terça-feira, 17 de julho de 2018

Endangered Species Mural Project

Endangered Species Mural Project

Art takes nature as its model. ~ Aristotle
Just as nature inspires art, art inspires actions to defend wild places and the wild creatures that live in them. With this in mind, the Center for Biological Diversity's Endangered Species Mural Project works with artists, scientists, and organizers to bring endangered wildlife onto the streets of cities and towns around the country. These murals are imagined as tools to help celebrate local endangered species within communities, and to encourage people to make connections between conservation and community strength. Spearheaded by Portland artist Roger Peet, the mural project promotes an affinity for the natural world and the diverse species that help define it.

Got a wall? Let us know! With additional connections and funding, the Center will continue to work with local artists and communities and expand the project to more cities nationwide.
Read a message from the artist.

Mountain caribou mural Mountain caribou mural in Sandpoint, Idaho. Mural artists Mazatl and Joy Mallari (from the Justseeds Artists Cooperative) worked with Roger Peet.
Montana arctic grayling mural Arctic grayling mural by Roger Peet in Butte, Mont.
Whale mural Whale mural by Icy & Sot (working in coordination with Roger Peet) in Los Angeles, California. Photo   Jess X. Chen.
Monarch butterfly mural Monarch butterfly mural in Minneapolis, Minn., by Roger Peet and Barry Newman.
Watercress darter mural Watercress darter mural in Birmingham, Ala., by Roger Peet and Birmingham artists Merrilee Challiss and Creighton Tynes. Photo by Kyle Crider.
Yellow-billed cuckoo mural Yellow-billed cuckoo mural in Los Angeles, Calif., led by Jess X. Chen.
Jaguar mural Jaguar mural in Tucson, Ariz., by Kati Astraeir.
Southwest freshwater mussels mural Southeast freshwater mussels mural in Knoxville, Tenn., by Roger Peet, Merrilee Challiss and Trish Tripp.
White fringeless orchid mural White fringeless orchid mural in Berea, Ky., by Roger Peet and Trish Tripp.
Dakota skipper Dakota skipper mural at Oceti Sakowin camp at Standing Rock., N.D., by Roger Peet.
Sockeye salmon mural Sockeye salmon mural in Portland, Ore., by Roger Peet. Photo by Jerry McCarthy, Port of Portland.
Streaked horned lark mural Streaked horned lark mural in Portland, Ore., by Roger Peet. Photo by Olivia Conner.
Carolina northern flying squirrel mural by Roger Peet and Tricia Tripp Carolina northern flying squirrel mural in Asheville, N.C., by Roger Peet and Tricia Tripp.
Dakota skipper One of a series of grizzly bear murals in Oakland, Calif., by Roger Peet and Fernando “Rush” Santos.

Message From the Artist
“Everywhere on Earth is unique, with qualities that distinguish it from other places both near and far. One of those qualities is biodiversity — the plants and animals that call a place home and may not be found anywhere else. Those species embody an area's natural history and contribute to what makes it irreplaceable — and they also have something to say about the future, as many are in danger of going extinct. When we lose species, the places we inhabit and the lives we live become poorer and shallower  as a result. To help bring these species into the light, we decided to paint them on the walls.

“The goal of this project is to foster connections between people and the other forms of life that surround them. Whether that's a fish in a river, a butterfly flitting from plant to plant, or a caribou chewing lichen from a tree, we're bringing together artists and communities to create big, bold images that will become part of the neighborhoods where they're created, making it a little easier for people to care about the species struggling to survive in their midst.”

Roger Peet is a Portland-based artist who is coordinating this project in association with the Center for Biological Diversity.

Banner photo of jaguar mural by Russ McSpadden, Center for Biological Diversity 
 

Estudo revela que sombreamento natural desenvolve abelhas mais rápido e melhora qualidade do mel



Estudo revela que sombreamento natural desenvolve abelhas mais rápido e melhora qualidade do mel



Embrapa
Foto: José Maria Vieira Neto
Estudo revela que sombreamento natural desenvolve abelhas mais rápido e melhora qualidade do mel
Abelhas precisam de sombra e água fresca. Estudo conduzido pela pesquisadora Maria Teresa Rêgo, da Embrapa Meio-Norte (PI), revelou que o sombreamento das colmeias e a presença de água nas proximidades favorecem o desenvolvimento das colônias e a qualidade do mel. Um dos resultados mais expressivos dessa pesquisa mostrou que o sombreamento natural, com árvores, ajudou na ampliação rápida da área de cria. Essa área corresponde ao favo, no qual as crias se desenvolvem. A melhor faixa de temperatura para o desenvolvimento delas é entre 30 e 35 graus Celsius.


