quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Inspirados por livros, alunos indígenas no Pará criam gibi sobre conservação ambiental


Por Geovane Brito, G1 Santarém, Pará
 


Inspirados por livros, alunos indígenas no Pará criam gibi sobre conservação ambiental

Atividade foi desenvolvida na comunidade ribeirinha Nova Vista, em Santarém. Iniciativa se deu após dica de professor sobre a leitura de trilogia que destaca saga de super-heróis em defesa da floresta Amazônica.

Inspirados por livros, alunos indígenas no Pará criam gibi sobre conservação ambiental
Marcelo Borari

Por Geovane Brito, G1 Santarém, Pará
29/08/2018 11h20  Atualizado há 5 horas

O ambiente escolar é ideal para se dar início às ideias que podem ajudar na preservação do meio ambiente. Foi pensando assim que alunos indígenas da região de rios de Santarém, no oeste do Pará, criaram gibis que destacam o potencial do meio ambiente e como o ser humano pode ajudar a mantê-lo, tirar proveito, mas sem agredir a natureza.

Os estudantes são do 1º ano do ensino médio do Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei) da aldeia Nova Vista, comunidade localizada na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, e a iniciativa de criação dos gibis partiu depois da leitura da trilogia “Amazon-Guerreiros da Amazônia”, que conta a saga de jovens super-heróis em defesa da floresta Amazônica.

Alunos leram a trilogia, fizeram gincana cultural e elaboraram gibi sobre a vivência em comunidade e na natureza (Foto: Rafael Lobato)
Alunos leram a trilogia, fizeram gincana cultural e elaboraram gibi sobre a vivência em comunidade 
 e na natureza (Foto: Rafael Lobato)

Todo o trabalho de criação ocorreu durante gincana cultural e os jovens usaram como base para os textos temas da realidade local, como desmatamento, pesca ilegal e preservação da floresta. A delicadeza dos traços dos desenhos foi feita à mão.

Leitura dos livros
A ideia de apresentar a trilogia para os estudantes surgiu a partir da necessidade de debater temas importantes referentes a meio ambiente e Amazônia numa linguagem clara, objetiva e acessível e que contasse com a participação dos indígenas.

O professor de artes e filosofia Marcelo Neves foi quem leu primeiro os livros e depois os apresentou à comunidade escolar. Segundo ele, empolgados com as histórias, os alunos leram os livros em menos de duas semanas.

Essa atitude dos alunos surpreendeu Marcelo, pois, apesar de a escola já ter biblioteca, a classe estudantil ainda tinha dificuldades no hábito da leitura. Isso o instigou a questionar os alunos, que responderam em poucas palavras o motivo pelo qual leram as obras. “Gostamos das ilustrações e imagens”, disseram.

Da leitura à produção
O feedback dos jovens deu início a atividades extraclasses na escola. Um jogo de perguntas e respostas, um momento de livre debate sobre as questões ambientais. O resultado dessa gincana foi a criação do gibi.

Alunos na sala de aula participando a criação do gibi após leitura da trilogia 'Guerreiros da Amazônia' (Foto: Rafael Lobato)

Quando se trata de conservação ambiental, o entendimento das populações indígenas vai muito além da importância de se manter uma floresta em pé. “Eles entendem que preservar significa preservar também a própria vida deles. Eles perceberam que não precisa ser super-heróis, à moda dos quadrinhos, para fazer algo em prol da natureza”, destacou o professor.

A direção da escola apoiou a iniciativa, gostou muito da proposta do livro e pretende propor aos demais professores do município que adotem a obra como material didático e de apoio às disciplinas como artes, geografia, história e literatura. Bem como, as matérias sobre clima, meio ambiente e florestas tropicais.

A trilogia
A trilogia ambientada no coração da floresta Amazônica, utiliza a temática de super-heróis, crianças e jovens são convocados para vestirem as armaduras sagradas que detêm os poderes dos animais e assim defendem a Floresta Amazônica e os seus habitantes.

