quarta-feira, 29 de julho de 2020

O misterioso destino da vida selvagem em torno de Chernobyl

O misterioso destino da vida selvagem em torno de Chernobyl

  • 26 abril 2016





Há 30 anos, um experimento em um reator em Chernobyl, na Ucrânia, resultou no maior desastre nuclear do mundo.

A radiação se espalhou pelo entorno da usina e, poucas semanas depois, centenas de milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas em uma zona de exclusão em um raio de 30 quilômetros do local.

Até hoje, a região continua praticamente desabitada. Mas isso não quer dizer sem vida: por incrível que pareça, a vida selvagem está prosperando.

A questão que intriga os cientistas é: será que o meio ambiente consegue fazer face a uma catástrofe natural da escala de Chernobyl?
 

Rápida recuperação



Não há dúvidas de que os efeitos imediatos do acidente foram devastadores. Em uma área de bosque que se estendia por até 5 quilômetros quadrados, muitas árvores coníferas morreram. As folhas adquiriram uma cor de ferrugem, fazendo com que a região passasse a ser chamada de Floresta Vermelha.

"No primeiro ano após a tragédia, boa parte dos invertebrados terrestres morreram e a população de pequenos mamíferos despencou", afirma Nick Beresford, do Centro de Ecologia e Hidrologia de Lancaster, na Grã-Bretanha.

Mas em grandes áreas da zona de exclusão, os níveis de radiação caíram drasticamente em poucos meses, segundo Jim Smith, da Universidade de Portsmouth, também na Grã-Bretanha. A vida selvagem começou a se recuperar, aproveitando-se da ausência de seres humanos.

Não se sabe exatamente como e quando essa recuperação teve início. Na época, a Cortina de Ferro ainda separava o Leste Europeu do Ocidente, e a região de Chernobyl só podia ser visitada por cientistas soviéticos.


Apesar de o foco inicial ser a exposição dos habitantes à radiação, pesquisadores locais começaram a fazer o monitoramento aéreo de três espécies selvagens: o alce, a corça e o javali.


A pesquisa mostrou um lento mas estável aumento na abundância das três espécies. "Apesar de as contagens serem anuais e não cobrirem toda a região, ela sugere que, um ou dois anos depois do acidente, as populações começaram a se recuperar."

Lobos, linces e urso



Em meados dos anos 90, uma equipe de biólogos americanos e ucranianos se lançou em um estudo mais aprofundado e próximo dos mamíferos da zona de exclusão de Chernobyl.

Eles conseguiram coletar uma variedade de ratos-do-campo, camundongos e musaranhos, e descobriram que a ocorrência e a diversidade de espécies era praticamente idêntica dentro e fora da área delimitada. Ou seja: dez anos após o desastre, as populações de pequenos mamíferos não apresentavam sinais aparentes dos efeitos da radiação.

No ano passado, Smith e colegas em Belarus, Rússia, Alemanha e Grã-Bretanha publicaram os resultados do estudo mais aprofundado já realizado sobre o assunto. Novamente, a conclusão foi de que a radiação teve um impacto limitado na vida selvagem da região.

Os cientistas descobriram ainda que certas espécies, como os lobos, estão sobrevivendo em melhores condições em torno de Chernobyl do que em outras reservas naturais do Leste Europeu – a população na zona de exclusão é até sete vezes maior do que em outras partes do continente.

A equipe de Beresford também divulgou resultados animadores. Eles instalaram câmeras disparadas por sensores de movimento na zona de exclusão e descobriram indícios de uma ocorrência extraordinária de espécies: castores, texugos, linces, bisões e até mesmo um urso pardo.

Impacto contestado



Mas nem toda a comunidade científica está de acordo em relação às atuais condições da vida selvagem em torno de Chernobyl.

Anders Moller, da Universidade de Paris-Sud, e Timothy Mousseau, da Universidade da Carolina do Sul, por exemplo, chegaram a conclusões bem diferentes nos 15 anos que passaram estudando a região.

