terça-feira, 5 de agosto de 2014

A rede petralha já não intimida mais ninguém; os que viram seus alvos acabam se dando bem

Que coisa, né? Até outro dia, bastava a rede petralha na Internet demonizar alguém, e a pessoa se sentia em apuros. Ainda hoje, há muita gente meio covardona que teme cair na boca do sapo: prefere a morte a dar uma opinião que possa contrariar o partido.


Há os que, voluntariamente, se ajoelham no milho só para provar que são disciplinadinhos… Esse tempo já passou, sabiam? Hoje, quem cai na rede de difamação pode é acabar se dando bem. Se o PT disser que essas pessoas não são bacanas ou de confiança, isso vale como um atestado adicional de seriedade.


Foi o que aconteceu com a consultoria Empiricus. O PT decidiu recorrer ao TSE contra dois textos de análise que estavam no Facebook e circulavam como publicidade paga. 

Eram análises críticas ao governo Dilma. Desde a segunda-feira passada, quando a firma se viu forçada a retirar os dois textos, a base de clientes que paga por pacotes de análises passou de cerca de 9.000 para 16.500. Segundo informa a VEJA.com, “a consultoria possui ainda um mailing de 200.000 clientes em potencial que recebem boletins financeiros gratuitamente, após fazerem inscrição no site. Essa carteira específica ganhou em torno de 7.000 novos nomes por dia na semana passada”.


Felipe Miranda, sócio da Empiricus, não tem por que reclamar da repercussão, claro!, mas não fica necessariamente contente com a patrulha: “Ainda que haja mais desdobramentos de marketing, o episódio é lamentável demais para ser celebrado. O governo quis desviar o debate, colocando o mercado como vilão. Mas não poderá fazer isso para sempre. Pode calar os bancos agora. Contra nós, não podem fazer nada além desse cerceamento momentâneo que pode, aliás, ser retirado a qualquer momento pelo TSE”.


Pois é… Eu não sei qual vai ser o resultado da eleição presidencial. Não sou Pitonisa. Uma coisa, no entanto, é certa: há uma mudança importante em curso. Os “companheiros” já não intimidam mais ninguém. A sociedade, aos poucos, está aprendendo a se proteger daqueles que se pretendem donos de sua opinião.


O caso de Empiricus é eloquente demais. E notem: a empresa não depende, de modo nenhum, do estado — e, portanto, não tem de temer a reação de um governo vingativo. E poucas coisas irritam tanto os petistas como a independência intelectual — e financeira — daqueles a quem querem conquistar ou destruir. Os primeiros não se deixam cair vítimas de seu charme bruto; os outros conseguem resistir.


Independentemente de Dilma vencer ou perder a eleição, é bom o PT se dar conta de que o Brasil mudou. Ou vai pagar caro por sua arrogância num caso ou noutro.

Por Reinaldo Azevedo

Os limites de uma presidente-candidata


Eleições 2014  VEJA




Passado o primeiro mês de campanha, Dilma Rousseff mistura agenda oficial com atos eleitorais e fez uso do aparato da Presidência da República. Mesmo assim, o PT informou que vai gastar até 298 milhões de reais




Presidente Dilma Rousseff em campanha na UBS Jardim Jacy, em Guarulhos (SP)
CAMPANHA DISFARÇADA – A presidente (ou a candidata) Dilma Rousseff em visita (ou campanha?) à UBS Jardim Jacy, em Guarulhos (SP) 


 
Se a campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff gastar tudo o que informou à Justiça Eleitoral, o Brasil registrará neste ano sua mais cara campanha da história: 298 milhões de reais. O montante previsto para as despesas, estabelecido como teto – portanto, não necessariamente precisa ser gasto em sua totalidade –, não é uma exclusividade da campanha do PT, mas, transcorrido o primeiro mês da corrida eleitoral, chama a atenção justamente por se tratar de uma candidata que faz uso do aparato público em todas as suas agendas políticas. 


A legislação brasileira prevê que os deslocamentos da presidente da República devem ser cercados de cuidados e prerrogativas de segurança de um chefe de Estado. É fato que os limites estabelecidos pela legislação eleitoral brasileira são tênues quando um presidente, no pleno exercício do cargo, concorre a um novo mandato. E tampouco é desejável que sua segurança seja colocada em risco. Mas as opções da campanha petista mostram que Dilma não demonstra nenhuma disposição de enfrentar o papel de candidata sem vincular parte dos compromissos à agenda de presidente.


Desde o dia 6 de julho, a petista cumpriu mais de dez agendas oficiais fora do Palácio do Planalto. Em todas elas, estava amparada pela equipe de imprensa oficial e não hesitou em exceder os limites mínimos que deveriam distanciar a presidente da candidata. Na última semana, em sabatina eleitoral na Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi acompanhada, em pleno horário de expediente, por sete ministros de Estado e dois presidentes de bancos públicos, prática que pode configurar improbidade administrativa e deve ser investigada pelo Ministério Público. 


Nesta segunda-feira, Dilma fez uma visita-surpresa a uma unidade de saúde em Guarulhos, em São Paulo, novamente em horário de trabalho, acompanhada do ministro da Saúde, Arthur Chioro. A agenda chegou a ser anunciada pelo site da Presidência da República como um compromisso oficial, mas foi retirada minutos depois quando não era mais possível disfarçar que se tratava de um ato de campanha. 


O motivo da viagem a Guarulhos foi unicamente eleitoral: nesta segunda-feira, o Jornal Nacional, da Rede Globo, começou a destinar um minuto diário à cobertura dos candidatos – e, Dilma, trancada em despachos no Planalto, poderia passar em branco na TV.


“Chegar a um número cada vez mais expressivo de eleitores não é tarefa fácil, tampouco barata. E não basta apenas chegar. O tempo de exposição do competidor e a qualidade dessa aparição são também ingredientes importantes para o convencimento do eleitor”, diz o cientista político Mauro Macedo Campos, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, em seu estudo “Democracia, partidos e eleições: os custos do sistema partidário-eleitoral no Brasil”.


“O início da propaganda eleitoral obrigatório no rádio e na TV é o momento no qual todos os candidatos começam a ser expostos aos eleitores. Hoje só quem aparece é a Dilma porque ela é a presidente e tem os holofotes por conta dos atos do governo. Isso coloca os adversários nesse momento em desvantagem em termos de exposição ao eleitor”, afirma a diretora do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari.


Desde 1994, quando a legislação autorizou doações de empresas para as eleições presidenciais, os custos de campanha aumentam exponencialmente a cada quatro anos. 


Há 20 anos, os oito candidatos ao Palácio do Planalto juntos declararam gastos próximos aos 170 milhões de reais (em valores atualizados) desembolsados por Dilma Rousseff na eleição de 2010. Na disputa deste ano, os onze candidatos que concorrem ao cargo informaram que podem gastar até 916 milhões de reais. 


Até o momento, a campanha da presidente-candidata não divulgou nenhum centavo gasto do caixa eleitoral no deslocamento desde Brasília para as agendas casadas 


– quando a petista cumpre parte da agenda como presidente, mas aproveita para realizar atos políticos. O núcleo da campanha informou que, no primeiro mês, os gastos com folha de pagamento da equipe chegaram a 1,3 milhão de reais. 


