sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Lava-Jato, recessão e índios enterraram o projeto insano da usina de São Luiz


Por Claudio Angelo, do OC
Mundurukus nos pedrais do Tapajós, que seriam submersos pela usina de São Luiz. Foto: Anderson Barbosa/Greenpeace.
Mundurukus nos pedrais do Tapajós, que seriam submersos pela usina de São Luiz. 
Foto: Anderson Barbosa/Greenpeace.
O prego no caixão de uma das maiores sandices da história do planejamento elétrico no Brasil foi batido às 15h37 desta quinta-feira, 4 de agosto, pelas mãos da presidente do Ibama, Suely Vaz de Araújo. Num despacho de quatro parágrafos, ela determina o arquivamento do processo de licenciamento da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, em Itaituba, Pará. 
 
 
 
O arquivamento havia sido antecipado na véspera pelo repórter Dimmi Amora, da Folha de S.Paulo.São Luiz era um desses projetos que fazem lembrar a frase que o físico austríaco Wolfgang Pauli dizia toda vez que lia um trabalho científico muito ruim: “Isto aqui não está certo. Não está nem sequer errado”. A usina, projetada para gerar 8.040 megawatts de eletricidade, entregaria na prática metade disso como energia “firme”. Seu reservatório alagaria 722 quilômetros quadrados de floresta (meia cidade de São Paulo) numa das regiões mais preservadas da Amazônia, inclusive parte do Parque Nacional da Amazônia e três aldeias da terra indígena Sawré Muybu, dos índios munduruku. Custaria R$ 30 bilhões, o mesmo que Belo Monte. Serviria de cabeça-de-ponte para a instalação de mais oito ou nove usinas, que consolidariam a grande expansão para o Norte do sistema hidrelétrico brasileiro.



O “complexo Tapajós” fez a então presidente Dilma Rousseff determinar por Medida Provisória a redução de sete unidades de conservação federais. Áreas protegidas só podem ser reduzidas por lei, e a manobra de Dilma foi contestada no STF pelo Ministério Público. O complexo de barragens tem o potencial de ampliar em 25% o desmatamento na bacia do Tapajós – o último grande afluente do Amazonas ainda sem hidrelétricas.




Mesmo assim, até 2014 o governo federal dava São Luiz do Tapajós (SLuT) como fava contada. Antes mesmo de o estudo de impacto ambiental ser iniciado e de saber se conseguiria a permissão ambiental, o governo já tinha o calendário de licenciamento pronto e marcava o leilão da usina para 2014 (adiado para 2015 e 2016).



A máquina de relações-públicas da usina já vinha rodando, com a contratação de uma agência especializada e a criação de um esquema de persuasão das comunidades locais, o chamado Diálogo Tapajós.




Nem mesmo a informação de que a hidrelétrica poderia perder um terço de sua capacidade já no meio do século devido aos efeitos do aquecimento global sobre a vazão do Tapajós fez o Planalto recuar: ao contrário, a decisão foi de atirar no mensageiro e tentar enterrar os estudos encomendados pela Secretaria de Assuntos Estratégicos que vaticinavam o problema.




São Luiz se encaminhava para ter o mesmo destino de Belo Monte, das usinas do Madeira, de Teles Pires e de todas as demais obras malucas na Amazônia: era inviável ambientalmente e economicamente, mas seria feita de qualquer forma – só porque o governo assim queria.




Uma sucessão de acontecimentos a partir do final de 2014 virou do avesso o desfecho do drama tapajoara. Por ordem de importância, são eles: Sérgio Moro, a recessão, o impeachment de Dilma Rousseff e a adesão do Greenpeace ao movimento de resistência à usina iniciado na década passada pelos munduruku.




A Operação Lava-Jato foi provavelmente o fator desencadeador do freio ao projeto. Em novembro de 2014, o juiz Moro mandou prender executivos de cinco empreiteiras. Entre elas a Camargo Corrêa, que fez os estudos de potencial elétrico da bacia do Tapajós e era cotada para abocanhar São Luiz. 




Não apenas o governo se viu sem interlocutor para tocar a obra, como assistiu ao aliado Dalton Avancini, presidente da Camargo, transformar-se em delator: para reduzir seu tempo de cana, o empreiteiro alcaguetou o esquema de propina no setor elétrico para o PMDB, partido que domina a eletrocracia brasileira. Ficava explícito que obras do tipo têm uma função muito menos nobre do que gerar energia.




Na mesma época, também começava a ficar claro o tamanho do tombo imposto à economia brasileira pelos quatro anos de governo Dilma. O país entrava em “recessão técnica”, que em 2015 viraria a maior recessão da história. O argumento central do governo para justificar grandes hidrelétricas na Amazônia – o país precisaria de energia para sustentar seu crescimento – caía por terra: começou a sobrar eletricidade no Brasil.




Numa conta feita pelo engenheiro Ricardo Baitelo, coordenador de Clima e Energia do Greenpeace, a sobrecapacidade do sistema hoje está em torno de 3.000 megawatts. Ao mesmo tempo, projetos de energia eólica, bem mais rápidos de construir e simples de licenciar, têm capacidade hoje de entregar os mesmos 3.000 megawatts por ano.




Contando a sobra de energia, em dois anos consecutivos de contratação de eólicas seria possível cobrir 9.000 megawatts, mais do que a capacidade instalada de São Luiz. “E a energia estaria integralmente no sistema no final do quinto ano, ou seja, bem antes do que o projeto de São Luiz prometia”, acrescenta Baitelo.




O impeachment de Dilma Rousseff sedimentou esse contexto ao eliminar do tabuleiro o principal fator político de apoio às hidrelétricas na Amazônia. Ao perceber que seu destino estava selado no Congresso, Dilma jogou na mesa uma cartada surpreendente: autorizou a demarcação da terra munduruku, o impedimento constitucional mais óbvio ao projeto de SLuT.



