quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Marina: Eu e a sociedade brasileira estamos no 2º turno

Marina é a única candidata a presidente disposta a defender o meio ambiente!


Questionada sobre sua queda recente nas pesquisas eleitorais, que indicaram até a possibilidade de Aécio Neves (PSDB) disputar uma vaga no segundo turno, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) não respondeu diretamente e repetiu ter convicção de que chegará ao segundo turno. "A sociedade brasileira e eu já estamos no segundo turno", disse a candidata nesta quarta-feira, 1º, em coletiva.
"Temos plena convicção que os brasileiros não vão transformar essa eleição em plebiscito", disse, recorrendo ao seu discurso de vontade de mudança do eleitorado e tendência a quebrar a polarização tradicional entre PT e PSDB. Marina também voltou a criticar a falta de programa dos adversários -


Dilma não vai apresentar programa e Aécio está divulgando seu programa de governo, de forma fatiada nas redes sociais, nessa última semana antes do primeiro turno. A candidata do PSB disse seguir "firme" em suas propostas colocadas no programa - divulgado no fim de agosto - e citou o passe livre e o compromisso de destinar 10% da arrecadação bruta da União para a saúde.

Ataque cibernético
Marina comentou a investigação preliminar feita por sua equipe de campanha a um ataque que deixou seu site fora do ar por cerca de cinco horas no dia 12 de setembro. "Não queremos fazer nenhum tipo de prejulgamento, queremos esclarecer a motivação e quem estava envolvido", disse Marina ao pontuar que esse tipo de ação, que envolveu mais de mil computadores, tem um custo e exige uma organização.

Ontem, a campanha divulgou através do coordenador Walter Feldman que a investigação preliminar apontou que ataques partiram de computadores de ao menos três instituições públicas: Petrobras, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e prefeitura de Ivoti (RS) - comandada pelo PSDB. A campanha disse que iria encaminhar na noite de ontem uma representação para o Tribunal SUperior Eleitoral (TSE) pedindo investigação do caso.

Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília

Reeleição é uma chaga em nosso País, critica Marina



A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) comentou nesta quarta-feira a denúncia feita por reportagem publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, de que dirigentes dos Correios afirmaram que a presidente Dilma Rousseff (PT) avançou nas pesquisas pelo trabalho de apoio feito pela estatal à campanha petista em Minas Gerais. Marina disse que o caso é reflexo do sistema de reeleição, que considera "uma chaga neste País".
 
 "A reeleição começou de forma errada, com compra de votos, inaugurando o mensalão no Congresso Nacional", disse a ex-ministra em referência à denúncia de compra de voto para aprovar a emenda da reeleição no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Marina repetiu que ela e sua coligação são contra a reeleição por ser um sistema que consideram gerar o aparelhamento do Estado e uso político das instituições públicas, como pode ter sido o caso dos Correios. "Esse tipo de prática deve ser condenado pela sociedade e, principalmente pela Justiça Eleitoral", afirmou.

Na coletiva realizada após visita à comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, Marina também rebateu as acusações recentes da adversária petista. Dilma disse ontem que Marina tem "desvio de caráter" por ter mentido sobre a forma que votou em relação à CPMF enquanto senadora. "Falta de caráter é vir a uma comunidade como essa e prometer um hospital e não cumprir depois de quatro anos. Isso sim é mentira", disse a candidata ressaltando uma reclamação da comunidade de Paraisópolis quanto à promessa não cumprida pela presidente Dilma.

A campanha de Dilma também acusou Marina de andar com "gente da ditadura", em referência ao apoio de Marina ao candidato ao Senado em Santa Catarina Paulo Bornhausen - filho de Jorge Bornhausen, que foi da Arena, partido de sustentação da ditadura. A propaganda também usa imagem de Heráclito Fortes, hoje candidato a deputado federal no Piauí, mas que foi do PFL e que agora "marinou".


"As companhias que a presidente tem, com (Fernando) Collor, (José) Sarney, (Paulo) Maluf, Renan Calheiros, Jader Barbalho, essa sim é a verdadeira contradição, a contradição mais profunda que nós podemos encontrar na trajetória de pessoas que deveriam estar honrando essa trajetória", afirmou Marina.

Fonte: Estadao Conteudo


Jornal de Brasilia

Diferenças entre conservadores e esquerdistas



Um leitor me lembrou de uma ótima lista em inglês com algumas das diferenças entre conservadores e esquerdistas. Na verdade, esta lista pertence a um texto viral, de autor desconhecido, que circula na internet americana desde pelo menos 2009.

Traduzo a versão original, embutindo três itens da lista atualizada que ele me enviou. Depois do post “Faça a sua parte: estude” e do vídeo “Como falar a língua da esquerda“, esta é mais uma lição básica aqui no blog sobre o comportamento dessa gente:


Uma jovem estava prestes a terminar seu primeiro ano de faculdade. Como tantos outros de sua idade, ela se considerava muito esquerdista, e entre outros ideais de esquerda, era bastante a favor de impostos mais elevados para sustentar mais programas sociais do governo, ou seja: redistribuição da riqueza.

Ela tinha uma vergonha profunda de seu pai ser um conservador convicto, um sentimento que ela expressava abertamente. Com base nas aulas que ela tinha feito, e no bate-papo ocasional com um professor, ela sentia que seu pai havia durante anos abrigado um mal, um desejo egoísta de manter o que ele achava que deveria ser seu.

Um dia, ela estava desafiando seu pai em sua oposição ao aumento dos impostos sobre os ricos e à necessidade de mais programas sociais do governo.

A autoprofessada objetividade proclamada por seus professores tinha de ser a verdade e ela então a mostrou a seu pai. Ele respondeu perguntando como ela estava indo na escola.

Tomada de surpresa, ela respondeu com altivez que tinha um GPA 4.0 [equivalente à nota A no sistema americano, na escala de 0 a 4], e fez o pai saber que era difícil de mantê-lo, insistindo que ela pegava uma carga muito pesada de curso e estava estudando constantemente, o que a deixava sem tempo para sair para festas como as outras pessoas que ela conhecia. Ela nem sequer tinha tempo para um namorado, e realmente não tinha muitos amigos de faculdade, porque ela gastava todo o seu tempo estudando.

Seu pai ouviu e, em seguida, perguntou: “Como sua amiga Audrey está indo?”

Ela respondeu: “Audrey mal está dando conta. Tudo o que ela pega são aulas fáceis, ela nunca estuda e mal tem um GPA 2.0. Ela é tão popular no campus; a faculdade para ela é uma explosão. Ela é sempre convidada para todas as festas e muitas vezes ela nem sequer aparece para as aulas porque está de ressaca.”

O sábio pai perguntou à filha: “Por que você não vai ao escritório do decano e lhe pede para deduzir 1.0 do seu GPA para dar à sua amiga que tem só 2.0? Dessa forma, os dois terão um GPA 3.0 e certamente seria uma distribuição justa e equitativa dos GPA.”

A filha, visivelmente chocada com a sugestão de seu pai, disparou de volta com raiva: “Isso é uma ideia maluca, como poderia ser justa?! Eu trabalhei muito duro para obter as minhas notas! Tenho investido muito tempo, e tenho dado muito duro! Audrey quase nada fez para a licenciatura. Ela se divertiu enquanto eu descascava o meu couro!”

O pai lentamente sorriu, piscou e disse gentilmente: “Bem-vinda ao lado conservador da cerca.”

Se você já se perguntou de que lado da cerca você está, este é um grande teste.

Diferenças entre conservadores e esquerdistas:
1) Se um conservador não gosta de armas, ele não compra uma. Se um esquerdista não gosta de armas, ele quer que todas as armas se tornem ilegais.
2) Se um conservador é um vegetariano, ele não come carne. Se um esquerdista é um vegetariano, ele quer que todos os produtos de carne sejam proibidos para todos.
3) Se um conservador está maltrapilho, ele pensa em como melhorar sua situação. Um esquerdista pensa em quem vai cuidar dele.
US President Barack Obama delivers a statement4) Se um conservador enxerga uma ameaça externa, ele pensa em como derrotar seu inimigo. Um esquerdista pensa em como se render graciosamente e ainda sair bem na foto.

[Exemplo: Barack Obama na imagem ao lado, em mais um discurso vazio sobre os terroristas do Estado Islâmico, que rendeu milhares de tuítes nos EUA por conta de seu novo terno.]

5) Se um conservador é homossexual, ele fica na dele gozando sua vida. Se um esquerdista é homossexual, ele exige aos berros o respeito legal. 

