segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O que o brasileiro tem (tinha?) realmente de bom.

Os dois tabus - JOSÉ HORTA MANZANO

CORREIO BRAZILIENSE - 04/01

Desde que o mundo é mundo, a humanidade cultiva dois temas sensíveis: raça e religião. Lidar com eles requer prudência e tato. Evitar acidentes é dever de todos.

Embora a razão de ser de toda religião seja a crença na continuação da vida após a morte física, a diversidade de ritos, dogmas, preceitos, obrigações, proibições é notável. Cada credo tem seu catálogo de regras. O assunto, delicado, é daqueles que se há de tratar com luvas e pinça. Muita guerra já se travou e muita gente já morreu por divergências religiosas.

O Brasil teve sorte. As práticas animistas dos habitantes originários e o aporte de tradições africanas atenuaram a rigidez e o dogmatismo de colonizadores e de imigrantes. Embora nem sempre nos apercebamos disso, é de reconhecer que não padecemos de conflitos religiosos. Vão longe os tempos da Controvérsia de Valladolid, da Inquisição e das conversões forçadas. O afluxo de gente de vários quadrantes incutiu tolerância à índole nacional.

Visto assim do alto, esse traço de nosso caráter pode até parecer banal. Pois não é. Há pontos no globo onde ainda se luta por divergências de fé. Como prova, estão aí a Irlanda do Norte, o Egito, o Sudão, o Tibete.Até na Europa Ocidental, fricções de ordem religiosa obrigam parlamentos a legislar sobre vestimenta feminina - o porte da burca ou do véu islâmico, por exemplo. Em nossas terras, a sunga e o fio dental já cuidaram de banir esses rigores. Nosso problema está resolvido.

O racismo, outro tema sensível, planta raízes nos estratos mais primitivos do subconsciente. É a manifestação da desconfiança que dedicamos aos que não pertencem a nosso clã. Na prática, esse sentimento se exprime por meio da repulsa aos que têm cor de pele diferente da nossa, que não falam nossa língua, que não se comportam como nós. Em resumo: rejeitamos o que foge à norma.

Países onde coexistem etnias diferentes costumam ser palco de fricções. Um nada pode provocar conflitos. Essa intolerância está na raiz de atritos crônicos na Palestina, na Síria, no Iraque, na Índia, na Rússia. Na mesma linha, rebeliões nas periferias francesas e surtos de violência nos EUA nos lembram que a paz racial está longe de ser conquista planetária.

Múltiplos fatores forjaram o Brasil. Temos qualidades de fazer inveja: clima agradável, gente afável, ambiente tolerante, povo acolhedor. Mas arrastamos problemas pesados: corrupção, paternalismo, baixa instrução crônica, gritantes disparidades econômicas.

"Deus é brasileiro", dizemos às vezes. Pois olhe, ainda que não passe de um dito jocoso, o fato é que, até hoje, conseguimos escapar da armadilha dos dois grandes tabus. Costumamos encarar com bonomia a diversidade religiosa de nosso povo. Tem até gente que professa duas religiões! A fé - ou a descrença - de cada um não constitui obstáculo à convivência. Na esfera racial, a intensa miscigenação do povo é a prova maior de que a tolerância e a flexibilidade são a regra, não a exceção. E é melhor assim.

Sabe-se lá por que, de uns anos para cá, o ideal de igualdade e de unidade que alicerça nossa sociedade vem sendo artificialmente solapado. O elenco de normas oficiais passou a dispensar tratamento diferente a determinadas categorias de cidadãos segundo critérios raciais. Cotas e quilombos - noções inexistentes até há pouco tempo - entraram na pauta da modernidade brasileira.

A intenção, apesar de leviana, foi nobre. Já o resultado, a médio prazo, pode escorregar para ladeira perigosa e não prevista. "Discriminação positiva" é conceito ambíguo: positiva ou negativa, discriminação será sempre discriminação. Para subir de um lado, a gangorra tem de descer do outro. A cada vez que um grupo de cidadãos for privilegiado, a lógica elementar ensina que outro grupo será obrigatoriamente defraudado.

Políticas desse jaez trafegam na contramão do processo civilizatório - são danosas para a consolidação de um sentimento de unidade nacional. Pelo contrário, podem atiçar melindres raciais, semear ressentimentos e abalar a concórdia que costumava reinar entre nós.

Se o nível de instrução pública é baixo, que se faça o necessário para elevá-lo. Dar como favas contadas que alguns são menos instruídos que outros unicamente por terem cor de pele diferente é generalização barata, uma falácia, uma ofensa. Estamos cutucando a onça com vara curta. Cuidado, ela pode se enervar! Que a aragem leve do novo ano sopre sabedoria a nosso legislador. Mais vale recuar enquanto é tempo.

Vai ser "divertido" viver no Brasil em 2014!