Os munduruku estão no caminho de uma série de empreendimentos na bacia do Tapajós, e já haviam perdido a parada em pelo menos um caso – quando a usina de São Manoel, no rio Teles Pires (um dos formadores do Tapajós) passou por cima de uma cachoeira sagrada para aquele povo.



A terra Sawré Muybu vinha tendo sua demarcação empurrada com a barriga, justamente porque o artigo 231 da Constituição proíbe alagar terras indígenas. Se aquele território fosse reconhecido formalmente, a hidrelétrica viraria uma violação constitucional óbvia, que o Planalto precisaria rebolar para contornar.




Segundo explica Maurício Guetta, advogado do Instituto Socioambiental, é um caso diferente do de Belo Monte, onde terras indígenas seriam impactadas da maneira oposta – ficariam sem água, algo que a Constituição não impede.




Os munduruku, com apoio do Ministério Público do Pará, da Igreja e de ribeirinhos do Tapajós, vêm promovendo uma resistência organizada à usina pelo menos desde 2009. Naquele ano, mandaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com desenhos nada sutis do que pretendiam fazer com os brancos caso o governo levasse a ideia de SLuT adiante.
Não brinque com os munduruku
Não brinque com os munduruku
Mais recentemente, organizaram um emocionante processo de autodemarcação de sua terra, espalhando em seus limites placas que imitam as que a Funai coloca em terras oficialmente demarcadas.
Placa de autodemarcação no Tapajós. Foto: Philip Fearnside.
Placa de autodemarcação no Tapajós. Foto: Philip Fearnside.


No ano passado, os índios ganharam um apoio de peso: o Greenpeace, ONG com maior poder de mobilização do planeta, transformou São Luiz em campanha prioritária global e, neste ano, botou sua máquina de comunicação para funcionar a pleno vapor no Tapajós – algo que se abstivera de fazer em Belo Monte.



 Os munduruku caíram na boca do povo e na imprensa internacional. Isso ampliou o custo político para o governo interino de Michel Temer de levar adiante o calendário da obra e anular a demarcação proposta por Dilma, ainda mais quando o ministro do Meio Ambiente de Temer, Sarney Filho, se opõe à usina.




Nesse contexto, um parecer da Funai contra a constitucionalidade da obra e uma série de recomendações do Ministério Público Federal (instâncias que o governo não hesitou em ignorar olimpicamente no caso de Belo Monte) puderam ser acatados pelo Ibama sem retaliação nem degola, como ocorreu no passado quando o órgão ambiental ousou peitar a eletrocracia estatal.São Luiz parece enfim encaminhada para o lugar que sempre lhe coube na história: o céu das ideias ruins.



Mas Maurício Guetta, do Isa, alerta que a guerra ainda não está de todo ganha: a demarcação da Sawré Muybu está na fase de contestações – e não faltam contestadores. Além disso, nenhuma palavra foi dita até agora sobre as outras usinas do Complexo Tapajós, como Jatobá, Jamanxim, Jardim do Ouro e Cachoeira dos Patos, a serem implantadas em áreas preservadas e muito biodiversas, e Chacorão, que afetaria uma terra munduruku já demarcada, a Saí Cinza.




O prego no caixão foi batido, mas no Brasil nunca se deve subestimar a capacidade de retorno de alguns zumbis.

Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo. logo-observatorio-clima

Boas noticias!!!!População de Baleia Jubarte continua crescendo


((o))eco
Especialistas estimam que 2 mil filhotes de Jubarte nascerão esse ano. Foto: Programa Baleia Jubarte.
Especialistas estimam que 2 mil filhotes de Jubarte nascerão esse ano. 

Foto: Programa Baleia Jubarte.


No Brasil, a temporada de baleias poderá ter recorde de filhotes.

A boa notícia vem do Projeto Baleia Jubarte, onde os seus pesquisadores estimam que podem nascer, aproximadamente, 2 mil filhotes de Megaptera novaeangliae ao longo da costa este ano. A informação dá um alívio e esperança, tendo em vista a morte de 40 baleias jubarte, este ano, em águas brasileiras. Mesmo com esse número de mortes, o de nascimento é superior, indicando que a população continuará se recuperando dos estragos feitos pela caça comercial.


A população da baleia Jubarte (Megaptera novaeangliae) atualmente é estimada em 17 mil indivíduos, sendo metade disso fêmeas, alcançando o número de 8.500. Entretanto, os especialistas levam em conta que nem toda fêmea estará em idade fértil nesse período, mas metade delas provavelmente sim, ou seja, um total de 4.250 jubartes em estado reprodutivo.


Dessas, apenas a metade deverão ter filhotes: “geralmente podemos esperar um ano com filhote e um ano sem filhote. Desta forma, metade das fêmeas em idade reprodutiva teria filhotes num determinado ano. Isso daria 2.125 fêmeas se reproduzindo numa população de 17 mil jubartes”, explica Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte.


Ainda segundo Marcondes, o número provável de filhotes estimados para esse ano (2.125) corresponde a 12,5% da população atualmente estimada. Esse dado bate com a taxa de crescimento próxima de 11% ao ano calculado pelos pesquisadores do projeto.



Volta por cima
A Jubarte é migratória por excelência e encontrada em todos os oceanos do mundo. Ela migra no verão, se dirigindo aos polos para se alimentar e no inverno vem para águas tropicais e subtropicais para acasalamento e reprodução. Seu local de reprodução acontece por toda a extensão da costa nordeste do Brasil, tendo como local favorito o Arquipélago de Abrolhos, considerado o maior ambiente reprodutivo do Atlântico Sul.


