terça-feira, 22 de abril de 2014

Eduardo Campos é contra a redução da maioridade penal. Não terá o voto dos pais, amigos e colegas de Victor Hugo Deppman. E de milhares de brasileiros que pedem mais Justiça contra criminosos.


Foto de Victo Hugo postada no Facebook: foi arrancado da vida, de sua família, de seus amigos
O post de Reinaldo Azevedo, de 11 de abril de 2013, começa assim: Victor Hugo Deppman tinha 19 anos. Cursava Rádio e TV na Faculdade Cásper Líbero e fazia estágio da Rede TV. Na terça-feira à noite, foi assaltado na porta do seu prédio, no bairro de Belém, Zona Leste de São Paulo. Um dos bandidos lhe tomou o celular. Victor, com as mãos para o alto, não esboçou nenhuma reação. Mesmo assim, o covarde disparou um tiro contra a sua cabeça. Victor está morto.



O assassino tinha 17 anos. Foi preso e enviado para uma instituição para menores. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente estará de volta às ruas, em três anos. Certamente, matando de novo. Os países menos violentos do mundo, como Austrália, consideram que criminosos já podem ser punidos com prisão a partir de 7 anos de idade. Inglaterra a partir de 10 anos. Canadá e Holanda desde os 12 anos. Alemanha com 14 anos. Bélgica, Chile e Portugal aos 16 anos. No Brasil, nem mesmo o nome do assassino de Victor temos o direito de saber.



Hoje Eduardo Campos, candidato a presidente pelo PSB, manifestou-se contra a redução da maioridade penal. Disse à Rádio Jornal, de Recife (PE): "As pessoas imaginam que se diminuir a idade penal vai resolver o problema da criminalidade e não vai. Isso na verdade é um mito". 
Ele argumentou ainda que para combater a criminalidade precisa-se investir em políticas públicas. 
"Se você não cuidar de gerar trabalho, renda, educação de qualidade, você vai reduzir (a maioridade penal) pra 16, depois pra 14, depois pra 12 e não vai resolver o problema."
O menor assassino de Victor baterá palmas para Campos, lá na Fundação Casa. 



Aécio Neves pensa diferente. Ainda bem."Eu defendo a proposta do senador Aloysio (Nunes Ferreira, do PSDB paulista), inspirada na proposta do governador Geraldo Alckmin", declarou recentemente o candidato tucano. 
Pelo projeto, jovens de 16 a 18 anos envolvidos em crimes violentos ou reincidentes seriam avaliados pelo Judiciário e poderiam ser condenados a mais de 3 anos de reclusão, atual limite das penas socioeducativas estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "É uma discussão que precisamos enfrentar. Essa proposta que permite em determinados casos, em razão da gravidade e da reincidência, e há a relação dos casos em que seria possível, é uma proposta que eu defenderei na campanha", afirmou. 
Surge aí uma diferença inconciliável entre dois candidatos, um deles que se diz de oposição, mas não é. Campos é mais do mesmo. Até mesmo dos assassinatos hediondos cometidos por bandidos que podem seguir matando, graças a governantes como ele, que preferem flertar com os ditos movimentos sociais, que representam uma minoria barulhenta e não a vontade da maioria dos brasileiros.






Polícia de Moçambique fará segurança do Maracanã na Copa. Agora vai!




O vídeo acima mostra a polícia moçambicana em ação. O texto abaixo foi retirado da Folha de Maputo. Está em português do Moçambique, nosso irmão lusófono. Clique aqui para acessar o original da notícia.  