Outras despesas, como transporte, locação de imóveis e impressão de material de propaganda ultrapassam 80.000 reais, mas ainda não foram detalhadas. Segundo a Advocacia Geral da União (AGU), os gastos da campanha são arcados pelo PT ou pela coligação. No caso do uso do avião presidencial, caberá à Secretaria de Controle Interno da Presidência da República calcular o valor a ser ressarcido.


De acordo com o ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Justiça reconhece a desigualdade entre o político que disputa a reeleição em relação aos demais adversários, mas nem sempre o aparato do presidente-candidato é irregular. Para o ministro Gilmar Mendes, o TSE precisa endurecer suas interpretações e provocar o Ministério Público Eleitoral para que conteste as atividades irregulares dos políticos com base na Lei de Improbidade. Atualmente, as sanções mais comuns no TSE durante a campanha são multas, perdas de tempo de TV e concessão de direitos de resposta, todas muito brandas para candidatos que violam repetidamente a Lei Eleitoral.


“O que os candidatos estão fazendo é um teste com a Justiça Eleitoral para ver o que os ministros do TSE toleram e o que não”, disse Gilmar Mendes. Para o ministro, ações de improbidade, que podem afastar servidores da administração pública por até cinco anos, funcionariam mais do que a aplicação de multas pelo TSE. Em 2010, o ex-presidente Lula, em campanha para eleger Dilma, ironizava publicamente as multas aplicadas. “O presidente Lula fazia piada. Eu acho que a Procuradoria deveria intentar ação de improbidade nesses casos de abuso”, defendeu Mendes, segundo quem os candidatos à reeleição têm “imensa vantagem” por estar no cargo durante o processo eleitoral.


Para o tesoureiro da campanha de Dilma, o deputado estadual Edinho Silva (PT), os quase 300 milhões estimados pela campanha de Dilma "são uma projeção de gastos baseada nos orçamentos e nos valores de mercado, compatível com o que acreditamos que efetivamente vai custar a nossa campanha". Com Dilma no papel de presidente-candidata, resta saber onde e com o quê esse dinheiro será gasto.


Conheça médico que salvou 50 milhões de vida com receita caseira


Atualizado em  4 de agosto, 2014 - 11:51 (Brasília) 14:51 GMT

Hirschhorn (BBC)
Hirschhorn teve papel-chave na descoberta da medida certa do soro caseiro, mistura de açúcar, sal e água


A fórmula, hoje, é mundialmente conhecida: uma solução simples de açúcar, sal e água. Uma mistura que pode ter salvado até 50 milhões de pessoas.


Encontrar um equilíbrio entre esses elementos foi o feito essencial dela, e o médico Norbert Hirschhorn teve um papel-chave na descoberta das medidas certas na preparação do soro caseiro.
Um caso emblemático: depois de dois dias sofrendo diarreia, um bebê egípcio de três meses não tinha forças nem para levantar a cabeça e mamar no peito da mãe.
Médicos temiam pelo pior: a diarreia grave é uma das principais causas de morte em países em desenvolvimento.


Com um tratamento simples, pouco mais de quatro horas depois ele estava bem o suficiente para retomar a amamentação - tudo graças a uma solução barata de açúcar e sal.


Hirschhorn descreve a transformação causada pela terapia de reidratação oral como incrível.


"Você entra em uma sala e a criança ou o adulto está perto da morte. Eles têm olhos fundos, respiram acelerado, a pele e as unhas estão azuladas", conta.


Ver alguém se recuperar é "como ver Lázaro voltar dos mortos - um milagre", diz ele.

Medida certa

Hirschhorn se envolveu em pesquisas sobre terapia de reidratação oral em 1964.
Ele prestava serviço militar nos Estados Unidos no serviço público de saúde e foi enviado para o que é hoje Bangladesh, que padecia de uma grave epidemia de cólera.


A cólera causa diarreia grave e pacientes rapidamente perdem muita água e sais. Os infectados ficam extremamente desidratados e podem entrar em choque e morrer em poucas horas.


Na região, até 40% dos moradores que não tratavam cólera estavam morrendo.
À época, o tratamento de reidratação era administrado por via intravenosa no hospital. Era caro, e muitas vezes, inalcançável para os que mais precisavam dele.


O objetivo era encontrar uma maneira de dar o tratamento por via oral e assim ajudar muito mais gente.

Outros haviam tentado no passado encontrar o equilíbrio certo de açúcar, sais e água para um tratamento oral. Hirschhorn trabalhava com o capitão Robert Phillips, que havia tentado ele próprio, sem sucesso, sua própria mistura anos antes. Vários pacientes morreram durante os testes.


Phillips estava muito receoso em deixar Hirschhorn realizar sua própria pesquisa.
"Ele já havia tentado a solução quando estava na Marinha em Taiwan e nas Filipinas, mas não acertou na medida, que era muito concentrada, e piorou as coisas", disse Hirschhorn.


Crianças no Sudão (AFP)
Irmãos atingidos por diarreia e desidratação aguardam ajuda no Sudão, em foto de 2004: segundo a OMS, a diarreia mata cerca de 760 mil crianças por ano


O trabalho de Hirschhorn se baseou nos estudos de Phillips e de outro colega, David Sachar. Sachar havia mostrado que o corpo poderia transportar sódio assim que glicose fosse adicionada - algo fundamental no combate à desidratação.


Mas a medida correta era fundamental: a quantidade maior ou menor de qualquer um dos ingredientes poderia fazer com que a solução não apenas não funcionasse, mas causasse danos mais graves.


"As proporções são cruciais. Para obter a absorção ideal de água, você precisa da mesma quantidade de glicose e sódio", disse Hirschhorn.


Foi um estudo pequeno, de apenas oito pacientes, no qual a terapia de reidratação foi aplicada usando uma sonda nasogástrica, que provou que a combinação funcionava.

No hospital e em casa

Hirschhorn disse que havia descrença de que uma mistura tão simples pudesse ser tão eficaz. "Sua simplicidade era sua própria inimiga. Levou muito tempo, muito tempo para convencer os pediatras de que fosse segura."


A publicação científica Lancet descreveu a terapia de reidratação oral como "potencialmente o avanço médico mais importante" do século 20. 


O Unicef, fundo da ONU para infância, disse que nenhuma outra inovação médica do século "teve o potencial de evitar tantas mortes em um curto período de tempo e custo tão pequeno".


Agora, a eficácia é mundialmente conhecida e usada por médicos em clínicas e em casas por pais.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que a diarreia é a segunda principal causa de morte de crianças menores de cinco anos, responsável pela morte de cerca de 760 mil crianças por ano.


E qual é a sensação de saber que seus esforços ajudaram a salvar mais de 50 milhões de pessoas?


Hirschhorn conta a história de uma viagem ao Egito, muitos anos depois de seu trabalho clínico.