Retirada há 2 anos da lista vermelha de espécies ameaçadas, a Jubarte já esteve muito próxima de ser exterminada da costa brasileira. Em 1980, havia apenas 500 exemplares da espécie, o que motivou a proibição definitiva da caça. Após quase 30 anos não sendo perturbada, a espécie voltou a se recompor: já estava em 9 mil indivíduos em 2008 e agora soltou para 17 mil. Atualmente, a espécie está reclassificada como “quase ameaçada”.


No Brasil, a caça de cetáceos é proibido e desde 2000 existe uma proposta tramitando dentro da Comissão Internacional Baleeira (CIB) para a criação do Santuário das Baleias do Atlântico Sul, que estenderia essa proibição para toda a porção do Oceano Atlântico entre o litoral brasileiro, uruguaio, argentino e o continente africano.


O Brasil faz parte de uma campanha internacional para a formação desse Santuário  junto com  Argentina, Uruguai, África do Sul e Gabão. 



A próxima reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB) acontecerá entre os dias 20 e 28 de outubro, em Portoroz, na Eslovênia.

Lei de licenciamento reduz consulta a público


Por Claudio Angelo, do Observatório do Clima
Manifestação em Altamira (PA) pede cumprimento de condicionantes ambientais da usina de Belo Monte. Foto: Letícia Leite/ISA.
Manifestação em Altamira (PA) pede cumprimento de condicionantes ambientais da usina
 de Belo Monte. Foto: Letícia Leite/ISA.



Está pronto o rascunho do texto da Lei Geral de Licenciamento Ambiental, que o governo Temer pretende enviar ao Congresso no final de setembro. O projeto, costurado entre Presidência, Casa Civil e Ministério do Meio do Meio Ambiente, mantém os pontos essenciais da proposta defendida pela área ambiental – entre eles, considerar a localização do empreendimento como principal critério para avaliar o rigor do licenciamento. Mas reduz prazos para os órgãos ambientais se manifestarem sobre a licença e elimina a obrigatoriedade de consultas públicas pela internet.


A proposta da nova lei vem sendo objeto de debates no governo desde maio, quando Sarney Filho (PV-MA) assumiu interinamente o Ministério do Meio Ambiente. Uma primeira versão, produzida pelo ministério, vazou para a imprensa em junho – e tem enfrentado resistências de ruralistas e da indústria. O novo texto, ao qual o OC teve acesso, saiu do Palácio do Planalto no dia 28 de agosto e tem circulado pela Esplanada. É a primeira proposta oficial.



Ela faz alguns acenos aos setores resistentes. Por exemplo, considera como um único empreendimento atividades realizadas periodicamente numa mesma área de influência direta, o que dispensa fazendeiros de ter de tirar uma licença por ano para produzir. Também reduz de quatro para duas as exigências que os órgãos ambientais podem fazer aos empreendedores para gerenciar efeitos de um empreendimento.



Outro ponto que atende aos setores produtivos é a redução do prazo que os órgãos ambientais têm para emitir ou negar uma licença: eles caíram de 15 meses para 12 meses no caso da licença prévia de obras que exijam EIA (estudo de impacto ambiental) e de oito para seis meses no caso da licença de instalação.



Essas mudanças, porém, não devem acalmar a oposição ao projeto. Isso porque a proposta do governo não cria de antemão isenções de licenciamento para ninguém, como desejam a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Também foram mantidos os critérios para definir o grau de impacto de um empreendimento, que consideram porte, localização e potencial de causar dano ambiental.



A CNA acha que tais critérios são abrangentes demais, e a CNI teme que um número muito grande de empreendimentos acabe sendo classificado como sujeito a licenciamento mais rigoroso, em três fases – licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de operação (LO).



O tom das críticas foi dado no fim de agosto, em um ofício do secretário de Meio Ambiente da Bahia e presidente da Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente), Eugênio Spengler, ao ministro Sarney Filho. A Abema é vista pela CNA como uma aliada na discussão do licenciamento.



Na comunicação a Sarney, Spengler diz que a proposta “não atende às preocupações e anseios dos Estados”. Os pontos são basicamente os mesmos de críticas anteriores expressas publicamente pela CNA e, reservadamente, pela CNI: o grau de relevância ambiental da área como critério para determinar o rito de licenciamento – que “leva a um grau de subjetividade (…) que inviabilizará a concessão de qualquer licença ambiental”, segundo o secretário – e a matriz de classificação dos empreendimentos baseada no porte e no potencial de degradação. Segundo Spengler, isso levaria à necessidade de estudos complexos “para quase 100% das atividades e empreendimentos”.



Dá uma passadinha lá
Do outro lado, a proposta tem pontos espinhosos também para a sociedade civil. Um dos principais é desobrigar os órgãos licenciadores de fazerem consultas públicas pela internet. Na prática, isso limita os debates sobre uma obra a audiências públicas presenciais (a lei só obriga a fazer uma), que têm limites práticos de representatividade a depender da localização e do porte do empreendimento.



É o caso, por exemplo, de usinas hidrelétricas na Amazônia: as audiências feitas nas cidades da região são frequentemente remotas demais para índios, ribeirinhos e outras populações afetadas; ao mesmo tempo, também são inacessíveis a habitantes de outras regiões do país que tenham algo a dizer sobre aquela obra.



Em pelo menos um ponto o projeto também compra briga com o Ministério Público: na questão da participação dos chamados “órgãos envolvidos”, como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A proposta do governo amplia para 90 dias o tempo que esses órgãos têm para se manifestar sobre um licenciamento – a versão anterior do projeto falava em 60 dias. Mas diz que a ausência da manifestação desses órgãos não obsta a licença.



Em termos práticos, isso poderia significar, por exemplo, que se a Funai por algum motivo deixasse de se manifestar no prazo sobre um projeto que afete povos indígenas, como a megausina de São Luiz do Tapajós (arquivada pelo Ibama por problemas no estudo de impacto ambiental), o licenciamento seguiria adiante mesmo assim. Esse entendimento deriva de uma portaria de 2015 do Ibama que já teve parecer contrário do Ministério Público Federal. Entidades de defesa dos povos indígenas também se opõem.