6) Se um homem negro ou latino-americano é conservador, ele se vê como independentemente bem-sucedido. Seu colega esquerdista se vê como uma vítima necessitada da proteção do governo.

[Exemplos de negros americanos liberais e conservadores bem-sucedidos: Thomas Sowell, Ben Carson, Herman Cain, Larry Elder e muitos outros. Ver meu artigo sobre Carson: O mundo inteiro está cheio de todo mundo.]

7) Se um conservador não gosta de um apresentador de talk show, ele muda de canal. Os esquerdistas exigem que aqueles dos quais não gostam sejam retirados do ar.

[Exemplo: a censura que o PT e o PSOL impuseram a Rachel Sheherazade.]

8) Se um conservador é um não crente, ele não vai à igreja. Um esquerdista não crente quer que qualquer menção a Deus e Jesus seja silenciada. 

9) Se um conservador decide que precisa de assistência médica, ele trata de pagar por uma, ou pode optar por um trabalho que a forneça. Um esquerdista exige que o resto de nós pague pela dele. 

10) Se um conservador ler isto, ele vai compartilhar para que seus amigos possam dar uma boa risada. Um esquerdista vai deletar porque ele se sente “ofendido“. 

Tão verdadeiro.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

Os treze ratos




Apareceram no porão de minha casa treze ratos malditos. Foi descoberto, na verdade, que já estavam lá há 12 longos anos. As estruturas da casa estavam completamente corroídas, e havia enorme quantidade de estoque de alimentos reunida ali. Pareciam musaranhos, esses roedores gulosos. Agora entendia por que gastava cada vez mais nas compras do mês e tinha menos comida disponível para a família.

Chamei os dedetizadores. Não aguentava mais esses ratos em minha casa. Eram especialistas, e me ofereceram duas soluções. A primeira era mais cara, custava 45 reais. A segunda, um pouco mais barata, saía por 40 reais. Quais eram as diferenças principais?, perguntei.

A de 45 reais era mais técnica, contava com os melhores dedetizadores disponíveis, gente preparada e com ampla experiência prática. Havia, porém, um problema: os ratos estavam mais acostumados com eles e já tinham desenvolvido formas de derrotá-los, de sobreviver aos seus pesticidas.

Com a solução de 40 reais, eu teria uma turma menos experiente, que oferecia soluções mais românticas, algumas práticas que pareciam com a dos próprios ratos para poder vencê-los em seu território. Era uma “nova forma” de se fazer o trabalho, diziam. Quase fui fisgado pelas emoções. 

Mas a líder da equipe dos dedetizadores é cara de um rato, para ser sincero. Fiquei desconfiado, confesso.

Eis o que acabei decidindo: compraria primeiro a solução de 45 reais mesmo, confiando que é preciso ir com o melhor produto disponível no mercado para acabar com os ratos e colocar a casa novamente livre das pragas, com pilares mais sólidos.

Se esse remédio não surtir efeito e os ratos continuarem por lá, haverá ainda uma segunda chance para gastar mais 40 reais e apelar para a outra alternativa. No dia 5 de outubro, os dedetizadores ficaram de ir lá em casa para a primeira tentativa. Aguardo no local, com alguma esperança. Não suporto mais conviver com aqueles ratos!

Se nenhum dos dois produtos funcionar, receio que minha casa não fique de pé por mais quatro anos, prazo prometido para que um revolucionário método novo esteja disponível no mercado. Vi o que aconteceu com dois vizinhos meus, um venezuelano e outro argentino. Os ratos tomaram conta de tudo e a casa veio abaixo. Deus me livre de tal destino trágico!


Rodrigo Constantino

A onda da razão? Ou: Aécio tem o direito de tentar!



As novas pesquisas revelam que a distância entre Aécio Neves e Marina Silva encurtou bastante recentemente, levando a um quadro de acirramento na disputa para ver quem vai ao segundo turno disputar com Dilma a presidência. Apenas 5 pontos percentuais separam o tucano da socialista hoje, o que é quase um empate técnico.
A pancadaria do PT de forma pérfida em Marina surtiu efeito, assim como a desconstrução feita com mais fundamento pelo PSDB, mostrando o fato de que Marina não seria tão diferente assim do PT, pois passou sua vida toda naquele partido – ou ajuntamento mafioso, dependendo do ponto de vista.
Meus leitores sabem e não escondo de ninguém duas coisas: 1) as minhas três prioridades hoje são tirar o PT do poder, tirar o PT do poder e, acertou!, tirar o PT do poder; 2) Aécio Neves é, de longe, o melhor candidato nessa corrida eleitoral, com a melhor equipe técnica e a melhor opção de mudança na direção correta que o país tanto necessita.
Dito isso, há um claro dilema posto: para atender as minhas “três” prioridades, talvez Marina Silva fosse a melhor alternativa, tanto que o próprio PT não esconde preferir disputar com Aécio o pleito. Sei de muita gente boa que tem feito exatamente esse raciocínio e até já declarou mudança de voto logo no primeiro turno, apoiando Marina com o único intuito de derrotar o PT. Mas não posso endossar isso. Não consigo votar em Marina tendo Aécio como opção.
Primeiro, pois me recuso a abandonar prematuramente a possibilidade de derrotar o PT com a melhor alternativa, com aquela claramente mais adequada para enfrentar os enormes desafios que se avizinham, em boa parte pelas trapalhadas feitas pelo governo Dilma. Segundo, pois as pesquisas mostram que ambos, Aécio e Marina, estariam no mesmo patamar no eventual segundo turno contra Dilma, com 41%. E o segundo turno é uma outra eleição!
Mesmo tempo de TV, para começo de conversa, e mais clareza para o eleitor médio sobre o que está em jogo. Aécio Neves tem repetido que está seguro de que ganha de Dilma quem for para o segundo turno, e usa como argumento o enorme grau de rejeição do atual governo e o amplo desejo de mudança da sociedade. Não resta dúvida também de que Aécio representa mais mudança do que Marina. O desafio será comunicar isso aos eleitores indecisos, e capturar os votos anti-petistas.
Aqui entra em cena a postura da própria Marina. Muitos cobram de Aécio apoio a ela se não estiver na disputa, o que seria o lógico a se fazer uma vez que a prioridade é combater o modelo petista. O natural também seria os votos do tucano migrarem para Marina. Muitos temem que o contrário não seja verdadeiro, que os votos de Marina não migrem para o tucano, e que a própria não declare apoio formal, como fez em 2010, mantendo-se neutra.
Entendo a preocupação. Mas como cobrar de Aécio um sacrifício tão grande, tendo ele chances concretas, enquanto o mesmo não se dá com Marina? Se Marina realmente leva a sério seu novo discurso de oposição, então caberia a ela declarar apoio ao tucano no segundo turno, caso fique em terceiro lugar no primeiro. É o que se espera de quem efetivamente pretende derrotar o atual modelo fracassado e autoritário, do qual ela mesma acabou sendo vítima nas campanhas difamatórias.
Tenho críticas a Aécio, acho que foi um senador apagado, que não soube conquistar para si a liderança de oposição ao PT. Também acho que faltou firmeza em muitos momentos, que a simpatia é importante, mas que o embate duro contra essa quadrilha incrustada no poder deveria ter começado antes. Ainda assim, não resta dúvida de que é o candidato óbvio de quem repudia o lulopetismo bolivariano e deseja uma mudança para mais liberdade e prosperidade.
Queremos ou não Arminio Fraga no ministério da Fazenda, tocando a agenda de reformas econômicas? Arminio, não custa lembrar, goza do respeito da própria Marina, como ela declarou, mas não estaria em seu eventual governo, como ele declarou. Queremos Arminio? Então precisamos de Aécio.
Sei que muitos estão até com raiva do PSDB, afirmando que uma vez mais os tucanos poderão entregar a reeleição de mão beijada ao PT. Entendo, mas não concordo. É cruel exigir um sacrifício precoce do melhor candidato que, agora se sabe, tem chances de disputar o segundo turno e em condições de igualdade em relação a Marina. Seria inclusive um ato de covardia desistir da disputa ou deixar de apontar as contradições da concorrente. É preciso ousar na vida para mudar de verdade os rumos.
Será que a onda da razão chegou, após murchar a onda da emoção? Em poucos dias saberemos. Até lá, faço coro com aqueles que têm espalhado pelas redes sociais a seguinte mensagem: pra cima delas, Aécio!
Rodrigo Constantino

Pregar contra os gays deve ser punido com cadeia?