"Um contingente da Polícia da República de Moçambique (PRM) está a caminho do Brasil onde vai reforçar o efectivo de segurança montado para o Campeonato Mundial de Futebol a iniciar em Junho próximo.
De acordo com fonte do Comando-Geral da Polícia, citado pelo Notícias, o efectivo moçambicano estará sob comando das autoridades brasileiras e a sua principal missão será garantir segurança nos estádios de jogos e na protecção das selecções que ali estarão alojadas. Explicou que a protecção a ser dada pelos agentes nacionais será às selecções no hotel, durante os treinos e no percurso para os estádios de jogos. Eles farão parte de um comando conjunto.
Um dos estádios de destaque onde a participação policial moçambicana se fará sentir durante a competição, será no Estádio do Maracaná. Construído para a Copa do Mundo da FIFA de 1950 e imortalizado como palco da inesquecível final entre Brasil e Uruguai, um dos capítulos mais marcantes da história do torneio, este estádio reassume a condição de protagonista no Brasil 2014.
O Estádio de Maracanã vai acolher o maior número de partidas da competição, sete confrontos ao todo, e nele será disputada a final da copa a 13 de Julho, com os agentes moçambicanos privilegiados para reforçar o controlo de segurança.
Renovado para este Mundial, o Estádio, que ficou conhecido como “O Maior do Mundo” – chegou a receber 200 mil torcedores e detém vários dos maiores recordes de público da história do futebol, tem agora capacidade para 73.531 espectadores e continua sendo o maior do Brasil.
Refira-se que estarão no Mundial as seguintes selecções: GRUPO A – Brasil, Croácia, México e Camarões; GRUPO B: Espanha, Holanda, Chile e Austrália; GRUPO C: Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão; GRUPO D: Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália; GRUPO E: Suíça, Equador, França e Honduras; GRUPO F: Argentina, Bósnia, Irão e Nigéria; GRUPO G: Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos; GRUPO H: Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul."

Cientistas descobrem no Brasil nova superbactéria resistente a antibiótico


  22/04/2014 15h20


Nova cepa foi encontrada no sangue de homem que morreu em São Paulo.


Pesquisadores afirmam que ainda é cedo tratar linhagem como 'ameaça'.

 



Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo




Cientistas brasileiros e americanos identificaram no sangue de um paciente que morreu em São Paulo uma nova superbactéria que é altamente resistente ao antibiótico vancomicina, remédio comum e de baixo custo utilizado para tratar infecções causadas por bactérias Staphylococcus aureus resistentes à metilicina (SARM).

Um estudo sobre a nova cepa foi divulgado no último dia 17 na publicação científica “The New England Journal of Medicine” e relata que a nova linhagem isolada no país também pode ser encontrada fora de hospitais, principal local de contaminação, e seriam transmitidas principalmente por contato com a pele.


Segundo o estudo, indivíduos saudáveis podem contrair este tipo de infecção por estafilococos, e não apenas enfermos ou pessoas com imunidade baixa. Apesar do alarme, de acordo com a pesquisa, como existe apenas um caso documentado infecção, é cedo para dizer se a superbactéria pode ser considerada uma ameaça.

A pesquisa foi liderada por Cesar Arias, da Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, e teve coautoria de Flávia Rossi, diretora médica do Laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo.


Apesar do alarme, como existe apenas um caso documentado deste tipo de infecção, ainda é cedo para dizer se a superbactéria é uma ameaça.
Detecção em 2012
 
O artigo publicado explica que a bactéria foi encontrada no sangue de um homem de 35 anos, que se internou no Hospital das Clínicas de São Paulo.


A nova cepa foi detectada em agosto de 2012, quando a vítima ainda estava viva. Segundo Flávia, a nova linhagem não foi a causa da morte do paciente, que sofreu múltiplas complicações.

Segundo a pesquisa, a nova bactéria preocupa porque pertence a uma linhagem molecular que é comumente associada ao ambiente não hospitalar, designada com o termo "associadas à comunidade" (CA-MRSA, na sigla em inglês).


De acordo com Flávia, já existe um tratamento para eliminá-la, mas é um antibiótico mais caro em comparação ao uso da vancomicina.

No entanto, segundo ela, é preciso trabalhar mais com a classe médica para melhorar o diagnóstico dessa enfermidade. "É necessário realizar culturas em laboratório antes de pensar em apenas prescrever qualquer medicamento”, disse a médica ao G1.

Pesquisadores envolvidos com o estudo afirmam também que apesar de um caso ter sido detectado, é preciso aumentar a vigilância para possíveis novas ocorrências na América do Sul e no restante do mundo.