Durante uma conversa com um taxista, descobriu que o filho dele havia sido salvo por reidratação oral quando criança. O garoto cresceu para virar um jovem estudante, realizando seus próprios estudos científicos nos EUA.


"Essa troca", diz Hirschhorn, ainda visivelmente emocionado, "teve um impacto grande em mim, tanto quanto todas as estatísticas juntas".

Agentes enfrentam obstáculos e medo no combate ao ebola

BBC

Atualizado em  30 de julho, 2014 - 14:15 (Brasília) 17:15 GMT



Médicos Sem Fronteiras na Guiné
Agentes sanitários enfrentam a desconfiança de moradores no interior da Guiné
Agentes de saúde envolvidos no combate ao surto do vírus ebola enfrentam dificuldades para atuar nas regiões mais remotas da África Ocidental.


Mais de 670 pessoas já morreram, mas em muitos vilarejos a população ainda trata médicos com desconfiança. Mesmo nos centros de tratamento, as chances de sobrevivência dos pacientes são pequenas.
Em Gueckadou, no sudeste da Guiné, das 152 pessoas atendidas, até o dia 23 de julho, 111 haviam morrido. Destas, 20 foram enterradas em covas sem identificação.
Uma das mortes mais recentes foi a de um bebê de quatro meses, cuja mãe, que lhe passou o ebola, morrera semanas antes.

"Estava com ele pouco antes de morrer, lhe dei uma mamadeira. Saí por alguns minutos para um descanso e quando fui chamada de volta o encontrei morto. Fiquei arrasada", afirmou à BBC a enfermeira Adele Milimouno, da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Primeiro caso

Geckadou foi a localidade em que o primeiro caso de ebola foi confirmado, em março. De lá para cá, a epidemia se tornou a pior da história, segundo autoridades sanitárias.
A MSF e a Cruz Vermelha Internacional, que, juntos, contam com cerca de 400 agentes, dizem que a situação continua fora de controle.
Médicos sem Fronteiras na Guiné
Em Gueckadou, de 152 infectados até 23 de julho, 111 não resistiram ao vírus ebola
Na semana passada, a Nigéria se tornou o quarto país a confirmar um morte causada pelo vírus letal.

Apesar do enorme número de mortes, a enfermeira Adele Milimouno diz que os sobreviventes lhe dão forças para continuar o trabalho.

"Eu reúno toda a coragem para vir trabalhar e tentar salvar a minha comunidade", afirmou Milimouno, que foi recrutada em um dos vilarejos da região. "Tenho orgulho do meu trabalho. Conseguimos salvar cerca de 40 pessoas."

Os obstáculos são ainda maiores no povoado de Kollobengou, a 12km do centro de tratamento. Da última vez que agentes sanitários tentaram entrar lá, foram atacados e advertidos a não voltar mais. Muitos acreditam que os médicos estão espalhando a doença pelas comunidades para coletar órgãos dos mortos.

Medo

Outros acreditam que o vírus existe, mas têm medo de pedir ajuda.
Depois de semanas de negociações com líderes comunitários e mais uma morte, os moradores admitiram a entrada dos médicos.
BBC
Uma equipe da BBC acompanhou a visita dos especialistas. Ao chegarem na aldeia, o medo era visível: poucos são os que se arriscam a sair de suas casas.

O representante das autoridades locais pediu a palavra e fez um apelo para que os moradores deixassem os temores de lado e colaborassem com os agentes sanitários. Entre as medidas mais imediatas está a distribuição de sabonete e cloro. O vírus pode ser facilmente eliminado através de uma boa higiene pessoal.

Mas a região tem problemas mais básicos. "Como vamos nos lavar todo o tempo se não temos água limpa para usar?", pergunta um morador.

Incubação

Ao todo, 48 pessoas entraram em contato direto com infectados pelo ebola. Eles serão monitorados diariamente por três semanas, o período de incubação do vírus, para verificar se não foram infectados.

Outros dois povoados próximos a Gueckadou sequer permitiram a entrada dos médicos.

Mas o avanço é palpável. Há dois meses, eram 28 os vilarejos que não aceitavam a ajuda dos agentes sanitários.

Um funcionário da OMS, Tarik Jasarevic, culpa em parte a comunicação confusa das autoridades no início dos surtos pela resistência dos moradores ao auxílio.


BBC
"As pessoas ouviram dizer que não há vacina ou tratamento para ebola, então muitos pensaram: 'para que vou até um centro de tratamento, se nem existe tratamento?'"
"Depois, algumas pessoas acabaram indo, mas muitas morreram. Então, ficou a ideia de que sair do seu povoado é morte certa", disse Jasarevic.


Ele afirma que faltou insistir na maior chance de sobrevivência daqueles que vão a um centro de tratamento e no fato de que essa é também uma forma de prevenir o contágio do resto da família.


Embora autoridades digam que o número de infectados na região de Gueckadou e imediações esteja caindo, o vírus está longe de estar controlado.


Diariamente, milhares de pessoas cruzam as fronteiras da Guiné rumo a Serra Leoa e Libéria. Em apenas três dias, entre 20 e 23 de julho, foram registrados 71 novos casos em Serra Leoa e outros 25 na Libéria, em comparação aos 12 reportados na Guiné.

Hamas, da primeira Intifada ao atual conflito com Israel


BBC

Atualizado em  29 de julho, 2014 - 07:26 (Brasília) 10:26 GMT

Vitória do Hamas nas eleições de 2006 (AFP)
Hamas saiu fortalecido após vitória nas eleições de 2006 nos territórios palestinos


O governo de Israel justifica a sua mais recente operação militar em Gaza - Borda de Proteção - afirmando que precisa se proteger de foguetes lançados em seu território pelo grupo palestino Hamas.


Mas a faceta militar é apenas dos rostos desta facção: o grupo militante, que controla a Faixa de Gaza e não reconhece a existência do Estado de Israel, é também um partido político e promove assistência social.
O Hamas é o maior dos vários grupos islâmicos militantes palestinos. Seu nome é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. A agremiação surgiu após o início da primeira Intifada (revolta palestina) contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, em 1987.


Em sua carta de fundação, o grupo estabelece dois objetivos: promover a luta armada contra Israel – missão conduzida por seu braço militar, as brigadas Al-Qassam – e realizar programas de bem-estar social.


Diferente do grupo palestino rival Fatah, que controla a Cisjordânia e concorda com uma solução para o conflito que envolva a criação de dois Estados – Israel e Palestina –, o Hamas defende a criação de um único Estado palestino que ocuparia a área onde hoje estão Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.


AP
Hamas nasceu após a primeira Intifada, em 1987


Por essa razão, e por sua longa história de ataques e sua recusa em renunciar à violência, o Hamas é designado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Japão. Para os países ocidentais, o Hamas está comprometido com a destruição de Israel.


Mas, para seus apoiadores, o Hamas é visto como um movimento de resistência legítima.


O grupo cresceu nos anos 1980 e 1990 como organização social nas cidades e campos de refugiados então sitiados pelas tropas israelenses. Nelas, o Hamas organizava clínicas e escolas para palestinos insatisfeitos com a ineficiente organização palestina controlada pelo Fatah, a Autoridade Nacional Palestina.