André Gustavo Stumpf

Vai ser divertido viver no Brasil em 2014. As previsões chamadas sérias antecipam o pior dos mundos; inflação elevada, contas nacionais em situação difícil, até o emprego pode sofrer. Os videntes também não se entendem. Um deles garante que a presidente Dilma não será reeleita de maneira nenhuma. Outro afirma que ela está reeleita. O fato é que a primeira notícia da área econômica é pesada. A balança comercial teve resultado pavoroso, caiu 86% em relação ao ano passado. O superavit foi de apenas US$ 2,561 bilhões.

O primeiro sinal foi, portanto, revelado. A situação econômica não é nada boa. O governo passou o ano inteiro prometendo melhores números e atacando os críticos que teriam produzido algo parecido com guerra psicológica adversa — expressão muito comum no país dos militares. Contudo, os números insistem em desafiar as projeções. Aliás, as estimativas dos profissionais da economia foram majoritariamente erradas. Eles previam, no início do ano passado, um 2013 muito melhor do que, afinal, aconteceu.

A presidente Dilma Rousseff pode comemorar a ação de seu recentíssimo ministro dos Transportes, César Borges. Ele conseguiu tirar da gaveta cinco leilões de rodovias, realizou as licitações, conseguiu deságios impressionantes e colocou sua experiência de político baiano na rua. Seus conhecimentos de engenharia podem ter auxiliado e também o fato de ter sido um dos membros da famosa equipe de técnicos que trabalhou junto com Antonio Carlos Magalhães. Cesar Borges é, de longe, dentro do governo, a melhor surpresa no quesito concessões rodoviárias. Ele foi além do esperado.

No setor ferrovias, a novela se arrasta porque o sistema encontrado pelos técnicos é surrealista. Não há como atrair investidores que terão que, durante 30 anos, receber pagamentos de uma única fonte do governo. É evidente que o receio de corrupção, atrasos e outros desmandos inviabilizam o modelo. Será necessário repensar tudo. Não valeu o que se produziu por inexperiência, falta de contato com a realidade e desconexão com o interesse dos investidores. Afinal de contas, até as concessões de aeroportos, muito mais complicadas, caminharam por arrancos, mas chegaram ao final do ano com resultados positivos.

Os desafios são magníficos. As eleições presidenciais, se analisadas pelo lado do Partido dos Trabalhadores, são resolvidas no segundo turno. Lula foi aos dois turnos. Dilma também. Então é razoável esperar que, neste ano, em que a disputa será mais apertada, os brasileiros só vão conhecer o novo ou a nova presidente na segunda rodada. Os candidatos estão cautelosos. Eles sabem que o cenário é enganoso. Há uma calma aparente. Mas, depois da tempestade, vem a enchente. Há algo em ebulição e não são apenas os tamborins que estão esquentando. O carnaval cai no início de março. Escolas e universidades já se prepararam para suspender os trabalhos durante a Copa do Mundo. Haverá mais gente disponível para organizar e participar das manifestações de protesto, capazes de desmontar governos e reputações.

O tempero de toda essa massa política será o final do julgamento do mensalão. Vai rolar durante o primeiro semestre. Os jogos da Copa do Mundo vão paralisar o país. Se, ao final, o Brasil for campeão, os políticos deverão fazer de tudo para aparecer bem na foto. Se não, eles desaparecem com a maior naturalidade. O problema é que, logo após o final do campeonato, começa o período da propaganda eleitoral obrigatória. Não há muito tempo para explicações nem considerações. O ano, portanto, começa depois do carnaval e termina em algum momento em maio. Só reaparece, já com ar cansado, em novembro quando o novo tempo na política, qualquer que seja o resultado, vai mostrar a face.

Os tempos estão mudando com tanta velocidade que as pessoas não percebem que o Uruguai liberou o uso da maconha para os cidadãos. O estado norte-americano do Colorado também abriu. Lá todo mundo pode dar um tapa na marijuana sem problemas. Vai custar US$ 12 o cigarro. Outro sinal de mudança é que o The Guardian, de Londres, e vetusto The New York Times, de Nova York, pediram em editorial que Edward Snowden seja anistiado pelo governo norte-americano. Os dois tradicionalíssimos jornais afirmam que o ex-espião não prejudicou ninguém, não revelou assuntos secretos, nem colocou os Estados Unidos em perigo. Ao contrário, ele apenas alertou aos cidadãos que não existe mais neste mundo o conceito de privacidade.

Correio Braziliense

Novo balão do aeroporto deverá ficar pronto até 30 de abril.

Metro Brasilia -3 de janeiro de 2014.

Mobilidade. Novo balão do aeroporto deve ficar pronto até 30 de abril. (Será??)


A obra do balão do aeroporto, que dificulta o trânsito na região desde janeiro de 2013, deverá ser concluída até o final de abril, segundo o GDF.
| HMENON OLIVEIRA/AGÊNCIA BRASÍLIA Obras estão 70% concluídas
 
 
Quando for entregue, o novo complexo viário terá, além do balão principal, duas vias marginais e uma passagem subterrânea.

“É uma obra que faz parte do pacto da Copa do Mundo”, disse ontem o governador em exercício, Tadeu Filippelli, que vistoriou o andamento da construção que vai custar R$ 43 milhões. O mundial começa em junho, mas o governo prevê um aumento no fluxo de turistas e executivos desde o início de maio.