Polícia prende suspeito de sequestro relâmpago na Esplanada


Flagrante ocorreu na noite desta segunda-feira, em frente a Biblioteca Nacional
 
Um homem de 25 anos foi preso na noite desta segunda-feira (21) com uma CNH em frente a Biblioteca Nacional. Segundo a Polícia, o suspeito havia roubado a carteira de habilitação no último dia 20, em um sequestro relâmpago, em Ceilândia.

Ao ser abordado por policiais, o suspeito teria dito que encontrou o documento no chão. A vítima do sequestro compareceu à delegacia e reconheceu diversos objetos pessoais, assim como muitas peças do seu carro instaladas no veículo do detido. 

Conic

Outro jovem de 19 anos foi preso na madrugada desta terça-feira (22), por volta das 2h30, em frente ao Conic após roubar uma mulher na Plataforma inferior da Rodoviária do Pano Piloto. Ele usou uma faca para subtrair o celular da vítima. A ocorrência foi registrada na 5ª Delegacia de Polícia. 


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Justiça italiana deve processar Henrique Pizzolato





O Grupo Anti-Máfia da Justiça italiana suspeita do envolvimento do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, em um esquema de lavagem de dinheiro comandado por um ex-aliado de Silvio Berlusconi Valter Lavitola, e deve abrir um novo processo contra o brasileiro. Em depoimento a promotores italianos, Pizzolato confirmou que conhecia Lavitola, hoje preso em Nápoles por conta de uma amplo esquema de corrupção.


 

O Estado de S. Paulo revelou em sua edição desta terça-feira que a Justiça italiana havia descoberto ligações financeiras entre o brasileiro e o homem forte de Berlusconi. Por enquanto, Pizzolato havia sido ouvido apenas na condição de testemunha. Mas as suspeitas convenceram o MP a aprofundar o caso.
Pizzolato foi condenado no Brasil pelo esquema do mensalão. Mas fugiu para a Itália ainda no segundo semestre de 2013. 

Em fevereiro, acabou sendo descoberto na casa de um sobrinho na cidade de Maranello, no norte da Itália, e levado para a prisão de Módena. No final do mês passado, Pizzolato recebeu a visita de um promotor que colheu seu depoimento, depois que as autoridades italianas descobriram os indícios da relação com Lavitola.


No depoimento, o brasileiro evitou entrar em detalhes e apenas confirmou que conhecia o italiano, que havia morado no Rio de Janeiro. A polícia italiana identificou ligações telefônicas e emails entre os dois suspeitos, no que aparenta ser um esquema de lavagem de dinheiro. No Brasil, Lavitola também manteve relações com doleiros.

Questionado pelo Estado de S. Paulo, o advogado de Pizzolato em Modena, Lorenzo Bergami, se recusou a dar detalhes do caso. "Eu não sei de nada sobre esse depoimento", disse. Depois de ser informado pela reportagem que a informação já havia sido publicada no Brasil, ele mudou sua versão e indicou que,de fato,Pizzolato havia sido ouvido por um promotor. "Mas não sei o que falou. Ele estava sem advogado no momento", explicou. Bergami defende Pizzolato no processo de extradição solicitada pelo Brasil no Tribunal de Bolonha.

Diante das informações colhidas, o promotor encarregado do caso em Nápoles, Vincenzo Piscitelli, vai agora realizar uma segunda rodada de investigações. Pizzolato deve ser ouvido uma vez mais. Mas o Ministério Público da Itália já indicou que as suspeitas são suficientes para abrir um caso contra o brasileiro justamente por lavagem de dinheiro.
As informações que ligam Pizzolato a Lavitola já estavam de posse da Justiça italiana antes mesmo da fuga do brasileiro. Mas seu nome apenas soou o alerta do Grupo Anti-Máfia depois da polêmica sobre sua saída do Brasil.

O nome de Pizzolato apareceu quando o grupo passou a investigar o operador por conta de diversos escândalos financeiros de Berlusconi, principalmente no pagamento de propinas para o governo do Panamá.

