Criminalidade toma conta de Brasília
11:19:55
Blog do Sombra
Brasiliense vive dias de horror devido ao aumento nos casos de assassinatos, roubos e tráfico de drogas
Carlos Magno
carlosmagno@odistrital.com.br
A crescente
onda de criminalidade e violência que assola a Asa Norte e região central de
Brasília tem deixado o brasiliense com medo. A recorrência nos casos de
assassinatos, roubos à luz do dia, tráfico de drogas próximo às áreas
residenciais e prostituição nas vias comerciais tomam conta da cidade e pouca
ou nenhuma providência prática tem sido tomada pelo governo até o momento.
Desde o início do ano, uma “rotina de violência” levou medo e insegurança aos
moradores daquela que já foi uma das áreas mais nobres do Plano Piloto. Nas
últimas semanas, o assassinato de um comerciante a sangue frio por menores de
idade fugitivos de um centro de semiliberdade foi o estopim para o pedido de
socorro daqueles que moram e trabalham na região.
Figurando
entre as oito unidades da Federação com maior número de homicídios, latrocínios
e lesões seguidas de morte, segundo dados do IBGE e das secretarias de
Segurança Pública, o Distrito Federal passa por um momento de perplexidade
nesse setor. São assassinatos praticados por menores de idade, crimes
resultantes da prostituição e do tráfico de drogas, latrocínio (roubo seguido
de morte), e até ocorrência de arrastão em restaurantes durante a noite. A
gravidade das ocorrências vem aumentando progressivamente com o passar do
tempo.
No dia 29 de
março último, Thiago de Almeida Martins, 29 anos, levou dois tiros ao tentar
impedir o roubo de um malote de dinheiro. O homem, que trabalhava como
segurança de uma loja da quadra 306 Norte, morreu antes de receber socorro.
Cerca de dois meses depois, no dia 28 de maio, uma mulher foi encontrada morta
com as mãos atadas em um apartamento da quadra 308 Norte. As investigações
apontam que Ana Maria Pinto da Costa, 23 anos, seria garota de programa e usava
o local do crime para atender clientes.
Pouco
mais de um mês depois, no dia 7 de julho, três homens com os rostos cobertos
invadiram uma pizzaria da quadra 214 Norte. Armados, eles levaram dinheiro e
objetos pessoais dos clientes. Durante o arrastão, os criminosos trancaram as
pessoas em uma sala do estabelecimento. No mesmo dia, o canteiro de obras da
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e
Documentação (Face) foi assaltado. Dois homens roubaram aparelhos eletrônicos,
quatro cartões de crédito, documentos e cerca de R$ 160.
Os episódios são dignos de filme de terror e não
param por aí. No dia 10 de julho, um casal de adolescentes foi baleado depois
de um assalto na quadra 706 Norte. Os jovens de 16 anos entregaram o que tinham
nos bolsos ao assaltante. Insatisfeito, o bandido efetuou os disparos. Após
cirurgias e contando com a ajuda da sorte, os dois tiveram alta médica e não
apresentaram sequelas. No dia seguinte, 11 de julho, três homens armados
invadiram as portarias de dois blocos residenciais da quadra 109 Norte,
renderam os porteiros e levaram aparelhos eletrônicos, celulares e dinheiro. O
trio ainda assaltou o posto de gasolina da mesma quadra.
O
grito de socorro da população, no entanto, ecoou após os acontecimentos da
última semana. Na terça-feira (24) dois bandidos entraram em um laboratório
dentro do Brasília Shopping, na Asa Norte, e limparam o cofre. Toda a ação
durou menos de três minutos e os ladrões fugiram com R$ 100 mil. A polícia diz
que os dois bandidos tinham crachás de acesso ao prédio comercial. Como a
recepção não tem detector de metais, os assaltantes passaram pela entrada
armados e subiram para o laboratório, que fica localizado no terceiro andar.
Imagens do circuito interno mostraram que o ladrão entrou no escritório onde
está o cofre, tirou o paletó e esperou uma funcionária colocar os maços de
dinheiro em um saco.
Outro crime que chamou a atenção da população foi
o praticado no último dia 21, quando o comerciante Sebastião Carneiro de Souza,
52 anos, foi assassinado de forma brutal, em frente ao seu estabelecimento, na
quadra 710 Norte, por três adolescentes que, horas antes, tinham deixado uma
instituição de semiliberdade para menores infratores, no Gama. Todos esses
delitos foram praticados no intervalo de apenas seis meses, de março a agosto
deste ano, numa escala crescente de violência.