Eu gostaria de responder esta pergunta como um  caso geral. Não quero saber se fulano ou sicrano disse exatamente isto  ou aquilo. Ainda mais se quem disse é irrelevante. Quero discutir o princípio, porque algo me diz que a polêmica voltará regularmente. Primeiro, vamos esclarecer que palavras são diferentes de atos. Se uma escola barra um aluno por ser gay ou se alguém agride outra pessoa por causa da sua sexualidade, então comete um crime de discriminação. Isto não está em discussão! Seria bom, inclusive, que as punições fossem exemplares. Outra coisa é o Padre, o Pastor ou qualquer sacerdote condenar o homossexualismo e dizer que Deus não o aprova. Se ele não diz a seus fiéis que batam em gays, que os barrem ou que lhes neguem direitos, mas apenas que não sejam eles próprios gays e tentem convencer os amigos e familiares a não o ser, então somente está no exercício da sua liberdade religiosa. 

A pretensão dos que  querem definir a simples condenação verbal da homossexualismo como um novo tipo de crime, semelhante ao cometido por alguém que profere uma injuria racial ou propaga uma causa racista é um ovo de serpente. Por isso resolvi gastar algum tempo com o tema. Raça e sexualidade não se equivalem como debate social. Para um socialista, assim como para um libertário ou um liberal mais aberto em questões morais, de fato podem ser equivalentes. Libertários e socialistas costumam se encontrar na defesa de mais direitos de liberdade de comportamento. 

O ponto é que,nem todos são socialistas ou libertários. O homossexualismo é visto de forma bem diferente por outros segmentos sociais relevantes, que são merecedores de outras liberdades, como a liberdade religiosa. No caso do racismo há um consenso entre laicos e religiosos sobre o assunto. Só uma minoria ainda sustenta o racismo como ideologia. Evoluímos muito nisto depois da Segunda Guerra. Não estou dizendo que não exista racismo e comportamento racista. Existe e muito. Basta ir à um estádio. Estou apenas dizendo que muito poucos chegariam ao ponto de dizer algo como: "sou racista" ou "defendo que o estado adote políticas racistas". Essa é uma discussão encerrada entre os "homens de bem", então é fácil fazer leis. Consequentemente, elas já existem. 

O caso do homossexualismo é outro. Os religiosos tendem a condenar a prática, embora a imensa maioria deles também condene a violência contra os gays. Admita: você não vê muito grupos de evangélicos se organizando para bater em homossexuais. Então não é esse o inimigo. Os perigosos são minorias radicais fascistas ou fenômenos religiosos nefastos, como o Estado Islâmico. Penso que há, no Brasil, um amplo consenso social favorável à leis contra a violência dirigida aos homossexuais. Então devemos produzi-las e aprimora-las e, sobretudo, aplica-las.

Contudo, este mesmo consenso não existe sobre, por exemplo, permitir ou não o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Socialistas e liberais não deveriam impor seu ponto de vista às pessoas religiosas assim sem mais, na base autoritária e utilizando a cadeia como instrumento de persuasão de ideias. Assim, a liberdade religiosa é violada. Isso não costuma acabar bem. 

No debate sobre os direitos dos homossexuais eu tenho lado, como disse a candidata. Sou favorável ao direito do casamento civil para pessoas do mesmo sexo. Os que pensam como eu, temos que lograr um convencimento e uma aceitação mínima dos religiosos. Também não deveríamos esperar mesmo até eles aceitarem. Se não, até hoje não haveria a lei do divórcio. Mas não teria sido correto prender padres que atacassem o divórcio alegando que as divorciadas se tornam mulheres perdidas neste mundo e no outro e devem ser evitadas no contato social. 

Então, se é para discutir leis mais liberais, estou com a Luciana Genro, o PSOL e o PSTU.  Mas se o que eles querem mesmo é usar a causa dos homossexuais para colocar gente na cadeia por opinião (ainda que uma opinião tão nefasta como essa), então ela terão a minha firme oposição. Não é correto. Onde passa um boi, passa uma boiada. Assim começam as guerras sectárias. Assim começam a morrer as democracias. 

Não podemos criminalizar opiniões. Dizer besteiras também é um direito.

Quem pede cadeia para crimes de opinião deve pensar um pouco mais. Hoje você pede cadeia por causa de uma opinião notoriamente absurda e discriminatória. Mas convém não esquecer que onde passa um boi, passa uma boiada. Só para dar um exemplo histórico: TODOS os membros do Comitê Central do Partido Comunista da URSS foram executados (Trotsky inclusive), à exceção de Stalin. Todos acusados de propaganda e ideias contra-revolucionárias. Não se combate a pregação da ignorância e do obscurantismo com cadeias, mas com luz e esclarecimento. NOTE BEM: estou falando em crimes de OPINIÃO. Já a discriminação ou a violência não entra nesta categoria, pois não são opiniões, são ações. Atos podem ser criminosos e, portanto, passíveis de punição, mas antes de criminalizar opiniões é bom pensar muito bem. Quem vai decidir quais são as opiniões "boas" ou "permitidas"? Vai haver algo como um Ministério da Verdade?
BLOG do Paulo Baia

PT caminha para a “PT” – Perda Total no Distrito Federal - Resultado que pode ser estendido para a derrota da Dilma no segundo turno = Marina/ AÉCIO na cabeça





Outro que, a exemplo de Garotinho, é o melhor adversário que se pode ter no segundo turno é Agnelo Queiroz, do PT, atual governador do Distrito Federal. Ele é rejeitado por nada menos de 48% do eleitorado, segundo o Datafolha. E isso determina o rumo da eleição. Vamos lá.

Se o TSE não houvesse cassado a candidatura de José Roberto Arruda (PR), com base na Lei da Ficha Limpa, ele seguramente seria eleito. Mas teve de retirar a sua candidatura. Em seu lugar, entrou Jofran Frejat (PR). 


Muito bem: se a eleição fosse hoje, informa o Datafolha, o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, teria 35% dos votos, seguido por Agnelo, com 22%, e Jofran, com 19%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. Assim, há um empate técnico entre os candidatos do PT e do PR.

A pesquisa fez duas simulações de segundo turno. Rollemberg bateria Agnelo por 58% a 25%. Contra Frejat, o placar seria 54% a 26%. O PT caminha para a “PT” — Perda Total — no Distrito Federal. Reguffe, do PDT, ampliou a sua vantagem e tem agora 42% dos votos na disputa pelo Senado.  

O petista Geraldo Magela aparece com 20% apenas.

Há algo no ar além dos aviões de carreira




O presidente da seccional de Brasília da OAB quer proibir o ex-ministro Joaquim Barbosa de advogar

De acordo com o paragrafo 1º ao artigo 5º do Ato Institucional nº 5, o presidente da República podia “fixar restrições ou proibições (...) ao exercício de quaisquer outros direitos públicos ou privados”.

Com base nisso, o marechal Arthur da Costa e Silva proibiu que os jornalistas Antonio Callado e Léo Guanabara exercessem a profissão. Mesmo para tempos de treva, a medida foi vista como uma exorbitância e o presidente revogou-a pouco depois.  Agora, em pleno regime democrático, o advogado Ibaneis Rocha Barros Junior, presidente da seccional de Brasília da Ordem dos Advogados do Brasil, pediu a impugnação do pedido de inscrição de Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Sem registro na OAB um bacharel em direito não pode advogar.

O doutor justificou seu pedido mencionando episódios em que, segundo ele, Barbosa ofendeu e prejudicou a classe dos advogados. Em todos os casos, o ministro agiu no exercício de função pública e em nenhum deles teve sua conduta condenada pelos poderes competentes. Felizmente, os tempos atuais são diferentes da treva que baixou sobre o país em 1968. O pedido de impugnação é uma iniciativa legítima e precisará ser ratificada por uma instância superior.

Do ponto de vista curricular, o doutor Ibaneis chegou à presidência da seccional da OAB de Brasília com menos títulos que o professor Luís Antônio da Gama e Silva, ministro da Justiça e redator do AI-5. “Gaminha” havia sido reitor da Universidade de São Paulo e diretor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Era um liberticida a serviço de uma causa. Achava que proibindo Callado e Leo Guanabara de exercer a profissão de jornalista contribuía para assegurar uma “autêntica ordem democrática”. Afinal, foi isso que escreveu no preâmbulo do Ato Institucional. Essa “ordem democrática” expulsou do Supremo Tribunal os ministros Evandro Lins e Vitor Nunes Leal, mas não os impediu de advogar.