"Em quase todos os casos, há um sinal claro dos efeitos negativos da radiação nas populações selvagens. Até mesmo o canto do cuco mudou", enfatiza Mousseau.

Os dois cientistas também divulgaram estudos que sugerem que a ocorrência de mamíferos é menor nos locais onde a radiação é maior, assim como a de insetos e aranhas.

"Essas e outras pesquisas mostram que há consequências genéticas mensuráveis decorrentes da exposição a uma baixa radiação, seja em danos aos cromossomos ou em taxas mais altas de mutações", explica Mousseau.

Mas nem todos os cientistas concordam com a opinião desses dois estudiosos.

A polêmica significa que, no 30º aniversário da tragédia em Chernobyl, há duas visões bastante distintas sobre seu legado.

O assunto é importante porque, para entenderem como manejar a zona de exclusão, os cientistas precisam saber como a natureza está respondendo aos efeitos da radiação.

Com esse objetivo, novos estudos estão sendo realizados na região, com uma ênfase em envolver tanto especialistas em radiação como biólogos.

Eventos climáticos extremos e as mudanças climáticas – entenda

Eventos climáticos extremos e as mudanças climáticas – entenda

efeitos do aquecimento global no mundo
Bulletin of the American Meteorological Society (BAMS) apresenta avaliações de como as mudanças climáticas causadas pelo homem podem ter afetado a força e a probabilidade de eventos climáticos extremos individuais.

Da Redação EcoDebate

As secas das planícies do norte dos EUA e da África Oriental de 2017, as inundações na América do Sul, China e Bangladesh e as ondas de calor na China e no Mediterrâneo foram mais prováveis pelas mudanças climáticas causadas pelo homem, segundo uma nova pesquisa publicada no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana (BAMS) .

A sétima edição do relatório, Explaining Extreme Events in 2017 from Climate Perspective , também incluiu análises de eventos de calor oceânico, incluindo intensas ondas de calor no Mar da Tasmânia, fora da Austrália em 2017 e 2018, que eram “virtualmente impossíveis” sem causas humanas, das mudanças climáticas. Também estão incluídas análises de incêndios australianos e inundações no Uruguai.

Este é o segundo ano em que os cientistas identificaram eventos climáticos extremos que, segundo eles, não poderiam ter acontecido sem o aquecimento do clima por meio de mudanças climáticas induzidas pelo homem.

https://www.ametsoc.org/ams/assets/Image/publications/explaining_extremes/EEE_2017_cover.jpg
        1. Download por Capítulo:

Nota da Redação: Sobre o tema “Eventos Climáticos Extremos” sugerimos que leia, também:

  1. Eventos Climáticos Extremos – Calor Prolongado Na Sibéria Seria ‘Quase Impossível Sem Mudanças Climáticas’

  2. Eventos Climáticos Extremos – Como As Mudanças Climáticas Podem Impactar Tempestades Nos Oceanos Tropicais

  3. Influência Do Aquecimento Global Em Eventos Climáticos Extremos Tem Sido Frequentemente Subestimada

  4. A Estreita Relação Entre Mudanças Climáticas E O Aumento De Eventos Climáticos Extremos

  5. Dados De Estações Meteorológicas Comprovam Aumento De Eventos Climáticos Extremos Em São Paulo

  6. Comunidades Reagem E Discutem Sobre Mudanças Climáticas Após Eventos Climáticos Extremos

  7. Entre 168 Países, O Brasil É O 79º País Mais Impactado Por Eventos Climáticos Extremos

  8. Novos Dados Confirmam Aumento Da Frequência De Eventos Climáticos Extremos

  9. Estudo Indica Que Eventos Climáticos Extremos Serão Maiores Se Os Objetivos Do Acordo De Paris Não Forem Atingidos

  10. Entenda A Relação De Eventos Climáticos Extremos E O Aquecimento Global

  11. Gases Estufa E Aerossóis Na Atmosfera Influenciam Eventos Climáticos Extremos, Dizem Cientistas

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/07/2020

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SARS-CoV-2 e o meio ambiente: impactos positivos e negativos Notícia