Levantamento sobre índice de criminalidade por
região não é divulgado
A Secretaria de
Segurança Pública do DF, por meio de sua assessoria de comunicação, declarou
que existe um levantamento sobre o índice de criminalidade por região no DF,
mas que o mesmo não pode ser divulgado(!!!)
Questionado sobre o índice
de criminalidade na região da Asa Norte, o assessor do órgão declarou que o
cuidado com a não exposição é para evitar qualquer tipo de estigma que possa
ser vinculado a logradouros dentro do Plano Piloto, o
que poderia desvalorizar imóveis da localidade, por exemplo.
Contudo, áreas
comerciais na Asa Norte continuam sendo usadas como redutos de tráfico e
consumo de drogas. Quadras como a 314/315, bem como a 710, são pontos de
intensa movimentação, onde usuários e traficantes se concentram entre a
comercial e as casas e prédios residenciais. Quase todos os imóveis têm muros
altos, alarmes e cercas eletrificadas.
No último mês, policiais militares encontraram, de uma só vez, cerca
de 200 pedras de crack em poder de dois adolescentes. O flagrante ocorreu
quando a dupla descia de um ônibus e ficou a perambular entre as quadras
comerciais e residenciais. A inquietação deles chamou a atenção da Polícia Militar,
que os surpreendeu em flagrante.
O tenente Jerônimo Araújo, do Batalhão da Polícia
Militar da Asa Norte, admitiu dificuldades no combate à escalada do crack na
Asa Norte, mas, segundo ele, a localização da Asa
Norte contribui para a proliferação de traficantes e usuários das mais diversas
drogas. “O bairro fica próximo ao Varjão do Torto, que recebe muita droga da
Bahia, do Nordeste. São fatores como esses que contribuem para o maior número
de pontos de tráfico no fim da Asa Norte”, acredita.
Os
guardadores de carros que trabalham no local precisam ficar de olhos atentos
aos veículos, porque os usuários e mendigos que usam a droga costumam riscar o
fósforo para acender o cachimbo da droga na lataria dos carros. “Muitos donos
de carros vem nos reclamar que os carros estão arranhados. São eles que acendem
o fósforo do cachimbo na lataria”, afirmou Derlânio Farias, um dos guardadores.
Efetivo da Polícia Militar responsável pela
Asa Norte é insuficiente
Para os moradores e comerciários da Asa Norte, a
preocupação é crescente devido ao quadro de violência e também à quantidade de
ocorrências no local. Segundo eles, o efetivo da polícia reservado para a área
não tem como fazer um policiamento ostensivo. A segurança compete ao 3º
Batalhão de Polícia Militar. A unidade, no entanto, está sobrecarregada, já que
também é responsável pelo patrulhamento de outros logradouros dentro do Plano
Piloto, como a Vila Planalto, a Granja do Torto, o Setor Militar Urbano e os
pontos centrais do lado norte do Plano Piloto. Ao todo, 360 policiais percorrem
toda a região.
Os moradores já fizeram abaixo-assinado para o
governo, mas nunca são atendidos, segundo eles próprios declaram. O
subcomandante do 3º Batalhão da PM, major Giuliano Costa de Oliveira, conta que
o quadro organizacional da unidade prevê 600 policiais. “A população da Asa
Norte é muito grande. O ideal seria trabalhar com todo o efetivo. Mas nós nos
desdobramos para atender a demanda.” Segundo ele, 15 viaturas servem ao 3º BPM.
Para a delegada-chefe da 2ª Delegacia de Polícia
da Asa Norte, Mônica Loureiro, o policiamento faz sua parte, mas ela critica a
legislação vigente: “As pessoas e a mídia reclamam da falta de policiamento. A PM e a Polícia Civil têm feito um excelente trabalho na Asa
Norte, tanto que o número de crimes diminuiu bastante, mas, infelizmente,
muitas vezes nós enxugamos gelo, pois apreendemos hoje e, amanhã, eles já estão
nas ruas”, afirmou.(!!!)
São muitas as causas apontadas para a violência
na Asa Norte. O tráfico e o uso de drogas em invasões estão entre as
principais. Segundo o agente de fiscalização da Subsecretaria de Defesa do Solo
e da Água (Sudesa), subtenente da Polícia Militar Jorge de Oliveira Braga, é
grande o número de entorpecentes apreendidos em operações de retiradas de
barracos na região. As áreas descampadas do bairro, preferidas dos mendigos,
são alvo de fiscalização toda semana, garante o agente. “Já encontramos
cachimbos de crack, maconha, cocaína, entre outras drogas. O problema dos
viciados moradores de rua é que eles têm que roubar para sustentar o vício”,
afirmou.