O doutor Ibaneis certamente acredita que a ordem jurídica brasileira e a própria advocacia terão a ganhar negando a um ex-presidente do Supremo Tribunal o direito de advogar. Há pessoas que aplaudem Barbosa na rua e há aqueles que o detestam. Em todos os casos, a opinião que se faz dele relaciona-se acima de tudo com a conduta que teve no STF ao relatar e presidir o julgamento dos réus do mensalão.

O pedido do presidente da seccional da OAB de Brasília é uma iniciativa individual, mas pode ser perigosamente associado a uma maneira de pensar do comissariado petista. Nenhum cidadão que aplaudiu a formação da bancada da Papuda acredita que Barbosa deve ser proibido de qualquer coisa, muito menos de advogar.

Em qualquer época, em qualquer governo, sempre haverá nos arrabaldes do governo um militar querendo fazer a bomba atômica e um operador político querendo limitar os direitos de seus adversários. Parecem figuras folclóricas, como “Gaminha” parecia sê-lo quando o marechal Costa e Silva colocou-o no Ministério da Justiça. O tempo passa, as coisas se complicam e os personagens folclóricos ganham aliados e tornam-se sábios clarividentes. Quando a festa acaba, atribui-se a ruína ao radicalismo de um “maluco”. Gaminha não era maluco, era apenas liberticida. Doidos foram os outros.

Por: Elio Gaspari é jornalista
 

Argentinos atrasam R$ 4,4 bi em dívidas com exportadores brasileiros

  • 27 setembro 2014


Importadores argentinos acumulam US$ 2 bilhões (R$ 4,4 bilhões) em pagamentos atrasados a fornecedores brasileiros, segundo informou à BBC Brasil Miguel Ponce, presidente da Câmara de Importadores da República Argentina (Cira).
Ponce atribui os atrasos às restrições no acesso a dólares impostas pelo governo da presidente Cristina Kirchner. Ele negou, contudo, que haja qualquer risco de "calote".

"No total, nossos pagamentos em atraso somam US$ 5 bilhões (R$ 12 bilhões), dos quais 2 bilhões são apenas com exportadores brasileiros", afirma Ponce.

"Não se trata de calote, de forma alguma. Sabemos o que devemos, mas não sabemos quando essa situação será regularizada."

A maior parte da dívida envolveria o setor automotivo, que representa cerca de 70% da balança comercial entre os dois países, segundo dados da consultoria econômica DNI, de Buenos Aires.

Mudança de prazo

Ponce explica que até janeiro deste ano os pagamentos pelas importações eram realizados com prazo de aproximadamente 40 dias.

Desde então, a pedido do governo, as operações com dólares para a compra de produtos no exterior passaram a ser de até 120 dias.

A ideia do governo, segundo Ponce, era "ganhar tempo" para a entrada de divisas no país por meio de operações de comércio exterior - o que lhe permitira normalizar a situação dos pagamentos.
As reservas do Banco Central argentino somam cerca de US$ 30 bilhões (R$ 73 bilhões). Para efeito de comparação, as reservas brasileiras são da ordem de US$ 380 bilhões (R$ 920 bilhões).

No fim de julho, porém, a Argentina entrou em "default técnico" por uma ordem judicial dos Estados Unidos vinculada ao litígio com fundos especulativos.

O governo rejeita que a situação possa ser classificada como moratória, mas a situação ampliou ainda mais as dúvidas sobre sua capacidade de obter dólares para pagar dívidas com fornecedores estrangeiros - entre eles os brasileiros.

Leia mais na BBC Brasil: Analistas se dividem sobre grau de contaminação do Brasil por calote argentino

"Assim que foi feito o adiamento para 120 dias, todos os nossos parceiros comerciais concordaram com o novo prazo. Mas depois do 'default de fato', alguns exportadores passaram a pedir prazos menores para receber, de até 30 dias, ou até pagamento adiantado. Isso é desconfiança, sem dúvida", diz o presidente da Cira.

Polêmica

As dificuldades de pagamento enfrentadas pelos importadores ganharam as manchetes da imprensa argentina nesta semana.

Os jornais El Cronista e La Nación, de Buenos Aires, chegaram a publicar que os importadores passariam a ser obrigados a obter dólares no câmbio paralelo e não mais no oficial para honrar suas dívidas.

A polêmica ocorre em meio a mais uma alta do dólar, que bateu novo recorde, sendo cotado a 16 pesos no mercado paralelo – quase o dobro do oficial.

"Temos muita dificuldade para conseguir dólares. Isso é um fato. O presidente do Banco Central (Juan Carlos Fábrega) garantiu que teremos acesso à cotação oficial para pagar o que compramos. Mas não sabemos em que prazo poderemos pagar as importações", diz Ponce.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) do Brasil, o governo federal "recebe informações do setor privado brasileiro e mantém contatos com a contraparte argentina para estas dificuldades sejam contornadas".

Também procurado pela BBC Brasil, o Banco Central da Argentina não aceitou comentar sobre o assunto.

As dúvidas sobre o pagamento das importações argentinas ganham força em meio a uma forte redução do comércio bilateral, como observam fontes do governo brasileiro.

Em agosto, o comércio bilateral registrou queda de 28% frente ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da consultoria Abeceb, de Buenos Aires.

No acumulado do ano, a retração chega a 22%, o que vem preocupando os dois governos.
"Isso nos preocupa porque a Argentina é o principal mercado para as exportações industriais brasileiras", diz um integrante do governo brasileiro.

"Essa queda ocorre devido ao menor crescimento econômico nos dois países - e, além da questão do pagamento aos nossos exportadores, ainda temos o problema das barreiras argentinas que dificultam o fluxo comercial entre os dois países."

Default

A Argentina entrou em "default de fato" no dia 30 de julho, após o vencimento do prazo de trinta dias para que o governo da presidente Cristina Kirchner chegasse a um acordo com os chamados 'fundos abutres'.

Esses fundos detêm títulos da dívida do país incluídos na moratória de 2001 e se recusaram a aceitar as ofertas de acordo feitas pelo governo em 2005 e em 2010.

A disputa com esses investidores, que representam 1% daquela dívida de 13 anos, foi levada a um tribunal de Nova York.

A decisão do tribunal a favor dos fundos abutres voltou a ampliar as incertezas sobre a capacidade da Argentina honrar seus compromissos financeiros.

Após 10 anos, mulher recupera visão com olho biônico


  • 30 setembro 2014Olho. Foto: Getty
Fran Fulton, de 66 anos, tem cegueira total há dez anos. Mas há algumas semanas tudo mudou em sua vida.


Fulton sofre de uma doença chamada retinite pigmentosa – um mal degenerativo que lentamente provoca a morte de células sensíveis à luz na retina. Ao longo de vários anos, ela perdeu sua visão aos poucos. Nos últimos dez, ela não via absolutamente nada.

Mas em julho passado, Fulton foi receptora de um sistema chamado Argus 2. Trata-se de um par de óculos equipados com câmeras e ligados a eletrodos que são implantados aos olhos. Esse sistema conduz informações visuais a seu cérebro.

Com essa tecnologia, ela agora é capaz de ver o mundo novamente. Como é essa experiência?

"Quando eles 'ligaram a minha visão', foi uma experiência absolutamente incrível", conta Fulton. "Eu estava tão emocionada e exaltada, que meu coração começou a bater muito rápido, e eu tive até que botar a mão no peito, porque achei que o coração ia saltar para fora."
Fran Fulton (de azul, no centro) recuperou parcialmente a visão
Fran Fulton. Foto: cortesia da família

Tecnologia inovadora

As tecnologias de câmeras e o conhecimento humano sobre nosso sistema visual estão evoluindo, e com isso novas técnicas contra a cegueira estão progredindo. Aparelhos como o Argus 2 "driblam" olhos danificados e restauram pelo menos parcialmente a sensação de visão.

A tecnologia não é perfeita, a restauração do sentido de visão é apenas parcial. Além disso, apenas seis pessoas nos Estados Unidos estão usando o Argus 2. Mas pesquisadores acreditam que, com o que estão aprendendo agora, poderão ajudar mais pessoas no futuro.

O Argus 2 é composto por três partes: um par de óculos, uma caixa de conversão e um conjunto de eletrodos. Os óculos não possuem nenhum grau – eles são apenas um veículo para segurar as câmeras. Essas câmeras não são muito mais sofisticadas do que as usadas por smartphones.

A imagem da câmera é transmitida para a caixa de conversão, que pode ser carregada no bolso. Esta caixa envia sinais ao conjunto de eletrodos que estão implantados na retina do paciente.