“Na nossa visão, o único regime aceito pela Constituição Federal seria vincular a decisão final do Ibama à manifestação da Funai, do Iphan e da Fundação Palmares”, disse Maurício Guetta, advogado do Instituto Socioambiental. “O Ibama não pode simplesmente dizer que não vai ter impacto numa terra indígena se isso é competência da Funai.” Segundo Guetta, o que é preciso fazer é fortalecer esses órgãos, que vêm sendo desidratados nos últimos anos ao mesmo tempo em que o número de processos para eles analisarem aumentou. “A Funai tem 15 funcionários para 3.000 processos. A Fundação Palmares tem dois funcionários para mil processos”, afirmou Guetta.



Outro advogado, o ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo Fabio Feldmann, diz que é preciso enfrentar outro tipo de desidratação: a dos órgãos ambientais dos Estados, que dão a maior parte das licenças no país. “Precisamos enfrentar essa questão, porque você aprova uma lei dessas e cria uma expectativa enorme sobre os órgãos estaduais”, afirmou Feldmann ao OC. “Me preocupa achar que tudo se resolve com prazos.”



O ex-secretário elogia um dos pontos centrais do texto, a instituição da chamada avaliação ambiental estratégica (AAE), que ganha muito mais peso na proposta oficial do que no rascunho tornado público em junho. Ela consiste em inverter a lógica do licenciamento como ele é feito no país: hoje toma-se a decisão de construir o empreendimento e o licenciamento vira uma etapa burocrática do processo.



É algo “a vencer”, não uma parte do planejamento. A AAE, se for implementada, permitirá planejar políticas públicas primeiro com base em potencialidades ou fragilidades ambientais antes de chegar ao desenho do empreendimento – por exemplo, vale mais a pena construir uma grande hidrelétrica em terra indígena ou gerar a mesma energia com renováveis?


“Acho que deveria haver AAE para o setor empresarial também, não só para políticas públicas”, disse Feldmann.
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Os dez parques nacionais mais visitados do Brasil


Cristo Redentor. Parque Nacional da Tijuca. Foto: Maxime Guilbot/Flickr

Ainda em clima olímpico e paralímpico, o WikiParques resolveu conferir quais são os parques nacionais campeões de visitação.


Segundo dados mais recentes do ICMBio, órgão gestor das Unidades de Conservação Federais, o vencedor absoluto é o Parque Nacional da Tijuca (RJ). Só no ano passado, a unidade de conservação (UC) recebeu 2.945.355 visitantes e este ano a expectativa é de que o número seja ainda maior. Um grande fluxo de turistas  visitou a cidade durante as Olimpíadas e subiu o Morro do Corcovado para marcar presença junto ao principal cartão-postal carioca.


A estátua-símbolo está localizada dentro da área da unidade e é a grande responsável pelas suas consecutivas vitórias no ranking de visitação.
Cataratas do Iguaçu. Parque Nacional do Iguaçu. Foto: Duda Menegassi
Cataratas do Iguaçu. Parque Nacional do Iguaçu. Foto: Duda Menegassi


Em segundo lugar está o Parque Nacional do Iguaçu (PR), lar das Cataratas do Iguaçu e patrimônio natural mundial reconhecido pela UNESCO localizado no Paraná, divisa com a Argentina. O terceiro lugar foi para as famosas dunas e praias paradisíacas de Jeri que garantiram que a medalha de bronze no pódio da visitação ao Parque Nacional de Jericoacoara (CE).


Dão sequência ao ranking: o Parque Nacional de Brasília (DF), famoso por suas piscinas naturais; o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), de onde desponta o “Dedo de Deus”; o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT), na região central do Brasil; o Parque Nacional do Itatiaia (RJ), na divisa entre Rio de Janeiro e Minas Gerais; o Parque Nacional Aparados da Serra (RS), que abriga o cânion do Itaimbezinho, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul; o Parque Nacional Ubajara (CE); e o Parque Nacional São Joaquim (SC).
Praia do Mangue Seco no Parque Nacional de Jericoacoa. Foto: Aldízio Filho
Praia do Mangue Seco no Parque Nacional de Jericoacoa. Foto: Aldízio Filho


Em 2015, os parques nacionais somaram mais de 7.1 milhões de visitantes. A expectativa é de que este número cresça a cada ano. E você? Já decidiu qual parque você quer visitar?


Explore os verbetes do WikiParques e saiba mais sobre cada um!


Confira abaixo os números do top 10 de visitação entre os parques nacionais brasileiros:

Parque Nacional da Tijuca2.945.355
Parque Nacional do Iguaçu1.642.093
Parque Nacional de Jericoacoara780.000
Parque Nacional de Brasília294.682
Parque Nacional da Serra dos Órgãos217.372
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães174.855
Parque Nacional do Itatiaia133.801
Parque Nacional Aparados da Serra106.899
Parque Nacional Ubajara 104.924
10ºParque Nacional São Joaquim94.412

Fonte: ICMBio – Instituto Chico Mendes



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Sinal misterioso de civilização alienígena ainda sem confirmação


Sinal misterioso de pretensos alienígenas ainda sem confirmação
Apesar da correria aos telescópios e radiotelescópios, o sinal ainda não pode ser confirmado.[Imagem: Seth Shostak/SETI Institute]


Sinal alienígena
A comunidade astronômica entrou em polvorosa nesta semana, ante a notícia de que um radiotelescópio operado pela Academia de Ciências da Rússia detectou um sinal que poderia indicar a presença de uma civilização extraterrestre inteligente.


