue a estudantes e corta caneta, lápis e caderno; itens caíram de 41 para 22

07/02/2014
às 4:27


Por Fábio Takahgashi, na Folha:

A administração Fernando Haddad (PT) decidiu reduzir a quantidade de material escolar entregue uma vez por ano aos cerca de um milhão de alunos da rede municipal paulistana –dos ensinos infantil e fundamental. Na primeira etapa do fundamental (1ª a 6ª séries), por exemplo, as crianças recebiam 41 itens. Agora, são 22.

Foram retirados materiais como as oito canetas esferográficas e os três cadernos universitários (com espiral). A quantidade de lápis foi reduzida de seis para quatro. O kit do aluno foi criado na gestão Marta Suplicy (PT, de 2001-2004). A lista de materiais para 2014 é a primeira desenvolvida pela gestão Haddad, ex-ministro da Educação. A do ano letivo passado havia sido feita pelo governo Gilberto Kassab (PSD). 

A atual Secretaria de Educação disse que havia desperdício de materiais na relação de compras anterior.

A pasta citou como exemplo as canetas esferográficas para alunos da 1ª à 3ª séries. Nesta etapa, disse, a prioridade é o lápis. Estudantes da 4ª à 6ª séries, porém, também não levarão caneta para casa. A prefeitura disse ainda que parte dos itens cortada do kit dos alunos será enviada no material a ser utilizado coletivamente nos colégios. Ainda no caso das canetas, serão mandadas 300 para cada escola de ensino fundamental (cem de cada cor). Quase metade dos colégios municipais possui de 800 a 1.500 estudantes.

“Não vejo nenhum projeto pedagógico consistente que justifique esse corte de itens”, afirmou a pesquisadora Angela Soligo, da Faculdade de Educação da Unicamp.

“Você pode até entender que criança pequena não use caneta. Mas diminuíram os lápis. A criança no fim do ano escreverá com o dedo? E é importante ela ter material para trabalhar em casa.” (…)
Por Reinaldo Azevedo

Cuidado, senhores! Se a Papuda vira Parlamento, o Parlamento pode ser confundido com a Papuda!

Reinaldo Azevedo

Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil
07/02/2014
às 4:27


Ai, ai… O deputado presidiário João Paulo Cunha (PT-SP) vinha perdendo a compostura faz tempo. 

Boa parte dela se foi quando protagonizou parte das tramoias do mensalão, o que lhe rendeu condenações por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Outra parte ele perdeu depois de condenado, quando saiu vociferando por aí contra o ministro Joaquim Barbosa, esquecendo se de que, em dois crimes, ele foi condenado por 9 a 2; em um, por 6 a 5. 

Logo, Barbosa, sozinho, não poderia mandar ninguém para a cadeia.

Com a compostura zerada, ele decidiu perder também aquela coisa que faz corar as pessoas. Como a gente chama? Decoro? Vergonha? Limites? Não é que o homem decidiu reivindicar à Vara de Execuções Penais do DF a licença para continuar a exercer o mandato durante o dia? 

Não só isso: também quer sair para dar sequência a seu curso de direito.

Este senhor foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão, o que lhe renderia regime fechado. Como recorreu de uma das condenações — por lavagem — a parte já com trânsito em julgado é de seis anos e quatro meses. Caso o STF recuse aquele recurso, ele vai é para o regime fechado.

Qual é a de João Paulo? Ele quer fazer de conta que não é o que é: um condenado, um presidiário? Como já escrevi aqui, o regime semiaberto também é um regime fechado, mas que permite certas regalias, a depender da decisão do juiz, com base no comportamento do preso. O regime semiaberto não é o aberto, o do albergado, em que o condenado é apenas obrigado a dormir numa instituição pública.

João Paulo já disse que não vai renunciar. O PT fará de tudo para retardar a abertura do processo de cassação pela Mesa da Câmara. A rigor, já está aí um conflito entre Poderes. O Supremo já havia decidido pela perda automática do mandato dos mensaleiros, mas a Presidência da Câmara insiste que essa é uma prerrogativa sua.