Robert Greenberg é diretor da empresa Second Sight, que desenvolveu o Argus 2. Ele explica que o olho humano é como um "bolo com várias camadas".

Em uma camada estão as células sensíveis à luz, chamadas de "bastonetes" e "cones", que fazem a conversão da luz em informação visual. Em pessoas com retinite pigmentosa, essas células estão mortas.

"Estamos passando por cima destas células mortas e indo direto à próxima camada do bolo", explica Greenberg. O processo de conversão da informação da câmera para os eletrodos implantados no olho foi tema da tese de doutorado do diretor da Second Sight.
Eletrodos são implantados na retina, 'driblando' células mortas
Outro desafio foi implantar eletrodos na retina no olho, que é fina como uma folha de papel. O desafio foi enorme para os pesquisadores, mas a cirurgia de implante dos eletrodos na retina é feita em poucas horas, e o paciente pode ir para casa no mesmo dia.

'Nunca achei que voltaria a ver'

Então o que é visto pelos pacientes com Argus 2? A sensação é parecida com a de ver uma imagem digital com pixels muito grandes. Ou como olhar um painel digital gigante de muito perto.
Fulton conta que é difícil descrever exatamente o que ela vê.

"As pessoas dizem que o que estamos vendo são vultos. Sim, é verdade, mas são impulsos eletrônicos. Então o difícil é aprender a interpretá-los. Não é que seja exatamente uma tarefa difícil, mas é uma curva de aprendizagem bastante grande. Eu ainda estou aprendendo."
A cirurgia é simples para o paciente, que volta para casa no mesmo dia
Ela faz terapia para aprender a interpretar os sinais que seu cérebro capta.

Fulton conta que recentemente saiu para jantar em um restaurante. Ao sair, ela conseguiu se guiar focando sua visão na camisa branca do amigo que andava à sua frente, sem necessidade de um guia.

Alguns pacientes dizem que objetos muito luminosos, como árvores de Natal e fogos de artifício, são bem identificáveis. Fulton conta que ainda não teve oportunidade de ver um show de queima de fogos, mas está ansiosa para presenciar isso novamente.

Uma experiência que melhorou bastante foi sua locomoção diária. Ela conta sobre a primeira vez em que pegou o elevador no escritório de advocacia onde trabalha.

"Eu trabalho no terceiro andar, onde há três elevadores, e eu ouvi a sineta indicando que um elevador estava descendo. Eu me alinhei em frente ao elevador e entrei nele. Eu não bati com meu ombro esquerdo ou direito. Não precisei de bengala para me orientar. Cada novo dia é muito animador, e nunca em toda minha vida achei que isso poderia acontecer."

O uso da bengala passou a ser menos importante, já que ela consegue identificar a presença de objetos ao seu redor.

"Agora eu consigo identificar portas e objetos nas ruas. Eu não sei dizer se o objeto é um vaso de flores ou um mendigo pedindo dinheiro, mas sei dizer que algo está na minha frente."

As imagens geradas pelo Argus 2 ainda são apenas em preto e branco. E há várias deficiências: não é possível ler ou reconhecer rostos. Por ora, Fran Fulton diz que às vezes consegue distinguir formatos, como triângulos, círculos e quadrados.

O sistema também não funciona com todos os cegos. Eles precisam ter sua retina intacta para poderem receber o implante. Pessoas que perderam a visão por causa de diabetes, glaucoma ou infecção não podem usar essa tecnologia.

O próximo passo da Second Sight é descobrir uma forma de pular até mesmo a camada da retina, com eletrodos ligados diretamente ao cérebro.

Mas para quem era cego há anos, tudo que foi feito agora já é um grande avanço.

"Eu espero no futuro poder ver meus netos", diz Fulton. "Eu não imagino que vou conseguir ver seus rostos, mas sei que eles vão se divertir podendo ficar à minha frente e dizer 'vovó, você consegue me achar?' E eu poderia então perceber a diferença entre o neto de quatro anos e o neto de sete anos."

Leia a reportagem original em inglês no site BBC Future.

Contratar pessoas inteligentes pode ser mau negócio, diz especialista



Pessoas mais inteligentes nem sempre são as mais respeitadas no trabalho
Quando se contrata ou se promove alguém, ou quando se está formando uma equipe nova, o ideal é sempre contar com as pessoas mais inteligentes disponíveis, certo? Não necessariamente, diz o especialista Sydney Finkelstein no artigo à BBC abaixo:

Inteligência é o tipo de característica em que existe "um nível mínimo desejável". Mas passado esse certo nível, inteligência demais pode ser um problema.

Os administradores da ex-gigante americana Enron, por exemplo, sempre foram conhecidos como "as pessoas mais inteligentes da sala". Mas isso não deu bons resultados. A ex-empresa de energia formou sua equipe com os maiores talentos disponíveis no mercado, mas deixou que ela ficasse a cargo de divisões com altos lucros quase sem supervisão.

Os administradores eram inteligentes, mas também eram arrogantes e inseguros. Eles acabaram assumindo riscos desnecessários e perdendo bilhões de dólares. A empresa foi extinta em 2001.
Certamente há empregos em que muita inteligência é um diferencial. Pesquisadores, analista e programadores são profissionais que obtêm resultados incríveis trabalhando de forma solitária. É possível deixá-las sozinhas em um ambiente para que desenvolvam todo seu potencial. Mesmo que não tenham inteligência emocional ou habilidades sociais, qualquer dano que elas possam causar é limitado, dada a natureza independente do seu trabalho.
Mas com administradores, isso é diferente.

Solução 'superior'

O problema com pessoas inteligentes é que elas geralmente acham que sabem mais que todos os demais. E talvez isso seja verdade. Mas isso não os ajuda quando precisam convencer outras pessoas a comprarem o que elas estão vendendo.

Por exemplo, uma vez eu fui dar treinamento a uma executiva que sempre parecia estar um passo à frente dos demais em sua equipe. Pelo menos era assim que ela pensava. Uma das dificuldades que ela tinha era de entender que os demais administradores não compartilhavam da sua visão de mundo. Isso significa que ela precisava passar muito tempo investindo em convencer os demais a aderir a seus projetos.

Quando se trabalha em grupo e não existe uma autoridade direta sobre os demais, a única forma de influenciar no pensamento dos demais é vendendo uma ideia. Impor uma solução "superior" não funciona.

A ironia é que muitas vezes a pessoa mais talentosa é justamente a pior administradora. Isso é notável no mundo dos esportes, em que as maiores estrelas, quando se aposentam, geralmente têm dificuldades de virar bons técnicos, pois teriam que supervisionar "mortais inferiores", dotados de talento inferior.

Wayne Gretzky foi uma lenda canadense do hóquei no gelo e se aposentou com o maior número de recordes da história do esporte. Mas se tornou célebre como um técnico ineficiente. O mesmo aconteceu com Michael Jordan, tido como o melhor jogador de basquete da história, mas que nunca obteve resultados expressivos como treinador, presidente ou dono de clubes de basquete.

O mesmo problema fica evidente quando pessoas muito inteligentes levam seus produtos ao mercado. Eu lembro de conversar com diretores da Creative Technology, empresa baseada em Cingapura, pouco depois que a Apple lançou o iPod. A Creative tinha um aparelho de mp3 com tecnologia superior ao iPod, mas mesmo assim os clientes preferiam o produto da Apple, para espanto geral do pessoal da Creative.

Eles não conseguiam entender como os clientes podiam ser tão irracionais! Mas a melhor tecnologia nem sempre vence, assim como nem sempre as pessoas mais inteligentes são as mais bem-sucedidas.

Menos é mais

Não é só inteligência em demasia que pode ser prejudicial. Outras qualidades tidas como positivas, como velocidade, também podem ser nocivas. É recomendável reduzir o tempo que cada técnico de call center passa ajudando um cliente, por exemplo? Se o conselho dado no telefone não for bom, de que adianta ele ter sido dado de forma rápida?

A empresa americana Zappos, que vende sapatos pela internet, remunera empregados que passam mais tempo com os clientes. Quando funcionários estão motivados a atender o maior número de clientes possível, pensamentos do tipo "o cliente é sempre prioridade" passam a ser vazios e cínicos.
No longo prazo, essa cultura traz danos colaterais às empresas. As pessoas que realmente se importam com a qualidade do seu trabalho vão procurar empresas que praticam esses valores. As demais ficam com empregados desmotivados, mas que são eficientes em cumprir metas estabelecidas de forma errada.

