terça-feira, 20 de agosto de 2019

Por que o bambu é considerado a matéria-prima do futuro

 

 bambu

O bambu está se tornando cada vez mais um material acessível e altamente disponível dentro do mercado brasileiro.

  

Por Brianna Bussinger e Rafael Alves

 

A construção civil é considerada uma das principais causadoras de impacto ambiental no mundo. Um jeito de mitigar isso, por comprovação científica e eficiência energética, é a escolha dos materiais.
O bambu é o maior exemplo disso pois apresenta um excelente custo-benefício. Apesar de ser uma gramínea, ele é a melhor alternativa sustentável à madeira. Ele cresce rápido nos mais diversos climas e solos, capta uma grande quantidade de CO2 do ar, tem uma enorme resistência e flexibilidade, além de ter um transporte fácil por ser leve e compacto.

O bambu está se tornando cada vez mais um material acessível e altamente disponível dentro do mercado brasileiro graças ao crescimento de fornecedores, arquitetos, designers e mão de obra especializada.

Muitas vezes nos perguntam: “Por que construir com bambu?”

Gostaríamos de compartilhar com vocês os 8 principais argumentos que utilizamos para defender o uso dessa planta incrível no projeto e na obra!

1. Um recurso renovável

Pode servir como substituto das madeiras de lei, oferece uma chance de reduzir drasticamente o desmatamento das florestas nativas e proteger as madeiras nobres em extinção.

2. Absorve gases do efeito estufa

O bambu absorve dióxido de carbono (CO2) e libera 35% de oxigênio a mais do que outras árvores na atmosfera.

3. Tem uma alta taxa de crescimento

Algumas espécies de bambu crescem mais de um metro por dia! Nenhuma planta no planeta apresenta uma taxa de crescimento tão rápida.

4. Desperdício mínimo

Após a colheita, praticamente todas as partes da planta são usadas para fazer uma ampla variedade de produtos.

5. Versatilidade

O bambu pode substituir o uso de madeira para quase todas as aplicações. Papel, piso, móveis, carvão, materiais de construção e muito mais. Além disso, as fibras de bambu são mais fortes do que outras fibras.

6. Não precisa de fertilizantes, pesticidas ou herbicidas

Ao contrário da maioria das plantas cultivadas para comercialização, o bambu não requer produtos químicos agrícolas. O cultivo de bambu não adiciona substâncias químicas ao meio ambiente.

7. Proteção do solo

O sistema de rizomas do bambu permanece  intacto após a colheita e impede a erosão do solo ajudando a reter nutrientes para a próxima colheita.

8. Cresce em diversos lugares

De terras baixas à altitudes mais elevadas, o bambu prospera em uma ampla gama de climas, pode até crescer em regiões áridas e ajuda a preservar a umidade vital do solo.

Fumaça de queimadas encobre cidades brasileiras


 https://cdn-cv.r4you.co/wp-content/uploads/2019/08/brasil-via-satelite.jpg

Fumaça de queimadas encobre cidades brasileiras




Imagens de satélite mostraram no último sábado (17) que um “rio” de fumaça descia  da região amazônica até o sul do país. Um dia antes, a quantidade de fumaça no céu de Porto Velho, capital de Rondônia, era tanta que um voo chegou a mudar a rota, pois a visibilidade estava comprometida. Focos de incêndio provocados têm ocorrido desde a semana passada no norte do país.




A fumaça de origem amazônica já era percebida no fim de semana em algumas cidades do sul. Nesta tarde, moradores da capital paulista se assustaram com o céu escuro já às 15h. Segundo a empresa de meteorologia MetSul, a fumaça que alcança o Brasil é parte da região amazônica, mas é também resultado de focos de incêndio de enormes proporções que ocorreram na tríplice fronteira do Brasil, Bolívia e Paraguai nas últimas 48h.