Para que um processo comece, precisa ser aprovado pela Mesa Diretora, onde o PT tem dois representantes. Eles devem pedir vista para adiar o máximo possível. O voto, desta feita, será aberto. Vamos ver. Enquanto isso não acontece, o Brasil passa pelo vexame histórico de ter dois deputados presidiários: João Paulo e Natan Donadon. Por decisão do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por enquanto, João Paulo continua com todas as regalias próprias de um deputado.

Os parlamentares que decidiam. Se um lugar feito para recolher bandidos começa a abrigar deputados, os deputados não poderão reclamar se a população passar a confundir a Câmara com um lugar de bandidos.

Por Reinaldo Azevedo

A covardia de parte considerável da imprensa e dos jornalistas é nauseabunda até quando um cinegrafista, que estava trabalhando, agoniza no hospital



07/02/2014
às 4:29


Santiago Andrade é cinegrafista da Band. Na noite desta quinta, ele estava trabalhando. Cobria o chamado protesto contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio. Reajuste correto e necessário — a menos que você, leitor, acredite que existe almoço grátis. 

Marcharam contra a elevação da tarifa, de R$ 2,75 para R$ 3, os de sempre: partidos de extrema esquerda e, claro, os black blocs. Já não tenho estômago para ouvir repórteres na TV recitando um textinho de manual: “A manifestação era pacífica…”. 

Mentira! Nunca foi. Até porque os black blocs estavam na turma. E eles nunca são pacíficos. São os primeiros a confessar. 

Um artefato explosivo atingiu a cabeça de Santiago. Houve afundamento craniano. Já foi submetido a uma cirurgia e está em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar.


Vejam agora uma sequência de seis fotos, que registram o momento exato em que Santiago é ferido. 

Volto em seguida.
Santiiago 1Santiago 2Santiago 3Santiago 4Santiago 5Santiago 6


Os veículos de comunicação todos estão reticentes. Dizem não saber se Santiago foi atingindo por uma bomba de gás lacrimogêneo ou algum outro artefato. Não tinha visto ainda esta sequência. Agora vi. Desde quando bomba de gás — ou mesmo a de efeito moral — provoca essa luz? Que história é essa? Há testemunhos de que manifestantes — leia-se, no caso, bandidos — lançaram vários morteiros ou sinalizadores durante os confrontos com a polícia. 

A luz avermelhada registrada ali e os restos da explosão são, obviamente, compatíveis com morteiro ou sinalizador. Ainda que seja alguma outra coisa, não se trata de bomba de gás ou de efeito moral.

E a Polícia Militar só carrega essas duas. Os demais explosivos são levados para as ditas manifestações pelos arruaceiros. Até uma nota oficial da Band fala da hipótese de ser uma bomba de gás… Desde quando ela causaria aquela luz e provocaria o afundamento de crânio com a gravidade que está sendo noticiada? Não custa lembrar: um sinalizador, como aquele que matou o menino boliviano num estádio de futebol, pode atingir até 300 km por hora.

Associações de jornalistas e emissoras de TV divulgaram notas de solidariedade, mas se negam a censurar a violência explícita e organizada desses que são chamados de manifestantes. Manifestantes defendem ideias, pontos de vista, fazem reivindicação. Não saem por quebrando e incendiando tudo.

Mais uma vez, aquela turma de ontem decidiu depredar a Central do Brasil e as ruas do entorno. Partiram para o confronto com a polícia e hostilizaram, de novo, a imprensa. 

O jornalismo, no entanto, prefere olhar para o outro lado e se nega a dizer o nome dos seus agressores, uma gente que odeia a democracia, a liberdade e o estado de direito. É mentira! Eles não querem ônibus mais barato porcaria nenhuma! Querem se impor pela violência e pelo terror.


Os debochados do nosso Legislativo.