Em 2011, Lavitola fugiu para o país centro-americano depois de ser indiciado por intermediar supostas propinas da gigante Finmeccanica para o governo panamenho, avaliadas em US$ 24 milhões. Mas acabou se entregando um ano depois e hoje está detido nas proximidades de Nápoles. Lavitola ainda é acusado de extorsão por supostamente ter exigido do ex-chefe de governo da Itália 5 milhões de euros para manter seu silêncio em relação aos crimes de Berlusconi. Lavitola agiu, segundo as investigações em Nápoles, como intermediário no pagamento de propinas em diversos setores, sempre em nome de empresas italianas.

Fonte: Agencia Estado

Pedido de vista adia debate de processo contra Vargas

22/04/2014 às 17:52:00

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) apresentou nesta terça-feira no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedido de vista (mais tempo para análise) do processo disciplinar contra o deputado licenciado André Vargas (PT-PR). A iniciativa também foi seguida pelo vice-presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).
 Com a manobra regimental, a discussão sobre a admissibilidade do processo contra Vargas deve ocorrer apenas no dia 29. A data foi estabelecida pelo presidente da comissão, Ricardo Izar (PSD-SP), após conceder o pedido de vista coletiva. Ao deixar a comissão, Zé Geraldo admitiu que atendeu a um requerimento do deputado licenciado do PT do Paraná para protelar a discussão sobre o parece preliminar. "A situação do André não é confortável. Ele está querendo esse tempo e esse tempo está sendo dado a ele", afirmou.

"Essa não é uma situação confortável nem para a bancada nem para o partido e nem para mim. O que estou fazendo aqui é não aceitar um linchamento. Acho que os procedimentos que foram adotados para outros parlamentares também devem ser adotados para o André. A situação dele não é confortável. Ele sabe disso e precisa de tempo para tomar uma decisão. Naturalmente que com mais uma semana, ele tem mais essa semana para refletir o que vai fazer", ressaltou.

Na audiência, Zé Geraldo também recorreu ao argumento de que Vargas não teria sido notificado para apresentar um advogado. As queixas de Zé Geraldo foram, no entanto, rejeitadas por Izar, que afirmou que o deputado licenciado do PT tinha sido notificado pelo colegiado.

Pedido

Antes do pedido de vista, o relator do caso, Júlio Delgado (PSB-MG), apresentou parecer pela admissibilidade do processo disciplinar contra Vargas. "Há reportagens que relacionam a ele os fatos narrados, e, ao menos em tese, o fornecimento de informações privilegiadas e a intermediação de interesses de terceiro junto a ministério, aliada a recebimento de vantagens, podem constituir ato incompatível ao decoro parlamentar" afirmou Delgado, durante a leitura do documento.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar investiga a relação entre o deputado licenciado e o doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). Vargas também é alvo de um outro processo disciplinar no Conselho de Ética do PT, que também deverá investigar sobre o mesmo tema. Desde que foi revelado que ele teria usado um jato emprestado pelo por Yousseff, integrantes da cúpula do partido querem que o deputado renuncie ao mandato. A iniciativa serviria para "estancar o sangramento" de Vargas e da legenda num momento pré-eleitoral.

O deputado chegou a sinalizar que abriria mão do cargo na semana passada, mas, após recuar, passou a ser alvo de fortes críticas de integrantes da executiva nacional da sigla. "A renúncia é uma decisão pessoal. Nem eu, nem o PT podemos obrigá-lo. Mas seria bom para ele se o fizesse. E agora", afirmou na sexta-feira, 18, o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP).


Fonte: Agencia Estado

PT ameaça Vargas com expulsão caso ele não renuncie



 22/04/2014 às 19:20:00

Em reunião ocorrida em Brasília na manhã desta terça-feira dirigentes do PT avisaram o deputado licenciado André Vargas (PT-PR) que, se ele não renunciar ao mandato, será expulso do partido. Vargas resistiu e desafiou a cúpula petista. "Não renuncio. Agora vou até o fim e vou fazer o meu sucessor na vice-presidência da Câmara", afirmou, numa referência ao deputado Luiz Sérgio (RJ).