“Em uma colônia, as operárias trabalham para manter essa faixa de temperatura ideal às crias, seja aquecendo o ninho, quando ocorrem temperaturas baixas, seja resfriando, no caso de temperaturas elevadas”, explica a cientista. Segundo ela, quanto mais a colônia de abelhas estiver exposta a temperaturas que se distanciam dessa faixa, maior será o trabalho das operárias para manter um clima ideal e estabelecer a termorregulação. O trabalho das operárias no aquecimento ou resfriamento do ninho afeta o desenvolvimento das colônias.

Árvores favorecem o conforto térmico

 

No experimento, essa área foi mensurada periodicamente por meio de mapeamento dos favos, em colônias expostas a diferentes condições: totalmente ao sol, sob coberturas construídas com palha de babaçu, coberturas de tela sombrite e com a sombra de árvores. O mapeamento registrava as áreas dos favos contendo alimento, mel e pólen, e as crias. As temperaturas internas e externas às colmeias eram registradas semanalmente. Com isso, ficou constatado que o microclima sob a copa das árvores foi beneficiado por uma melhor ventilação, favorecendo o conforto térmico.


Outro resultado importante do trabalho veio da análise da qualidade do mel coletado das colmeias submetidas a essas diferentes condições. Foram feitas análises físico-químicas quanto ao teor de Hidroximetilfurfural (HMF), atividade diastásica e acidez. Todas as análises foram feitas no Laboratório de Controle da Qualidade de produtos Apícolas da Embrapa Meio-Norte, em Teresina.


A pesquisa revelou também outro dado animador. As coberturas construídas com palhas e o sombreamento de árvores favorecem a manutenção de níveis mais baixos de HMF no mel. O HMF é uma molécula que nasce da transformação dos monossacarídeos frutose e glicose. Quanto mais calor, segundo os testes, é mais rápida a conversão dela. Por causa dessa característica, a molécula passou a ser usada como indicador de aquecimento, processamento inadequado e até de adulterações no mel.


A cientista diz que, em mel produzido recentemente, a quantidade de HMF é mínima. Mas com o aquecimento e o tempo de armazenamento do produto, a quantidade da molécula tende a aumentar, comprometendo a qualidade e a aceitação do mel no mercado. Pela legislação brasileira estabelecida na Instrução Normativa número 11, de 2000, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a presença do HMF no mel não pode ser superior a 60 miligramas por quilo.


 

Calor é desafio para o apicultor

 

No Nordeste brasileiro, região de clima quente durante quase todo o ano, as altas temperaturas são as grandes adversárias dos apicultores. O intenso calor, no período mais seco, entre os meses de setembro a dezembro, chega a provocar a perda de colônias. As condições ambientais na estiagem não oferecem floradas e empurram as abelhas para um lugar incerto. “Esse é um dos fatores que contribui para a perda das colônias”, aponta a cientista.


Ela recomenda que a instalação das colmeias deve ser sempre à sombra, de forma a evitar o efeito negativo das altas temperaturas sobre o desenvolvimento das colônias e sobre a qualidade do mel, além de proporcionar maior conforto ao apicultor durante o manejo. Outro estudo da cientista aponta para a escolha de árvores que dão um bom nível de sombreamento e que não perdem muitas folhas durante todo o ano. Um exemplo é o cajueiro (Annacardium occidentale).


Água limpa até 500 m de distância

 

 

Água limpa e disponível durante todo o ano, segundo a pesquisadora, também é essencial para o bom desempenho das colônias. “As abelhas precisam de água para o seu metabolismo e para regular a temperatura dentro da colmeia, especialmente em regiões de clima quente”, diz a especialista.

Quando a temperatura do ninho ultrapassa os 36 graus, as abelhas operárias entram em ação abanando freneticamente as asas e evaporando a água sobre os alvéolos ou pela exposição do líquido na língua.