Comércio em situação de risco frequente
Medo e
angústia são o que resta para os comerciantes e clientes das comerciais da Asa
Norte. A negligência da polícia e a ausência de policiamento nas ruas durante a
noite estão entre as principais reclamações. Gerente de panificadora na quadra
307 Norte, Junimar Soares da Cruz, 36 anos, teme ser vítima a qualquer momento
dos bandidos. “Se eu reagir, ainda acabo como aquele último”, frisou, se
referindo ao comerciante morto por menores dias atrás. Os funcionários de uma
padaria na quadra 407 Norte viveram o drama de ter que se jogarem no chão para
não serem baleados, em abril último.
Eles temem a visita desses bandidos a qualquer
momento. Na segunda-feira (23), cinco adolescentes
do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) fugiram do prédio da
unidade de ressocialização, localizado na 916 Norte. Apenas dois dias depois
quatro deles tinham sido encontrados e um ainda continuava foragido.
Outra preocupação é o crescimento do número
de moradores de rua. A esmola e a
caridade alheia é uma das razões para a permanência dessas pessoas nas avenidas
mais movimentadas do DF. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social e
Transferência de Renda (Sedest) existem no DF cerca de duas mil pessoas nessa
situação. A quantidade é 40% maior que no mesmo período do ano passado. “A
condição de vida que os moradores de rua buscam é baseada no dinheiro recebido
por vigiar carro, por exemplo, que é um dinheiro mais fácil, além das doações da
população, que acabam incentivando a mendicância”, explica o coordenador de
Ações Especiais, Ivanildo Sales.
A chefe do Núcleo Especializado de Abordagem
Social em Espaços Públicos da Sedest, Marcela Alcântara, reforça o discurso de
Ivanildo. “É preciso que haja uma mudança de cultura por parte da sociedade”,
disse.
Resposta do Governo foi dada com a nomeação de
policiais concursados
Devido ao clamor popular, a cúpula de segurança
foi convocada no início da semana pelo governador Rogério Rosso na residência
oficial de Águas Claras. O encontro durou mais de três horas. Desse encontro
saiu o anúncio de que o GDF convocaria cerca de 1.350 policiais concursados
para trabalhar. A previsão, segundo coletiva após o encontro, é de que o início
seja até o fim deste ano. A primeira turma deve ser chamada no decorrer do mês
de setembro para participar do curso de treinamento e de capacitação.
Outra ação
do governo foi de reavaliar a escala dos policiais militares. Atualmente, os
PMs trabalham um dia e folgam três. Com isso, apenas um quarto do efetivo de
cada região fica nas ruas. Outro problema é a grande quantidade de praças e
oficiais dentro dos órgãos públicos, fazendo serviços burocráticos. Rosso
prometeu estudar cuidadosamente a situação. Além disso, afirmou que pode
autorizar novo concurso público para a PMDF nos próximos dias. O efetivo da
Polícia Militar é o mesmo desde 2001.
Prostituição e viciados dividem espaço no
Plano Piloto
A prostituição também é uma constante nas
madrugadas da Asa Norte, Setor Comercial Sul, Setor Hoteleiro Sul e nos
arredores do Conic. A maior parte da concentração de profissionais do sexo na
Asa Norte fica na extensão da W3 Norte e nas entrequadras que vão da 310 à 316
Norte. Além disso, é possível ver prostitutas até durante o dia, especificamente
depois do almoço, pelo Eixão. Dados da Polícia Civil apontam que o perfil delas
é de jovens que residem em quitinetes, três a quatro garotas abrigadas em cada
imóvel. Elas são aliciadas nas boates que frequentam.
A equipe de
O Distrital visitou a área de prostituição na comercial da quadra 315 Norte. A
partir das 21horas, o movimento de mulheres é intenso. Travestis e garotos de
programa preferem a madrugada para ocupar as esquinas. As garotas de programa
ficam à beira da via, aguardando as abordagens. Algumas recebem chamadas pelo
celular. A maioria é jovem, bem trajada e, junto delas, alguns moradores de rua
e menores de idade fumam cachimbos de crack.