O presidente do PT, Rui Falcão, disse a Vargas que as denúncias de irregularidades envolvendo o nome dele desgastam ainda mais a imagem do partido, já abalada com o escândalo do mensalão. "Você já deveria ter renunciado para evitar tudo isso", afirmou Falcão, em tom duro.

A reunião, na sede do PT, foi marcada pela tensão. A portas fechadas, o presidente do PT pediu a Vargas que abra mão do mandato para não prejudicar o partido e as campanhas eleitorais de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo; de Gleisi Hoffmann à sucessão no Paraná e da própria presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

Diante da resistência de Vargas - que levou para a reunião os deputados José Mentor (SP) e Luiz Sérgio (RJ) -, dirigentes petistas deixaram claro não haver dúvida sobre sua expulsão do PT, uma vez que o caso já está com a Comissão de Ética da legenda. Vargas também é alvo de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que investiga suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por suspeitas de lavagem de dinheiro e outros crimes.

"Nós sabemos que você não vai conseguir sustentar sua versão dos fatos no Conselho de Ética e no plenário da Câmara", disse Falcão a Vargas. "Ele tem o direito de se defender e nós vamos ajudá-lo", rebateu Mentor. Nos bastidores do partido e do governo, Luiz Sérgio, Mentor e o deputado Cândido Vaccarezza (SP) são chamados de "tropa de choque" de Vargas.

Protelação

A pedido do deputado licenciado, o petista José Geraldo (PA) apresentou, na tarde desta terça, pedido de vista no processo disciplinar contra o ex-vice-presidente da Câmara. Com a manobra, ele conseguiu ganhar tempo e adiar a análise do caso para o dia 29.

Pressionado pelo PT e por ministros, Vargas só renunciou até agora à vice-presidência da Câmara. Integrante da corrente "Construindo um Novo Brasil", majoritária no partido, ele está disposto a fazer de Luiz Sérgio o seu sucessor, desafiando o grupo de Rui Falcão, que prefere no cargo o deputado José Guimarães (PT-CE).

Ainda nesta terça, Falcão fará relato da conversa com Vargas à presidente Dilma, com quem se reunirá à noite, no Palácio da Alvorada, juntamente com outros coordenadores da campanha. Para o líder do PT na Câmara, Vicente Paulo da Silva (SP), o Vicentinho, Vargas está cometendo um "grande erro" ao expor o partido, o governo e seus candidatos. "Ele vai ficar sangrando em praça pública", disse Vicentinho, que também participou da reunião de hoje com Vargas. "Esperamos que ele volte atrás."

Fonte: Agencia Estado

‘Vou atuar’, por Roberto Pompeu de Toledo


19/04/2014
às 14:58 \ Opinião



Publicado na edição impressa de VEJA

ROBERTO POMPEU DE TOLEDO

Quando o amigo doleiro Alberto Youssef desabafou, exasperado e súplice, “Tô no limite. Preciso captar”, segundo diálogos registrados pela Polícia Federal e revelados pela última VEJA, o deputado André Vargas respondeu, resoluto: “Vou atuar”. 


André Vargas, do PT do Paraná, até a semana passada vice-presidente da Câmara dos Deputados, já se celebrizara pelo gesto de levantar o braço, como provocação ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sentado a seu lado. Ao gesto agora acrescentava uma divisa, na forma de uma sentença tão curta quanto prenhe de pesporrência (bela palavra; o colunista agradece ao deputado a oportunidade de usá-la): “Vou atuar”.



André Vargas é exemplo acabado da mutação genética do espécime chamado “petista”. Ele nasceu em Assaí, perto de Londrina, no Paraná, um mês antes do golpe de 1964. Tem 50 anos, portanto, e entrou no PT aos 26, em 1990. Gloriosos tempos esses. O PT era a estrela que apontava para uma sociedade mais justa e costumes renovados na política brasileira. 