Pela importância desse recurso natural, Maria Teresa Rêgo recomenda que a distância da fonte de água ao apiário não deve ser superior a 500 metros. “Assim, evita-se gasto energético das abelhas na coleta de água”, esclarece. Ela recomenda também a instalação de bebedouros permanentes, limpos e abastecidos, caso o local não tenha uma fonte de água natural. “É importante que a água seja de boa qualidade, limpa e isenta de contaminações por bactérias, fungos ou protozoários”, ressalta.


A pesquisa foi desenvolvida no município de Castelo do Piauí, a 184 quilômetros ao norte de Teresina, durante as estações chuvosa e seca. Lá, a vegetação é de transição entre Cerrado e Caatinga. O clima é subúmido seco, com déficit hídrico moderado e precipitação anual aproximada de 1.035 milímetros. Vinte e quatro colônias de abelhas Apis mellifera africanizadas foram instaladas em colmeias modelo Langstroth. Rainhas novas, produzidas no apiário experimental da Embrapa, em Teresina, foram introduzidas no experimento. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) custeou o trabalho.


Nessa mesma linha de pesquisa, o professor Laurielson Chaves Alencar, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), também observou o efeito de temperaturas elevadas na qualidade do mel. Em um experimento conduzido no município de Simplício Mendes, no coração do semiárido piauiense, ele avaliou colmeias instaladas a céu aberto e outras protegidas por sombreamentos naturais e artificiais, como o sombrite, com telas. “Os teores de HMF mais elevados podem ser explicados, em parte, pelo fato de as colmeias desse experimento estarem expostas por um maior período do dia à incidência direta do sol”, concluiu.

Calor pode provocar abandono da colmeia

 

A busca por um cenário ideal à vida das abelhas em regiões quentes levou também a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) a monitorar o comportamento delas nas colmeias de acordo com o clima e a época do ano. Entre 2013 e 2014, um equipamento permitiu que cientistas da Embrapa, professores e estudantes de graduação e pós-graduação monitorassem as condições de temperatura que os insetos enfrentam e que influem no comportamento deles e na produção de mel.


Os resultados, apresentados pelo professor da Uespi Carlos Giovanni Nunes de Carvalho, mostraram que as altas temperaturas, associadas à baixa umidade do ar, realmente comprometem a produtividade de mel, matam e contribuem para a má-formação das crias. Em alguns casos, levam as abelhas a abandonar as colmeias.


Foram registradas fora do equipamento temperaturas máximas que variavam de 32 a 41 graus Celsius. Quando as temperaturas atingiam até 36 graus, as abelhas conseguiam regular a temperatura interna da colmeia. Contudo, acima de 39 graus, segundo os cientistas, facilmente as abelhas desistem da homeostase, que é o processo pelo qual um organismo mantém as condições internas necessárias à vida. Entre três e quatro dias sob forte e calor, os animais abandonam a colmeia.


Os experimentos, conduzidos sempre em períodos de 40 dias, comprovaram que a temperatura ideal interna em uma colmeia em regiões quentes deve variar de 33 a 36 graus Celsius. O equipamento, com o alerta de aquecimento, foi instalado em um apiário em mata fechada, a 210 metros de distância da sede da Embrapa Meio-Norte, na zona norte de Teresina, e monitorou cerca de 30 mil abelhas.

Um medidor foi desenvolvido para a pesquisa

 

Esse equipamento, ainda sem nome, é um dispositivo de monitoramento formado por sensores de temperatura, baterias, rádio de comunicação, um cartão de memória e um fio conectado à colmeia. O tráfego de informações obedece a um rito simples: os dados são coletados na colmeia, em meio à vegetação; em seguida, repassados via rádio para uma central instalada na Embrapa Meio-Norte e conectada à internet. De lá, as informações ficaram armazenadas em um site que funcionou como um banco de dados.


A construção do dispositivo, estruturado numa caixa plástica, que mede 11 centímetros de largura por 16 centímetros de comprimento, teve um custo estimado de apenas R$ 200,00. A ideia do professor Carvalho, que coordenou o projeto, era substituir o manejo executado pelos pesquisadores, como a instalação manual de termômetros nas colmeias, para que eles pudessem acompanhar o nível de estresse das abelhas sem riscos de acidente.