“Esses incêndios no Paraguai e Bolívia explodiram em tamanho e intensidade no fim de semana. A pluma de fumaça atua hoje no Mato Grosso do Sul, São Paulo e o Norte do Paraná”, afirma o serviço meteorológico. No Alto Paraguai, por exemplo, o incêndio queimou 21 mil hectares e até “choveu” fuligem na região. Mas este ao contrário do que ocorre neste momento na Bolívia, já está controlado.


Em São Paulo, a mistura de pluma de fumaça e nebulosidade contribuíram para reduzir a luminosidade -, criando a escuridão que virou o principal assunto nesta tarde. Ao G1, a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Helena Balbino, explica que há também uma convergência de três massas com temperaturas distintas: frente fria, temperaturas amenas do oceano e vento quente do interior. Já o Climatempo ressalta que a mudança de circulação de ventos trouxe a fumaça proveniente de queimadas no Norte do Brasil e na Bolívia.

Aumento do foco de incêndios

No último domingo (18), o Climatempo já havia ressaltado que o número de focos de queimadas detectados pelo satélite de referência AQUA_M-T, administrado pela NASA, era o maior nos últimos cinco anos considerando o período de 01 de janeiro a 17 de agosto. Em 2019, houve o registro de 65.711 de focos de queimadas, cerca de 70% maior que o ano de 2018.

Os estados de Mato Grosso do Sul e Rondônia lideram o ranking de estados com o maior aumento de registros comparados com o ano anterior.

Imagem: NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional).

O necessário e o suficiente nas tragédias ambientais

por Roberto Waack, diretor presidente da Fundação Renova – 
 
“Encontrei hoje, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a narrativa de por que haviam se zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda razão. Não era que um via uma coisa e o outro outra, ou que um via um lado das coisas e o outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas com um critério idêntico ao outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.” (Fernando Pessoa)

A reparação do Rio Doce, após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, é um dos eventos mais discutidos na agenda ambiental e social do país. O desastre em si também. As formas de exposição são as mais variadas possíveis. Em uma única semana, Comissão Parlamentar de Inquérito de Brumadinho, em Belo Horizonte, e Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, em São Paulo. Isso é muito positivo. Os dois eventos com um objetivo comum: a busca do entendimento do problema e de suas soluções. Sociedade atenta e protagonista. Um dos inquestionáveis avanços oriundos desse triste acontecimento.

‘’Acontecimento? Como assim? Foi crime!”, brado comumente ouvido nos diferentes fóruns. Argumentação que se adiciona a outras qualificações: evento, acidente, desastre, tragédia, homicídio.
Aos poucos, o caso é aprofundado, apesar de a maior parte das manifestações ainda ter enfoque no binômio “se não prendeu e pagou, nada foi feito”. A pressão é válida e compreensível, mas não suficiente.  As duras e, na maior parte das vezes, honestas manifestações, demandam maior celeridade e efetividade das realizações feitas na reparação. Costumo repetir meu entendimento de que muito foi feito, mas ainda há muito a fazer. Sem surpresas, o acolhimento desta posição é mínimo. Não reclamo, aceito que a permanente pressão é necessária, mas não suficiente.

É preciso aprofundar a discussão sobre os mecanismos e desafios da reparação. Aos poucos, avançamos. Na CPI de Brumadinho, o representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Thiago Alves, trouxe contribuição sobre como abordar desastres dessa natureza. Não conseguirei expressar aqui a contundência como o ativista apresenta seus argumentos, mas me permiti tentar reproduzi-los porque acredito na sua relevância: a) o direito à reposição dos danos causados, b) o direito à mitigação dos danos, c) o direito à indenização, d) o direito ao reconhecimento de danos morais, e) o direito à compensação, f) o direito ao retorno da normalidade da vida dos atingidos e, se não for possível, a alternativas justas, g) o direito à plena manifestação, pelos atingidos, sobre satisfação com a reparação. A esses pontos somam dois outros de natureza mais ampla: i) esses direitos não são mutuamente excludentes, mas sim cumulativos e, j) a sociedade tem o direito à não repetição de eventos semelhantes.