Usar as pessoas mais inteligentes e talentosos para liderar equipes pode soar como uma grande ideia, mas em muitos casos a teoria é muito melhor que a prática.

* Sydney Finkelstein é professor de estratégia e liderança e Reitor de Educação Executiva da Tuck School of Business. Ele é autor de 16 livros, entre eles 'Why Smart Executives Fail'. Siga o no Twitter: @sydfinkelstein.

Leia o artigo original em inglês no site BBC Capital.

Quem é o antipetista?


Merval Pereira 30.9.2014 7h54m
 
A disputa pelo voto antipetista é o que opõe neste reta final a candidatura de Aécio Neves do PSDB à de Marina Silva do PSB. O raciocínio que prevalece hoje no PSDB é francamente contrário a um acordo formal com Marina num eventual segundo turno. À medida que cresce a percepção entre os assessores de Aécio Neves de que é possível ir ao segundo turno passando por cima de Marina, o que tem que necessariamente ser confirmado pelas pesquisas Ibope e Datafolha que serão divulgadas hoje, aumenta também a visão crítica sobre a relação entre os dois partidos.

Afinal, raciocinam, não é justo cobrar uma frente de oposição no primeiro turno do PSDB para apoiar uma candidata que não apoiou o PSDB no segundo turno na eleição passada. Além do mais, Marina não teria feito nenhum sinal até o momento para uma aproximação, e Walter Feldman, que supostamente será o articulador político de um futuro governo, diz que o PSDB tende a acabar.



Há uma espécie de orgulho na campanha tucana pelo “mérito”, não “culpa”, de terem feito um estrago na candidatura de Marina, revelando sua raiz petista que, nessa visão da campanha de Aécio, não representaria uma mudança verdadeira de cenário.

O resultado prático na contabilidade dos tucanos foi inviabilizar o voto útil em Marina no primeiro turno. Por que votar útil pela Marina se ela já está perdendo no segundo turno para Dilma e dá mostras de fraqueza? Marina já deixou de ser “uma causa”, virou uma candidata, o que seria meio caminho para ser superada nessa reta final.

Boa parte do voto antipetista ainda está com Marina em São Paulo e Minas, e o esforço do primeiro turno é recuperá-los para chegar nos últimos dias em empate técnico com a candidata do PSB. Nas simulações de segundo turno, já ganham de 70% a 80% dos votos da Marina, dizem os analistas da campanha tucana.

A campanha em Minas tem um subproduto especial, a tentativa de reverter o quadro em que o petista Fernando Pimentel supera o tucano Pimenta da Veiga. O objetivo inicial é impedir que lá a eleição termine no primeiro turno. Se Aécio Neves conseguir reverter a questão nacional indo para o segundo turno contra Dilma, a disputa em Minas ganhará uma dimensão distinta.

Caso apenas em Minas seja possível evitar a derrota no primeiro turno, o grupo político de Aécio Neves se dedicará integralmente à campanha estadual, para garantir seu reduto eleitoral. Hoje o candidato petista tem, segundo o Datafolha, 51% dos votos válidos, o que o coloca no limite da vitória do primeiro turno.

Há, porém, histórias famosas em Minas sobre reviravoltas em eleição, a mais recente delas com Hélio Costa em 1994, quando terminou o primeiro turno à frente com 49% dos votos e perdeu no segundo turno para Eduardo Azeredo. Na eleição anterior, Costa já havia perdido para Hélio Garcia por 1% dos votos no segundo turno.

Superar Dilma e Marina em São Paulo e em Minas seria o primeiro passo para uma recuperação nacional, que viria em conseqüência. Num segundo turno, a tentativa será fazer a maior diferença possível nos dois Estados, conforme o planejamento inicial, para reduzir a diferença no norte e no nordeste. O problema é que em ambos os Estados a presidente Dilma está tendo uma performance muito boa, e a recíproca não é verdadeira para Aécio no norte e nordeste do país.

As pesquisas divulgadas ontem, da MDA e do Vox Populi, mostram a presidente Dilma com 40% dos votos, a mesma pontuação que a pesquisa anterior do Datafolha, mas diferem em relação a Marina. Na MDA, a candidata do PSB caiu 2 pontos, e Aécio sobe os mesmo dois, o que representaria as curvas ascendentes do tucano e descendente de Marina. Já o Vox Populi mostra Marina subindo dois pontos e Aécio subindo um, o que demonstraria que dificilmente o tucano teria condições de superar Marina até o próximo domingo.

Cabeça a cabeça

Merval Pereira

 Com a manutenção dos índices da presidente Dilma Rousseff na casa dos 40%, o que indicaria ser mais difícil do que apregoavam os militantes uma vitória já no primeiro turno, as duas pesquisas divulgadas ontem, do Datafolha e do Ibope, os dois institutos de opinião mais acreditados pela opinião pública, indicam que o grande assunto desses últimos dias da corrida presidencial será a disputa entre o candidato do PSDB, Aécio Neves, e a do PSB, Marina Silva, para ver quem vai brigar com a incumbente no segundo turno da eleição.

De maneira geral as pesquisas são muito favoráveis a Aécio Neves, especialmente a do Datafolha, que o coloca pela quarta rodada seguida em ascensão, quase num empate técnico com Marina. Já o Ibope chega à mesma conclusão, mas por outro caminho: registra a queda de Marina pela quarta rodada seguida, mas coloca Aécio Neves estagnado pela terceira vez consecutiva.

A diferença entre ele e Marina, neste caso, seria mais pela decadência da adversária do que por seus méritos, o que faria a diferença num segundo turno. No Datafolha, em duas semanas, a diferença entre Marina e Aécio caiu 8 pontos: de 30% a 17% para 25% a 20%.

Outra boa novidade para Aécio Neves é a disputa pelo segundo turno, onde os dois adversários de Dilma perdem por uma diferença semelhante, de 9 e 8 pontos, com a vantagem adicional para o tucano de que ele chega aos mesmos 41 pontos de Marina em trajetória inversa. Aécio Neves foi de 39% para 41%, enquanto Marina caiu de 46% para 41%.

É interessante observar que tanto na pesquisa do Datafolha quanto na do Ibope, os adversários da presidente Dilma crescem no segundo turno muito mais do que ela, o que indicaria que ela tem uma margem mais apertada para ampliar sua votação.

No Datafolha ela sobe de 40% no primeiro turno para 50% contra Aécio Neves e 49% contra Marina. No Ibope o melhor resultado é para Marina, que continua em empate técnico com a presidente, que tem 42% dos votos contra 38% de Marina. Contra Aécio, a presidente venceria por 45% a 35%.

Nesses dois casos, a presidente acrescenta apenas de 2 a cinco pontos à sua votação, enquanto Marina cresce 13 pontos e Aécio Neves 15 pontos. No Datafolha, a presidente cresce de 9 a 10 pontos no segundo turno, enquanto Aécio sobe nada menos que 22 pontos e Marina 16 pontos. A diferença nas duas pesquisas representa, na verdade, 5 a 6 pontos na disputa do segundo turno.

A atropelada na reta final de Aécio Neves sobre Marina Silva, se mantidas na mesma intensidade a queda de uma e a subida do outro, pode levar a uma disputa voto a voto no dia da eleição, daqui a quatro dias. A dificuldade de Aécio Neves é que ele não está reagindo em São Paulo, maior colégio eleitoral e principal reduto tucano, onde segundo o Ibope a candidata do PSB continua liderando e em ascensão, ao contrário do resultado nacional: tinha 35% e agora aparece com 39% das intenções de voto.

Aécio caiu de 19% para 17% e a presidente Dilma manteve-se em segundo lugar com 23%. O candidato tucano parece, no entanto, ter superado seu principal obstáculo, que era o voto útil em Marina de eleitores convencidos de que só ela poderia derrotar Dilma.

Mesmo que seu crescimento seja lento, segundo o Datafolha, ou esteja estagnado segundo o Ibope, o candidato do PSDB ainda tem eleitores indecisos que saíram de Marina, mas não encontraram o candidato ainda. É nesse time que ele poderá encontrar os últimos reforços à sua candidatura. O que tudo indica é que já não existem mais tantos eleitores apenas de Marina, que desistiriam da eleição caso ela não tenha chances. O PT conseguiu transformá-la em uma candidata comum que, para o bem ou para o mal, disputará a presidência da República dentro de um terreno definido pela falta de escrúpulos ditada pela propaganda petista.

Tanto ela quanto Aécio serão obrigados a subir o tom de suas campanhas nos próximos dias e no segundo turno, pois a disputa passou a ser de antipetistas contra os conservadores, no sentido de eleitores que querem manter o que está aí.