Desde 2005, o grupo está envolvido no processo político palestino, tornando-se o primeiro grupo islâmico no mundo árabe a conquistar o poder democraticamente (antes de tomar à força o controle da fortaleza de Gaza).

Chegada ao poder

O Hamas ganhou fama depois da primeira Intifada, como o principal opositor palestino ao processo de paz conhecido como os Acordos de Oslo.


Estas negociações, lideradas pelo governo do presidente americano Bill Clinton, previa a remoção gradual e parcial das tropas israelenses dos territórios ocupados, em troca de compromissos das autoridades palestinas de proteger a segurança de Israel.


Credito: AP
Integrantes do Hamas tomam o escritório do presidente palestino Mahmoud Abbas, em 2007


Mas a continuada agressão entre israelenses e palestinos, os objetivos autodeclarados do Hamas de se opor à existência de Israel e não renunciar à violência, e a subsequente retirada de Israel do processo de paz, puseram as negociações a pique.


Em fevereiro e março de 1996 o Hamas cometeu uma série de atentados suicidas que causaram a morte de quase 60 israelenses. As ações foram uma retaliação contra o assassinato um de seus membros em dezembro de 1995.

Meses depois, os israelenses elegeram o linha-dura Binyamin Netanyahu – um claro oponente dos acordos de Oslo – como primeiro-ministro.


O fracasso dos acordos de Oslo, cujos objetivos não puderam ser reavivados no encontro de Camp David, em meados do ano 2000, e a segunda Intifada, iniciada meses depois, deram ao Hamas mais fôlego e influência.


Quando o grupo chegou ao poder nos territórios palestinos em 2006, obtendo uma vitória impressionante nas eleições do Conselho Legislativo Palestino (PLC), a mesa estava posta para disputas com a facção rival, Fatah, liderada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.


A Autoridade Palestina é formada principalmente por nacionalistas palestinos seculares que acreditam em um acordo definitivo com Israel para a criação de dois Estados. Desde a morte do líder da Fatah, Yasser Arafat, em 2004, a Autoridade Palestina era controlada por Mahmoud Abbas.


Gaza (AP)
Novos ataques de Israel contra o Hamas em Gaza já deixou centenas de palestinos mortos


Hamas e Fatah formaram um governo de união nacional em março de 2007. Pouco depois, Abbas dissolveu o governo.


Mas em junho de 2007, confrontos mortais entre as duas facções se intensificaram. Alegando que forças do Fatah estavam planejando um golpe, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza à força. A Cisjordânia permaneceu sob o controle do Fatah.


Israel e Egito iniciaram um bloqueio às fronteiras de Gaza que permanece em vigor até hoje.

Ataques a Israel

Abbas sempre viu o lançamento de foguetes do Hamas contra Israel como algo contraproducente, causando relativamente poucos danos a Israel, mas provocando uma dura resposta por parte dos militares israelenses.


Para tentar eliminar o Hamas, Israel já realizou três grandes ações militares na região: Operação Chumbo Fundido, em dezembro de 2008, a Operação Pilar de Defesa, em novembro de 2012, e a Operação Borda de Proteção, em julho de 2014.


As ofensivas foram precedidas de escaladas na luta transfronteiriça, com dezenas de ataques com foguetes a partir de Gaza e ataques aéreos contra a região por parte de Israel.


O Hamas saiu dos conflitos de 2008 e 2012 degradado militarmente, mas com apoio renovado entre os palestinos em Gaza e na Cisjordânia, por ter confrontado Israel e sobrevivido.


Apesar das várias operações israelenses, e também das tentativas de repressão da própria Autoridade Nacional Palestina, o Hamas encontrou nas ações violentas um efetivo poder de veto sobre o processo de paz.


Palestinos celebram reconciliação entre Fatah e Hamas. Crédito: AP
Palestinos celebram breve reconciliação entre Fatah e Hamas, em 2011


Primeiro com os atentados suicidas realizados nos anos 1990 e início dos anos 2000 e, mais recentemente, os lançamentos de foguetes contra Israel.


Muitos palestinos veem nessas operações uma forma legítima de lutar contra o que consideram uma opressão israelense. Por isso, o Hamas sempre se esquivou de assinar um cessar-fogo permanente enquanto Israel ocupar os territórios palestinos - embora tenha havido momentos mais calmos na turbulenta história desta relação.


O grupo continuou a lutar sob o bloqueio imposto em conjunto por Israel e Egito a Gaza, mas ficou mais isolado após se desentender com potências regionais na esteira da Primavera Árabe.


A derrubada do presidente egípcio, Mohammed Morsi, um aliado-chave, em julho de 2013 foi mais um golpe.


Em abril de 2014, o Hamas concordou com um acordo de reconciliação Fatah, que levou à formação de um governo de unidade nacional.

Google revela identidade de usuário após identificar pornografia infantil no Gmail



Atualizado em  4 de agosto, 2014 - 14:36 (Brasília) 17:36 GMT

Imagem mostra logo do Google. Credito: AP
Google afirma que colabora com agências de prevenção à pornografia infantil 


O Google revelou a identidade de um usuário depois de descobrir imagens de abuso infantil em sua conta do Gmail, em Houston, Texas, de acordo com a imprensa local.
A empresa alertou uma agência de proteção à criança, que notificou a polícia, e o homem foi preso, segundo o KHOU 11 News.
O Google informou à BBC que não iria comentar sobre contas individuais.
A prisão levanta questões sobre a privacidade de e-mail pessoal e o papel do Google no policiamento da web.

A polícia de Houston disse ao canal de notícias local que o Google detectou imagens explícitas de uma menina em um e-mail enviado por John Henry Skillern. O Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas informou à polícia sobre o e-mail, que obteve um mandado de busca e prendeu o homem.

O homem, de 41 anos, é um criminoso sexual condenado. Ele foi acusado de posse de pornografia infantil, segundo o noticiário local.

"Eu não posso ver essa informação, eu não posso ver a foto, mas o Google pode", disse o detetive David Nettles.

O Google também se recusou a dizer se vasculha o conteúdo do Gmail de seus usuários para outras atividades ilegais, como pirataria ou o discurso de ódio.

'Identificar proativamente'

David Drummond, o diretor jurídico do Google, já havia dito que o Google ajuda a financiar a Internet Watch Foundation (IWF), que tem a tarefa de "identificar proativamente imagens de abuso infantil que o Google pode, então, retirar do nosso sistema de busca".

O Google trabalha intensamente com a IWF e o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, disse ele, acrescentando: "Nós construímos uma tecnologia que vasculha outras plataformas em busca de imagens conhecidas de abuso sexual de crianças. Podemos, então, removê-los de forma rápida e denunciar a sua existência às autoridades".

O Google digitaliza automaticamente contas de e-mail para fornecer anúncios dentro do Gmail, que tem mais de 400 milhões de usuários no mundo todo.


Em abril, o Google atualizou seus termos e condições para dizer que "nossos sistemas automatizados analisam o seu conteúdo (incluindo e-mails) para fornecer-lhe recursos de produto relevantes pessoalmente, como resultados personalizados de busca, publicidade sob medida e spam e detecção de malware. Esta análise ocorre quando o conteúdo é enviado, recebido e quando é armazenado."