Alunos na sala de aula participando a criação do gibi após leitura da trilogia 'Guerreiros da Amazônia' (Foto: Rafael Lobato)
Trilogia "Guerreiros da Amazônia", do escritor Ronaldo Barcelos (Foto: Geovane Brito/G1)
O objetivo é resgatar o amor e a autoestima das crianças que vivem nas florestas e levar o entendimento para as que nasceram e vivem em grandes centros urbanos. Essas, que são a maioria, cresceram sem a conexão com a natureza.


Trilogia "Guerreiros da Amazônia", do escritor Ronaldo Barcelos (Foto: Geovane Brito/G1)
Os três livros contam com 10 personagens inspirados em animais ícones da floresta, como onça, arara, boto, ariranha e macaco. A história inicia com um encontro dos líderes indígenas momentos depois da colonização do Brasil.

Eles criam uma comunidade chamada Amazon que é presenteada pela natureza com armaduras sagradas. Alguns jovens são convocados para usar as armaduras, e cada vez que a floresta entra em perigo os super-heróis entram em ação com a missão de salvar a Amazônia da devastação.
A história dos Guerreiros é uma sementinha de esperança para uma geração que definirá o futuro da Floresta e do seu povo nos próximos 15 anos. Os livros chegaram até a Resex por meio de doações do próprio autor, Ronaldo Barcelos.

*Colaborou Ana Carolina Maia

A força da união das pessoas para manter a floresta em pé e rentável

Projeto Semear, Amapá, na Vila do Arraiol do Bailique (Foto: Márcia do Carmo/Embrapa/Divulgação)

A força da união das pessoas para manter a floresta em pé e rentável

Por Amelia Gonzalez, G1
 



Estive algumas vezes na Amazônia, em recantos diferentes, sempre a trabalho, fazendo 
reportagens em comunidades indígenas e ribeirinhas. Não foram poucas as situações em 
que os pequenos agricultores contaram histórias arrepiantes, de como foram explorados 
pela figura do atravessador. Trata-se da pessoa que faz a ponte entre quem produz e quem 
quer comprar, geralmente por possuir ferramentas importantes para ambos, talvez um veículo de locomoção para fazer o frete. Assim sendo, o atravessador cobra um preço – considerado injusto na quase totalidade das situações – e se torna uma persona non grata por todos, o que acaba contribuindo para que caia numa quase marginalidade.

Algumas comunidades, porém, descobriram um antídoto para o mal provocado pelo atravessador: a união. Organizadas e estruturadas, elas conseguem juntar dinheiro e pagar o frete, ficam fortes para cobrar espaço em feiras e, dessa forma, tornam-se protagonistas em seus sistemas produtivos. Foi assim com os ribeirinhos do Arquipélago do Bailique, no Amapá, que acabam de formar a cooperativa dos Produtores Agroextrativista do Bailique (AmazonBai) filiada à Organização das Cooperativas do Amapá (OCB/AP), que recebeu, recentemente, o selo FSC (Forest Stewardship Council). E fornecem polpa de açaí 100% vegano.

Foi um longo caminho até que os cerca de onze mil habitantes das oito ilhas que formam o Arquipélago do Bailique chegassem a este resultado. Acompanhei parte do processo de 
criação do Protocolo Comunitário local, uma ferramenta de gestão territorial que procurou botar pingos nos is e traçar caminhos, criar regras e, assim, entre outras coisas, fortalecer a 
comunidade.

A formação de redes é fundamental para o progresso desses projetos que buscam respeitar o ambiente, sabendo que dele será preciso extrair coisas, mas entendendo a melhor maneira de
 tirar para não destruir. Assim, entre outras coisas, é possível reverter o êxodo rural, convencendo jovens a ficarem onde estão, em vez de se aventurarem em cidades à procura de subempregos.