Pelo local, além dos atuais 80 mil veículos que circulam por ali diariamente, vai passar a via exclusiva do Veículo Leve sobre Pneus, que vai ligar a região de Gama e Santa Maria ao Plano Piloto em um corredor expresso.

Criminalidade fora de controle! Bandidos armados fazem arrastão até em hospital particular!!

Criminalidade toma conta de Brasília

11:19:55
Blog do Sombra

Brasiliense vive dias de horror devido ao aumento nos casos de assassinatos, roubos e tráfico de drogas




Carlos Magno

carlosmagno@odistrital.com.br

A crescente onda de criminalidade e violência que assola a Asa Norte e região central de Brasília tem deixado o brasiliense com medo. A recorrência nos casos de assassinatos, roubos à luz do dia, tráfico de drogas próximo às áreas residenciais e prostituição nas vias comerciais tomam conta da cidade e pouca ou nenhuma providência prática tem sido tomada pelo governo até o momento. Desde o início do ano, uma “rotina de violência” levou medo e insegurança aos moradores daquela que já foi uma das áreas mais nobres do Plano Piloto. Nas últimas semanas, o assassinato de um comerciante a sangue frio por menores de idade fugitivos de um centro de semiliberdade foi o estopim para o pedido de socorro daqueles que moram e trabalham na região.

Figurando entre as oito unidades da Federação com maior número de homicídios, latrocínios e lesões seguidas de morte, segundo dados do IBGE e das secretarias de Segurança Pública, o Distrito Federal passa por um momento de perplexidade nesse setor. São assassinatos praticados por menores de idade, crimes resultantes da prostituição e do tráfico de drogas, latrocínio (roubo seguido de morte), e até ocorrência de arrastão em restaurantes durante a noite. A gravidade das ocorrências vem aumentando progressivamente com o passar do tempo.

No dia 29 de março último, Thiago de Almeida Martins, 29 anos, levou dois tiros ao tentar impedir o roubo de um malote de dinheiro. O homem, que trabalhava como segurança de uma loja da quadra 306 Norte, morreu antes de receber socorro. Cerca de dois meses depois, no dia 28 de maio, uma mulher foi encontrada morta com as mãos atadas em um apartamento da quadra 308 Norte. As investigações apontam que Ana Maria Pinto da Costa, 23 anos, seria garota de programa e usava o local do crime para atender clientes.

Pouco mais de um mês depois, no dia 7 de julho, três homens com os rostos cobertos invadiram uma pizzaria da quadra 214 Norte. Armados, eles levaram dinheiro e objetos pessoais dos clientes. Durante o arrastão, os criminosos trancaram as pessoas em uma sala do estabelecimento. No mesmo dia, o canteiro de obras da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação (Face) foi assaltado. Dois homens roubaram aparelhos eletrônicos, quatro cartões de crédito, documentos e cerca de R$ 160.

Os episódios são dignos de filme de terror e não param por aí. No dia 10 de julho, um casal de adolescentes foi baleado depois de um assalto na quadra 706 Norte. Os jovens de 16 anos entregaram o que tinham nos bolsos ao assaltante. Insatisfeito, o bandido efetuou os disparos. Após cirurgias e contando com a ajuda da sorte, os dois tiveram alta médica e não apresentaram sequelas. No dia seguinte, 11 de julho, três homens armados invadiram as portarias de dois blocos residenciais da quadra 109 Norte, renderam os porteiros e levaram aparelhos eletrônicos, celulares e dinheiro. O trio ainda assaltou o posto de gasolina da mesma quadra.

O grito de socorro da população, no entanto, ecoou após os acontecimentos da última semana. Na terça-feira (24) dois bandidos entraram em um laboratório dentro do Brasília Shopping, na Asa Norte, e limparam o cofre. Toda a ação durou menos de três minutos e os ladrões fugiram com R$ 100 mil. A polícia diz que os dois bandidos tinham crachás de acesso ao prédio comercial. Como a recepção não tem detector de metais, os assaltantes passaram pela entrada armados e subiram para o laboratório, que fica localizado no terceiro andar. Imagens do circuito interno mostraram que o ladrão entrou no escritório onde está o cofre, tirou o paletó e esperou uma funcionária colocar os maços de dinheiro em um saco.

Outro crime que chamou a atenção da população foi o praticado no último dia 21, quando o comerciante Sebastião Carneiro de Souza, 52 anos, foi assassinado de forma brutal, em frente ao seu estabelecimento, na quadra 710 Norte, por três adolescentes que, horas antes, tinham deixado uma instituição de semiliberdade para menores infratores, no Gama. Todos esses delitos foram praticados no intervalo de apenas seis meses, de março a agosto deste ano, numa escala crescente de violência.
Levantamento sobre índice de criminalidade por região não é divulgado

A Secretaria de Segurança Pública do DF, por meio de sua assessoria de comunicação, declarou que existe um levantamento sobre o índice de criminalidade por região no DF, mas que o mesmo não pode ser divulgado(!!!)