Isso ocorreu após um processo de ação coletiva contra a empresa sobre a digitalização de e-mail ser indeferido no início deste ano. Na época, o Google disse que "uma pessoa não tem expectativa legítima de privacidade em informações que voluntariamente entrega a terceiros".

Em abril, o Google também parou a digitalização de mais de 30 milhões de contas do Gmail ligados a um esquema educacional após relatos de que os exames poderiam ter violado uma lei de privacidade dos EUA.

O Facebook também tem enfrentado uma ação coletivas sobre digitalização de mensagem.

Por que os EUA e a Europa relutam em criticar Israel?

BBC

Atualizado em  4 de agosto, 2014 - 13:53 (Brasília) 16:53 GMT

Israelenses em tanque (foto: AFP)
Americanos e europeus reconhecem direito de Israel de "se defender"


Enquanto várias cidades do mundo registraram protestos contra Israel pelos ataques à Faixa de Gaza, nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia muitos governos relutam em questionar a estratégia militar israelense.


Desde o início da ofensiva, mais de 1.800 palestinos foram mortos, 75% deles civis, segundo as Nações Unidas. As vítimas israelenses foram 67, quase todos militares, à exceção de três civis.
Mas a ONU fez grandes críticas a Israel depois que uma escola da organização no campo de refugiados de Jabaliy, em Gaza, foi bombardeada pelos israelenses – 

episódio que resultou em 15 mortes. Os Estados Unidos chegaram a criticar Israel, mas ressaltaram o direito do país "se defender".

Há alguns dias, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália também pediram um cessar-fogo e reprovaram a perda de vidas, mas da mesma forma foram cuidadosos em ressaltar o "direito de defesa" de Israel.

Quando o Conselho de Direitos Humanos da ONU votou na quarta-feira passada uma abertura de investigação para determinar se Israel cometeu crimes de guerra em Gaza o resultado foi 29 a 1. Os Estados Unidos votaram contra, e França, Alemanha e Grã-Bretanha se abstiveram.

"Rodeado de inimigos"

A própria criação do Estado de Israel, após o holocausto judeu, está enraizada nos interesses de potências como Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Washington reconheceu o Estado de Israel no mesmo dia de sua proclamação, em 1948. Com o tempo, o país se tornou o principal aliado americano na região.

"Os Estados Unidos, em diferentes governos, sempre sentiram a necessidade de defender Israel de ataques globais, particularmente na ONU, onde há um amplo número de países da África, Ásia e América Latina que estão dispostos a se unir para criticar Israel", disse à BBC Mundo Edward Gnehm, ex-embaixador dos Estados Unidos na Jordânia e hoje professor da Universidade George Washington, na capital americana.

A relação atual entre os dois países está embasada em mais de US$ 3 bilhões em ajuda financeira militar fornecida pela Casa Branca. Segundo o Serviço de Investigações do Congresso americano, Israel é o principal receptor de ajuda estrangeira dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial. O valor acumulado da assistência chega a US$ 121 bilhões.

Além disso, parte significativa da população americana simpatiza com Israel. Uma pesquisa recente realizada pelo Centro de Investigação Pew revelou que 40% dos americanos considera que o Hamas é culpado pela violência atual em Gaza. Os que culpam Israel são 19%.

Além disso, 35% dizem que a resposta de Israel ao conflito está sendo adequada, enquanto 25% opinam que ela foi exagerada.

Europa

Na Europa, a postura dos países não é homogênea nem responde às mesmas condições. Uma das razões está relacionada ao sentimento de culpa em relação aos judeus, segundo Mariano Aguirre, diretor do Centro Norueguês de Construção da Paz.
A Alemanha, por exemplo, é sensível às relações com Israel e permanece atenta ao surgimento de estereótipos antissemitas.

Segundo Michael Brenner, diretor do Centro de Estudos de Israel da Universidade Americana, em Washington, em algumas manifestações recentes os participantes fizeram uma diferença entre Israel e os judeus.

"Qualquer crítica a Israel é permitida, mas (o governo) será mais severo com os efeitos antissemitas dessas manifestações", ele disse.

Aguirre afirmou que a história colonial da França e da Grã-Bretanha também estão relacionadas ao tema. Segundo ele, esses países "ficam presos em seus próprios discursos" na medida em que as decisões que tomaram no início do século 20 criaram uma atual "inércia diplomática" - que hoje eles não querem revisar.

Escombros em local atacado por Israel
Para especialistas, ISrael desfruta sentimento de impunidade ao violar tratados com ação militar

Outro fator importante para os países europeus é a relação com Washington. "Se criticam Israel, os países sabem que estão colocando em dúvida a postura dos Estados Unidos", disse Félix Arteaga, pesquisador do Instituto Real Elcano, uma organização não governamental espanhola.

De acordo com ele, os governos europeus não vão criticar a desproporcionalidade dos ataques israelenses antes que o governo Barack Obama o faça.

Além disso, um fator conjuntural também dificulta que as nações da Europa critiquem Israel. "A União Europeia já tem muitos problemas para articular sanções contra a Rússia por causa do conflito na Ucrânia e não pode abrir outra frente", disse Arteaga.
Por causa desses fatores, segundo o pesquisador, Israel desfruta uma sensação de "impunidade".

"Há muito tempo os Estados Unidos e a Europa, líderes nesse conflito, aceitaram implicitamente que Israel tem impunidade. Por isso, pode violar sistematicamente o direito internacional, o direito humanitário e os acordos de que é signatário sem ser condenado", afirmou.

Israel já violou 32 resoluções do Conselho de Segurança da ONU desde 1968, segundo um estudo de Steven Zines, da Universidade de San Francisco, publicado no jornal israelense Haaretz.

Hamas

Segundo Nadim Shehadi, investigador associado de Oriente Médio na Chatan House, um centro de estudos em Londres, uma solução do conflito no momento atual daria força ao Hamas – classificado como grupo terrorista por Washington - na OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

"O Hamas se declararia vitorioso", segundo Shehadi. Ele afirmou que os Estados Unidos e a Europa querem evitar isso a qualquer custo.

Além disso, segundo Aguirre, americanos e europeus ficaram sem uma "resposta política" após o fracasso das negociações da criação dos dois Estados lideradas pelo secretário de Estado americano John Kerry.

"Ficaram sem um marco de referência e sem modelos de negociação para oferecer".