SARS-CoV-2 e o meio ambiente: impactos positivos e negativos


Covid-19
Em fevereiro de 2020, o mundo parou por causa do novo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença que ele provoca, a COVID-19, que até o fechamento desta matéria já havia ceifado a vida de mais de 72 mil pessoas no Brasil. O vírus chegou em onda e foi tomando a Terra de assalto.

Três Conselheiros do CRBio-02 – Cristina Nassar, Christiane Leal Corrêa e Anderson Mendes Augusto – se unem para abordar a inter-relação do SARS-CoV-2 com o meio ambiente.
Integrantes da Organização Americana de Saúde (Opas), braço regional nas Américas da Organização Mundial de Saúde (OMS), dizem que o pico da epidemia no Brasil deve acontecer em agosto, quando o país talvez registre mais de 80 mil mortes. Para conter a letalidade da doença, em praticamente todos os países do mundo, foi promovido o afastamento social, com objetivo de diminuir a disseminação do vírus.

A suspensão de grande parte das atividades humanas reduziu significativamente os níveis de poluição do ar. Imagens de satélites demonstraram uma queda considerável nos níveis de dióxido de nitrogênio (NO2) e das emissões de dióxido de carbono (CO2). Só na China as emissões caíram cerca de 25%, de acordo com o site Carbon Brief.

Mas tais mudanças são apenas temporárias, circunstanciais, como diz a Conselheira do CRBio-02, Cristina Nassar (12.653/02-D), coordenadora do Programa de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Quando tudo isso passar – e vai passar – a produção irá voltar com força total, em uma tentativa de recuperação econômica. Não me espantaria que, pontualmente, a poluição se elevasse a níveis maiores que os de antes da pandemia”, afirma.

A Bióloga ressalta que, se estamos falando de redução da produção humana, os impactos positivos não se restringem apenas à diminuição da poluição atmosférica. “Imagine que, com menos pessoas ativas, ocorre uma diminuição do desmatamento, da caça e pesca predatórias, do uso de agrotóxicos, da poluição de corpos d’água, etc. Mas é assim que queremos melhorar nosso meio ambiente? Acredito fortemente que não! Menos atividade humana, significa menos produção de alimentos, fármacos, tecnologia, inovação e tantas outras coisas que necessitamos”.

“Por outro lado – continua a Bióloga Cristina -, pessoas inescrupulosas podem ver esse momento de distanciamento social como uma oportunidade de burlar a fiscalização e causar danos irreparáveis ao meio ambiente, como temos visto os noticiários sobre queimadas em unidades de conservação e invasão de terras indígenas”.

Para Cristina, a espécie humana tem um impacto no planeta, bom ou ruim, que nenhuma outra tem. “Nós possuímos a capacidade de atuar nos mais remotos cantos da Terra. No entanto, apesar de muitas vezes vermos o ambiente como algo a ser explorado por nós, em detrimento de outras espécies, os humanos são mais um elo na teia trófica que integra os organismos vivos que interagem em nosso mundo. Como muitos dizem: ‘Nós precisamos do planeta, mas ele não precisa de nós'”.


