sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Prefeitura acalma nova-iorquinos: “Se você vir um esquilo deitado assim, não se preocupe; está tudo bem. Ele só está se refrescando do calor”

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Prefeitura acalma nova-iorquinos: “Se você vir um esquilo deitado assim, não se preocupe; está tudo bem. Ele só está se refrescando do calor”

Prefeitura acalma nova-iorquinos: "Se você vir um esquilo deitado assim, não se preocupe; está tudo bem. Ele só está se refrescando do calor"

Nas últimas semanas, mais de 90 milhões de americanos moravam em algum lugar onde havia um alerta de calor extremo. Em várias cidades, sobretudo de áreas do sul e da costa leste do país, os termômetros chegaram aos 40oC. De acordo com o Sistema Nacional de Meteorologia, as altas temperaturas, chamadas pelo órgão de “perigosas e sufocantes”, atingiram Boston, Washington D.C. e Nova York. Nesta última, por ano são 370 mortes associadas com o calor.

Mas não são apenas os moradores da cidade que sofrem com o verão excruciante. Os animais também. Há poucos dias o Departamento Municipal de Parques, o NYC Parks divulgou uma nota acalmando os nova-iorquinos sobre o comportamento dos esquilos nesses meses de verão:

“Se você vir um esquilo deitado assim, não se preocupe; está tudo bem. Em dias quentes, os esquilos se refrescam se esticando em superfícies frias para reduzir o calor do corpo”, explicou o NYC Parks em suas redes sociais.

Chama a atenção a posição “escarrapachada” do esquilo porque, em geral, esses pequenos animais vivem saltando ou correndo para todo lado.

Prefeitura acalma nova-iorquinos: "Se você vir um esquilo deitado assim, não se preocupe; está tudo bem. Ele só está se refrescando do calor"

A imagem divulgada pelo NYC parks: o esquilo tentando aliviar o calor

Biólogos explicam que vários outros mamíferos, inclusive os domésticos, como cães e gatos, usam a mesma estratégia para diminuir a temperatura do corpo. Como na barriga eles têm menos pelos do que em outras partes do corpo, isso os ajuda a esfriar.

Para seus moradores humanos, a prefeitura de Nova York implementou uma série de medidas para lidar com a crise climática e os verões cada vez mais quentes. Além de oferecer subsídios para a compra de aparelhos de ar-condicionado para idosos de baixa renda em 2020, a cidade investiu na pintura de telhados (que eram pretos e agora são brancos, plantio de árvores e criação de espaços ao ar livre onde as pessoas podem buscar sombra.

Já nos zoológicos americanos, assim como nos europeus como mostrei há poucas semanas, os animais estão recebendo atenção especial por causa do calor extremo. No New England Stone Zoo, em Stoneham, no Massachusetts, os cuidadores deram um bloco enorme de gelo para a onça-pintada Seymor e bem no meio dele tinha uma surpresa: um pedaço de carne.

Prefeitura acalma nova-iorquinos: "Se você vir um esquilo deitado assim, não se preocupe; está tudo bem. Ele só está se refrescando do calor"

A onça Seymor e seu blocão de gelo
(Foto: Zookeeper Ashlee)

*Com informações do jornal The Guardian

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Foto de abertura: domínio público/pixabay

Inglaterra enfrenta maior seca dos últimos 50 anos: metade da safra de batata pode ser perdida e multa pra quem usar mangueira é de mais de R$ 6 mil

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Inglaterra enfrenta maior seca dos últimos 50 anos: metade da safra de batata pode ser perdida e multa pra quem usar mangueira é de mais de R$ 6 mil

Inglaterra enfrenta maior seca dos últimos 50 anos: metade da safra de batata pode ser perdida e multa pra quem usar mangueira é de mais de R$ 6 mil

Este é o verão mais quente dos últimos 50 anos na Inglaterra. O país enfrenta a mesma onda de calor extremo que muitos de seus vizinhos, como França, Portugal e Itália. Em meados de julho, o continente já tinha registrado algumas das temperaturas mais altas de sua história. Na em geral cinzenta e chuvosa Londres, os termômetros chegaram a registrar inacreditáveis 41oC (leia mais aqui).

Para este final de semana, os meteorologistas alertam sobre uma nova onda de calor e amanhã os londrinos podem sofrer com 36oC (lembrando que pouquíssimas casas têm aparelhos de ar-condicionado por lá e as construções foram projetadas para reter o calor, já que no passado, a maior preocupação era com o frio).