 Questionado sobre o índice de criminalidade na região da Asa Norte, o assessor do órgão declarou que o cuidado com a não exposição é para evitar qualquer tipo de estigma que possa ser vinculado a logradouros dentro do Plano Piloto, o que poderia desvalorizar imóveis da localidade, por exemplo.  

Contudo, áreas comerciais na Asa Norte continuam sendo usadas como redutos de tráfico e consumo de drogas. Quadras como a 314/315, bem como a 710, são pontos de intensa movimentação, onde usuários e traficantes se concentram entre a comercial e as casas e prédios residenciais. Quase todos os imóveis têm muros altos, alarmes e cercas eletrificadas.

No último mês, policiais militares encontraram, de uma só vez, cerca de 200 pedras de crack em poder de dois adolescentes. O flagrante ocorreu quando a dupla descia de um ônibus e ficou a perambular entre as quadras comerciais e residenciais. A inquietação deles chamou a atenção da Polícia Militar, que os surpreendeu em flagrante.

O tenente Jerônimo Araújo, do Batalhão da Polícia Militar da Asa Norte, admitiu dificuldades no combate à escalada do crack na Asa Norte, mas, segundo ele, a localização da Asa Norte contribui para a proliferação de traficantes e usuários das mais diversas drogas. “O bairro fica próximo ao Varjão do Torto, que recebe muita droga da Bahia, do Nordeste. São fatores como esses que contribuem para o maior número de pontos de tráfico no fim da Asa Norte”, acredita.

Os guardadores de carros que trabalham no local precisam ficar de olhos atentos aos veículos, porque os usuários e mendigos que usam a droga costumam riscar o fósforo para acender o cachimbo da droga na lataria dos carros. “Muitos donos de carros vem nos reclamar que os carros estão arranhados. São eles que acendem o fósforo do cachimbo na lataria”, afirmou Derlânio Farias, um dos guardadores.

Efetivo da Polícia Militar responsável pela Asa Norte é insuficiente

Para os moradores e comerciários da Asa Norte, a preocupação é crescente devido ao quadro de violência e também à quantidade de ocorrências no local. Segundo eles, o efetivo da polícia reservado para a área não tem como fazer um policiamento ostensivo. A segurança compete ao 3º Batalhão de Polícia Militar. A unidade, no entanto, está sobrecarregada, já que também é responsável pelo patrulhamento de outros logradouros dentro do Plano Piloto, como a Vila Planalto, a Granja do Torto, o Setor Militar Urbano e os pontos centrais do lado norte do Plano Piloto. Ao todo, 360 policiais percorrem toda a região.

Os moradores já fizeram abaixo-assinado para o governo, mas nunca são atendidos, segundo eles próprios declaram. O subcomandante do 3º Batalhão da PM, major Giuliano Costa de Oliveira, conta que o quadro organizacional da unidade prevê 600 policiais. “A população da Asa Norte é muito grande. O ideal seria trabalhar com todo o efetivo. Mas nós nos desdobramos para atender a demanda.” Segundo ele, 15 viaturas servem ao 3º BPM.

Para a delegada-chefe da 2ª Delegacia de Polícia da Asa Norte, Mônica Loureiro, o policiamento faz sua parte, mas ela critica a legislação vigente: “As pessoas e a mídia reclamam da falta de policiamento. A PM e a Polícia Civil têm feito um excelente trabalho na Asa Norte, tanto que o número de crimes diminuiu bastante, mas, infelizmente, muitas vezes nós enxugamos gelo, pois apreendemos hoje e, amanhã, eles já estão nas ruas”, afirmou.(!!!)

São muitas as causas apontadas para a violência na Asa Norte. O tráfico e o uso de drogas em invasões estão entre as principais. Segundo o agente de fiscalização da Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa), subtenente da Polícia Militar Jorge de Oliveira Braga, é grande o número de entorpecentes apreendidos em operações de retiradas de barracos na região. As áreas descampadas do bairro, preferidas dos mendigos, são alvo de fiscalização toda semana, garante o agente. “Já encontramos cachimbos de crack, maconha, cocaína, entre outras drogas. O problema dos viciados moradores de rua é que eles têm que roubar para sustentar o vício”, afirmou.

Comércio em situação de risco frequente

 Medo e angústia são o que resta para os comerciantes e clientes das comerciais da Asa Norte. A negligência da polícia e a ausência de policiamento nas ruas durante a noite estão entre as principais reclamações. Gerente de panificadora na quadra 307 Norte, Junimar Soares da Cruz, 36 anos, teme ser vítima a qualquer momento dos bandidos. “Se eu reagir, ainda acabo como aquele último”, frisou, se referindo ao comerciante morto por menores dias atrás. Os funcionários de uma padaria na quadra 407 Norte viveram o drama de ter que se jogarem no chão para não serem baleados, em abril último. 

Eles temem a visita desses bandidos a qualquer momento. Na segunda-feira (23), cinco adolescentes do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) fugiram do prédio da unidade de ressocialização, localizado na 916 Norte. Apenas dois dias depois quatro deles tinham sido encontrados e um ainda continuava foragido.