Quando se tornou poderoso, o PT passou a qualificar de “udenistas” os adversários que o atacam com a arma da moral e dos bons costumes. Naquele tempo a UDN ressurreta era o PT. Seu empenho foi decisivo para a derrubada do presidente Collor, em 1992. Nada mais atraente para um jovem idealista do que um partido como esse. (Suponhamos que André Vargas tenha sido um idealista; é o que de melhor podemos fazer por ele.) Sua ascensão foi rápida. Em 1991, já era membro do diretório municipal de Londrina. Em 1997, deixou-o para instalar-se em Brasília, como chefe de gabinete do deputado Nedson Micheleti.


Quando se dá a mutação de um jovem idealista para um “Vou atuar”? Os fenômenos da evolução são infelizmente infensos a respostas com o grau desejável de precisão. No caso, Brasília talvez tenha contado. Com certeza poder e dinheiro contam. Em 1998, Vargas trabalhou na campanha dos candidatos Paulo Bernardo, do PT, a deputado federal, e Antônio Carlos Belinati, do PSB, a esta­dual. 


Era uma estranha dobradinha. O parceiro de Paulo Bernardo, o atual ministro das Comunicações, era filho de Antônio Belinati, três vezes prefeito de Londrina, o qual em tantas se meteu que teve o mandato cassado, em 2000, e chegou a ser preso. Na campanha envolveu-se o agora famoso Youssef, e foi nessa ocasião, segundo o jornal O Globo, que Vargas o conheceu. A campanha resultou em escândalo; para alimentar a do filho, segundo investigações, papai Belinati desviou dinheiro da prefeitura.


O dinheiro começava a passar por perto do nosso suposto jovem idealista. Não por acaso, era uma época em que o PT começava a acumular poder. Em 2000 ganhou a prefeitura de São Paulo, com Marta Suplicy, e a de Londrina, com Nedson Micheleti, o deputado do qual Vargas fora chefe de gabinete. No ABC paulista, o mais antigo feudo petista, Celso Daniel foi eleito pela terceira vez. 


O caldo de cultura que transforma o idealismo em “Vou atuar” estava formado. Celso Daniel foi morto dois anos depois. Nedson Micheleti, ao fim de dois mandatos de prefeito, seria condenado por improbidade administrativa. André Vargas, enquanto isso, empreendia a irresistível ascensão que o levou de vereador em Londrina a deputado estadual e, em 2006, a federal. Distinguiu-se, nessa qualidade, pelas posições ultrapetistas de defesa dos mensaleiros e do controle da imprensa. Essa era sua face pública. Nos bastidores, atuava. 

As entranhas de seu mundo começaram a vir a público no fatídico dia em que Youssef lhe forneceu um jatinho para viajar com a família para João Pessoa.


Que quer dizer “vou atuar”? O diálogo em questão sugere que seja em favor de gestão junto ao Ministério da Saúde para a conclusão de falcatrua envolvendo um laboratório de propriedade do doleiro. É razoável supor que essa seja uma de muitas atuações. E André Vargas não está sozinho. O caso Petrobras, como último e culminante de uma série, revela quantos outros atuam. O espécime petista, tal qual conformado pela mutação sofrida, em simbiose com uma base aliada que no geral nem precisou mudar ─ já nasceu assim ─, fez do Estado brasileiro um mar nunca dantes visto de atuações. 

Pobre Dilma. Seu governo está bichado. A corrupção generalizou-se a ponto de ser parte sem a qual o sistema não sobrevive. E ainda tem a economia. E ainda tem a incompetência. Seu governo faliu.

Economia vira-lata, mas sem complexo -Rolf Kuntz-O Estado de São Paulo



ROLF KUNTZ
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19 de abril de 2014 | 2h 06

ROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo
 
Transformado pelo governo em vira-lata econômico, o Brasil continuará atolado na mediocridade nos próximos três anos, crescendo menos que a maioria dos emergentes e suportando uma inflação mais alta, segundo as projeções embutidas no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A economia crescerá míseros 3% em 2015 e 4% em cada um dos dois anos seguintes, de acordo com a tabela acrescentada ao projeto. A inflação ficará em 5% no próximo ano e em seguida recuará para o centro da meta, 4,5% - previsão muito mais otimista que as do Banco Central (BC), do mercado e das instituições econômicas e financeiras multilaterais. Para este ano o governo mantém, oficialmente, a expectativa de 2,5% de expansão do produto interno bruto (PIB), número também citado no projeto da LDO.