Embora só agora a notícia tenha chegado ao SETI (Busca por Inteligências Extraterrestres), o sinal foi detectado em 15 de maio de 2015, aparentemente originando-se da estrela HD 164595, na constelação de Hércules. Até o momento, apenas um planeta mais ou menos do tamanho de Netuno foi detectado em torno dessa estrela.


Astrônomos de todo o mundo correram para seus observatórios para tentar confirmar o sinal. Os esforços continuam, mas, até agora, não foi possível nenhuma confirmação dos ETs.



Sorte ou interferência
Em um relatório informal divulgado pela seção do SETI instalada na Universidade de Berkeley, a equipe relata que varreu todos os dados arquivados no catálogo do Observatório de Radioastronomia Naval, mas não encontrou nada, o que é inesperado se o sinal fosse real.



Isto sugere que, ou a equipe russa foi "ou extremamente sortuda de detectar essa fonte nas suas observações, ou que o transiente é devido à interferência local ou outras questões de calibração," escrevem Steve Croft e seus colegas.



A equipe do Telescópio Green Bank também começou a observar a estrela desde a noite de domingo. Eles não detectaram qualquer emissão contínua ainda, mas salientam que suas observações não são suficientes para descartar a existência do sinal, já que o observatório russo também detectou apenas um pico de emissão, e não uma emissão contínua.

Notícias chegando
O chefão do SETI, Seth Shostak, que garante que "vamos encontrar vida no espaço neste século", também colocou sua equipe para observar a estrela com a rede de radiotelescópios Allen, mas eles ainda não conseguiram analisar todos os dados.



E Douglas Vakoch, o presidente de um grupo que não está interessado apenas em ouvir sinais de vida extraterrestre inteligente, mas também de enviar mensagens para os alienígenas, anunciou que usará um telescópio óptico no Panamá para observar a estrela. Infelizmente, uma série de tempestades está atingindo a área, devendo continuar por vários dias.


Assim, embora nenhuma confirmação tenha sido detectada até agora, as notícias sobre os eventuais alienígenas da estrela HD 164595 continuarão chegando.
Uma outra estrela, a KIC 8462852, continua sendo alvo de observações constantes em busca de eventuais sinais de uma megaestrutura alienígena, graças ao seu comportamento inusitado, ainda sem explicações convincentes.




Brasileiros demonstram levitação de objetos grandes


Brasileiros demonstram levitação de objetos grandes
É a primeira vez que os cientistas conseguem levitar um objeto maior do que o comprimento das ondas acústicas utilizadas.[Imagem: Andrade et al.]
Levitação sônica
Em 2015, os físicos brasileiros Marco Auré Andrade e Júlio Adamowski domaram a levitação acústica, fazendo pequenas esferas de poliestireno flutuarem no ar de forma controlada.
Foi a primeira demonstração de um aparelho de levitação "não-ressonante", que não requer uma distância fixa de separação entre a fonte e o refletor, o que deu muita flexibilidade à técnica, usada, por exemplo, para estudar o comportamento de gotas de líquido sem as interferências produzidas pelas paredes de um recipiente.
Agora a dupla fez outra inovação na área que está chamando a atenção da comunidade internacional: eles descobriram como levitar objetos grandes, maiores do que o comprimento das ondas acústicas utilizadas.


Levitação com ultrassom
Enquanto no experimento original só era possível levitar esferas de 3 milímetros de diâmetro, o novo aparato suspende no ar esferas de até 5 centímetros de diâmetro.
As esferas são levitadas usando ondas ultrassônicas, o que significa que o ser humano pode vê-las suspensas no ar, mas não ouve o som que as mantém.


Os pesquisadores explicaram que o novo avanço se deveu à constatação de que os transdutores - os alto-falantes utilizados - podem ser reposicionados. Utilizando três alto-falantes, gera-se uma onda "estacionária" no espaço entre eles, que tem força suficiente para suportar a esfera.


A esfera é mantida a uma altura de 7 milímetros. "No momento nós conseguimos levitar o objeto apenas em uma posição fixa no espaço. Agora pretendemos desenvolver novos aparelhos capazes de levitar e manipular objetos grandes no ar," disse Marco Auré.
Bibliografia:

Acoustic levitation of a large solid sphere
Marco A. B. Andrade, Anne L. Bernassau, Julio C. Adamowski
Applied Physics Letters
Vol.: 109, 044101
DOI: 10.1063/1.4959862


G20 perderá meta de Paris, diz relatório

Cortes propostos são “longe do suficiente” e devem ser seis vezes mais expressivos até 2030 para impedir um aquecimento global além de 2ºC, reporta estudo na véspera da reunião do G20.


Enquanto os líderes do G20 se preparam para reafirmar seus compromissos com o Acordo de Paris neste fim de semana na China, um relatório informa que as promessas de cortes na emissão de carbono precisam ser seis vezes mais significativas para impedir um aquecimento global acima de 2ºC.


O grupo das nações mais ricas do mundo se reunirá no próximo domingo em Hangzhou, onde se espera que a China e os Estados Unidos sejam os primeiros a ratificar o acordo. Enquanto os compromissos de Paris limitam o aquecimento a “bem menos que 2ºC”, um relatório da rede Climate Transparency afirma que a meta não será atingida a não ser que todos os membros do G20 realizem cortes mais expressivos em suas emissões.


Os compromissos atuais com o acordo estabelecem diminuição de 15% das emissões projetadas até 2030, mas o relatório aponta que a ambição está “longe do suficiente”: um limite de 2ºC exigiria um corte seis vezes maior no mesmo período.


Apesar de sinais positivos, as mudanças ainda estão demorando a acontecer. Quando se fala em alterações climáticas, o G20 é o grupo de nações mais importante do mundo, responsável por 3/4 das emissões de gases de efeito estufa. Apesar de o crescimento dessas emissões estar desacelerando, elas ainda não estão caindo.