Abelhas estão sumindo

Maçã, melão, manga e hortaliças como berinjela, cenoura, couve e pepino, consumidos em larga escala de norte a sul do Brasil, podem um dia até sumir das feiras livres e supermercados, caso a perda de abelhas continue em ritmo acelerado. O grito de alerta é da pesquisadora Marcia Motta Maués, da Embrapa Amazônia Oriental (PA). Segundo ela, sem a ação efetiva das abelhas como agentes polinizadores, cerca de 52% dos produtos vendidos nos supermercados desaparecem.


O fenômeno, registrado em todo o mundo, vem preocupando cientistas, apicultores e agricultores. As abelhas são os polinizadores mais eficientes da natureza e responsáveis diretamente pela reprodução e perpetuação de espécies vegetais. Ela ressalta que mais de 75% das principais plantas cultivadas no mundo dependem, pelo menos em parte, da polinização feita por esses insetos.


Maués disse que cerca de 250 espécies de animais polinizam as plantas agrícolas no Brasil. Desses, 87% são abelhas. “Polinizadoras por excelência, elas dependem dos recursos florais para sua alimentação e de suas crias”, detalha a cientista. A pesquisadora destaca também que as abelhas africanizadas são as polinizadoras mais efetivas das culturas agrícolas do Brasil, que são fontes de vitaminas e sais minerais, indispensáveis à saúde do homem.


A ameaça à vida das abelhas em todo o planeta vem de todo lado. No entender da cientista brasileira, as principais causas do desaparecimento desses insetos são mudanças no uso da terra, manejo agrícola intensivo, pesticidas, cultivos geneticamente modificados, fungos, vírus, pragas (formigas e ácaros) e mudanças climáticas.


Ela aponta a remoção da vegetação nativa tanto para projetos urbanos e de infraestrutura, quanto para transformação em áreas agrícolas, como uma ação que reduz a alimentação e o local onde as abelhas possam criar ninhos, além de dificultar a mobilidade dos insetos. “Em todo o mundo, as mudanças climáticas alteram a distribuição geográfica das abelhas e plantas e seus ciclos reprodutivos”, destacou Maués.

Cientistas tentam salvar as abelhas

 

Furacões, enchentes, incêndios e a seca estão no pelotão de frente dos fenômenos climáticos extremos que, acreditam os cientistas, comprometem a vida das colmeias. Uma rede de 35 pesquisadores de dez países da América Latina, entre os quais o Brasil, está avaliando a perda de abelhas, além da identificação de ameaças e fatores que causam a mortalidade das colmeias.
No Brasil, foi criada a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp), um coletivo de cientistas especializados em biologia de polinização que estudam as interações planta-polinizador em suas várias dimensões. O objetivo do trabalho colaborativo é incentivar o desenvolvimento de atividades científicas e didáticas na área, identificando a falta de conhecimento e estimulando a construção de projetos de pesquisa.


Fundamental à segurança alimentar, conservação do meio ambiente e manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, o trabalho desses insetos vai além dos alimentos, eles também estão ligados à produção de medicamentos, fibras usadas na indústria, biocombustíveis e materiais de construção. E a relação desses pequenos animais com o homem veio antes mesmo da era cristã, remonta ao Egito Antigo, há 2.400 anos antes de Cristo.


No Brasil, as abelhas chegaram pelas mãos dos jesuítas, no século 18, nas áreas que hoje são o noroeste do Rio Grande do Sul. Hoje, o Sul e o Nordeste são as principais regiões produtoras de mel e também produzem pólen, própolis, cera e apitoxina, um composto ativo presente no veneno das abelhas, cujos efeitos são benéficos à saúde em tratamentos odontológicos.


Mesmo diante dos problemas enfrentados por toda a cadeia produtiva, o Brasil exportou mais de 27 milhões de toneladas de mel em 2017. O País faturou quase 122 milhões de dólares, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Os Estados Unidos foram os maiores compradores. Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Piauí, respectivamente, são os sete Estados que mais produzem mel no País, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por Fernando Sinimbu (MTb 654 /PI)
Embrapa Meio-Norte

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/07/2018

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Hidroponia, artigo de Roberto Naime


Hidroponia, artigo de Roberto Naime




Produção de morangos em sistema hidropônico
Produção de morangos em sistema hidropônico. Foto: Foto: MIRANDA, Fábio Rodrigues de / Embrapa

[EcoDebate] A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. Na hidroponia as raízes podem estar suspensas em meio líquido ou apoiadas em substrato inerte como areia lavada ou glóbulos de argila de natureza montmorillonítica.