Estatísticas confirmam caos na segurança
pública do DF
A estatística para a área central de
Brasília é assustadora. As asas Sul e Norte concentram quase um quarto do
total de roubos e furtos registrados no Distrito Federal entre janeiro e julho
deste ano. Das 53.107 ocorrências, o centro de Brasília é o local onde 12.406
casos aconteceram. São 59 crimes desta natureza por dia, o equivalente a cerca
de 2,5 por hora. O mais assustador de tudo é que este quadro é de melhoria, ou
seja, segundo levantamento da Polícia Civil houve queda de 6% nas infrações
registradas no Plano Piloto em relação ao mesmo período do ano passado, que
chegou à marca de 13.199 episódios de furto ou roubo. Em todo o DF, a redução
atingiu os 13%. Em 2009, 60.711 ocorrências foram abertas até julho.
O pico de crimes notificados no Plano Piloto
aconteceu em abril, com 2.115 registros. A Asa Norte, em particular, vem sendo
palco desta onda de violência. Em maio e junho, os números baixaram quase 50%,
mas voltaram a preocupar em julho, que fechou com 1.815 ocorrências, ou seja,
quase 59 furtos ou roubos por dia. Em sete meses, o principal alvo dos bandidos
do centro de Brasília foram os pedestres. Desde o início do ano, 5.105 pessoas
foram vítimas de furtos e 1.302 tiveram seus pertences tomados por assaltantes
armados. Somados, os pedestres correspondem à metade dos registros policiais no
período. Os carros também são alvos comuns no Plano Piloto, que é o local mais
propenso do DF a esse tipo de crime: já são 1.211 ocorrências, mais que o dobro
dos registros em Taguatinga, onde houve 564 furtos. (C.M.)
PMs destacam a falta de efetivo para manter policiais nas unidades
A depredação de unidades comunitárias de
segurança demonstra o abandono da iniciativa criada para dar maior
eficiência no combate ao crime
Kelly Almeida-Correio Braziliense
Publicação: 06/01/2014
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Dois PCS de Santa Maria foram apedrejados na madrugada de sexta-feira em Santa Maria: um na Quadra 417. |
Se
a proposta inicial dos Postos Comunitários de Segurança (PCS), da
Polícia Militar, era inibir e coibir a ação de vândalos e bandidos no
Distrito Federal, o tempo mostrou que as instalações pouco intimidam os
mais ousados. Nos últimos dias, pelo menos quatro unidades foram
depredadas e tiveram portas e janelas quebradas. Propostos pelo governo
passado e criados em 2008, muitos dos PCS estão abandonados e
sucateados. Na semana passada, o Correio percorreu vários deles e
detectou o descaso dos locais que deveriam oferecer mais segurança à
população. No Guará, por exemplo, o espaço está fechado com correntes e
cheio de pichações. Ninguém vê policiais lá dentro há muito tempo.
Armados
com pedras e até bombas, vândalos danificam constantemente os postos
comunitários. No Riacho Fundo 2, na semana do Natal, pessoas não
identificadas picharam o local e direcionaram xingamentos aos policiais
militares. No momento da ação, os PMs haviam saído para fazer
patrulhamento na região. A tinta preta foi retirada pelos próprios
policiais. “É complicado. Se a gente fica dentro do posto, a população
fica sem reforço no policiamento. Se a gente vai para o patrulhamento,
fazem isso. E com o efetivo que a PM tem hoje, não dá para colocar mais
policiais na rua”, conta um militar, que preferiu não ter o nome
divulgado.
Se,
no Riacho Fundo 2, os policiais conseguiram limpar as marcas dos
vândalos, em Santa Maria PMs trabalham ao lado de vidros estilhaçados e
de uma rampa quebrada. Na madrugada de sexta-feira, dois PCS foram alvos
de vândalos, nas quadras 203 e 417 da região administrativa. Com pedras
e uma bomba, quebraram as portas, o corrimão e a rampa de acesso. Em
seguida, saíram sem que fossem identificados. Dias antes, outra unidade
na mesma região foi danificada. “Quem perde com isso é a população.
Agora, com os vidros quebrados, temos que ficar cuidando do posto e não
podemos sair para fazer ronda”, disse um policial, que também prefere
manter o anonimato. Somente em Santa Maria, pelo menos três unidades
estão depredadas. Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia
sido preso.
Precauções contra violência mudam hábitos de moradores do Plano Piloto
O assalto que terminou com a morte de
bandido na Asa Norte levanta a questão: no Plano Piloto, é preciso ter
tanta atenção quanto em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. A Asa
Sul também não escapa dos crimes recorrentes
Correio Braziliense
Amanda Maia
Thiago Soares
Publicação: 06/12/2013 06:00
Parar na vaga mais
próxima deixou de ser a única preocupação de quem estaciona o carro em
Brasília. Encontrar um local movimentado e com boa iluminação é
pré-requisito. Procurar por pessoas suspeitas antes de retornar ao
veículo, esconder os pertences de valor e evitar andar sozinho
tornaram-se hábitos obrigatórios para quem sai de casa.