Nesta sexta-feira, o governo da Inglaterra declarou oficialmente “estado de seca” em diversas regiões do país. A Agência de Meio Ambiente incluiu sete delas no alerta: Devon e Cornwall, Solent, South Downs, Kent e south London, Herts e north London, East Anglia, Thames, Lincolnshire, Northamptonshire e east Midlands.

“As altas temperaturas atuais que estamos enfrentando exacerbaram as pressões sobre a vida selvagem e nosso ambiente aquático”, ressaltou Harvey Bradshaw, diretor-executivo da agência.

Este ano, o Reino Unido teve cinco meses consecutivos de chuvas abaixo da média. O sul da Inglaterra recebeu apenas 17% da precipitação média em julho.

A falta de chuvas deixou alguns importantes rios, que abastecem as residências de milhões de ingleses, em situação crítica. Por enquanto, o governo garante que o abastecimento de água está seguro. Todavia, o desperdício não é aceito.

Em algumas lugares, como em Hampshire e na Ilha de Wight, já existe proibição para o uso de mangueira para regar jardins ou lavar calçadas ou veículos. A empresa de abastecimento Southern Water informou que as multas para quem descumprir a ordem podem chegar a £1 mil, mais de R$ 6 mil.

“Se você notar um vizinho, familiar ou amigo, nas áreas afetadas, usando água para as atividades restritas, lembre-os gentilmente das restrições em vigor e encaminhe-os para nosso site para obter mais informações. E se você vir alguém violando repetidamente as restrições, informe-nos por meio de nossa equipe de atendimento ao cliente”, alertou a companhia a seus clientes.

A seca já traz temor também entre os agricultores. Produtores de batata afirmam que 50% do cultivo pode ser perdido.

Um estudo publicado recentemente pelo World Weather Attribution reforça as previsões anteriores divulgadas pelo Met Office, o serviço nacional de meteorologia, de que a probabilidade de ocorrerem temperaturas de 40oC no Reino Unido aumentou rapidamente como resultado das mudanças climáticas causadas por humanos.

*Com informações dos sites CNN Internacional e dos jornais Mirror e The Guardian

Foto de abertura: Mett Office

Google é condenado pelo Tribunal de Justiça do DF a excluir do YouTube todos os vídeos de caça a animais silvestres no Brasil

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Google é condenado pelo Tribunal de Justiça do DF a excluir do YouTube todos os vídeos de caça a animais silvestres no Brasil

Como resposta a uma ação pública cível movida pela RENCTAS – Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, em junho deste ano – que solicita a retirada de vídeos que mostram e incentivam a caça a animais silvestres no Brasil -, o Tribunal de Justiça do DF condenou o Google (proprietário do YouTube), em primeira instância.

A organização reivindicou não só a retirada dos vídeos indicados no processo (como ilustração), como de todos que se referem a esse tipo de conteúdo, e também que a empresa impeça a publicação de novas produções. E anexou um abaixo-assinado.

Você já assistiu a algum desses vídeos? As cenas são horríveis! O estampido das balas é de arrepiar. Mas, quando procurada pela RENCTAS, os representantes da plataforma alegaram que, de acordo com as diretrizes da comunidade, “a caça está num contexto geralmente aceito”. E foi assim que o YouTube se tornou a plataforma favorita dos caçadores, contribuindo para o crescimento da caça ilegal no Brasil

A ação foi protocolada por Sonja Pereira da Silva, advogada da RENCTAS, e inteiramente acatada pelo juiz Carlos Frederico Maroja de Medeiros, da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal. 

Multa diária e 15 dias úteis para tomar providências

Publicada em 10 de agosto, a sentença do MPF indica que a plataforma deve retirar do ar, em 24 horas, todos os vídeos que promovem essa prática. Mas, como se pode ver, por esta página (que se refere somente à hashtag caça: #caça), ainda há links celebrando a caça desses animais. 

Só nesse link, há 4,3 mil vídeos de 1,3 mil canais registrados na plataforma

multa diária pelo descumprimento da decisão é de R$ 10 mil, mas a empresa pode ter recorrido para usufruir do prazo de até 15 dias úteis para tomar providências

Para a RENCTAS, trata-se de uma vitória histórica, um marco no combate a caça de animais silvestres no Brasil, visto que esse tipo de violência contra a fauna silvestre não terá mais o apoio de sua principal plataforma de divulgação. 

Justiça acionou polícias e órgãos ambientais

No que se refere à proibição de novos vídeos de caça a animais silvestres no território brasileiro, o juiz acrescentou que a decisão contempla a caça de “qualquer espécie da fauna no território brasileiro” e, ainda, que o Google deve pagar custas e honorários do processo. 

