Atualmente, fala-se muito em combater a erotização precoce para que
ela não desencadeie o contato da criança com o sexo antes da idade
adequada e influencie o seu desenvolvimento natural.
A sexualidade é um tema abordado em toda parte: nas músicas, na
televisão, na moda. Mas é no ambiente escolar que, de alguns anos para
cá, o tema vem ganhando força. Na escola, a educação sexual se tornou
obrigatória pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
de 1996. O que se tem questionado ao longo dos anos é até que ponto se
deve permitir esse ensino para que o desenvolvimento da criança não seja
afetado.
De acordo com o procurador regional da República Guilherme Schelb,
especialista em segurança pública e palestrante sobre direitos humanos,
toda criança e adolescente tem direito à informação sobre sexualidade,
“desde que não estimule a erotização precoce, mas que a ajude em
escolhas seguras, inclusive evitando possíveis abusos e explorações”.
Para a pedagoga e educadora Damares Alves, hoje a metodologia de
ensino é defendida pelos que acreditam que ela combata a discriminação
ao homossexual. “Existe no governo um Plano Nacional de Cidadania LGBT
que estimula materiais didáticos e paradidáticos sobre diversidade
sexual. Porém, o conteúdo que se vê muitas vezes é chocante para a idade
a que é apresentado”, declara.
Ela afirma que, dependendo da forma
como o professor fala do conteúdo para a criança, pode despertar a
sexualidade cada vez mais cedo. “É possível fazer nas escolas um
trabalho de combate ao preconceito sem agredir a identidade biológica
das crianças e sem destruir a imagem da família”, completa.
Metodologia de ensino
Damares afirma que há diversas situações inadmissíveis que chegam ao
seu conhecimento, inclusive a existência de materiais que abordam a
sexualidade para crianças de 2, 3 anos, com o pretexto de combater o
preconceito. “Em Nilópolis, no Rio de Janeiro, encontramos um livro que
trazia quatro homens tendo relações sexuais juntos. Em outro caso, soube
de um pai que ficou chocado ao descobrir que o material distribuído na
escola da filha propunha que ela beijasse três meninos e três meninas
para depois relatar as sensações obtidas em uma redação. Isso não é
combate à homofobia”, atesta.
Outro exemplo apresentado por Damares foi o de uma professora que
flagrou um menino de 3 anos fazendo sexo oral em um colega da mesma
idade. “Sem saber o que fazer, a professora foi até a direção para
receber orientação. A diretora disse que não deveria intervir porque ela
poderia ser vista como homofóbica. Mas, se o caso envolvesse uma menina
e um menino, será que a diretora não iria dizer que seria muito cedo
pra isso?”, questiona.
A pedagoga também chama atenção para um desenho animado, recomendado
no portal do MEC. No portal do professor, é possível ver que o desenho é
indicado para ser discutido sob a temática “Diversidade sexual na
escola: reconhecê-la e superar preconceitos”, mas Damares questiona o
conteúdo da animação, que começa com um menino fazendo masturbação e, em
seguida, descobre que é homossexual. “Para falar de preconceito para
uma criança de 6 anos, não preciso falar de masturbação”, diz.
Fragilidade psicológica
Guilherme Schelb, que também é mestre em
direito constitucional e coordenador do Programa Proteger, diz que a
Constituição Federal reconhece a fragilidade psicológica de crianças e
adolescentes. “O artigo 220 ordena que seja realizada uma classificação
indicativa de programas de rádio e televisão e até anunciantes de
serviços e produtos impuseram limites em propagandas, reconhecendo que
crianças podem ser abusivamente corrompidas em sua formação psicológica.
Então, apresentar questões sobre sexo também é um abuso”, defende.
A psicóloga Marisa Lobo ressalta que a criança em formação está
construindo seu papel na sociedade e, quando se discute em sala de aula
comportamentos que envolvem a sexualidade, pode-se gerar um conflito
interno nos pequenos. “Estão desconstruindo os papéis social e sexual do
homem e mulher com o discurso de que isso acaba com o preconceito. No
entanto, com essa metodologia, teremos crianças que pularão as etapas do
seu desenvolvimento. A questão não é falar sobre a existência das
diferenças, mas conflitar a sexualidade e despertar para o sexo em uma
fase em que, na verdade, deveriam estar brincando”, justifica.
A
educadora infantil Patricia Rodrigues é uma das professoras que não
concordam com a abordagem da sexualidade de forma explícita,
principalmente para crianças pequenas. Ela não aceitou trabalhar com um
dos livros sugeridos pelo MEC para discutir o assunto em uma sala de
aula com crianças de 4 anos.
Para ela, menores de 12 anos não têm
maturidade para receber informações que possam gerar conflitos.
“Dependendo do que é ensinado pelos professores, o assunto pode entrar
em contradição com o que foi dito pelos pais, além de despertar uma
curiosidade precoce, que irá até gerar traumas futuros.”
Conflitos na infância
Alan Augusto Souza Viana, de 22 anos, teve
contato com o sexo aos 7 anos com outras crianças e adolescentes. Isso
fez com que ele tivesse um desenvolvimento sexual precoce que atrapalhou
sua infância, se sentisse rejeitado e se tornasse uma criança com
conflitos internos. Dentre as inúmeras consequências, ele ressalta a
depressão e a dificuldade de se relacionar com o outro. “Fui prejudicado
psicologicamente, me sentia rejeitado, com confusão de sentimentos.
Isso também afetou minha vida familiar e social.”
Alan fala que o contato com a sexualidade lhe trouxe experiências que
o impediram de ter uma infância como a dos outros meninos. “Perdi parte
da minha infância e minha identidade foi a primeira a ficar confusa.