Esses elementos se referem ao conceito da reparação integral. Inquestionável argumento que se adiciona ao difícil, mas frequentemente construtivo e quase permanente embate com o Ministério Público.  Assim avança a reparação do Rio Doce, um esforço coletivo envolvendo mais de 70 organizações integrantes do Comitê Interfederativo e suas Câmaras Técnicas, que orientam e monitoram a Fundação Renova no ambíguo, incerto e volátil contexto dos diferentes desastres do Rio Doce: o histórico de quase um século de desmatamento, ocupação desordenada, desassistência e abandono pelo Estado. Situação terrivelmente agravada pelo segundo desastre, o do rompimento da barragem de Fundão e suas consequências agudas e as decorrentes dos próprios desafios da reparação.

No Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, discutiu-se o papel da imprensa em situações como o rompimento das barragens, o desmatamento e desastres naturais decorrentes de mudanças climáticas. Tratou-se da pertinência de uma narrativa menos focada na desgraça: caloroso debate sobre a necessidade de expor desastres como o da Barragem de Fundão. Sim, absolutamente necessário expor externalidades (agudas e consubstanciadas como a das barragens, ou mornas, crônicas e subapreciadas como as do uso inadequado do solo e ativos hídricos). Externalidades devem ser expostas amplamente, mas não é o suficiente…

A Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura estuda como comunicar essas situações. O Forest Stewardship Council – conhecido selo FSC, depara-se com esse dilema há décadas. Como conscientizar e  mobilizar a sociedade para evitar, reparar ou mitigar essas situações. As matérias jornalísticas e campanhas são, na sua maior parte, críticas. Necessárias, mas não suficientes…


É preciso aprofundar o debate. Qual o melhor modelo para lidar com transformações socioambientais? Não tenho a menor dúvida de que devem ser participativos. Também não hesito em defender que contemplem todas as partes afetadas, englobem as distintas instâncias dos poderes Executivo e Legislativo nos âmbitos federal, estadual e municipal e tangenciem de perto o campo judicial (evitando exclusiva dependência dele).

Que incorporem a melhor ciência, o conhecimento e os distintos matizes ideológicos trazidos por entidades da sociedade civil. Que se assentem sobre sistemas de governança robustos e legítimos. Que entendam a extensa participação e controle social como complexa e, muitas vezes morosa, pois, assim como a democracia, é imperfeita e demanda contínuo aprendizado e ajustes. Que consigam lidar com as diferentes “verdades”, da forma como Pessoa ilumina. Por isso acredito na alternativa da Fundação Renova como a que mais se aproxima da realidade que desafios desta monta suscitam.
Inevitável a lembrança do conto “O Carvão Amarelo”, do escritor russo Sigismund Krzyzanowski.

Em um mundo absolutamente degradado e exaurido, a alternativa para manter a produção foi captar a energia oriunda da tensão e do ódio entre as pessoas, em um ambiente insuportavelmente populoso. A tecnologia – sistemas de captação de energia por contato com placas instaladas em transportes públicos, cadeiras e outros pontos – tem sucesso absoluto, restaurando a prosperidade. No entanto, a capacidade de geração energética se exaure progressivamente, com a sensação de um certo bem-estar, e consequente redução do ódio entre os habitantes. O bem-estar oriundo da sensação de dever cumprido que a expressão da raiva traz ( … o prazer do ódio – Lord Byron), no entanto, não resulta na melhor convivência e busca pelo entendimento.


Desculpem o spoiler: a aposta no ódio gera torpor, imobilismo, proteção reativa e apatia. “(…) já não era possível encontrar as inteligências raivosas, aquelas inspirações iradas, as penas afiadas como ferrōes molhadas na bile. As tintas aguadas, sem mistura de sangue e bile, sem qualquer fermentação, só conseguiam produzir garatujas de ideias confusas, tolas, como borrões. A cultura morria sem glória, sem estrépito. (…) e na entropia crescente da raiva desaparecida não poderia nem mesmo surgir um escritor capaz de narrar dignamente o fim de uma época ”. O autor do conto desapareceu na União Soviética, em meados do século passado.