Por fim, expediu ofícios a quatro órgãos – Polícia Civil do DF, Polícia Federal, IBAMA e IBRAM – Instituto Brasília Ambiental (órgão executor de políticas públicas ambientais e de recursos hídricos no Distrito Federal) – para que tomassem conhecimento dos detalhes do processo e apurem os fatos e analisem os perfis dos usuários do YouTube que publicam esse tipo de conteúdo. 

Para o MPFnão há qualquer dúvida de que o conteúdo dos vídeos citados é violento e demonstra “o anseio de propagar ações arbitrárias em prol de interesses individuais, em muitos deles de forma anônima, sem explicitar os verdadeiros responsáveis e interessados no resultado de tais ações violentas, contrárias aos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito”.

Alertas de desmatamento na Amazônia atingem 1.478 km2 em julho, área equivalente à da cidade de São Paulo, diz Inpe

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Alertas de desmatamento na Amazônia atingem 1.478 km2 em julho, área equivalente à da cidade de São Paulo, diz Inpe

área de alertas de desmatamento na Amazônia, em julho, atingiu 1.487 km2, um empate técnico em relação a julho do ano passado (1.498 km2). É uma área equivalente à da cidade de São Paulo (1.500 km2) destruída num único mês. Os dados são do Deter-B – o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), e foram divulgados hoje, 12/8.

Como a medição do desmatamento é feita de agosto de um ano a julho do ano seguinte, já é possível estimar a área acumulada de alertas na Amazônia em 2022: 8.590 km2a terceira mais alta da série histórica iniciada em 2015 (todas ocorreram no regime Bolsonaro).

Isso deve refletir numa taxa oficial de desmatamento acima dos 10 mil km2 pelo quarto ano consecutivo. Os dados finais vêm de um outro sistema do Inpe, o Prodes, que é mais acurado que o Deter, mas cujas estimativas só são divulgadas no fim do ano.

Como, no ano passado, um número do Deter de 8.780 km2 correspondeu a uma taxa oficial de desmatamento de 13.038 km2, ainda não é possível descartar uma inédita quarta elevação seguida na destruição da Amazônia.

Fora de controle

Jair Bolsonaro já é hoje o único presidente desde o início do monitoramento por satélite da floresta (em 1988) a ver o desmatamento crescer por três anos seguidos em seu mandato.

“É mais um número que estarrece, mas não surpreende: o desmatamento fora de controle na Amazônia resulta de uma estratégia meticulosa e muito bem implementada de Bolsonaro e seus generais para desmontar a governança socioambiental no Brasil”, disse Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima (OC).

O sistema Deter foi criado em 2004 e não serve para calcular área desmatada; seu objetivo é detectar o desmate enquanto ele acontece para orientar a fiscalização do Ibama.

A administração de Bolsonaro, no entanto, destruiu a fiscalização: segundo dados do MapBiomas Alerta, apenas 2,4% dos alertas de desmatamento emitidos pelos satélites corresponderam a uma ação em campo de autuação ou embargo de propriedade pelos órgãos ambientais federais de 2019 a 2021.

Não foi só a inação que levou o corte raso a sair do controle: a ação também.

BR-319 contribuiu para a explosão do desmatamento

Durante o governo Bolsonaro, o asfaltamento da BR-319, rodovia que corta o maior bloco de florestas intactas da Amazônia, começou a avançar mais rapidamente – até a concessão da licença prévia para o trecho ambientalmente mais sensível da obra, liberada no último dia 28, atropelou pareceres de técnicos do próprio governo.

A expectativa da pavimentação foi um dos fatores que levaram o desmatamento a explodir no Amazonas. O estado passou Mato Grosso pela primeira vez como segundo mais desmatado da Amazônia Legal em 2022 (o Pará é o líder).

Foram 3.072 km2 de alertas no PA, 2.292 no AM e 1.433 em MT. Os municípios de Lábrea (AM) e Apuí (AM), na zona de influência da BR, foram respectivamente o 1º e 2º estados com maior área de alertas de desmatamento de toda a região amazônica.

“A divulgação dos dados do Deter um dia depois da festa cívica da leitura das cartas pela democracia nos lembra do risco que a floresta e o país correm caso Bolsonaro triunfe em seu plano de romper a ordem institucional no Brasil”, destaca Astrini.

Qualquer solução para a floresta começa em outubro, nas urnas, com a derrota do mandatário que deu ao crime o controle sobre metade do território do Brasil”.
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*Este texto foi publicado originalmente no site do Observatório do Clima, em 12/8/2022 e editado/adaptado por Mônica Nunes para reprodução aqui, no Conexão Planeta

Foto: Christian Braga / Greenpeace Brasil