Vivi muitos anos sem saber o papel que ocupava na sociedade.”
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, os primeiros 12 anos
de vida da criança são fundamentais para o desenvolvimento de suas
estruturas psíquica e física e de suas habilidades. É uma fase de maior
vulnerabilidade, que demanda proteção especial em um ambiente seguro,
acolhedor e propício ao desenvolvimento de suas potencialidades.
“Crianças precisam ser protegidas, amadas, cuidadas. As diferenças
físicas devem ser ensinadas para as crianças desde a mais tenra idade.
Isso é construção da sexualidade saudável”, reforça a psicóloga Marisa
Lobo.
Muito além do material
Atualmente, a escola é um local em que a
criança passa muitas horas do dia. Os pais deixam os filhos certos de
que lá receberão orientações que os influenciarão em sua formação.
Contudo, muitos pais desconhecem o ambiente que elas frequentam.
Sabendo da necessidade de estar atenta a isso, Celina Monteiro, mãe
de uma menina de 4 anos, ao matricular sua filha na escola, quis saber
qual seria o material usado e conhecer as instalações. Quando soube da
recente resolução governamental que recomenda o uso de banheiros unissex
para meninas e meninos ficou indignada. “Não é um combate ao
preconceito, pois não pensaram nas meninas. Como elas vão frequentar um
banheiro em que um homem poderá entrar?”
Celina se referiu à Resolução 12/2015, que garante o uso de banheiros
e vestiários segregados, de acordo com a identidade de gênero. Na
prática, a recomendação é de que meninos que se autoafirmem homossexuais
podem frequentar banheiros de meninas e vice-versa. “Já vimos casos de
homens fingindo serem homossexuais para entrar no banheiro de mulher. E
se isso acontecer com uma criança? Minha preocupação é expor as meninas a
esse contato”, alega a educadora Damares.
Para o advogado, procurador regional do Estado em Brasília e fundador
do movimento Escola Sem Partido, Miguel Nagib, essa resolução não tem
força de lei. “É um ato manifestamente ilegal, contrário à Constituição
Federal e ninguém é obrigado a obedecê-lo”, explica. Ou seja, a escola
que impor essa demilitação de espaço poderá responder civilmente pelos
prejuízos que vier a causar.
Formação moral e sexual
Nagib diz que a Convenção Americana dos
Direitos Humanos – que é um tratado internacional assinado pelo Brasil e
que tem força de lei – garante aos pais o direito a que seus filhos
recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias
convicções. “Para prevenir possíveis abusos, os pais podem notificar
extrajudicialmente os professores para que eles se abstenham de adotar
qualquer prática que possa comprometer a orientação ou o amadurecimento
do seu filho e o desenvolvimento de sua personalidade.”
Já Schelb ressalta a importância de se respeitar a vulnerabilidade
das crianças em crescimento. “Não é uma questão moral ou religiosa. É
uma questão de respeito à constituição, às leis e à condição especial de
indivíduos que merecem proteção especial e prioritária.”
Portanto, para os especialistas, não é preciso abordar o tema
sexualidade com material pedagógico que explore a prática pelas crianças
ainda em desenvolvimento. Independentemente da estrutura familiar, os
pais devem manter o diálogo para esclarecer as curiosidades sexuais de
cada fase, usando métodos de acordo com os seus valores morais.
Sexo ou gênero?
Os especialistas entendem que alguns meios estão cada vez mais sendo
usados para impor a ideologia de gênero nas escolas, travestida de
combate ao preconceito.
Em
2014, o Congresso Nacional havia retirado do Plano Nacional de Educação
(PNE) todas as menções ao termo “Ideologia de Gênero”. Mas, em 2015, o
assunto voltou a ser bastante discutido nos municípios. “No Plano votado
e sancionado pela Presidência o termo foi retirado. Entretanto, nas
Câmaras e Assembleias Legislativas parece que assistimos a uma inversão
daquela preocupação dos primeiros filósofos da democracia moderna. Como
pode um tema totalmente rejeitado pela PNE ser debatido?”, defende o
deputado federal Antonio Bulhões (PRB, ao lado).
Para a pedagoga Damares Alves, o termo nega a própria existência
humana. “Essa ideologia diz que nós devemos ser orientados pelo que
sentimos e não pelo sexo biológico com que nascemos. Mas, se a gente
inibir o instinto materno da menina e o instinto guerreiro do menino,
nós estaremos construindo uma geração de malucos”, enfatiza.
O procurador Guilherme Schelb afirma que essa ideologia concede
autonomia de vontade sexual a crianças. “É romper na mente delas a ideia
de sexo feminino e masculino vinculada ao comportamento de homem e
mulher”, esclarece.
Além de resoluções envolvendo identidade de gênero, o deputado
Antonio Bulhões ressalta que há centenas de projetos de lei em
tramitação que direta ou indiretamente ameaçam a família. Um deles é o
5002/2013, que autoriza não somente adultos fazerem a cirurgia de
mudança de sexo pelo SUS como também crianças e adolescentes. “Com essa
medida, se os menores não obtiverem o consentimento dos pais para a
cirurgia, será dada permissão via Defensoria Pública, retirando
totalmente o pátrio poder dos pais”, esclarece.
FONTE: http://www.universal.org/noticia/2015/07/26/sexualidade-e-criancas-quais-os-limites-33679.html
Comentário
Já viram judiação maior do que aquele garotinha dançando como um prostituto mirim na ultima parada gay?E as autoridades responsáveis pela proteção à infância e à juventude não fazem nada a respeito! Anonimo