Outro exemplo bem sucedido de associação comunitária que leva a teoria sobre o 
desenvolvimento sustentável a uma boa prática, foi contado em reportagem de Sue 
Branford e Maurício Torres, publicada esta semana no site Mongabay. Acontece ao longo 
da bacia do Rio Xingu, no Pará, onde os moradores estão administrando seus próprios postos comerciais e aumentando consideravelmente suas rendas. É uma forma de tornar 
economicamente viável e sustentável a vida nas florestas.

E há, neste caso específico da Terra do Meio, a terra que fica entre os rios Xingu e Tapajós, um interessante processo de escambo. Entrevistado pelo site, Pedro Pereira de Castro, que mora na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, conta que tem um entreposto comercial, criado depois de muito penar nas mãos de comerciantes inescrupulosos a quem entregavam toda a produção de castanha do Pará, borracha e óleos.

“As famílias locais entregam a produção de castanha do Pará, borracha e óleos às cantinas, 
em troca de dinheiro ou utensílios domésticos essenciais, como sabão, sal, café e botas”, 
conta a reportagem.

Há 22 cantinas que estão reunidas numa associação comunitária e é através desta associação
 que as empresas que não são da região podem fazer contato e contratos comerciais. 
Juntas, as cantinas têm um capital de giro que chega a R$ 530 mil, explica o site – 
“Só as vendas de castanha do Brasil da última safra trouxeram 1,5 milhão de reais 
(US $ 381.000)”.

Organizações da sociedade civil têm sido importantes neste processo, como o Instituto 
Socioambiental (ISA) e o Imaflora.

Uma das coisas que acho importante na administração de tais cantinas é que todo o 
programa nos apresenta uma chance de reordenar alguns conceitos que ficaram enraizados 
durante muito tempo. O primeiro deles é o do extrativismo, que se tornou vilão nos anos 70, 
quando se começou a ter noções mais claras sobre os impactos das atividades humanas junto 
aos bens naturais.

Na verdade, há como extrair recursos da floresta sem danificá-la, e esta é a maneira como 
os indígenas vêm vivendo desde o início dos tempos. É o jeito de tornar a floresta em pé e
 rentável. Quem explica isso é Augusto Postigo, antropólogo do ISA que trabalha junto às 
comunidades:“O fortalecimento do extrativismo na reserva se transformou em uma maneira de administrar a reserva, com a reocupação da terra e o fortalecimento dos direitos sobre o território histórico tradicional e o monitoramento das áreas protegidas. Ao mesmo tempo, iniciativas foram tomadas para melhorar a educação e a saúde, porque isso é necessário para organizar a produção.”

É mais ou menos assim: não será, sob hipótese alguma, apenas mantendo intactas as florestas 
que se vai conseguir um desenvolvimento sustentável. Em um certo momento, sim, este ficou 
sendo o conceito mais usado por quem se impressionara com a forma agressiva de buscar as 
reservas e terminar com elas. Mas o que já se sabe, e não custa reafirmar, é que é possível 
fazer uso das florestas de maneira diferente, mais consciente, o que as torna, inclusive, um 
meio de sobrevivência que tem atraído muitos jovens, como explica Maria Laur, que administra a cantina São Francisco, na Reserva Extrativista do Rio Iriri.

“Estou impressionada de ver jovens quebrando castanha do Brasil porque estavam virando as 
costas para a floresta, ficando em casa. Mas hoje eles passam o dia todo trabalhando com os 
pais, não querem ir à cidade. Se as nozes não trouxessem dinheiro, como poderíamos ter nossos filhos voltando e trabalhando conosco?”

Este é o ponto. O fortalecimento das comunidades, da cultura local, afasta também o risco de 
que apenas as grandes corporações do agronegócio tomem conta e façam da floresta um campo devastado. A proteção do território é feita pelas próprias pessoas que moram ali, sem precisar contratar ninguém de fora para isso.

Esta história não termina aqui, faz parte de um longo processo de reflexão em que seria
 interessante incluir todos os atores, inclusive as grandes corporações. É apenas um início de um grande movimento que vem se formando contra os abusos cometidos por pessoas que não querem ver uma mudança no rumo das coisas.