Ao cultivar com solução nutritiva utilizando um substrato não inerte, húmus, por exemplo, é um cultivo sem solo, mas não é adequado se referir como sendo hidroponia. Quando a solução é aplicada ao solo, tem-se a fertirrigação. Não é cultivo sem solo, nem hidroponia. Em geral esta solução não é completa, pois tem caráter complementar aos nutrientes presentes nos solos.

Portanto, na hidroponia a única fonte de nutrientes para as plantas é a solução nutritiva, pois, se houver substrato, este é inerte. No caso de cultivo sem solo, basta que o solo não seja utilizado. A palavra hidroponia vem do grego, dos radicais “hydro” que é água e “ponos”, que é trabalho. Apesar de ser uma técnica relativamente antiga, o termo hidroponia só foi utilizado pela primeira vez em 1935 pelo Dr. W. F. Gericke da Universidade da Califórnia.

Gericke adotou o sistema de cultivo sem solo para as condições de campo, de tal forma que se tornou o primeiro passo para viabilizar o cultivo em escala comercial. Quando se diz que “Gericke é o pai da hidroponia” não significa que ele inventou o cultivo sem solo, mas trata-se de uma homenagem aos avanços científicos conquistados por ele e por ter pela primeira vez usado o termo hidroponia.

As plantas são colocadas em canais ou recipientes por onde circula uma solução nutritiva, composta de água pura e de nutrientes dissolvidos em quantidades individuais que atendam a necessidade de cada espécie vegetal cultivada. Esses canais ou recipientes podem ou não ter algum meio de sustentação para as plantas, chamado de “substrato”, como pedras ou areia.

A solução nutritiva tem um controle rigoroso para manter suas características, periodicamente é feito um monitoramento de pH e de concentração de nutrientes, assim as plantas crescem sob as melhores condições possíveis.

As plantas são cultivadas em perfis específicos, acima do substrato, por onde circula uma solução nutritiva composta de água pura e de nutrientes dissolvidos de forma balanceada, de acordo com a necessidade de cada espécie vegetal. A solução nutritiva tem um controle rigoroso para manter suas características. Periodicamente é feito um monitoramento do pH e da concentração de nutrientes, assim as plantas crescem sob as melhores condições possíveis.

Essa solução fica guardada em reservatórios e é bombeada para os perfis, conforme a necessidade, retornando para o mesmo reservatório.

O produto final cultivado em hidroponia é de qualidade superior, com aproveitamento total, pois é cultivado em estufa protegida e limpa, livre das variações do clima, dos insetos, animais e outros parasitas que vivem no solo. Na hidroponia os nutrientes são balanceados diariamente, conforme a necessidade do cultivo, fazendo com que as plantas recebam durante todo seu ciclo de crescimento, as quantidades ideais de nutrientes.

Hoje em dia a alface ainda é a mais cultivada, mas pode-se plantar brócoli, feijão-vagem, repolho, couve, salsa, melão, agrião, pepino, beringela, pimentão, tomate, arroz, morango, forrageiras para alimentação animal, mudas de árvores, plantas ornamentais, entre outras espécies.

As plantas não entram em contato com os contaminantes do solo como bactérias, fungos, lesmas, insetos e vermes.·As plantas são mais saudáveis, pois crescem em ambiente controlado procurando atender as exigências da cultura. Todo produto hidropônico é vendido embalado, não entrando em contato direto com mãos, caixas ou caminhões.

Ataque de pragas e doenças é quase inexistente, diminuindo ou eliminando a aplicação de defensivos. Pela embalagem o consumidor pode identificar a marca, cidade da produção, nome do produtor ou responsável técnico, características do produto e telefone de contato. Os vegetais hidropônicos duram mais na geladeira e fora dela, pois permanecem com a raiz.

Para o consumidor ainda são um pouco mais caros que os tradicionalmente cultivados, mas a diferença é de apenas alguns centavos. A procura e aceitação pelo consumidor são, cada vez, maiores e os comerciantes já se preocupam em oferecer produtos hidropônicos.