Outra preocupação é o crescimento do número de moradores de rua. A esmola e a caridade alheia é uma das razões para a permanência dessas pessoas nas avenidas mais movimentadas do DF. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) existem no DF cerca de duas mil pessoas nessa situação. A quantidade é 40% maior que no mesmo período do ano passado. “A condição de vida que os moradores de rua buscam é baseada no dinheiro recebido por vigiar carro, por exemplo, que é um dinheiro mais fácil, além das doações da população, que acabam incentivando a mendicância”, explica o coordenador de Ações Especiais, Ivanildo Sales.

A chefe do Núcleo Especializado de Abordagem Social em Espaços Públicos da Sedest, Marcela Alcântara, reforça o discurso de Ivanildo. “É preciso que haja uma mudança de cultura por parte da sociedade”, disse.

Resposta do Governo foi dada com a nomeação de policiais concursados

Devido ao clamor popular, a cúpula de segurança foi convocada no início da semana pelo governador Rogério Rosso na residência oficial de Águas Claras. O encontro durou mais de três horas. Desse encontro saiu o anúncio de que o GDF convocaria cerca de 1.350 policiais concursados para trabalhar. A previsão, segundo coletiva após o encontro, é de que o início seja até o fim deste ano. A primeira turma deve ser chamada no decorrer do mês de setembro para participar do curso de treinamento e de capacitação. 

Outra ação do governo foi de reavaliar a escala dos policiais militares. Atualmente, os PMs trabalham um dia e folgam três. Com isso, apenas um quarto do efetivo de cada região fica nas ruas. Outro problema é a grande quantidade de praças e oficiais dentro dos órgãos públicos, fazendo serviços burocráticos. Rosso prometeu estudar cuidadosamente a situação. Além disso, afirmou que pode autorizar novo concurso público para a PMDF nos próximos dias. O efetivo da Polícia Militar é o mesmo desde 2001.

Prostituição e viciados dividem espaço no Plano Piloto 

A prostituição também é uma constante nas madrugadas da Asa Norte, Setor Comercial Sul, Setor Hoteleiro Sul e nos arredores do Conic. A maior parte da concentração de profissionais do sexo na Asa Norte fica na extensão da W3 Norte e nas entrequadras que vão da 310 à 316 Norte. Além disso, é possível ver prostitutas até durante o dia, especificamente depois do almoço, pelo Eixão. Dados da Polícia Civil apontam que o perfil delas é de jovens que residem em quitinetes, três a quatro garotas abrigadas em cada imóvel. Elas são aliciadas nas boates que frequentam.
A equipe de O Distrital visitou a área de prostituição na comercial da quadra 315 Norte. A partir das 21horas, o movimento de mulheres é intenso. Travestis e garotos de programa preferem a madrugada para ocupar as esquinas. As garotas de programa ficam à beira da via, aguardando as abordagens. Algumas recebem chamadas pelo celular. A maioria é jovem, bem trajada e, junto delas, alguns moradores de rua e menores de idade fumam cachimbos de crack.

Estatísticas confirmam caos na segurança pública do DF

 A estatística para a área central de Brasília é assustadora. As asas Sul e Norte concentram quase um quarto do total de roubos e furtos registrados no Distrito Federal entre janeiro e julho deste ano. Das 53.107 ocorrências, o centro de Brasília é o local onde 12.406 casos aconteceram. São 59 crimes desta natureza por dia, o equivalente a cerca de 2,5 por hora. O mais assustador de tudo é que este quadro é de melhoria, ou seja, segundo levantamento da Polícia Civil houve queda de 6% nas infrações registradas no Plano Piloto em relação ao mesmo período do ano passado, que chegou à marca de 13.199 episódios de furto ou roubo. Em todo o DF, a redução atingiu os 13%. Em 2009, 60.711 ocorrências foram abertas até julho.

O pico de crimes notificados no Plano Piloto aconteceu em abril, com 2.115 registros. A Asa Norte, em particular, vem sendo palco desta onda de violência. Em maio e junho, os números baixaram quase 50%, mas voltaram a preocupar em julho, que fechou com 1.815 ocorrências, ou seja, quase 59 furtos ou roubos por dia. Em sete meses, o principal alvo dos bandidos do centro de Brasília foram os pedestres. Desde o início do ano, 5.105 pessoas foram vítimas de furtos e 1.302 tiveram seus pertences tomados por assaltantes armados. Somados, os pedestres correspondem à metade dos registros policiais no período. Os carros também são alvos comuns no Plano Piloto, que é o local mais propenso do DF a esse tipo de crime: já são 1.211 ocorrências, mais que o dobro dos registros em Taguatinga, onde houve 564 furtos. (C.M.)
 