Cristina acha surpreendente como o planeta poderia dar conta da ausência do ser humano, obviamente, com grandes mudanças: “Sem o homem, em poucos dias não haverá energia. Quem irá operar as hidroelétricas, termoelétricas e as usinas nucleares? Essas plantas de geração de energia entrarão em colapso em dias. A partir daí, começarão alguns desastres… diferentes instalações industriais vão parar, explodir e vazar substâncias tóxicas. Estamos falando de anos? Não! Falamos de dias. Mas, entre 100 e 300 anos as represas, prédios e pontes vão ruir. Pode ser chocante imaginarmos que ícones de nossa sociedade, tais como grandes edificações e monumentos, irão corroer e desabar em poucos séculos. Sabe uma coisa que ainda estará lá em cerca de 5 séculos? As pirâmides e demais monumentos em pedra. E o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro? Apesar do monumento parecer ser uma estrutura sólida, ele não é. Logo a falta de manutenção e as intempéries (chuvas e raios) afetariam sua estrutura que começaria a ruir. Triste não?”.


Na verdade, o discurso da Bióloga Cristina nos leva a crer que assim que a pandemia diminuir seu ritmo, tudo voltará a ser como era antes. Pelo menos em termos de meio ambiente, não haverá um “novo normal”. Então, teríamos de dar tchau aos peixinhos dos canais de Veneza (Itália) e aos tucanos pendurados na rede elétrica de Belo Horizonte (Brasil).

Descarte de máscaras e luvas gera problema ambiental

Se retirar os seres humanos das ruas e dos seus locais de trabalho promoveu uma série de melhorias ao meio ambiente, colocá-los de volta, mas protegidos de uma segunda onda dessa pandemia, está preocupando ambientalistas e profissionais da área de saúde. Dentre os vários motivos está o descarte de milhares de máscaras respiratórias, o que vem acontecendo por conta da obrigatoriedade do uso em vários países do mundo, principalmente os mais afetados pela pandemia, como Brasil, Estados Unidos, países da Europa Meridional, China, Japão, entre outros.

É que esses bilhões de máscaras respiratórias, que estão sendo produzidas por diversos países para atender a uma população mundial de 7,7 bilhões de pessoas, serão usadas e descartadas. É aí que mora o perigo. Com o uso de EPIs pela população mundial, principalmente máscaras respiratórias e luvas (produzidas em TNT, algodão, látex, vinil e outros materiais), a preocupação fica voltada para o correto descarte desses produtos depois de utilizados.

De acordo com a Conselheira do CRBio-02, Christiane Leal Corrêa (29.635/02-D), professora adjunta do Departamento de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e doutora em Fisiopatologia Clínica Experimental, as máscaras descartáveis e as luvas utilizadas para uso contra a contaminação do SARS CoV-2 estão se tornando um problema ambiental que pode ter consequências mundiais.

“Inundaram o mercado com um equipamento de proteção individual de baixo custo, leve, de aspecto inofensivo, mas que agora está gerando reflexos na natureza. Muitos desses materiais são feitos de polipropileno e podem levar anos para serem degradados. O uso mensal estimado de 129 bilhões de máscaras e 65 bilhões de luvas em todo o mundo, está resultando em contaminação ambiental generalizada (PRATA et al., 2020)”.

“Assim – diz Christiane Corrêa -, as máscaras descartáveis (uso único) que chegam ao meio ambiente por meio de lixões, descarte em aterros, lixo em espaços públicos, água doce, oceanos, podem estar contribuindo para o surgimento de uma nova fonte de fibras microplásticas, que podem degradar, fragmentar ou decompor-se em pequenos tamanhos e pedaços de partículas com menos de 5mm, conhecidas como microplásticos em condições ambientais. O tempo que a natureza precisa para absorver os materiais dessas máscaras respiratórias e luvas pode ser bastante variado. Alguns trabalhos falam em 450 anos”.

“As máscaras descartáveis são produzidas a partir de polímeros como polipropileno, poliuretano, poliacrilonitrila, poliestireno, policarbonato, polietileno ou poliéster. Com o aumento da produção e do consumo de máscaras em todo o mundo estamos diante de um novo desafio ambiental, aumentando o vasto desperdício de plástico e partículas de plástico no meio ambiente”, informa a Bióloga.