Este é um aspecto sobre o qual gostaríamos de chamar sua atenção. O produtor de cultivos hidropônicos trabalha com uma tecnologia moderna, limpa e com muitas vantagens, com maior higienização e controle da produção. A planta cresce mais saudável e, por estar longe, do solo menos sujeita a infestação de pragas. A produção se faz durante todo o ano por ser um cultivo protegido e tem alta produtividade.

Não há desperdício de água e nutrientes. A economia de água em relação ao solo é de cerca de 70%. A produtividade em relação ao solo aumenta em cerca de 30%.

Por ser colhida com raiz a sobrevida da planta hidropônica é muito maior que a da cortada no solo. Existem maiores qualidade e aceitação do produto. Estão eliminadas operações como aeração, gradeação, coveamento, capina, bem como a manutenção dos equipamentos utilizados para estas operações. A produtividade e a uniformidade da cultura são maiores e não há preocupação com a rotação de culturas e o replantio é imediato após a colheita.

É necessário se prevenir contra a falta de energia elétrica. É exigido conhecimento técnico e de fisiologia vegetal. Uma planta doente pode contaminar toda a produção.

O uso da hidroponia é descrita como medida auxiliar de grande importância na qualidade dos alimentos, evitando utilização de agrotóxicos, e portanto, prevenindo e defendendo ecossistemas.
Referência:
http://agriculturanaturaleorganica.weebly.com/agricultura-por-hidroponia.html

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/07/2018
"Hidroponia, artigo de Roberto Naime," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/07/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/07/17/hidroponia-artigo-de-roberto-naime/.

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Terapia Equina Relacional : A cura com o Cavalo

Terapia Equina Relacional : A cura com o Cavalo


Terapia Equina Relacional : A cura com o Cavalo

Texto: Alexandra Santana



A relação com os cavalos continua a mostrar resultados fascinantes na área da Saúde o que nos leva a partilhar a história de Joana que tinha já 36 anos quando conseguiu finalmente controlar a constante indecisão e ansiedade que controlavam a sua vida e eram consequência de uma depressão de longa data.

Através da relação que construiu com os cavalos em contexto terapêutico, conseguiu enfrentar situações da sua vida onde até aqui não tinha obtido sucesso “…os jogos com os cavalos obrigam-nos a olhar para dentro de nós com muito mais honestidade e a tomar decisões e comportamentos no aqui e no agora e isto tudo junto é um trabalho muito intenso de auto disciplina… Quando dei por mim o meu dia-a-dia tinha muito menos “stress” porque eu já conseguia regular as minhas emoções e comportamentos…”.

Também para Vitor, um menino de 5 anos com autismo a terapia com recurso a cavalos abriu novos horizontes. O Vitor não falava nem reagia bem ao toque mas logo desde o início que as sessões com os cavalos o tornaram mais receptivo para com o toque dos outros e aumentaram o seu nível de contacto visual com as pessoas. A grande conquista aconteceu quando o Vitor pediu aos pais para ver os cavalos “… ele já estava muito mais tranquilo em relação aos abraços, mais contacto visual…Mas quando pediu para ver os cavalos em casa foi uma surpresa muito grande, muito boa, nunca tinha acontecido nada do género…E agora aos poucos vamos alargando essa interacção a outros contextos e situações…”.

Quatro Patas e Uma Crina é o nome de um recente projecto de Saúde que associa a Terapia Assistida por Equinos à Terapia Psicomotora e a sua riqueza terapêutica deve-se à combinação certa entre técnicas e cavalos. Alexandra Santana, criadora do projecto explica que “…não é em qualquer centro hípico que se desenvolve um projecto deste tipo. O Centro Hípico da Costa do Estoril reúne as condições necessárias à implementação do projecto devido às condições de espaço que permitem que o trabalho decorra de forma tranquila e segura. As técnicas usadas na terapia exigem atenção, regulação de emoções, análise e tomada de decisão e estas são competências fundamentais para termos sucesso nas nossas vidas e os nossos clientes aqui vivem tudo isto num clima que promove estas aprendizagens…”.

No que respeita à admissão ao serviço é-nos explicado que “…Os diagnósticos são importantes e fornecem boas linhas de orientação mas são as necessidades dos nossos clientes que definem se eles são elegíveis para a nossa terapia ou não. Preocupamo-nos em conhecer as necessidades reais dos clientes e em compreender de que forma aquilo que fazemos os pode beneficiar…”.