Paes promete Olimpíada no prazo e diz que não é hora 'de esculhambar a cidade'



  • Parque Olímpico - Barra da Tijuca

      Obras do Parque Olímpico da Barra da Tijuca
    É a principal obra da Olimpíada e será palco para 16 modalidades. O Rio considera que esse será o principal legado dos Jogos na cidade. A previsão de conclusão da obra completa é 1º trimestre de 2016
  • Complexo Esportivo de Deodoro

    × Complexo Esportivo de Deodoro
    Segundo principal local de competição, com 11 modalidades. Foi utilizado no Pan-Americano e já é considerado 60% 'pronto'. As obras começaram em julho deste ano e estão previstas para terminar no 1º trimestre de 2016
  • Baía de Guanabara

    × Poluição na Baía de Guanabara
    Onde acontecerão as competições de vela durante a Olimpíada. O governo do Rio prometeu tratar 80% do esgoto que cai na Baía até 2016. A prefeitura chegou a dizer que isso não seria possível, mas voltou atrás recentemente. Segundo fontes oficiais, com as obras para os Jogos, o tratamento do esgoto da Baía já chegou a quase 50%
  • Estádio do Engenhão

    × Estádio do Engenhão
    Estádio do Pan em 2007 será utilizado para as competições de atletismo. Ele passa por reformas na cobertura (que apresentou problemas estruturais) cujo prazo de conclusão é novembro. Além disso, há obras de revitalização no entorno e a capacidade do estádio será ampliada em 15 mil lugares
  • Transolímpica

      Obras da Transolímpica
    Via expressa para carro e ônibus (parte do projeto de BRT - Bus Rapid Transit) do Rio para conectar a Barra e o Recreio a Deodoro. Serão 23 Km de extensão a um custo de R$ 1,5 bi, e o prazo de conclusão é dezembro de 2015
  • Linha 4 do metrô (Barra da Tijuca)

    × Obras da linha 4 do metrô
    Linha nova do metrô para conectar a Barra (zona oeste) ao Centro. Serão seis estações – cinco com previsão de conclusão para início de 2016 e uma para depois dos Jogos.
Em entrevista à BBC Brasil, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a realização dos Jogos Olímpicos na cidade vai evitar a "tortura" que antecedeu a Copa do Mundo – criticada até o último momento por problemas de organização.


Faltando exatos dois anos para a abertura da Olimpíada no Rio de Janeiro, em 2016, Paes disse que a "jornada" de preparação é importante tanto para a imagem do Rio quanto do Brasil, e que "não precisa ser um momento que a gente aproveite para esculhambar com o país e com a cidade".


"A Olimpíada do Rio está sendo planejada com muito detalhe há muito tempo. A conta nossa é de que está tudo no prazo, tem a data direitinho de entrega e está tudo no prazo", afirmou o prefeito.


"O Brasil perde se o mundo não entender que a gente se organiza melhor, que a gente tem essa capacidade. A gente não precisa fazer da jornada um período de tanta tortura, já é tão difícil, não precisa ser um momento que a gente aproveite para esculhambar com o país e com a cidade."


As garantias do prefeito respondem às polêmicas sobre orçamento, atrasos e promessas ainda por cumprir que afetam a organização da Olimpíada.


Para a cidade, o custo dos Jogos está orçado por enquanto em R$ 37,6 bilhões - superando os R$ 33,6 bilhões dos Jogos de Londres em 2012 –, de acordo com o número divulgado pela prefeitura na segunda-feira.


Mas de acordo com os organizadores, 57% desse valor virá de investimento privado. Além disso, Paes diz que o orçamento das obras não é tão alto se considerado o legado que será deixado para a cidade.


O Complexo Esportivo de Deodoro, onde os trabalhos começaram no início do mês passado, levanta preocupações sobre o ritmo das obras.


No entanto, de acordo com os dados oficiais, 55% das instalações esportivas necessárias para a Olimpíada já estão prontas e, apesar de haver algumas obras consideradas como "pontos de atenção", nenhuma delas pode ser considerada "atrasada".
Obras no Centro Internacional de Mídia/ Divulgação
Jogos estão orçados em R$ 37,6 bilhões, mas prefeitura diz que maior parte será investimento privado


Já em termos de promessas da candidatura olímpica, o grande questionamento é com relação à despoluição da Baía de Guanabara.


O Rio se comprometeu a tratar 80% do esgoto jogado na baía até 2016, mas o discurso do governo estadual atualmente é de que "se fará um esforço" para atingir a meta.

Bronca do COI

Ainda ressoam entre os organizadores as críticas do vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, que em abril considerou os preparativos para os Jogos do Rio "os mais atrasados já vistos".


Para acelerar o ritmo, o órgão enviou seis de seus especialistas em organização olímpica para trabalhar junto com o Comitê Rio-2016 e vigiar de perto o planejamento e execução das obras.


"A gente montou uma força-tarefa, o COI enviou gente com uma expertise em Jogos pra nos ajudar principalmente no processo de tomada de decisão. Isso nos fez recuperar tempo perdido", explicou Leonardo Gryner, diretor geral de operações do Rio-2016.


Para o prefeito Eduardo Paes, porém, as críticas do COI vieram muito em função dos problemas de atraso que aconteceram na preparação da Copa do Mundo.


"A gente tem que contextualizar essas críticas. Primeiro a gente estava às vésperas da Copa, todo mundo dizendo que a Copa ia ser uma desgraça, que nada ia ficar pronto. 


Aí o sujeito está lá fora, tem uma Olimpíada pra acontecer em dois anos e dois meses: você tem uma espécie de surto psicótico e todo mundo começou a exagerar", disse o prefeito.


"Acho que o COI é sempre bem-vindo na maneira de cobrar, de acompanhar, eles acompanham. Acho que o que faltava era diálogo, informação. O que eu tenho tentado fazer nos últimos três ou quatro meses, desde que essas críticas vieram, é estar pessoalmente com eles pra mostrar 'ó, não tem todo esse drama'."

Complexo Deodoro

O atraso no Complexo Esportivo de Deodoro foi uma das grandes preocupações que geraram a 'bronca' do COI.


O local é o segundo principal palco de competições, onde serão disputadas 11 modalidades (hipismo, ciclismo - mountain bike e BMX -, canoagem slalom, tiro, entre outras). Chegou a ser utilizado no Pan-Americano de 2007, mas precisa passar por adaptações para a Olimpíada.
Complexo Esportivo Deodoro/ Divulgação
Ritmo das obras no Complexo Deodoro contribuíram para críticas do COI


"Naquele momento, as críticas faziam sentido, estávamos atrasados em algumas coisas, principalmente com a licitação de Deodoro. Mas conseguimos antecipar o inicio das obras de lá a gente recuperou esse tempo tempo. Está tudo em dia agora", disse Leonardo Gryner.


Outra polêmica entre as obras esportivas da Olimpíada foi a construção do velódromo. O Rio precisou demolir o antigo percurso construído para o Pan e fazer um novo que tivesse capacidade para abrigar as competições de ciclismo em pista dos Jogos.
O primeiro havia custado cerca de R$ 14 milhões e o que está em obras está orçado em R$ 136 milhões.


"O velódromo era para ser temporário, mas quando se tomou a decisão de fazê-lo permanente na época do Pan, o tempo pra fazer a obra era pequeno e aí não era possível fazer no padrão olímpico. Foi o único que não foi construído corretamente no sentido de aproveitar para a Olimpíada", explicou Gryner, que também esteve envolvido na organização do Pan de 2007.


Segundo ele, "tudo o que poderia ser aproveitado das construções feitas para o Pan-Americano está sendo usado para os Jogos".