PMs destacam a falta de efetivo para manter policiais nas unidades A depredação de unidades comunitárias de segurança demonstra o abandono da iniciativa criada para dar maior eficiência no combate ao crime


Kelly Almeida-Correio Braziliense

Publicação: 06/01/2014
Dois PCS de Santa Maria foram apedrejados na madrugada de sexta-feira em Santa Maria: um na Quadra 417. (Fotos: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Dois PCS de Santa Maria foram apedrejados na madrugada de sexta-feira em Santa Maria: um na Quadra 417.
Se a proposta inicial dos Postos Comunitários de Segurança (PCS), da Polícia Militar, era inibir e coibir a ação de vândalos e bandidos no Distrito Federal, o tempo mostrou que as instalações pouco intimidam os mais ousados. Nos últimos dias, pelo menos quatro unidades foram depredadas e tiveram portas e janelas quebradas. Propostos pelo governo passado e criados em 2008, muitos dos PCS estão abandonados e sucateados. Na semana passada, o Correio percorreu vários deles e detectou o descaso dos locais que deveriam oferecer mais segurança à população. No Guará, por exemplo, o espaço está fechado com correntes e cheio de pichações. Ninguém vê policiais lá dentro há muito tempo.

Armados com pedras e até bombas, vândalos danificam constantemente os postos comunitários. No Riacho Fundo 2, na semana do Natal, pessoas não identificadas picharam o local e direcionaram xingamentos aos policiais militares. No momento da ação, os PMs haviam saído para fazer patrulhamento na região. A tinta preta foi retirada pelos próprios policiais. “É complicado. Se a gente fica dentro do posto, a população fica sem reforço no policiamento. Se a gente vai para o patrulhamento, fazem isso. E com o efetivo que a PM tem hoje, não dá para colocar mais policiais na rua”, conta um militar, que preferiu não ter o nome divulgado.



Se, no Riacho Fundo 2, os policiais conseguiram limpar as marcas dos vândalos, em Santa Maria PMs trabalham ao lado de vidros estilhaçados e de uma rampa quebrada. Na madrugada de sexta-feira, dois PCS foram alvos de vândalos, nas quadras 203 e 417 da região administrativa. Com pedras e uma bomba, quebraram as portas, o corrimão e a rampa de acesso. Em seguida, saíram sem que fossem identificados. Dias antes, outra unidade na mesma região foi danificada. “Quem perde com isso é a população. Agora, com os vidros quebrados, temos que ficar cuidando do posto e não podemos sair para fazer ronda”, disse um policial, que também prefere manter o anonimato. Somente em Santa Maria, pelo menos três unidades estão depredadas. Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido preso.

Precauções contra violência mudam hábitos de moradores do Plano Piloto O assalto que terminou com a morte de bandido na Asa Norte levanta a questão: no Plano Piloto, é preciso ter tanta atenção quanto em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. A Asa Sul também não escapa dos crimes recorrentes


Correio Braziliense

Amanda Maia
Thiago Soares

Publicação: 06/12/2013 06:00
 
Parar na vaga mais próxima deixou de ser a única preocupação de quem estaciona o carro em Brasília. Encontrar um local movimentado e com boa iluminação é pré-requisito. Procurar por pessoas suspeitas antes de retornar ao veículo, esconder os pertences de valor e evitar andar sozinho tornaram-se hábitos obrigatórios para quem sai de casa.

O Correio mostrou, na edição de ontem, que, de janeiro a outubro de 2013, houve 484 roubos a pedestres e 34 a comércio somente na Asa Norte, onde, na noite de terça-feira, um assaltante tentou render um policial civil no estacionamento da 309 Norte e acabou morto a tiros. Nas lojas do bairro, os furtos também são comuns: foram 224 no mesmo período. Pesquisa da Secretaria Nacional da Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ) realizada nas capitais e divulgada ontem revela que 9,3% dos entrevistados do DF foram vítimas de furto de carro, caminhão ou caminhonete. O índice é considerado alto e fica atrás apenas de São Paulo (10,7%) e Rio de Janeiro (11,3%).

Nos 12 meses anteriores à entrevista, 3,1% dos moradores da capital haviam sido alvo de roubo de moto, motocicleta ou lambreta — a taxa mais alta do país. Além disso, o percentual de vítimas de qualquer tipo de roubo no DF (9,07%) é muito próximo ao da capital paulista (9,31%) e de Alagoas (10,46%). A confiança na Polícia Civil está expressa na quantidade de pessoas roubadas que registraram queixa na polícia (54,30%). Na Paraíba, cuja taxa é a menor do país, esse índice cai para 18,4%.

Se a sensação de insegurança e de ausência do poder público ficou mais evidente após o assalto de terça-feira na 309 Norte, na vizinha Asa Sul, várias ocorrências têm mostrado como a população está refém dos bandidos. Ontem, na Quadra 513, uma lotérica foi assaltada no fim da tarde.


 Militar é baleado na cabeça após tentativa de assalto, na 112 Sul Três bandidos perseguiram a vítima que foi atingida quando tentou fugir


Mara Puljiz
Publicação: 04/01/2014 08:23 

Correio Braziliense

Imagem mostra o momento da perícia e a marca do tiro no veículo do militar (Mara Puljiz/CB/D.A.Press)
Imagem mostra o momento da perícia e a marca do tiro no veículo do militar


Um militar da reserva, de 66 anos, levou um tiro na cabeça no momento em que entrava na garagem do prédio onde mora, na 112 Sul. O crime ocorreu por volta das 22h30 dessa sexta-feira (03/1). Três bandidos, que estavam em um Gol vermelho, seguiram a vítima desde quando ela entrou na superquadra. Dois desceram do veículo e anunciaram o assalto assim que o militar acionou o controle para abrir o portão da garagem.