O projecto está registado como um serviço terapêutico com metodologia própria e estuda neste momento as várias hipóteses que se apresentam no domínio da investigação científica “…é um dos grandes objectivos do projecto contribuir para a comunidade científica pois existe ainda um fascinante percurso a realizar nesta área de intervenção no nosso país”.


 https://globoplay.globo.com/v/6380700/

Alguns tópicos da estratégia de desinformação negacionista, por Henrique Cortez


Alguns tópicos da estratégia de desinformação negacionista, por Henrique Cortez
by Redação - 1/12/20178
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[EcoDebate] O negacionismo militante abusa da anticiência em uma bem-sucedida campanha de desinformação, ignorando qualquer estudo ou pesquisa contrária, com o objetivo de negar as mudanças climáticas e o aquecimento global antropogênico

Em geral, insistem em desrespeitar e desqualificar autores e comentaristas. Frequentemente ocultos pelo anonimato, abusam da lógica perversa de que é mais fácil desqualificar o outro do que qualificar a si mesmo.

Além disto, insistem na desinformação e na confusão de conceitos.

A desinformação deliberada apenas contribui para alimentar a confusão de conceitos e temas relacionados ao aquecimento global / mudanças climáticas. E desinformação, em qualquer tema, é algo inaceitável.

Senão vejamos alguns pontos da estratégia da desinformação negacionista:

* Criticam e desqualificam a opinião de autores alegando falta de base científica, mas fundamentam suas posições com opiniões que também não apresentam fundamentos/fontes científicas, com destaque para Patrick Moore, que foi dirigente do Greenpeace de 1981 a 1986, mas desde 1991 dedica-se a consultoria corporativa.  Em
http://www.sourcewatch.org/index.php?title=Patrick_Moore é possível conhecer uma interessante lista de alguns de seus clientes.

* Questionam a credibilidade de instituições e organizações internacionalmente reconhecidas e valorizadas, a partir de críticas de blogues anônimos, como o Real Science, supostamente de Steven Goddard. Digo supostamente porque a identificação apenas acontece no endereço web do blogue, que nada informa sobre o autor. 



Então, quem é Steven Goddard e qual a sua credibilidade? Uma rápida pesquisa no Google indica que é um pseudônimo, ou seja, Real Science é um blogue anônimo. Existem poucas citações deste ‘autor’, além de seus próprios textos e uma das poucas indicações sobre o suposto Steven Goddard está em http://www.desmogblog.com/steven-goddard . Amplamente denunciado, este blogue foi desativado em maio de 2016.

* No mesmo modelo de dupla lógica, acusam pesquisadores de serem ‘propagandistas com caneta de aluguel’, mas recorrem à opinião de negacionistas profissionais, financiados pela indústria da energia fóssil.

* No mesmo sentido, destacam supostos bilionários interesses econômicos nas energias verdes, como se os interesses econômicos nas energias sujas não fossem de vários trilhões… Na mesma vertente, ressaltam os danos da energia solar e eólica, omitindo os imensos danos sociais, ambientais e de saúde das energias fósseis.

* Questionam recentes pesquisas e estudos, usando referências com mais de uma década. Qualquer estudo de 1980, 1990 ou 2000 usou a melhor metodologia disponível, com os melhores recursos técnicos e tecnológicos da época e de acordo com o conhecimento científico acumulado até aquele momento. 


Mas a metodologia, os protolocos, os recursos e o conhecimento avançam e por isto o processo de conhecimento também avança. Fixar-se em dados/resultados/análises ultrapassados, como se eles fossem inquestionáveis, na prática, nega que o conhecimento científico está em permanente construção.

* Põe em dúvida estudos publicados em revistas científicas e submetidos a revisão por pares, mas uma das fontes mais citadas pelos negacionistas, Popular Technology.net, não identifica adequadamente seu ‘editor’ e colaboradores, o que impede a definição das responsabilidades legais e acadêmicas. 


No outro sentido, o blogue Skeptical Science, que questiona o negacionismo, é editado por John Cook, que honestamente é identificado e que explica não ser um cientista climático. 


