- segunda-feira, 20 junho 2016 23:58
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A operação contava com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará. Durante a fiscalização, os agentes destruíram o acampamento dos madeireiros. Não havia ninguém no local. Na volta, a equipe foi atacada a tiros. A emboscada ocorreu por volta das 15h30, numa estrada conhecida como Vicinal da Francy, a cerca de 80 quilômetros da área urbana de Novo Progresso. O sargento João Luiz foi baleado no pescoço e no ombro e morreu a caminho do hospital, 40 minutos após o ataque. O policial tinha 44 anos e era do Grupamento Tático Operacional do Comando Regional da PM de Itaituba.
Na véspera da emboscada, a mesma equipe havia apreendido um trator, um caminhão e várias motosserras que pertenceriam aos invasores. Segundo o Ibama, o ataque foi uma retaliação pela ação dos agentes no local.
Em entrevista a ((o))eco, Jair Schmitt, coordenador geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, afirmou que a equipe do Ibama já vinha sendo ameaçada por criminosos.
“Hoje, a Flona de Jamanxim é uma das mais violentas da Amazônia e essa região tem assassinos profissionais envolvidos com desmatamento no garimpo e na grilagem de terras públicas. Existem investigações da Polícia Federal e do próprio Ibama que demonstram todo esse cenário de criminalidade”, afirma.
A operação de fiscalização e combate ao desmatamento foi realizada com base nos alertas de desmatamento gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O município de Novo Progresso, no Pará, onde fica a floresta, está no topo da lista de campeões de desmatamento do INPE.
Se a cidade já tem seus problemas, a Floresta Nacional de Jamanxim, criada em 2006 dentro de um pacote ecológico de 2,8 milhões de hectares que o governo usou para combater o desmatamento ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém, a BR-163, é um combo para o crime organizado.
“As três principais motivações do desmatamento na região são a grilagem de terra públicas, onde se desmata para vender a terra, a exploração ilegal de madeira, onde se extrai a madeira dentro da Flona do Jamanxim e a atividade garimpeira no local. Todas elas movimentam dinheiro e fortalecem as estruturas criminosas”, explica Jair Schmitt.
Com 1,3 milhões de hectares, até 2014, a unidade perdeu cerca de 11% do seu total para o desmatamento. Ainda segundo Schmitt, mais de 90% do desmatamento em Unidade de Conservação está concentrada nessas áreas protegidas localizadas ao longo da BR 163, como a Floresta Nacional de Itaituba, o Parque Nacional de Jamanxim e a Floresta Nacional de Jamanxim.