Dessa forma, o descarte incorreto de máscaras e luvas utilizadas para proteção contra o SARS-CoV-2, no lixo público ou doméstico, está se tornando um problema. E Christiane Corrêa orienta:
“Para a higienização após o uso, deve-se deixar as máscaras respiratórias de molho na água sanitária ou hipoclorito por 10 minutos, assim como as luvas. Esse procedimento visa inativar o vírus, antes de expor o material ao contato com outros indivíduos. Assim sendo, é de fundamental importância descontaminar todo o material descartável antes de ser embalado para descarte. Para o descarte, deve-se embalar máscaras e luvas usadas em sacos impermeáveis e resistentes e identificar de forma clara e de fácil visualização, fechando por mais de 24 horas. Com isso, esses resíduos poderão ser conduzidos para uma unidade de tratamento e destinação final”.

A preocupação com a embalagem e identificação tem como objetivo minimizar os prejuízos coletivos, incluindo os do meio ambiente terrestre e marinho. Christiane informa ainda que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou legislação pertinente RDC Anvisa 306 de 2004 e a Resolução Conama 358 de 2005, que define como os resíduos de serviços de saúde (RSS) devem ser tratados. “Essa legislação pode ser um ótimo orientador para o correto descarte das máscaras respiratórias e das luvas utilizadas para proteção do SARS CoV-2”, finaliza Christiane Leal.

Ainda pensam que o culpado é o morcego

Perguntamos ao Conselheiro do CRBio-02, Anderson Mendes Augusto (24.653/02-D), como seria possível evitar que novos vírus, até mais letais que o SARS-CoV-2, surjam ameaçando a humanidade? Ele foi categórico:

“É inevitável, enquanto houver o desmatamento de áreas naturais e a caça de animais silvestres, isso pode acontecer, pois tais fatos aumentam o convívio do homem e dos animais de produção e domésticos com animais infectados naturalmente com vírus ainda desconhecidos, ampliando a probabilidade de transmissão. É em função dessa proximidade, que novos vírus ‘saltam’ da vida selvagem para os seres humanos”, finaliza Anderson.

Biólogo, tendo passado 28 anos na Fundação RIOZOO e RioZOO/SA e mestre em Gestão Ambiental, ele diz que a família do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, infecta mamíferos e aves: “Em geral podem causar problemas respiratórios e entéricos, porém, podem afetar outros sistemas”.
Anderson informa que os vírus desta família infectam naturalmente diversas famílias de quirópteros (morcegos) localizadas na Ásia, África e Américas. E, tem-se a hipótese, que estes vírus e morcegos coevoluem há milhares de anos:

“Existe um tripé, onde uma terceira espécie propicia o ‘salto’ do vírus para os humanos. Esse tripé é formado pelos quirópteros e uma outra espécie que pode ser doméstica, de criação ou silvestre, que por sua proximidade com seres humanos facilita a infecção pelo vírus”, informa Anderson.
Tais saltos geralmente ocorrem nas bordas das florestas, onde o desmatamento coloca as pessoas em contato com os habitats naturais dos animais, em zonas rurais nas quais ações antrópicas (caça, desmatamento) aproximam o homem das espécies naturalmente infectadas, podendo haver a transferência para animais domésticos ou de produção e destes para o homem.

Anderson ressalta que “Dengue, febre amarela e zika são exemplos de doenças que nos acometem há séculos e por terem os mosquitos como seus transmissores são de difícil erradicação, mas passíveis de controle. Outros exemplos que têm como hospedeiros os quirópteros são a raiva e o ebola, ambas com alta letalidade. Esses são somente alguns exemplos mais conhecidos”.