Ou ainda, o blogue RealClimate, editado por cientistas climáticos, cita correta e adequadamente a lista de colaboradores. O anonimato é majoritariamente negacionista.

* Afirmam que os estudos e pesquisas que indicam o aquecimento global / mudanças climáticas, são apenas hipóteses, como de fato são. Mas omite que os eventuais e raros estudos / pesquisas negacionistas também são hipóteses. 


Duplo novamente, tratam corretamente os estudos e pesquisas que indicam o aquecimento global / mudanças climáticas como hipóteses, mas empoderam os estudos, pesquisas ou opiniões negacionistas como se fossem teorias comprovadas.

* ‘Pinçam’ informações de relatórios do IPCC fora de seus contextos, o que impede a correta compreensão. Além disto, ao citar o IPCC não dizem o que ele realmente é e o que faz.

O IPCC não ‘‘produz’’ ciência. Seus mais de 2000 pesquisadores, em vários grupos de trabalho e análise, consolidam e sistematizam dados de pesquisas / estudos. Cada relatório do IPCC é resultado da sistematização de centenas de estudos e pesquisas. 


Assim, cada relatório também revisa o relatório anterior e seus fundamentos, confirmando ou rejeitando conclusões. É natural portanto, que existam diferentes conclusões em seus relatórios, porque, cada um deles espelha sistematização das pesquisas do momento em que foi elaborado. 

E isto não é um defeito, ao contrário, é um mérito exatamente porque é assim que o conhecimento científico avança.

O processo permanente de revisão do conhecimento é uma das bases fundamentais da ciência e, daí, cabe perguntar se os trabalhos/estudos/pesquisas negacionistas também são revisados e atualizados.

* Usam e abusam da falácia do espantalho, que, aliás, é uma estratégia comum quando não há argumentos a apresentar.

* E, sempre rápidos em acusar os outros de estarem a serviços de interesses econômicos, nunca dizem a que interesses econômicos servem.

* Há, ainda, aqueles que afirmam suas convicções e conclusões, sem qualquer estudo, pesquisa ou artigo publicado que as amparem. Neste caso, suas convicções são mais relacionadas a fé do que a ciência.
A desinformação negacionista consegue ampla divulgação na web por força e empenho de seus militantes. Um estudo interessante [Internet Blogs, Polar Bears, and Climate-Change Denial by Proxy, https://doi.org/10.1093/biosci/bix133 ] coloca isto em discussão, demonstrando o empenho e a eficácia da desinformação.

Muitos cientistas, sites de notícias e blogues científicos se esforçam em divulgar informações confiáveis sobre as mudanças climáticas. Um ótimo exemplo a ser citado é o Prof. Alexandre Costa, Dr. em Ciências Atmosféricas, Professor Titular da Universidade Estadual do Ceará, em seu blogue “O que você faria se soubesse o que eu sei? ” [http://oquevocefariasesoubesse.blogspot.com.br/ ], bem como seus ótimos vídeos [https://www.facebook.com/pg/OQueVoceFariaSeSoubesse/videos/?ref=page_internal ] que se contrapõe à desinformação negacionista.

Mas, um fator indicado na pesquisa, é que o negacionista é militante. Um post negacionista anônimo, em um blogue obscuro, recebe milhares de compartilhamentos e retuítes.

No nosso caso, por exemplo, uma matéria sobre pesquisa climática talvez receba um retuíte ou um compartilhamento. Então, um grande diferencial está no comprometimento do(a) leitor(as), que no caso dos negacionistas é muito efetivo, resultando em ampla divulgação na web, do mesmo modo que acontece com as ‘fake news’.

Como demonstração adicional, vejam, abaixo, uma amostra das matérias exclusivas que publicamos, nos últimos meses, tratando de mudanças climáticas / aquecimento global, nas quais citamos e destacamos as pesquisas publicadas que deram origem às matérias.

Henrique Cortez, ambientalista e jornalista
editor da revista eletrônica EcoDebate, ISSN 2446-9394 e da revista (impressa) Cidadania & Meio Ambiente, ISSN 2177-630X


in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 01/12/2017

"Alguns tópicos da estratégia de desinformação negacionista, por Henrique Cortez," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 1/12/2017, https://www.ecodebate.com.br/2017/12/01/alguns-topicos-da-estrategia-de-desinformacao-negacionista-por-henrique-cortez/.

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