“Apesar do fim do crescimento de emissões globais ser uma possibilidade, ainda não existe a dinâmica necessária para transformar a economia baseada em combustíveis fósseis em uma economia verde”, afirmou Alvaro Umaña, co-presidente do Climate Transparency, e ex-Ministro de meio ambiente e energia da Costa Rica, pioneira em energia renovável.


Essa diminuição está se dando, em parte, por uma revolução renovável. O uso de energia limpa cresceu 18% dentro do G20 desde 2008. Os países mais atraentes para investimentos em energia renovável são China e Índia, grandes emissores de carbono.


“Este é um bom sinal”, afirmou Jan Burck, do Germanwatch, um dos autores do relatório. “Essas são as economias cujas transições terão maior impacto no clima global.”

Mas o encorajamento para investidores não foi geral, afirmou. “A dependência francesa da energia nuclear está barrando a emergência das fontes solares e eólicas, e o corte na energia renovável proposto pela Alemanha é preocupante.”


Além disso, os cortes prematuros aos subsídios pelo governo do Reino Unido causaram uma perda de empregos significativa na indústria solar, de mais de metade de seus funcionários. O governo australiano está tentando aprovar leis que permitam o corte de US$ 1 bilhão de seu fundo de inovação renovável.


Entre notícias mais encorajadoras, o comércio de carbono tem despontado a níveis nacionais e provinciais, contrariando a crença de que não obteria sucesso fora de um quadro de políticas globais específico (apesar de seu preço ser geralmente baixo demais).


De um modo geral, a intensidade energética e de carbono das economias do G20 estava em declínio, porém não o suficiente para compensar o crescimento econômico, o que significa que a poluição por carbono continuou a crescer.


Como já foi observado, milhares termelétricas a carvão em diversos estágios de planejamento ou construção espalhadas pelo G20 são simplesmente incompatíveis com o Acordo de Paris.


O G20 é responsável por 93% do uso de carvão, de acordo com o Carbon Brief. Niklas Höhne, do New Climate Institute e coautor do relatório afirmou: “Se os países do G20 se livrassem de sua dependência do carvão, isso impactaria significativamente suas possibilidades de aumentar seus compromissos com o clima e diminuir suas emissões no caminho para a meta de menos que 2ºC”.


Porém, ao invés de focar seus esforços em diminuir a dependência de carvão, petróleo e gás natural, os países do G20 continuam investindo dinheiro público em subsídios a combustíveis fósseis. Estes chegaram a aproximadamente US$ 70 bilhões entre 2013 e 2014, de acordo com o relatório.


Muitos países investem significativamente mais nessas indústrias do que em alternativas renováveis, apesar do compromisso do G20 em diminuir esse apoio. Espera-se, com incredulidade, que a reunião na China resulte em um prazo claro para o fim aos subsídios.



Fonte: Envolverde

SP tem a maior usina de energia solar em telhado do Brasil

O complexo deve gerar energia suficiente para abastecer cerca 360 residências por mês.

 
 
 
Com duas mil placas fotovoltaicas, a usina solar privada de geração distribuída está localizada no telhado da sede do Mercado Livre, na cidade de Osasco, grande São Paulo. A estrutura, construída pela Prátil, tem potência total instalada de 0,5 MWp, o suficiente para abastecer cerca 360 residências por mês.
 
 
 
A usina solar ocupa uma área de 4.700 metros quadrados e a expectativa é de que gere aproximadamente 700 MWh ao ano, o bastante para abastecer metade do complexo. Para se ter uma ideia, esse volume de energia evita a emissão de quase cem toneladas de CO2 por ano para a atmosfera, o que corresponde a 560 árvores plantadas no período.
 
 
 
A usina funcionará através do sistema de compensação de créditos de energia – estabelecido pela Aneel na resolução 482. A energia solar gerada através dos painéis solares é instantaneamente consumida pelo Mercado Livre, gerando uma economia imediata. E o excedente, quando houver, será injetado na rede elétrica e devolvido ao estabelecimento em créditos de energia, que podem ser usados em até cinco anos.
 
 
 
“Acreditamos que a energia solar pode gerar benefícios reais e sustentáveis aos nossos clientes. Pretendemos crescer cerca de 70% por ano em potência instalada no mercado de geração distribuída no país até 2019 e atingir a marca de 95 mil kWp. Quanto mais projetos forem realizados a partir de fontes de energia renováveis, como a solar, melhor será o futuro do sistema elétrico do País”, afirma o responsável pela Prátil, Marcus Rissel.
 
 
Fonte: Ciclo Vivo

Primatas na lista de espécies em perigo

terça-feira, 6 de setembro de 2016


O gorila-do-oriente, o maior primata na selva de Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo, passou da categoria “em perigo de extinção” para a “em perigo crítico de extinção”, ficando a um passo do desaparecimento.

Por Guy Dinmore, da IPS – 
Honolulu, Estados Unidos, 6/9/2016 – Nosso parente mais próximo no mundo animal, o gorila oriental, está em perigo de extinção devido à caça ilegal, alertou a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), ao divulgar sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, durante o Congresso Mundial da Natureza, que começou no dia 1º e termina no dia 10, reunindo cerca de 9.500 participantes de 192 países.



O dia 4, quando foi apresentado o documento que detalha o estado de conservação das espécies, foi “um dia triste, porque a Lista Vermelha mostra que acabamos com nosso parente mais próximo”, disse Inger Andersen, diretora-geral da UICN, em entrevista coletiva em Honolulu, no Estado norte-americano do Havaí, onde acontece o Congresso.



O gorila-do-oriente (Gorillaberingei), o maior primata na selva de Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo, passou da categoria “em perigo de extinção” para a “em perigo crítico de extinção”, ficando a um passo do desaparecimento. Esse animal, que se divide em duas subespécies, registrou,em dois anos,uma drástica redução, de mais de 70%, no número de exemplares e estima-se que restem menos de cinco mil gorilas, devido, principalmente, à ameaça que representa a caça ilegal, informou a UICN.