Os debochados de Banânia

Vamos nos condenando a ser o que já somos, porém um pouco piores a cada dia porque outros melhoram

 
Países não acabam, não encerram as atividades. Existirão sempre, de um jeito ou de outro, pouco importam as condições em que operem. Está em curso no Brasil uma lenta, porém contínua, degradação institucional. Sei bem como são as coisas. Nessas horas, os profissionais do "progressismo" costumam acusar de "apocalípticos" seus adversários "conservadores", a "direita alarmista". 

Bem, este escriba não acha que o país caminhe para o desastre. Nunca achou. Até o Sudão do Sul e o Haiti existem quando se é um empirista empedernido. Por que não existiria o Brasil? Não vislumbro a derrota final, mas a continuidade da mediocridade aviltante. 


"Na ditadura era melhor?" Não, mas a pergunta é cretina. A democracia tem de ser avaliada segundo seus próprios valores. Há 20 anos --ou cinco...--, um vice-presidente da Câmara dos Deputados não receberia, a exemplo do que fez o sr. André Vargas (PT-PR), o presidente do Supremo com o punho cerrado, num ato de suposta resistência à decisão da corte suprema do país, que condenou larápios.



Ainda que, vá lá, os petistas queiram, como eles dizem, "politizar a questão" e disputar a opinião pública, há canais e instrumentos mais adequados, nunca uma solenidade oficial do Congresso, na abertura do ano legislativo. Ao receber o ministro Joaquim Barbosa com aqueles modos, Vargas mandou às favas seu papel institucional e se comportou como um chefete de facção, um arruaceiro, um "black bloc" do Parlamento. Tornou-se um depredador da ordem democrática. 


Igualmente estupefaciente é a decisão do PT --e é ação partidária, sim-- de arrecadar fundos na internet para pagar as multas impostas pelo STF aos mensaleiros. Ao fazê-lo, note-se, marca um reencontro com aquela turma que se negou a homologar a Constituição de 1988, há longos 26 anos. Tratou-se, é sabido, de um gesto simbólico, a deixar claro, no entanto, que o partido não se colocava como um dos procuradores da ordem democrática. Evidenciava-se, e se reitera hoje, que o petismo não se sentia representado por aquele arcabouço legal e institucional nem se comprometia com a defesa dos seus valores. 


A cerimônia em que Alexandre Padilha transferiu o comando do Ministério da Saúde para Arthur Chioro foi um emblema da degradação republicana. A solenidade foi transformada numa peça cínica de antecipação da disputa eleitoral, com generalizações e omissões grosseiras sobre os próprios feitos e os alheios. Os discursos estavam eivados de provocações baratas e mesquinharias que nada tinham a ver com o interesse público. 


O Brasil vai acabar por isso? Não. O Sudão do Sul não acaba. O Haiti não acaba. Mas vamos nos condenando a ser o que já somos, porém um pouco piores a cada dia porque outros melhoram. Vejam o que aconteceu, por exemplo, com a Coreia do Sul em 26 anos. No Brasil, o futuro demora tempo demais para chegar. Mercadistas sem imaginação e oportunistas travestidos de esquerdistas pragmáticos acham isso tudo bobagem. Os banqueiros e a CUT fingem acreditar que existe lugar entre os bons para um país com moldura institucional estropiada. 


Musil, em "O Homem Sem Qualidades", define assim o advento de uma nova era em Kakânia, um país imaginário: "Algo imponderável. Um presságio. (...) Como quando fios de novelos se desmancham. Quando um cortejo se dispersa. Quando uma orquestra começa a desafinar. ("¦) Ideias que antes possuíam um magro valor engordavam. 

Pessoas antigamente ignoradas tornavam-se famosas. O grosseiro se suaviza. ("¦) Havia apenas um pouco de ruindade demais misturada ao que era bom, engano demais na verdade, flexibilidade demais nos significados ("¦)". 

Servia para Kakânia. Serve para Banânia. No país imaginário de Musil, gênios até podiam ser tomados como patifes, mas patifes jamais eram tomados como gênios. Já aqui...







Reinaldo Azevedo