O Correio
mostrou, na edição de ontem, que, de janeiro a outubro de 2013, houve
484 roubos a pedestres e 34 a comércio somente na Asa Norte, onde, na
noite de terça-feira, um assaltante tentou render um policial civil no
estacionamento da 309 Norte e acabou morto a tiros. Nas lojas do bairro,
os furtos também são comuns: foram 224 no mesmo período. Pesquisa da
Secretaria Nacional da Segurança Pública do Ministério da Justiça
(Senasp/MJ) realizada nas capitais e divulgada ontem revela que 9,3% dos
entrevistados do DF foram vítimas de furto de carro, caminhão ou
caminhonete. O índice é considerado alto e fica atrás apenas de São
Paulo (10,7%) e Rio de Janeiro (11,3%).
Nos 12 meses anteriores à
entrevista, 3,1% dos moradores da capital haviam sido alvo de roubo de
moto, motocicleta ou lambreta — a taxa mais alta do país. Além disso, o
percentual de vítimas de qualquer tipo de roubo no DF (9,07%) é muito
próximo ao da capital paulista (9,31%) e de Alagoas (10,46%). A
confiança na Polícia Civil está expressa na quantidade de pessoas
roubadas que registraram queixa na polícia (54,30%). Na Paraíba, cuja
taxa é a menor do país, esse índice cai para 18,4%.
Se a sensação
de insegurança e de ausência do poder público ficou mais evidente após o
assalto de terça-feira na 309 Norte, na vizinha Asa Sul, várias
ocorrências têm mostrado como a população está refém dos bandidos.
Ontem, na Quadra 513, uma lotérica foi assaltada no fim da tarde.
Militar é baleado na cabeça após tentativa de assalto, na 112 Sul
Três bandidos perseguiram a vítima que foi atingida quando tentou fugir
Mara Puljiz
Publicação: 04/01/2014 08:23
Correio Braziliense
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Imagem mostra o momento da perícia e a marca do tiro no veículo do militar |
Um
militar da reserva, de 66 anos, levou um tiro na cabeça no momento em
que entrava na garagem do prédio onde mora, na 112 Sul. O crime ocorreu
por volta das 22h30 dessa sexta-feira (03/1). Três bandidos, que estavam
em um Gol vermelho, seguiram a vítima desde quando ela entrou na
superquadra. Dois desceram do veículo e anunciaram o assalto assim que o
militar acionou o controle para abrir o portão da garagem.
A
vítima dirigia um carro modelo i30 e, ao ser atingida, perdeu o controle
do automóvel que desceu pela rampa da garagem e atingiu a traseira de
uma Sandero. Segundo a polícia, os criminosos queriam roubar o veículo,
mas o militar tentou fugir e acelerou. Ele foi levado pelo Corpo de
Bombeiros em estado grave ao Hospital de Base. De madrugada, o militar
passou por uma cirurgia e os médicos tentavam estabilizá-lo.
O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Moradores reclamaram da falta de policiamento ostensivo na região.
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Polícia - Segurança Pública
Domingo, 05 de Janeiro de 2014
Homens armados fazem arrastão em hospital particular do Rio
O Globo
Uma das mais populares redes de hospitais particulares do Rio, a D'Or
sofreu um perigoso revés no fim da noite de sábado. Homens armados
invadiram a unidade da Quinta, em São Cristóvão, e assaltaram cerca de
20 pessoas entre pacientes, parentes e funcionários. Dinheiro, cartões
de crédito e principalmente celulares eram os alvos dos criminosos.
Saiba mais.
Segundo testemunhas, os criminosos eram quatro
homens. Armados fizeram um arrastão no Hospital Quinta D'Or, em São
Cristóvão, na Zona Norte, no fim da noite de sábado. Cerca de 20
clientes e funcionários tiveram dinheiro, celulares e outros pertences
roubados. O bando fugiu, levando também a féria do caixa do
estacionamento da unidade e o carro de uma médica. Ninguém ficou ferido.
Segundo
investigadores da 17ª DP (São Cristóvão), imagens do circuito interno
de segurança do hospital já estão sendo analisadas para tentar
identificar os criminosos. Na delegacia, funcionários não quiseram dar
detalhes da ação por ordem da direção do hospital. O Quinta D'Or ainda
não se pronunciou sobre o roubo.