"O Maria Lenk e o Julio Delamare (parques aquáticos) serão usados para saltos ornamentais, nado sincronizado e pólo, o estádio do basquete, que é a HSBC Arena, vai ser usado na ginástica, o Engenhão para o atletismo, então tudo o que podia aproveitar, a gente aproveitou."

Mudança de feição

À medida que os Jogos se aproximam, o Rio de Janeiro começa a tomar forma de sede olímpica, mas nem sempre com características desejáveis. Uma delas é o trânsito piorado causado pelas obras espalhadas.


Entre os projetos de mobilidade urbana que prometem aliviar esses efeitos, aumentando a capacidade do transporte público do Rio de Janeiro de 18% para 60%, estão dois BRTs (Bus Rapid Transit): a Transcarioca (que liga a Barra da Tijuca ao aeroporto do Galeão e tem 39 km de extensão) e a Transoeste (que conecta a zona oeste inteira da cidade, com 56 km de extensão).


Outro BRT, a Transolímpica, que conectará os dois principais locais de competições olímpicas (Barra e Deodoro, 23 Km de extensão) está em fase de construção.


Obras no Parque Olímpico/ Divulgação
A linha 4 do metrô, com seis estações que ligarão a Barra ao centro, é outro grande legado que o Rio promete entregar aos cariocas. Ela deve ficar pronta apenas no início de 2016.

Outro impacto negativo se dá sobre as vidas de milhares de moradores que precisaram ser removidos de suas casas por causa das obras.


A relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Raquel Rolnik, chegou a chamar a atenção para a forma "unilateral" como as desapropriações para a Copa e a Olimpíada estavam sendo feitas no Rio e em outras cidades-sede do Mundial de futebol.


O próprio prefeito Eduardo Paes admitiu que "houve falta de diálogo" em alguns casos. Os números oficiais dão conta de que mais de 19 mil famílias precisaram ser removidas desde 2009, início da sua gestão.


Entre as feições mais agradáveis, estão projetos de revitalização de algumas áreas da cidade, como na região portuária (Porto Maravilha) e no centro.


Com elas, e mais as obras de mobilidade, Eduardo Paes promete que os Jogos de 2016 serão os de "maior legado da história".


"Eu posso garantir e reafirmar que não haverá cidade mais impactada positivamente na história das Olimpíadas como o Rio de Janeiro."

Quais lições a Copa do Mundo deixa para a Olimpíada?

Atualizado em  18 de julho, 2014 - 16:46 (Brasília) 19:46 GMT

Cristo Redentor com Maracanã ao fundo (Reuters)
Encerrada a Copa do Mundo, começa a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos do Rio


A Copa do Mundo no Brasil chegou ao fim sendo considerada um sucesso, segundo avaliação da Fifa, do governo brasileiro e de grande parte do público que esteve nos estádios e cidades-sede durante todo o torneio.


Apesar dos problemas na preparação para o torneio, os turistas não enfrentaram grandes problemas nos aeroportos e conseguiram curtir a "Copa das Copas", como o governo federal intitulou o Mundial no Brasil.
Fechadas as cortinas do Maracanã no dia 13 de julho, começa agora a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, que terá sua cerimônia de abertura realizada no dia 5 de agosto de 2016 no mesmo estádio.


Mas o que o Brasil pode levar como lição da Copa do Mundo para a organização dos Jogos Olímpicos de 2016? A BBC Brasil preparou uma lista com alguns "aprendizados" que o país teve nesse mundial.

Prazos

Foram poucos os prazos cumpridos pelo Brasil na preparação para esta Copa. Entre os estádios que foram reformados ou construídos do zero, apenas um dos 12 ficou pronto na data inicial estipulada pela Fifa – o Castelão, em Fortaleza, que foi entregue em dezembro de 2012, com tempo suficiente para ser testado antes da Copa das Confederações.


Complexo Olímpico da Barra da Tijuca (Alex Ferro)
Segundo organizadores da Rio 2016, 38% das arenas necessárias para a Olimpíada estão prontas


Os dois casos de atraso mais complicados entre as arenas foram em Curitiba (Arena da Baixada) e São Paulo (Arena Corinthians), com o primeiro sendo ameaçado de "exclusão" da Copa do Mundo e o segundo – o da partida de abertura – sendo entregue somente duas semanas antes dela.


Em termos de obras de infraestrutura, o governo planejou 83 obras, entre reformas de aeroportos, investimentos de mobilidade urbana e transporte público, nas 12 cidades-sede incluídas na Matriz de Responsabilidades para a Copa.


Pelo menos 21 deles foram adiados – excluídos da Matriz – e alguns que foram mantidos não ficaram prontos – como os aeroportos de Salvador e Belo Horizonte, por exemplo, além do BRT da capital mineira (nem todas as linhas dele ficaram prontas).


Segundo informações divulgadas pelos organizadores da Rio 2016 em maio, 38% das arenas necessárias para a Olimpíada já estavam prontas (11 de 29). Outros oito ainda precisavam passar por reformas e dez estavam em construção – os caso que mais chama a atenção são os do Parque Olímpico Deodoro, onde vão acontecer as modalidades de equitação, ciclismo, pentatlo moderno, tiro, canoagem slalom, hóquei e esgrima. A construção dele começou neste mês.


A BBC questionou dezenas de brasileiros em São Paulo e no Rio de Janeiro na última semana a respeito do chamado "legado da Copa", e eles sempre precisaram de alguns minutos para pensarem na resposta. A maioria começava dizendo: "Não houve legado."
Um deles prosseguiu: "o chamado legado só poderia ser reconhecido se os projetos de infraestrutura que foram prometidos forem entregues".


Nos Jogos Olímpicos a mesma coisa pode acontecer se o Rio não entregar as mudanças na cidade que o governo local está prometendo no transporte público - novas linhas do metrô e a implantação do BRT (Bus Rapid System) Transolímpica.

Planejamento

A BBC Brasil conversou com secretários de Copa de algumas cidades-sede dois meses antes do Mundial e, quando questionados sobre o porquê dos atrasos na preparação, a resposta, além das justificativas de eventuais problemas localizados, sempre tinha um ponto em comum: a "cultura de última hora" do brasileiro.


Para o Ministério do Esporte, nem todas as obras da Matriz de Responsabilidades da Copa "eram essenciais para a Copa do Mundo".


"A maior parte dessa Matriz usa a Copa para antecipar e acelerar investimentos de infraestrutura para o país. E a maior parte de mobilidade urbana não era essencial, o resultado da Copa mostra isso, que não ficou pronto e a operação de mobilidade foi um sucesso", disse o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, à BBC Brasil.
"Claro que nós tivemos problemas de planejamento, mas o mais importante é que a qualidade do evento foi garantida", completou.

Acidentes

Além dos problemas de planejamento, chamou a atenção o número de mortes em obras da Copa. Foram nove operários mortos nas construções de estádios (três em São Paulo, quatro em Manaus – três em acidentes e um por ataque cardíaco -, uma em Brasília, uma em Cuiabá). Outras duas pessoas morreram no acidente da queda do viaduto Guararapes em Belo Horizonte (previsto originalmente para o Mundial), já com o torneio em andamento.