Três coisas que podemos fazer para evitar que a temperatura da Terra suba além do limite

Três coisas que podemos fazer para evitar que a temperatura da Terra suba além do limite

  • 14 agosto 2018
Vista aérea de uma fazenda seca na AustráliaDireito de imagemREUTERS
Image captionA seca na Austrália é apenas uma das formas pelas quais as pessoas estão experimentando o clima extremo
Este ano, milhões de pessoas em todo o mundo estão sentindo de forma extrema os efeitos da mudança climática.
Ondas de calor fizeram a temperatura subir a níveis alarmantes do Japão ao círculo polar ártico. Incêndios florestais varreram a Califórnia e a Grécia. E o Estado mais populoso da Austrália, Nova Gales do Sul, está agora completamente seco.
Para cientistas que estudam o clima, estes acontecimentos são um sinal de alerta da ameaça representada pela mudança climática antropogênica, isto é, produzida pelo homem a partir da liberação massiva de carbono na atmosfera.
"Eu acredito que as pessoas estejam associando, de forma correta, sua experiência cotidiana com o aquecimento do planeta", diz Bill Hare, cientista do clima e cofundador do consórcio científico Climate Analytics.
Image captionReduzir o uso de termoelétricas movidas a carvão é um ponto-chave para controlar a mudança climática
Um aumento de 2ºC na temperatura global é considerado o máximo que o planeta pode tolerar sem o risco iminente de catástrofes em nossa alimentação, abastecimento de água, biodiversidade ou no nível dos mares.
Na Cúpula do Clima de Paris, realizada no fim do ano passado, líderes de vários países do mundo concordaram em tentar manter o aquecimento global "bem abaixo" deste limite crucial - abaixo de 1,5ºC - o que pode fazer uma grande diferença para populações vivendo em pequenas ilhas ou outras áreas vulneráveis.
Mas o mundo conseguirá manter essa promessa? Eis o que os especialistas dizem ser preciso fazer para cumprir o objetivo.

Substituir combustíveis fósseis por renováveis

Para limitar o aquecimento do planeta a 1, 5 C° ou menos, cientistas concordam que as emissões de carbono devem chegar a um pico em 2020, e então declinar rapidamente até zero pela metade do século, ou um pouco depois.
"Se conseguiremos fazer isto, se é viável econômica e tecnicamente, são questões legítimas de se perguntar. Mas a comunidade científica tem mostrado que é possível sim, e na maioria dos casos, economicamente viável, com grandes benefícios para o desenvolvimento sustentável", disse Bill Hare à BBC.
Um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) afirma que, se ações neste sentido forem tomadas cedo o suficiente, 70% das emissões de carbono podem ser cortadas até 2050. E, até 2060, a economia mundial pode tornar-se livre de carbono.
Uma transição tão grande nas fontes de energia necessitaria de uma "escalada sem precedentes no uso de tecnologias de baixo carbono, em todos os países", diz o relatório da IEA.
Image captionO carvão não é apenas poluente - é também perigoso para as pessoas que trabalham com ele
A boa notícia é que não só na Europa, mas também na China e na Índia, o carvão está sendo rapidamente substituído na função de combustível para a geração de energia. O uso de energia eólica (do vento) e solar está se tornando mais comum.
De acordo com um artigo de Bill Hare, outra medida importante para diminuir as emissões seria eletrificar o sistema de transporte. O último carro movido a gasolina precisa sair da concessionária antes de 2035 se quisermos cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 C°, diz o texto de Hare.
Outra contribuição pode vir de casas e escritórios que gerem eletricidade renovável em quantidade suficiente para atender às próprias necessidades.
Mas será que o mundo está caminhando para começar a reduzir suas emissões de gás carbônico depois de 2020?
"Não está claro ainda", diz Hare. "Parece que as emissões de CO2 começaram a crescer novamente e, se isto se confirmar, só vão começar a cair novamente bem depois de 2020. Até o momento, não parece que será possível (cumprir a meta), a não ser que países relevantes comecem a agir", diz ele.
Image captionO uso da energia eólica está avançando - inclusive nos países em desenvolvimento