05/01/2014 22h29
- Atualizado em
06/01/2014 13h36
Escutas mostram que ordem de ataques no Maranhão saiu de presídio
Em conversa gravada, preso avisa para a mãe não usar ônibus em São Luís.
Onda de violência teve veículos incendiados e ataques a delegacias.
G1 Maranhão
Escutas telefônicas gravadas com autorização da Justiça mostram que as
ordens para os ataques ocorridos no Maranhão partiram de dentro do
Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo reportagem do
Fantástico, Hilton John Alves Araújo, detido após os ataques, comandou as ações após o pedido de um preso.
A onda de ataques começou depois que uma
operação da Tropa de Choque em Pedrinhas,
na sexta-feira (3), buscou diminuir as mortes nas unidades prisionais
do Maranhão. Até agora, quatro ônibus foram incendiados e duas
delegacias foram alvo de tiros em São Luís.
A polícia fechou as saídas da cidade, e mil policias fizeram buscas por
toda a capital. Ao todo, 11 pessoas suspeitas foram detidas. Entre
elas, Hilton John Alves Araújo, que, segundo a polícia, comandou as
ações.
Nas escutas gravadas com autorização judicial e exibidas no Fantástico
deste domingo (5), Araújo conversa com um dos presos, identificado pela
polícia como Jorge Henrique, que reclama da ocupação do presídio por
parte da polícia e da Força Nacional de Segurança. Ele, então, ordena os
ataques. "Nós tamos dando um alô geral aí pra todo mundo se organizar.
Quando é mais tarde, horário daqueles ataques, novamente pra cima deles.
É ônibus, é polícia, é bombeiro, é tudinho, tá ligado (sic)?".
Em seguida, segundo a polícia, Hilton John liga para a mãe dele para
alertá-la. "Não vai pegar ônibus hoje nem amanhã. Vai rolar uma chacina
em São Luís", diz.
Delegacia da Liberdade, alvo dos criminosos
(Foto: Flora Dolores/O Estado)
O secretário da Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, já havia
dito que a ordem para os ataques partiu de presos. "O serviço de
inteligência confirmou que esses ataques foram ordenados de dentro dos
presídios, inclusive sabemos quem mandou e quem recebeu as ordens. Essa
é, na verdade, uma resposta à moralização que estamos fazendo na
segurança do sistema penitenciário", afirmou.
Quatro das cinco
vítimas dos ataques a ônibus continuam internadas
e três ainda correm risco de morte, entre elas a menina Ana Clara, de 6
anos, que teve 98% do corpo queimado. Ela está em uma Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) e respira com a ajuda de aparelhos. A irmã dela,
Lohana, de 1 ano e meio, já está fora de perigo. O pai das meninas está
inconformado.
Ajuda federal
Neste domingo, o
Ministério da Justiça ofereceu ao governo do Maranhão vagas em presídios de segurança máxima para transferências de líderes das facções criminosas que estão no complexo de Pedrinhas.
A governadora do
Maranhão,
Roseana Sarney, ainda não respondeu à oferta do Executivo, o que deverá
acontecer nos próximos dias. Se aceitar o auxílio federal, ela será
responsável por apontar quais presos serão transferidos para outros
locais.
Segundo o Ministério da Justiça, a estratégia que pode ser adotada no
Maranhão já foi usada de forma eficaz anteriormente em Santa Catarina,
quando
foram transferidos vários presos, no início de 2012, justamente para tentar frear uma onda de violência que tomava conta do estado.
Em entrevista coletiva feita na manhã deste domingo, a cúpula da
Segurança Pública do Maranhão apresentou dez suspeitos de participar dos
ataques a quatro ônibus e à 9ª Delegacia de Polícia ocorridos na
sexta-feira (3). No sábado (4),
uma delegacia no bairro da Liberdade também foi atacada. O secretário Aluísio Mendes disse que o objetivo dos criminosos era queimar
pelo menos 20 ônibus na região metropolitana de São Luís.
Sistema prisonal do Maranhão
Um relatório de inspeção sobre estabelecimentos prisionais do Maranhão,
assinado pelo juiz Douglas de Melo Martins e enviado no fim do ano
passado ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
confirma a "precariedade do sistema prisional maranhense". O governo do
estado, segundo o juiz, já recebeu várias indicações da necessidade de
estruturar o sistema.
O governo do Maranhão contestou parte do relatório.