Quatro das seis grandes espécies de primatas figuram na categoria “em perigo crítico”. As outras duas são o chimpanzé-comum (Pan troglodytes) e bonobo (Pan paniscus), uma variedade de chimpanzé pigmeu, ambas em “perigo de extinção”.A Lista Vermelha da UICN, atualizada a cada dois anos, contempla 82.954 espécies, das quais 23.928 estão em risco de extinção. O objetivo da organização é elevar a cobertura para 160 mil espécies até 2020.




A lista é considerada um “barômetro da vida” e é a fonte mais completa de informação sobre o estado de espécies vegetais, animais e de fungos em todo o mundo.Além disso, desempenha um grande papel sobre governos e sociedade civil em matéria de políticas e definição de objetivos para a conservação. “Perdemos espécies a um ritmo jamais visto”, advertiu Andersen. As últimas conclusões obrigam governos, cientistas e a sociedade em geral a reverter essa tendência, apontou.



A última atualização revelou alguns avanços, especialmente na China, graças aos esforços das autoridades para frear a caça ilegal e a degradação de habitats. Por exemplo, o panda-gigante (Ailuropodamelanoleuca), talvez o animal mais icônico da conservação e logotipo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), passou da categoria “em perigo” para a “vulnerável”.O antílope-tibetano (Pantholopshodgsonii), cuja pele é muito cobiçada no luxuoso mercado internacional, foi classificado como espécie “quase ameaçada”, em lugar de “em perigo”.



A UICN destacou que a população de pandas gigantes aumentou graças às efetivas medidas de proteção e reflorestamento da floresta e à bem-sucedida vinculação de grupos de animais que antes estavam separados. Além disso, conseguiu-se reduzir a caça ilegal.Mas a organização alertou que há modelos científicos que prognosticam que a mudança climática poderia dizimar mais de 35% das plantações de bambu nos próximos 80 anos, o que reverteria os êxitos obtidos nas últimas duas décadas.



“O plano do governo chinês para ampliar a política de conservação das espécies existente é uma medida positiva e requer forte apoio para garantir sua efetiva implantação”, destacou a UICN. Os países mais ricos e com mais recursos têm melhores políticas de proteção, e foi notório que o povo e o governo da China obtiveram êxitos, pontuou Simon Stuart, presidente da comissão para a sobrevivência das espécies da UICN.



Joseph Walston, da Sociedade para a Conservação da Vida Silvestre, que leva adiante iniciativas para proteger o antílope-tibetano, afirmou que a população dessa espécie, que caiu de um milhão de exemplares para cerca de 70 mil nas décadas de 1980 e 1990, foi ameaçada pela demanda de seus produtos em luxuosos mercados fora da China. Esse país “fez algo a respeito. É um antecedente importante”, ressaltou.



Walston tem esperança de que Pequim desempenhe um papel positivo em iniciativas que procuram salvar espécies de outros países, que estavam em risco por sua própria demanda interna. Um exemplo é o pangolim(Manistemmincki), um mamíferoquase completamente coberto de grandes escamas,que se alimenta de formigase cuja carne é muito apreciada, bem como suas escamas por seus benefícios medicinais.



“Nesse momento, a China é um consumidor de animais silvestres de todo o mundo. Mas todos fizemos isso”, pontuouWalston, se referindo a como Grã-Bretanha e Estados Unidos foram grandes depredadores na época da industrialização.Em seguida, o surgimento da classe média e de uma consciência sobre a importância da natureza e do ambiente tiveram um impacto fundamental no Ocidente. “Esse processo está em seu início na China, e é muito lento”, afirmou.


Carlo Rondinini, biólogo da Universidade La Sapienza, de Roma, que trabalha para a Lista Vermelha da UICN, alertou que ainda se registra uma tendência decrescente na conservação dos mamíferos. “Somos a única espécie de grandes símios que não está em risco de extinção”, acrescentou.



A última atualização da lista mostra que a população da outrora abundante zebra-de-planície (Equusquagga), caçada por sua carne e sua pele, diminuiu em um quarto nos últimos 14 anos, até os atuais 500 mil exemplares. A UICN a passou da categoria “preocupação menor” para “quase ameaçada”.




Além disso, outras três espécies de antílopes da África foram colocados na categoria “quase ameaçada”. Mas outro importante êxito alcançado no mundo animal é o do rato-arquiteto (Leporillusconditor), da Austrália, um roedor que constrói ninhos, cuja resina é tão forte que pode durar até mil anos se não entrar em contato com a água.



O sucesso do plano de recuperação de espécies, que implicou sua reintrodução e alguns deslocamentos para áreas livres de depredadores, permitiu que algumas espécies passassem de “vulneráveis” para “quase ameaçada”.

O canguru-de-cauda-pontiaguda (Onychogaleafraenata) também melhorou sua situação, ao passar da categoria “em perigo” para “vulnerável”, graças a um programa de sucesso, embora caro, de conservação e translocação. Especialistas da UICN disseram que esse tipo de programa implica um esforço enorme e uma quantidade importante de fundos, o que realça a necessidade de destinar mais recursos à conservação.


O Havaí, sede este ano do Congresso Mundial da Natureza, que acontece a cada quatro anos, sofre uma rápida perda de biodiversidade, especialmente em matéria de plantas, devido à introdução de espécies exóticas. A atualização da Lista Vermelha mostra que foram extintas 38 espécies de plantas endêmicas no Havaí, com outras quatro consideradas “extintas em estado silvestre”, isto é, só existem graças ao seu cultivo.


Fonte: Envolverde

Israelenses deixam produção de hidrogênio por algas, 4x mais eficiente




A descoberta dá aos cientistas para uma alternativa à produção de combustíveis limpos.