Como ir além da (necessária, mas não suficiente) narrativa da desgraça? Não vejo outra alternativa além de um diálogo com profundidade sobre como lidar com a complexidade dessas situações, mobilizando toda a sociedade, de uma forma construtiva. (Fundação Renova)

Debates, grafite e música na Semana do Clima de Salvador

Debates, grafite e música na Semana do Clima de Salvador



18 Agosto 2019   |   0 Comments
O WWF-Brasil vai levar à Semana do Clima – regional América Latina, que começa nesta segunda (19) em Salvador (BA), um criativo evento que mistura grafite, música e conscientização de jovens para a crise climática.  Em parceria com a UNFCCC (ONU Mudanças Climáticas), Prefeitura de Salvador, Salvador Hall (sede da Semana do Clima) e Coelba (distribuidora de energia da Bahia), o WWF-Brasil organizará a pintura de um muro de 23 metros do Salvador Hall.

Para esta ação, foram selecionados cerca de 20 jovens do Colégio Estadual Henriqueta Martins Catharino, que terão uma oficina especial sobre mudanças climáticas. A partir dessa conversa, os alunos vão elaborar, com o apoio de artistas profissionais, o desenho a ser grafitado.

A pintura vai começar na quarta-feira, dia 21. Na quinta-feira, por volta das 13h30, com a pintura já em andamento e aproveitando a presença de representantes do alto escalão governamental, será feita uma pequena cerimônia com alguns dos organizadores, retratando a importância da união de diferentes setores em um mesmo objetivo, no caso, a luta contra a emergência climática. Já na sexta-feira, a Semana do Clima terminará ao som de música, com as falas de encerramento, lançamento do painel, que ficará como legado para o Salvador Hall e o show de uma banda local formada em projeto social.

O WWF-Brasil também participa da organização de dois eventos temáticos: “Infraestrutura, cidades e ação local” (Infrastructure, cities and local action) e “Soluções baseadas na natureza” (Nature-based solutions), ambos na quarta-feira). Será ainda responsável pelo side event “Natureza no Centro da Agenda de Desenvolvimento Climático e Sustentável” (Nature at The Heart of The Climate and Sustainable Development Agenda), em que serão compartilhados casos e lições aprendidas dessas soluções no Brasil, Peru, Chile e na Colômbia. Este evento acontece na segunda-feira, dia 19.

Além de representantes do WWF-Brasil, a organização terá alguns colegas internacionais, como o líder global da Prática de Clima e Energia da rede WWF, Manuel Pulgar-Vidal.

Sobre a Semana do Clima de Salvador
Este é um evento promovido pela ONU, por meio do seu órgão que trabalha o combate às mudanças climáticas (UNFCCC) e que faz parte da agenda global de eventos climáticos, antecedendo grandes eventos como a Semana do Clima de Nova York (a partir de 23 de setembro) e a 25ª Conferência de Partes da ONU (COP25, que será em dezembro, em Santiago), além da Conferência Brasileira de Mudanças Climáticas, que será em Recife entre as duas datas.

Na Semana do Clima, o objetivo é reunir diversos atores (empresas, prefeituras e governos estaduais, academia e sociedade civil em geral) para aumentar o engajamento contra os efeitos nocivos das mudanças climáticas, que trazem impactos no nosso dia-a-dia.

Voando alto pela conservação do Cerrado

Voando alto pela conservação do Cerrado



16 Agosto 2019   |   0 Comments
Renata Andrada

Os frutos nativos do Cerrado possuem alto valor nutritivo e sabores que vem atraindo a atenção e o paladar de chefes renomados de todo o mundo. E o mais importante: sua produção e coleta permitem a conservação do bioma – que já perdeu 50% da área original - pois mantém as árvores nativas em pé e freiam o desmatamento da área.