Não há mais espaço para um discurso utópico de ser contra ao mesmo tempo PT e PSDB. Nesse terreno, o candidato tucano tem melhores condições estruturais para enfrentar a guerra que se avizinha. E Marina precisará desse apoio caso seja ela a ir para o segundo turno.


Mais sujeira na política: Delcídio suspeito de cobrar comissão por emendas




Olha quem é o 'amiguinho' dele na campanha... Olha quem é o 'amiguinho' dele na campanha...


O senador Delcídio Amaral (PT) pode ser eleito governador de Mato Grosso do Sul já no próximo domingo. Segundo as pesquisas, ele tem uma boa vantagem sobre os adversários e chances reais de liquidar a disputa no primeiro turno. O parlamentar petista é respeitado até mesmo pela oposição: foi ele quem conduziu a CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão em 2005.

Mas um escândalo ronda a campanha do senador. Corre em segredo de Justiça, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), um inquérito que apura se Delcídio pôs à venda, por 5 milhões de reais, o posto de suplente em sua chapa ao Senado nas eleições de 2010 – e se, já eleito senador, ele cobrava comissão de empresas pelas emendas que conseguia aprovar (as emendas destinam dinheiro do governo federal para obras nos estados).


Aécio Neves, o sonhático agora é ele



A menos de uma semana da eleição, a campanha do tucano ganha novo fôlego com pesquisas que apontam sua aproximação da segunda colocada na corrida presidencial, Marina Silva (PSB). Ele mantém as esperanças de ir ao segundo turno contra Dilma Rousseff


30/09/2014 16h56 -

CONFIANÇA Aécio Neves posa com uma eleitora em Uberaba. “Eu estarei no segundo turno. Tem de perguntar a Marina o que ela vai fazer” (Foto: Bruno Magalhaes)
>> Reportagem publicada na edição impressa de ÉPOCA fechada em 27 de setembro e atualizada no site às 19h45 do dia 30 de setembro


No percurso entre o Rio de Janeiro e Uberaba, Aécio Neves reveza a leitura atenta dos jornais com a análise minuciosa dos resultados das últimas pesquisas.

Vez por outra, mostra números positivos, passa seu dedo pelas curvas que apontam para sua recuperação e para a queda de Marina Silva nos três maiores colégios eleitorais do país. Se o balançar permanente do pé esquerdo denuncia certa inquietação, o permanente bom humor é um indício de que Aécio ainda tem esperanças de conseguir um feito histórico e chegar ao segundo turno. Todas as vezes em que é instado a responder se apoiaria Marina Silva (PSB) contra Dilma Rousseff (PT), caso não chegue mesmo à segunda fase da eleição, repete aquele que parece ter se tornado seu mantra nesta reta final. “Vou estar no segundo turno. Tem de perguntar para ela o que ela vai fazer.”


Na segunda-feira, dia 6, será possível dizer se a frase é um rompante visionário ou mero excesso de otimismo. Na semana passada, parecia coisa de sonhador. Na pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (26), a dez dias das eleições, Aécio aparecia com 18 pontos, 9 a menos que Marina. Ele teria, grosso modo, de reduzir a diferença em 1 ponto por dia. Dará tempo? Quatro dias depois, nesta segunda-feira (30), em novo levantamento Datafolha, os números foram animadores para o tucano.

Ele subiu dois pontos. Marina caiu dois. Em quatro dias, foram quatro pontos. E estão mantidas as esperanças do tucano.

Se Aécio está vivo na disputa para ir ao segundo turno, Pimenta da Veiga, postulante tucano ao governo de Minas, é forte candidato a perder já no primeiro. Ele aparece cerca de 20 pontos atrás do petista Fernando Pimentel nas últimas sondagens. Se o PSDB perder a eleição no Estado que comanda há 12 anos, a terra de Aécio, para os tucanos, evocará o verso de Carlos Drummond de Andrade: “Minas é apenas um retrato na parede. Mas como dói”.

>> Mais notícias sobre Eleições 2014

Ainda com expectativa de emparelhar com Marina nos últimos instantes, mas pressionado pelo enorme risco de seu grupo perder em casa, Aécio vive um dilema. Apostar tudo na corrida ao Planalto e deixar a disputa estadual em segundo plano, ou concentrar-se em Minas com o intuito de evitar um mal maior nesta eleição? Para Aécio, a única forma de fazer um é fazer o outro, já que, para empurrar Pimenta, precisa recuperar o que perdeu em Minas. “Tenho muita confiança de que o PSDB ganhará a eleição em Minas. Não queremos que Minas seja o destino de petistas que outros Estados já descartaram e o Brasil se prepara para descartar”, diz.

"Não queremos que Minas seja o destino de petistas que outros Estados já descartaram"
 
 
Aécio Neves
Ao desembarcar em Uberaba, na última quarta-feira – na sexta visita a cidades mineiras em sete dias –, Aécio era aguardado por dezenas de apoiadores. Eles o saudavam com o grito de “Aécio, guerreiro, orgulho dos mineiros”. Após uma rápida carreata pela cidade, ele iniciou uma curta caminhada. Logo foi agarrado por uma cozinheira. Ela saiu correndo da lanchonete em que trabalha e o alcançou. Como fez ao longo de toda a caminhada, Aécio tirou fotos com todos aqueles que pediram – enquanto um locutor, de dentro de um carro de som, entre o degustar de uma jabuticaba e outra, dizia o que Aécio queria ouvir: “Vamos mostrar a força de Minas. Precisamos vencer em Minas Gerais”.

Depois de passar a tarde em Uberaba, Aécio foi para Belo Horizonte. Num evento com centrais sindicais no centro da cidade, levou os correligionários ao delírio ao relatar sua rotina – com a voz empostada, típica dos antigos políticos mineiros. “Acabei de chegar de Uberaba, tenho mais um evento em BH e vou hoje ainda para o Rio Grande do Sul, de onde sigo para Santa Catarina e Paraná e chego a São Paulo ainda amanhã. Sabem por quê? Porque vou ganhar a eleição”, disse. Para, em seguida, ainda mais exaltado, com os olhos quase saindo do rosto, convocar a militância. “Vamos arregaçar as mangas, mandar e-mails, ligar. Não vamos deixar Minas cair nas mãos daqueles que o Brasil rejeita. A vitória mais uma vez será nossa.”

A reta final da eleição para presidente (Foto: Época)
Aécio tem várias propostas de comícios nesta última semana. Mostra, sorrindo, uma mensagem do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, prometendo colocar 40 mil pessoas nas ruas para ouvi-lo. Tem também convites de ACM Neto e de Marconi Perillo para encerrar sua campanha no Nordeste (Bahia) ou no Centro-Oeste (Goiás). Para aceitá-los, Aécio aguarda as próximas pesquisas. Se sentir que pode mesmo chegar ao segundo turno, deverá agendá-los. Caso contrário, se concentrará em Minas, onde já está decidido que promoverá o último ato antes da eleição. O plano é fazer aquilo que Aécio chama de Abração na Contorno, uma das principais vias de Belo Horizonte, de onde correligionários comandarão uma carreata pela cidade no próximo sábado.


E se as expectativas otimistas de Aécio não se confirmarem? Quem é próximo a ele diz que Aécio não faria o mesmo que Marina fez em 2010. Não se manterá neutro nas eleições, ajudando o PT a conseguir um quarto mandato consecutivo. Se quiser mesmo apoiar Marina, Aécio enfrentará algumas resistências no PSDB paulista. Não do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem eleger Marina  é o preço a pagar para abrir caminho para a volta dos tucanos ao Palácio do Planalto em 2018. Mas do grupo ligado ao ex-governador José Serra, que ainda tem mágoa com Marina por causa do segundo turno de 2010, quando ela nem quis conversar com os tucanos sobre a possibilidade de apoiar Serra contra Dilma.

>> Você já escolheu o seu candidato?