Um grupo de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, está disposto a comprovar a eficiência das algas para a produção de hidrogênio usado como combustível. Liderados pelo Dr. Iftach Yacoby, eles já conseguiram deixar o desempenho das algas cinco vezes melhor do que o normal.


O grande destaque para este estudo não está no simples fato de melhorar a eficiência, mas, sim, em chamar o olhar dos cientistas para uma alternativa à produção de combustíveis limpos. As algas não costumam ser muito valorizadas neste sentido, pois existe uma teoria de que elas produzem hidrogênio em quantidade muito pequena e apenas durante alguns minutos no amanhecer. Mas, esta tese é refutada e comprovadamente contrária ao que a equipe de Yacoby descobriu.


Os israelenses conseguiram usar a engenharia genética para fazer com que as algas produzam hidrogênio durante todo o dia e em ritmo acelerado. A descoberta pode significar que no futuro, através de métodos agrícolas convencionais, seja possível produzir algas em grande escala e usá-las como importante fonte de abastecimento, em substituição aos combustíveis tradicionais, em sua maioria fósseis.


Usar o hidrogênio para a produção energética é uma opção com diversos benefícios ambientais. Além de todo o processo de produção ser muito menos impactante do que o petróleo ou o carvão, por exemplo, ele não libera poluentes na atmosfera. O único resíduo do processo é água limpa. Segundo o Dr. Yacoby, a eficiência do hidrogênio é tão grande, que com apenas cinco quilos do gás é possível fazer um carro rodar por mais de 500 quilômetros.


O processo
Em entrevista ao jornal Jerusalem Post, o cientista explicou todo o processo: “O hidrogênio é produzido por algas com a ajuda de uma enzima chamada hidrogenase, que se decompõe na presença de oxigênio”, disse. Por isso, durante à noite, quando não ocorre a produção de oxigênio, a célula cria grande quantidade de hidrogenasa. Até agora, os pesquisadores acreditavam que logo que o sol nascia, a exposição fazia as algas produzirem hidrogênio e oxigênio, paralisando essa hidrogenase e, consequentemente o hidrogênio também.


O que a equipe descobriu é que, mesmo quando as algas estão produzindo oxigênio, elas também liberam uma quantidade menor de hidrogênio. “Depois nós encontramos nas algas três mecanismos eficazes, que trabalham incansavelmente para remover o oxigênio da célula, permitindo a hidrogenase, para produzir hidrogênio continuamente durante todo o dia”, esclareceu o líder do estudo.


Na fase seguinte é onde entra a engenharia genética, em um processo que intervém a fotossíntese nas micro-algas. O objetivo era fazer com que a célula produzisse uma quantidade maior de hidrogenase às custas de outros processos, como a produção de açúcar, que aumente também a produção de hidrogênio. Assim, eles foram capazes de melhorar em 400% o processo natural.


Fonte: Ciclo Vivo

Projeto incentiva guarda responsável de animais domésticos



Além de ações educativas, iniciativa piloto da UnB em Candangolândia prevê castração de cães e gatos da região

Uma parceria do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema) com a Universidade de Brasília cederá o Castra Móvel, unidade itinerante que realiza castração gratuita de cães e gatos, para que a UnB possa utilizá-lo em ações de pesquisa e extensão. O acordo de cooperação foi definido pelo Comitê Intersetorial da Política Distrital aos Animais.

Com o veículo à disposição, a ideia é que uma equipe de professores e estudantes da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) da UnB possa dar continuidade a um projeto piloto na Região Administrativa de Candangolândia para conscientizar a população local sobre a guarda responsável, além de realizar o procedimento cirúrgico. Colaborar na formação discente também é um dos objetivos.
Castra Móvel será utilizado para ações preventivas e educativas para guarda responsável de animais em Candangolândia. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

A primeira etapa da iniciativa, que tem apoio da Diretoria de Vigilância Ambiental do Governo de Brasília (Dival), já foi realizada, em junho deste ano. Trata-se do mapeamento de cães, gatos e outros animais que vivem na região. As informações obtidas, ainda em análise, darão subsídio para ações com a comunidade.

“É um projeto inovador no Distrito Federal, pois envolverá extensão, pesquisa e ensino”, explica a coordenadora do projeto de guarda responsável e professora de Cirurgia Veterinária da FAV, Paula Galera. As primeiras ações serão palestras sobre educação em saúde e, ainda no mês de setembro, o registro dos interessados em castrar seus animais. “As ações irão sensibilizar os tutores quanto à importância da guarda responsável, incluindo a castração”, destaca a professora.

Com o incentivo a esses cuidados, a proposta é que os tutores de cães e gatos em Candangolândia tenham seus animais cadastrados e possam realizar o procedimento no Castra Móvel, que funcionará no Hospital Veterinário (HVet) da UnB. Todos os exames laboratoriais pré-operatórios e avaliação de saúde também serão realizados pela equipe. A expectativa é que mais de mil animais sejam atendidos na região, a partir do mês de outubro. A princípio, serão priorizados os animais saudáveis, com até três anos de idade.

Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

Apesar de reconhecer os diversos benefícios da esterilização dos animais, Galera explica que a responsabilidade dos tutores vai muito além disso: são necessários o respeito, a promoção do bem-estar, o acompanhamento, a prevenção e os cuidados com eles em todas as etapas da vida. Segundo ela, estimular essas práticas é também uma medida para evitar o abandono.

A partir dos resultados do projeto piloto, há perspectivas de ampliação da iniciativa para fomento de políticas públicas e ações educativas nas demais regiões administrativas do Distrito Federal. Para ampliar o atendimento das demandas para outras localidades da capital federal, o Governo de Brasília oferecerá o serviço gratuito de castração por meio de clínicas credenciadas, que serão contratadas via edital já publicado no Diário Oficial do DF.