A vítima dirigia um carro modelo i30 e, ao ser atingida, perdeu o controle do automóvel que desceu pela rampa da garagem e atingiu a traseira de uma Sandero. Segundo a polícia, os criminosos queriam roubar o veículo, mas o militar tentou fugir e acelerou. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros em estado grave ao Hospital de Base. De madrugada, o militar passou por uma cirurgia e os médicos tentavam estabilizá-lo.



O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Moradores reclamaram da falta de policiamento ostensivo na região.

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Polícia - Segurança Pública

Domingo, 05 de Janeiro de 2014

Homens armados fazem arrastão em hospital particular do Rio

O Globo
Uma das mais populares redes de hospitais particulares do Rio, a D'Or sofreu um perigoso revés no fim da noite de sábado. Homens armados invadiram a unidade da Quinta, em São Cristóvão, e assaltaram cerca de 20 pessoas entre pacientes, parentes e funcionários. Dinheiro, cartões de crédito e principalmente celulares eram os alvos dos criminosos. Saiba mais.

Segundo testemunhas, os criminosos eram quatro homens. Armados fizeram um arrastão no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na Zona Norte, no fim da noite de sábado. Cerca de 20 clientes e funcionários tiveram dinheiro, celulares e outros pertences roubados. O bando fugiu, levando também a féria do caixa do estacionamento da unidade e o carro de uma médica. Ninguém ficou ferido.

Segundo investigadores da 17ª DP (São Cristóvão), imagens do circuito interno de segurança do hospital já estão sendo analisadas para tentar identificar os criminosos. Na delegacia, funcionários não quiseram dar detalhes da ação por ordem da direção do hospital. O Quinta D'Or ainda não se pronunciou sobre o roubo.


05/01/2014 22h29 - Atualizado em 06/01/2014 13h36

Escutas mostram que ordem de ataques no Maranhão saiu de presídio

Em conversa gravada, preso avisa para a mãe não usar ônibus em São Luís.
Onda de violência teve veículos incendiados e ataques a delegacias.

G1 Maranhão

Escutas telefônicas gravadas com autorização da Justiça mostram que as ordens para os ataques ocorridos no Maranhão partiram de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo reportagem do Fantástico, Hilton John Alves Araújo, detido após os ataques, comandou as ações após o pedido de um preso.
A onda de ataques começou depois que uma operação da Tropa de Choque em Pedrinhas, na sexta-feira (3), buscou diminuir as mortes nas unidades prisionais do Maranhão. Até agora, quatro ônibus foram incendiados e duas delegacias foram alvo de tiros em São Luís.
A polícia fechou as saídas da cidade, e mil policias fizeram buscas por toda a capital. Ao todo, 11 pessoas suspeitas foram detidas. Entre elas, Hilton John Alves Araújo, que, segundo a polícia, comandou as ações.

Nas escutas gravadas com autorização judicial e exibidas no Fantástico deste domingo (5), Araújo conversa com um dos presos, identificado pela polícia como Jorge Henrique, que reclama da ocupação do presídio por parte da polícia e da Força Nacional de Segurança. Ele, então, ordena os ataques. "Nós tamos dando um alô geral aí pra todo mundo se organizar. Quando é mais tarde, horário daqueles ataques, novamente pra cima deles. É ônibus, é polícia, é bombeiro, é tudinho, tá ligado (sic)?".

Em seguida, segundo a polícia, Hilton John liga para a mãe dele para alertá-la. "Não vai pegar ônibus hoje nem amanhã. Vai rolar uma chacina em São Luís", diz.
Delegacia da Liberdade, alvejada por bandidos (Foto: Flora Dolores/O Estado)Delegacia da Liberdade, alvo dos criminosos
(Foto: Flora Dolores/O Estado)

O secretário da Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, já havia dito que a ordem para os ataques partiu de presos. "O serviço de inteligência confirmou que esses ataques foram ordenados de dentro dos presídios, inclusive sabemos quem mandou e quem recebeu as ordens. Essa é, na verdade, uma resposta à moralização que estamos fazendo na segurança do sistema penitenciário", afirmou.
Quatro das cinco vítimas dos ataques a ônibus continuam internadas e três ainda correm risco de morte, entre elas a menina Ana Clara, de 6 anos, que teve 98% do corpo queimado. Ela está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e respira com a ajuda de aparelhos. A irmã dela, Lohana, de 1 ano e meio, já está fora de perigo. O pai das meninas está inconformado.