Proteger e regenerar as florestas

A derrubada das florestas tropicais é responsável por cerca de 20% das emissões anuais de gases causadores do efeito estufa. Portanto, deter a derrubada de florestas é algo muito relevante para conter as emissões de carbono.
Um estudo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, sugere que regenerar estas florestas é também a melhor forma de recapturar carbono que foi lançado na atmosfera - ajudando, portanto, a segurar o aumento da temperatura.
A líder do estudo é a especialista em ciência do clima Anna Harper. Segundo ela, levantamentos anteriores sugerem que a recuperação das áreas de floresta tropical poderia remover uma ou duas gigatoneladas de carbono da atmosfera por ano. Um número significativo, se levarmos em conta que o total de emissões atuais é de 10 gigatoneladas por ano.
Cientistas dizem que, mesmo que o mundo zere as emissões de carbono até a metade deste século, ainda é possível ampliar os esforços com "emissões negativas", de forma a atingir os objetivos globais contra o efeito estufa.
Técnicas estão em desenvolvimento para capturar e armazenar carbono em árvores, no subsolo e no leito marinho.
Um artigo publicado por Anna Harper no periódico científico Nature Communications analisou uma destas soluções - usinas de bioenergia que capturam e armazenam CO2 - e concluiu que plantar ou reflorestar regiões de mata ainda é a melhor forma de mitigar os efeitos da mudança climática.
Image captionSegundo o estudo da Universidade de Exeter, a natureza já criou a forma mais eficiente de retirar carbono da atmosfera
"Para atingir os objetivos do acordo de Paris, precisamos tanto reduzir drasticamente as novas emissões quanto usar um mix de diferentes técnicas para remover carbono da atmosfera", diz Harper.
"Não existe uma 'cartada mágica' que vá resolver todos os problemas", diz a pesquisadora.

Manter os políticos na linha

A ciência continuará monitorando a trajetória das emissões de carbono, de modo a saber se o mundo está ou não no caminho para atingir as metas de controle de temperatura.
Mas uma análise mais cuidadosa das promessas feitas por cada país após o acordo de Paris em 2015 mostra que os esforços ainda estão aquém do necessário.
Em seus relatórios, a IEA estima que as emissões de carbono feitas pelo setor de energia precisam ficar abaixo de 790 gigatoneladas, de 2015 até 2100, para que a meta de 1,5 C° seja atingida.
Apesar disso, os compromissos atuais dos países permitiriam que este setor, sozinho, lançasse na atmosfera 1,260 gigatoneladas só até 2050.
Isto significa que o eventual sucesso em conter o aumento das temperaturas dependerá de "emissões negativas" - captura de carbono - e de novas tecnologias e esforços. Ou não acontecerá.
Image caption"Aquecimento global não é um mito", diz o cartaz exibido num protesto durante o encontro dos países do G20 em Hamburgo, Alemanha, em julho de 2017
Os dirigentes dos principais países emissores do mundo se encontram nos eventos do G20 - a reunião das vinte maiores economias do mundo. Os países deste grupo somam 63% da população do mundo e 83% das emissões.
Estes países - cujas populações são provavelmente mais atentas às questões ambientais e mais aptas a se manifestar por seus direitos - estabeleceram metas de controle de emissões.
"Em termos do público em geral, as pessoas estão agora mais atentas à questão da mudança climática. E eu acho que isto está levando a mais pressão sobre os políticos, seus partidos e a indústria, para reduzir as emissões", diz Bill Hare.
Mesmo assim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou os EUA do acordo de Paris. E prometeu trazer de volta à vida o setor de carvão do país.
"A história vai julgá-lo. Todos concordamos, penso eu, que não há catástrofe climática capaz de fazer Donald Trump rever sua posição", diz o cientista.