No entorno de Alckmin, os ressentimentos são mais recentes. Marina não aceitou até agora dividir palanque com ele, embora o candidato a vice na chapa tucana seja Márcio França, do PSB. Os tucanos mais próximos de Alckmin também não engolem Walter Feldman (ex-PSDB) como interlocutor de Marina. Feldman é acusado de ter traído Alckmin em 2008, quando ficou ao lado de Gilberto Kassab (PSD) na disputa pela prefeitura paulistana.
>> 6 passos simples para decidir em quem votar

Há dúvidas, portanto, sobre se o PSDB optará pelo apoio a Marina ou pela declaração de  “neutralidade” no segundo turno. Na prática, isso significa deixar cada tucano livre para agir como melhor entender. Para Aécio, o partido pode estar dividido sobre esse assunto, mas está unido em torno de sua candidatura. Aécio cita Serra, seu principal rival interno no PSDB nos últimos anos. “Ao mesmo tempo que você percebe que alguns se afastam, aparecem outros. Alguém que teve uma reação muito positiva foi o Serra”, diz Aécio. “Ligava, mandava e-mail, estimulava. Foi muito positivo. Não tenho reclamação do pessoal de São Paulo. O próprio Geraldo. Toda vez que eu ligava dizendo que podia estar em São Paulo em tal horário, ele remarcava a agenda dele.” Em 2006 e 2010, a desunião foi apontada como um dos fatores responsáveis pela derrota do PSDB nas eleições presidenciais. Para Aécio, se o partido fracassar outra vez, ao menos os motivos serão outros.

Eleições: Veja a relação dos senadores candidatos que respondem a acusações criminais

BLOG do SOMBRA


Eles são alvo de inquérito ou ação penal no Supremo Tribunal Federal e o cargo que cada um disputa este ano

Foto do Facebook do senador

No Distrito Federal o senador Gim Argello candidato a reeleição pelo PTB, aparece na lista em cinco inquéritos. Ele é investigado por supostamente ter praticado diferentes crimes.

O senador petebista, assumiu a vaga no lugar de Joaquim Domingos Roriz que renunciou ao mandato para não ser submetido a um processo por quebra de decoro parlamentar.

Os crimes supostamente atribuidos ao senador que tenta sua reeleição, vão de peculato, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, crimes da Lei de Licitações e contra o patrimônio, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e até corrupção passiva.

Recentemente Gim Argello teve seu nome rejeitado para uma vaga do Tribunal de Contas da União.

Veja quem são os demais senadores na lista existente no STF...

Acir Gurgacz (PDT-RO)
Senador
Inq 3348 – Crimes da Lei de Licitações

Alfredo Nascimento (PR-AM)
Deputado federal
Inq 3700 – Crimes contra a administração pública
Inq 3729 – Denunciação caluniosa
Inq 3733 – Crimes de responsabilidade
Inq 3767 – Crimes eleitorais/crimes contra a fé pública eleitoral/falsidade ideológica

Delcídio do Amaral (PT-MS)
Governador
Inq 3778 – Crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral

O esclarecimento do senador Delcídio Amaral:
“O senador não está sendo acusado de absolutamente nada, nem pela Polícia Federal nem pelo STF. O que existe é um inquérito (procedimento preliminar) que foi para o Supremo porque vários parlamentares foram citados num áudio de terceiros que foram efetivamente pegos pela PF em crimes e, para confundir a investigação, citaram, irresponsavelmente nomes de parlamentares, sem nenhuma prova, por mais tênue que fosse, pelo menos no caso do Delcídio. Na realidade, nenhum dos parlamentares citados é réu.”

Eduardo Amorim (PSC-SE)
Governador
Inq 2867 – Improbidade administrativa/crime da Lei de Licitações

Eduardo Braga (PMDB-AM)
Governador
Inq 3521 – Crimes eleitorais

Fernando Collor (PTB-AL)
Senador
Inq 3883 – Lavagem de dinheiro

Gim Argello (PTB-DF)
Senador
Inq 2724 – Crimes contra o patrimônio, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva
Inq 3059 – Crimes da Lei de Licitações
Inq 3592 – Peculato
Inq 3723 – Crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores
Inq 3746 – Crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores

Lindberg Farias (PT-RJ)
Governador
Inq 3079 – Crimes da Lei de Licitações
Inq 3124 – Crimes da Lei de Licitações
Inq 3135 – Crimes de responsabilidade, crimes da Lei de Licitações, emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Inq 3334 – Crimes de responsabilidade, crimes da Lei de Licitações
Inq 3375 – Crimes da Lei de Licitações
Inq 3497 – Crimes da Lei de Licitações
Inq 3595 – Crimes contra o sistema financeiro nacional, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, quadrilha ou bando
Inq 3607 – Crimes contra as finanças públicas, crimes da Lei de Licitações
Inq 3616 – Improbidade administrativa
Inq 3761 – Crimes da Lei de Licitações

Os esclarecimentos do senador Lindberg Farias:
“Embora o MP de Nova Iguaçu, instigado por adversários de Lindberg, tenha proposto investigações contra ele, o fato é que o candidato, ao contrário de seus dois principais concorrentes ao governo do Rio, não possuiu nenhuma condenação cível ou criminal, o que ocorre somente após a propositura e o recebimento de ação penal pelo Supremo Tribunal Federal. E não há no STF sequer ação penal recebida contra Lindberg. Todos os inquéritos levados a julgamento no Supremo, no total de dez, foram considerados improcedentes e acabaram arquivados. Em vários casos, com o apoio do procurador-geral da República. Tem-se a convicção de que os inquéritos ainda em tramitação também serão arquivados.”

Lobão Filho (PMDB-MA)
Governador
Inq 2768 – Crimes contra a ordem tributária, uso de documento falso, quadrilha ou bando

Paulo Bauer (PSDB-SC)
Governador
Inq 3680 – Peculato

Os esclarecimentos do senador Paulo Bauer:
“Trata-se de acusação infundada sobre ‘sorteio de passagens áreas’ no período que o senador Paulo Bauer era deputado federal. Tais ditos ‘sorteios’ ocorreram em abril de 2006, durante um jantar de confraternização na cidade de Joinville/SC. As passagens, emitidas para jornalistas da região que na sua grande maioria não conheciam o Congresso Nacional e muito menos os trabalhos que lá se desenvolviam, foram custeadas com créditos de milhagens de empresas aéreas. Milhagens estas de propriedade do próprio Senador Paulo Bauer, obtidas graças aos frequentes voos e/ou decorrentes de outros meios (exemplo: cartão de crédito). O senador, em 18/12/2012 prestou informações à Corregedoria-Geral da Polícia Federal esclarecendo todos os fatos. O inquérito está sob a relatoria do ministro Dias Toffoli e encontra-se em diligências. Não houve denúncia, encontrando-se em fase investigatória.”

Roberto Requião (PMDB-PR)
Governador
AP 607 – Difamação

Wellington Dias (PT-PI)
Governador
AP 866 – Crimes contra a vida; prevaricação

Todos os senadores acima foram procurados, por email e telefone. Até a publicação desta reportagem, apenas Lindberg Farias (PT-RJ) e Paulo Bauer (PSDB-SC) enviaram esclarecimentos sobre as investigações. O espaço segue aberto aos parlamentares aqui citados.

Fonte: Portal Congresso Em Foco / Facebook / Redação - 01/10/2014 - - 12:05:58

O Drama e o Vagabundo



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fabrizio Albuja

Se você perguntar a um criminoso o real motivo de ele ter cometido um delito, dirá que não teve a mesma chance de outros e ele quer “tomar” aquilo que lhe é de direito a qualquer custo.
Ao refletirmos sobre a situação acima, na verdade o que ele procura é compensar o desequilíbrio social. Pois bem, então, na mente desse indivíduo ele quer ser economicamente igualado a outro por puro “direito” social.
Todos temos direitos e deveres e a lei determina essa linha tênue entre os dois. No entanto, como todo “revolucionário social” ele acredita que a única obrigação divina são os seus direitos.
Justiça quer dizer equilíbrio de forças e para esta situação, o peso que regula a balança se chama mérito.
Só há direito se são cumpridos os deveres. Algo que deveria ser comum desde os primeiros anos do ensino: só vai brincar depois de fazer a lição de casa.
O problema é que no Brasil a única lei realmente respeitada é a Lei do Menor Esforço.
Em conclusão, aquele criminoso referido nas primeiras linhas, comanda o nosso país há 12 anos, oito diretamente e quatro por tabela.
Igualdade social não é dar um vale miséria em troca de um voto, gerando o marketing promocional da ignorância e com isso achar que tem “direito” a se apropriar do que não é seu em grande escala.
Se quiserem estabelecer direitos iguais, então que gerem oportunidades. A única opção é mudança de cultura em relação à educação e ensino. Mas obviamente isso desequilibra a balança para o lado deles, pois terão que abrir mão da corrupção.
Não é o Comunismo ou o Capitalismo que irão resolver. É algo chamado Meritocracia, mas isso dá muito “trabalho”.

Fabrizio Albuja é Jornalista e Professor Universitário.