Ajuda federal

Neste domingo, o Ministério da Justiça ofereceu ao governo do Maranhão vagas em presídios de segurança máxima para transferências de líderes das facções criminosas que estão no complexo de Pedrinhas.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, ainda não respondeu à oferta do Executivo, o que deverá acontecer nos próximos dias. Se aceitar o auxílio federal, ela será responsável por apontar quais presos serão transferidos para outros locais.
Segundo o Ministério da Justiça, a estratégia que pode ser adotada no Maranhão já foi usada de forma eficaz anteriormente em Santa Catarina, quando foram transferidos vários presos, no início de 2012, justamente para tentar frear uma onda de violência que tomava conta do estado.
Em entrevista coletiva feita na manhã deste domingo, a cúpula da Segurança Pública do Maranhão apresentou dez suspeitos de participar dos ataques a quatro ônibus e à 9ª Delegacia de Polícia ocorridos na sexta-feira (3). No sábado (4), uma delegacia no bairro da Liberdade também foi atacada. O secretário Aluísio Mendes disse que o objetivo dos criminosos era queimar pelo menos 20 ônibus na região metropolitana de São Luís.

Sistema prisonal do Maranhão

Um relatório de inspeção sobre estabelecimentos prisionais do Maranhão, assinado pelo juiz Douglas de Melo Martins e enviado no fim do ano passado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), confirma a "precariedade do sistema prisional maranhense". O governo do estado, segundo o juiz, já recebeu várias indicações da necessidade de estruturar o sistema. O governo do Maranhão contestou parte do relatório.

Nossos Distritais!!!

Deputado distrital Cristiano Araújo é denunciado à Justiça;

 Jovens sem qualificação para receber bolsas ganhavam até R$ 4 mil sem sair de casa
Ana Maria Campos
Helena Mader
Publicação: 05/01/2014 07:38 Atualização:

 (Breno Fortes/CB/D.A Press - 11/11/10 )


O Ministério Público do Distrito Federal denunciou o deputado distrital Cristiano Araújo (PTB) por fraude à Lei de Licitações. O caso será analisado pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça, já que o parlamentar tem foro privilegiado. Depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil que investigou um suposto esquema de concessão fraudulenta de bolsas da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), o MP decidiu oferecer ação penal contra Cristiano Araújo e imputou o crime nove vezes ao deputado. 
Investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e interceptações telefônicas apontaram evidências da participação do distrital na contratação de pessoas sem qualquer qualificação para receberem bolsas de pesquisa de até R$ 4 mil, em desrespeito aos critérios do edital. Jovens de boa aparência ganhavam a mesada sem sair de casa.



Outros denunciados - O processo deve ser desmembrado, porque além de Cristiano Araújo, há outros 31 denunciados. O MPDFT pediu que pelo menos seja mantido no processo do distrital os antigos diretores da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP) também denunciados. 

Sumiço - As denúncias que envolvem Cristiano Araújo também estão sob apreciação do Tribunal de Contas do DF (TCDF). No mês passado, os conselheiros determinaram que a FAP informe as medidas tomadas para apurar o possível extravio do processo referente ao edital 09/2012, que, segundo a Polícia Civil, foi fraudado. O distrital nega as indicações e o envolvimento no caso.





MPE/DF defende cassação de mandato do deputado distrital Cristiano Araújo

O deputado é acusado de coagir os funcionários da empresa da família a votarem nele, além de conquistarem outros eleitores sob pena de demissão. 
 
O procurador regional eleitoral do Distrito Federal Osnir Belice apresentou alegações finais na ação do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pretende cassar o mandato do deputado distrital Cristiano Araújo. O documento é o último passo antes do julgamento da ação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo o procurador, Cristiano cometeu abuso do poder econômico e captou votos ilicitamente nas eleições de 2006.

A primeira candidatura de Cristiano Araújo por um cargo público foi em 2006. Mesmo sem experiência, o político conquistou o segundo lugar na disputa pela Câmara Legislativa. Cristiano é filho de proprietários da empresa Fiança Ltda., que conta com mais de cinco mil empregados, somados aqueles de empresas coligadas. Os funcionários prestam serviço de limpeza e vigilância em órgãos públicos da União e do Distrito Federal. Segundo o procurador, o deputado “coagiu os empregados do grupo Fiança a lhe outorgarem os votos sob pena de demissão da empresa, e aqueles que se negaram a votar no representado foram demitidos.”

Nas alegações finais, Osnir Belice reproduziu parte dos depoimentos de seis testemunhas que foram demitidas do grupo durante a campanha. Todas elas foram dispensadas sem justa causa, relataram histórias de coerção e atribuíram a demissão à resistência em apoiar o candidato. “As testemunhas, embora trabalhassem para a mesma empresa, estavam lotados em pontos de trabalho distantes, e mesmo assim prestaram depoimentos convergentes no sentido de que foram demitidos por se recusarem a trabalhar na campanha e votar no candidato Cristiano”, explica o procurador.

O procurador regional eleitoral também põe em dúvida os depoimentos das testemunhas de defesa do deputado distrital: “As testemunhas do réu ou são seus parentes ou empregados da empresa Fiança, cujos depoimentos devem ser recebidos com reservas, pois a conduta do réu durante a campanha eleitoral deixa claro que aqueles que não seguem as ordens da empresa são sumariamente demitidos”.

A ação, chamada ação de impugnação de mandato eletivo, aguarda agora decisão do TRE-DF. A previsão é que o julgamento aconteça em, no máximo, 60 dias.


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