Mais da metade do desmatamento tropical do mundo é impulsionado por quatro commodities: carne bovina, soja, óleo de palma e produtos de madeira. Eles substituem florestas tropicais maduras e com biodiversidade por monoculturas e pastagens. Como a floresta é degradada aos poucos, os animais que ainda vivem em fragmentos isolados da vegetação natural lutam para existir. Quando os assentamentos humanos invadem essas florestas, o contato humano-vida selvagem pode aumentar e novos animais oportunistas também podem migrar”. *

* Trecho de um artigo escrito a seis mãos por Amy Y. Vittor, professora assistente de Medicina da Universidade da Flórida (EUA); Gabriel Zorello Laporta, professor de Biologia e Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina do ABC (Brasil), Maria Anice Mureb Sallum, professora de Epidemiologia da Universidade de São Paulo (Brasil).

Do CRBio-02, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/07/2020

Nota da redação: Em relação ao tema “Covid-19/Coronavírus e Meio Ambiente” sugerimos que leia, também:

Coronavírus E O Meio Ambiente

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Coronavírus, Meio Ambiente E Humanidade: O Que Temos A (Re)Aprender?

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Aumenta busca por energia solar fotovoltaica no Brasil

Aumenta busca por energia solar fotovoltaica no Brasil



instalação de placa solar
Artigo de  Julio Cesar Ferreira da Silva

[EcoDebate] O modo de pensar e agir está sendo reformulado em todo o planeta diante da pandemia de covid-19. Parte da população está recuperando hábitos mais simples, saudáveis e econômicos, como redescobrir o prazer de cozinhar seu alimento em casa e comprar em pequenos mercados de amigos. E um dos mais importantes pensamentos tem sido o da preservação do meio ambiente, como a necessidade de diminuir o uso de plástico e promover o reflorestamento.

É um bom momento, portanto, para se destacar a geração de energia limpa e renovável, como é o caso da energia solar fotovoltaica. O Brasil é um dos países que mais recebe irradiação solar, o que faz com que tenha alto potencial de desempenho dos sistemas fotovoltaicos. Por outro lado, vive uma crise hídrica que dura alguns anos, fazendo com que a tarifa de energia elétrica sofra alterações em meses de estiagem.

E como economizar dinheiro e ajudar o meio ambiente são bons argumentos de incentivo a novos hábitos, a Quantum Engenharia passou a oferecer três linhas de financiamento para contribuir nesse sentido. Elas facilitam a aquisição de painéis solares e geradores para pequenos, médios e grandes empresários de Santa Cataria e Paraná. E tem capacidade para atender em todo o país, estando apta a ser um dos grandes players nacionais deste segmento em franco crescimento.

Em 2019, o mercado de energia solar brasileiro bateu recorde, ultrapassando os 2,4 GW instalados (aumento de 212%). Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que foram implementados mais de 110 mil sistemas fotovoltaicos de microgeração (até 75 kW) ou de minigeração (entre 75 kW e 5 MW) de energia, representando investimento na ordem de R$ 4,8 bilhões.

Informações de junho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que, em maio de 2020, a energia solar passou a responder por 1,6% da matriz energética brasileira, o que significa que 2,87 GW de potência instalada no país provêm de uma fonte de energia limpa, renovável e sustentável. E a previsão é que o Brasil feche 2020 com 174 mil sistemas fotovoltaicos on-grid (0,21% das unidades consumidoras).

On-grid é o sistema formado por equipamentos que convertem a energia solar em eletricidade, ficando ligado à rede de energia. Assim, além de disponibilizá-la diretamente na rede elétrica, ainda envia o excedente à distribuidora. Isso permite economia de até 95% na conta de luz. De acordo com a Absolar, atualmente 304.427 unidades consumidoras já recebem créditos pelo Sistema de Compensação de Energia Elétrica no país. Número que tende a crescer.

A expectativa é que, até 2024, o Brasil tenha mais de 880 mil sistemas de energia solar conectados à rede distribuidora de energia, sempre com o foco voltado à preservação do nosso meio ambiente.
Julio Cesar Ferreira da Silva, gerente do Departamento de Energia Solar da Quantum Engenharia
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/07/2020

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