Não houve registro de mortes nas obras olímpicas, mas os atrasos já chamaram a atenção do COI (Comitê Olímpico Internacional). O vice-presidente John Coates chegou a dizer que o Rio tinha "a pior preparação olímpica já vista".

O sucesso da Copa, porém, tranquilizou um pouco o Comitê. "Estamos muito felizes que a maioria dos temores que surgiram antes da Copa não se materializaram. 
Recebemos relatórios estimulantes, mas temos que manter a vigilância", declarou o presidente do COI, Thomas Bach.

Língua

Não foi muito fácil encontrar pessoas que falassem inglês ou espanhol no Brasil. Essa foi a dificuldade mais comum relatada por estrangeiros que vieram para o país durante a Copa.

Mas quando as palavras não funcionavam, o negócio era se comunicar sem elas, por meio de gestos e mímicas. E isso pareceu funcionar como uma adaptação imediata para o "problema".

"No começo, eu achei que a língua era um problema, mas os brasileiros são tão legais que eles sempre tentam te ajudar e você consegue se virar", disse o inglês Darren Heffernan.

A falta de conhecimento do inglês também causou alguma confusão principalmente para restaurantes que tentavam traduzir os cardápios para agradar os estrangeiros que estavam por aqui. As traduções literais de pratos típicos como "bife a cavalo", que em alguns lugares virou horse steak (literalmente, "bife de cavalo") ou o famoso contra-filet, que foi chamado de "against the filé" em uma tradução literal, não deram muito certo e confundiram os turistas.

Diversidade

Torcedores do Brasil (AP)
Pesquisa constatou que no jogo entre Brasil e Chile pelas oitavas, 90% do público pertencia às classes A e B


"Nossa sociedade é misturada em todos os sentidos - religião, raça, etnia...nós queremos mostrar o Brasil como uma nação tolerante, multicultural e que sabe recepcionar muito bem os turistas", disse o ministro do esporte Aldo Rebelo em 2012.
Essa era a mensagem que o Brasil queria passar para o mundo como país sede da Copa do Mundo e da Olimpíada: a ideia de um país multicultural e diversificado.

Viajando pelo Brasil de Norte a Sul passando por sudeste, nordeste e centro-oeste foi fácil notar essa diversidade de culturas nas cinco regiões. Mas, para aqueles que ficaram apenas dentro dos estádios, o Brasil era um pouco diferente do descrito pelo ministro.

Uma pesquisa do Datafolha constatou no jogo entre Brasil e Chile pelas oitavas de final em Belo Horizonte que 67% do público era branco e 90% pertencia às classes A e B.
O preço alto dos ingressos foi um dos motivos disso. As entradas variaram de R$ 60 a R$ 1980, mas o número de tíquetes da categoria mais barata não foi suficiente para atender a população mais pobre.

O Brasil terá uma nova oportunidade de mostrar sua diversidade na Olimpiada. Ainda estão sendo discutidos os preços dos ingressos para os Jogos.

Protesto e polícia

Protestos no Rio no dia da final da Copa (AP)
Com Olimíada, mais protestos estão por vir. A estratégia de como lidar com eles ainda é um desafio

A segurança sempre foi considerada um dos grandes desafios do Brasil para sediar Copa e Olimpíada. O país tem índices de violência superiores aos das principais nações européias e precisava provar aos turistas que seria um destino seguro para quem viesse para cá.

Além disso, outra grande preocupação era com os possíveis protestos que poderiam acontecer durante o torneio - como os que aconteceram na Copa das Confederações no ano passado.

As medidas adotadas pelo governo brasileiro foram reforçar a segurança nas 12 cidades-sede e cuidar para que as eventuais manifestações não chegassem nos arredores dos estádios. Para isso, as autoridades bloquearam um raio de 2 Km em volta de cada arena e só circulariam por aquele perímetro pessoas que tivessem ingresso ou fossem credenciadas para a Copa. A iniciativa foi criticada por ativistas.

Os protestos até aconteceram durante a Copa, mas em uma escala bem menor do que os de 2013. E os poucos que aconteceram acabaram sendo reprimidos com vigor pela polícia, que tinha como objetivo manter os manifestantes longe do estádios. 

Principalmente em São Paulo, no dia da abertura, e no Rio de Janeiro, no dia da final, foram registradas ações fortes da policia, deixando feridos e presos.

Por outro lado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, elogiou o esquema de segurança montado para a Copa. "Todo o trabalho de segurança que foi feito foi excelente", comentou no dia seguinte à final do Mundial.

Com a possibilidade de mais protestos na Olimpíada, ainda não está claro qual seria a melhor a estratégia para lidar com eles.

Estruturas alternativas para receber turistas

A Copa do Mundo do Brasil chegou a ser chamada de "Copa do Mundo dos sul-americanos", tamanha era a presença dos turistas vizinhos no país para os jogos do Mundial. Muitos deles, porém, vieram de carro ou em grandes caravanas organizadas de última hora, em condições mais precárias e sem dinheiro para gastar em hotéis para a estadia no Brasil.


Camping argentino (BBC)
Argentinos montaram barracas e estacionaram veículos no Sambódromo e no Terreiro do Samba

A solução para eles foi buscar o apoio das prefeituras e governos locais. Uma caravana com mais de 4 mil chilenos, por exemplo, acampou no sambódromo do Anhembi em São Paulo às vésperas de Chile x Holanda. Só que antes disso, na passagem pelo Rio, eles chegaram a reclamar da falta de lugar na cidade onde pudessem parar os mais de mil carros que vieram com eles.

Para a final, a prefeitura do Rio liberou o Sambódromo da Sapucaí e o Terreiro do Samba para os argentinos montarem suas barracas e estacionarem seus veículos. Ainda assim, o prefeito Eduardo Paes admitiu que será preciso se preparar melhor para esquemas como esse durante a Olimpíada.

"Adoraria ver essa invasão de latinos de novo, mas vamos ter que nos preparar melhor para recebê-los", disse.

Ingressos

Um dos grandes "legados" da Copa do Mundo no Brasil foi desvendar a ação de uma quadrilha nque vendia ingressos ilegalmente, lucrando até 200 milhões por Mundial nas últimas quatro Copas que atuou.

O esquema incluía o envolvimento de Ray Whelan, o diretor da Match, empresa contratada pela Fifa para comercializar os ingressos da Copa. Um dos acionistas da empresa, inclusive, é sobrinho do presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter.

A polícia do Rio de Janeiro prender Whelan e outras 11 pessoas acusadas de estarem envolvidas na quadrilha. O delegado Fábio Barucke, chefe da operação, disse que o sistema de venda de ingressos da Fifa facilita o comércio ilegal, já que dois terços dos ingressos acabam distribuídos para parceiros comerciais e pacotes de hospitalidade, fazendo com que a entidade não tenha total controle sobre eles.

O Comitê Olímpico Rio 2016 será o responsável por determinar como será feita a venda de ingressos para a Olimpíada. A licitação para definir a empresa que tomará conta da comercialização de entradas ainda não saiu.