Perseguindo esse objetivo, o WWF-Brasil, com o apoio do Fundo de Inovação Florestal da Rede WWF, e a Kashmir World Foundation (KWF) vem implementando ações de conservação da savana mais biodiversa do planeta por meio do uso de drones. O projeto “Voando pela conservação” aterrissou na Cooperativa Extrativista do Peruaçu (Cooperuaçu), em Januária, Minas Gerais, para treinar e capacitar 25 agroextrativistas no uso dos aparelhos como ferramenta de monitoramento e análise de dados.

Os drones vão ajudar no levantamento das árvores frutíferas da região, o que permitirá à cooperativa um melhor planejamento da produção e coleta. Assim, vai ser possível saber quantos árvores de determinado fruto existem em uma determinada área, por exemplo. Os aparelhos realizam fotografias que geram mapas e fazem a classificação automática dos dados. No caso especifico da Cooperuaçu, os drones estão trabalhando para monitorar três espécies de frutos nativos: buriti, pequi e coquinho azedo.

“O acesso à tecnologia é muito importante para o trabalho dos agroextrativistas. Um levantamento de espécies que poderia levar até dois dias, com os drones vai levar no máximo duas horas”, explica Felipe Spina, analista de conservação do WWF-Brasil, responsável pelo treinamento.
 

A tecnologia também vai ajudar no monitoramento de incêndios, identificando áreas queimados, e na restauração de áreas degradadas. Os agroextrativistas foram capacitados para montar, configurar e reparar os aparelhos, quando necessário. “Nós utilizamos drones de baixo custo e tecnologia aberta porque assim é mais fácil para os trabalhadores do Peruaçu montar e reparar. Um modelo convencional além de caro tem a manutenção custosa e de difícil acesso e logística para eles. Nosso objetivo foi facilitar o acesso à tecnologia”, conta Spina.

Tecnologia e conhecimento tradicional juntos pela conservação da biodiversidade
O analista de conservação do WWF-Brasil, Felipe Spina, explica que a tecnologia dos drones é também uma ferramenta social: “é muito comum que os jovens queiram fugir do campo e da agricultura porque não é uma profissão entendida por eles como interessante. É muito bacana ver que o uso dos drones têm ajudado a atrair os jovens para o extrativismo e para o trabalho na cooperativa. Manter o jovem no campo, interessado na agroecologia e coleta dos frutos nativos é muito importante para a conservação do Cerrado. Estamos unindo o conhecimento tradicional dos mais velhos com a facilidade que os jovens têm no uso das tecnologias. Eles estão trabalhando lado a lado compartilhando e tocando conhecimento”.

O WWF e o Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu
O Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, localizado no norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia, foi recentemente ampliado de 1.8 milhão de hectares para mais de 3 milhões de hectares, passando a ter um total de 27 áreas protegidas. O território do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu faz parte da região dos Gerais, imortalizada pelo escritor Guimarães Rosa, em que a diversidade ambiental, que abriga espécies endêmicas da fauna e flora do Cerrado, convive com a riqueza cultural dos povos tradicionais, mas tem sido alvo de desmatamento, queimadas e devastação.

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), os mosaicos de áreas protegidas são instrumentos de gestão e ordenamento territorial que têm por finalidade a conservação da biodiversidade por meio da integração entre as unidades de conservação e demais áreas protegidas de um determinado território.

O WWF-Brasil atua na região desde 2010, com apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF na sigla em inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund) e do Instituto Humanize. As ações buscam promover o incentivo à adoção de boas práticas de produção agropecuária (BPA’s), a implantação de tecnologias sociais e sistemas agroflorestais e o fortalecimento da gestão integrada das Unidades de Conservação e demais áreas protegidas. O WWF-Brasil também atua com ações de mapeamento territorial com foco no planejamento sistemático da conservação no Cerrado e no apoio ao extrativismo vegetal sustentável dos frutos do Cerrado com as Cooperativas Agroextrativistas e Associações Comunitárias. Realiza ainda ações de comunicação visando a valorização e o resgate do Cerrado.