O governo parece conformado com a condição de vira-lata econômico (mas sem complexo) imposta ao Brasil por sua política. Não admite, é claro, sua responsabilidade e continua atribuindo a estagnação do País à crise externa, como se essa crise, estranhamente, afetasse o Brasil muito mais que outros países de economia muito mais aberta. Muitos desses países, no entanto, têm crescido bem mais que o Brasil e continuarão crescendo, nos próximos anos, segundo as projeções conhecidas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), para citar só um exemplo, calcula para a economia brasileira taxas de crescimento de 1,8% neste ano, 2,7% no próximo e 3,5% em 2019. O salto para 2019 dá uma ideia da evolução considerada provável no período intermediário. No caso da Colômbia, a projeção é de uma taxa firme de 4,5% entre 2014 e 2019, com possíveis variações, é claro, em torno dessa média. As estimativas para o Peru são de 4,8%, 4,5% e 4,5%. Para o Chile, 3,6%, 4,1% e 4,5%. 

Para o Paraguai, 4,8%, 4,5% e 4,5%. Para a China, 7,5%, 7,3% e 6,5%, com passagem gradual e sem trauma para a um modelo com taxa de investimento provavelmente menor e menor dependência da exportação. Em todos esses casos, a inflação projetada é menor que a do Brasil.

Na maior parte das economias emergentes e avançadas o potencial de crescimento foi reduzido nos últimos anos, segundo o FMI. Esse diagnóstico vale também para a China, embora o país, segundo as previsões, deva continuar muito dinâmico.

No caso do Brasil, o potencial de crescimento está estimado pelo FMI e por outras fontes nacionais e estrangeiras em cerca de 3%, e até menos, e só será elevado com muito mais investimentos em capital físico e em formação de capital humano. Por mais de uma causa, a começar pela demografia, o crescimento econômico baseado na incorporação de mão de obra está encerrado. A expansão dependerá, nos próximos anos, do acréscimo de capital e do aumento da produtividade. Também no governo parece haver alguma percepção desse fato, traduzida, por exemplo, na nova retórica de valorização do ensino técnico e na promessa de mais investimentos em infraestrutura.

Mas a educação, de modo geral, continua desastrosa. Isso é comprovado pela participação brasileira em testes internacionais para estudantes, quase sempre com resultados muito ruins. É comprovado também pela dificuldade, apontada por entidades da indústria, de encontrar pessoal com um mínimo razoável de qualificação. A própria indústria continua formando pessoal, em cursos básicos e técnicos e, em muitos casos, diretamente nas fábricas. Quanto ao investimento físico, permanece na faixa de 18% a 19% do PIB, muito abaixo do nível necessário. Assim continuará, provavelmente, enquanto faltar um ambiente seguro para as decisões empresariais e o governo for incapaz de formular e de administrar projetos com alguma competência.

O fiasco do PAC 2, a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, ilustra com clareza as dificuldades do governo para cuidar de planos de investimento. Em dezembro continuavam no papel, depois de três anos, 53,3% das ações previstas no programa. "No papel" significa em ação preparatória, em contratação, em licitação ou ainda em fase de projeto. Esse conjunto incluía 26.154 iniciativas. A maior concentração de atrasos, com 10.553 ações nas etapas iniciais, foi detectada no Ministério da Educação, com apenas 4,9% de empreendimentos concluídos. O Ministério da Saúde, com o maior número de ações previstas no Executivo (16.155), só terminou 8,8%. Candidato a governador de São Paulo, o ex-ministro Alexandre Padilha terá uma excelente segunda oportunidade, se eleito, de testar sua competência administrativa.

Segundo o projeto da LDO, o crescimento econômico de 3% previsto para 2015 será um avanço na direção do potencial, isto é, de um taxa de 4%. Para o governo, portanto, a capacidade de expansão da economia brasileira já é maior do que aquela estimada por alguns dos mais respeitados analistas nacionais e estrangeiros. Falta explicar por que o desempenho efetivo ficou tão abaixo desse potencial nos últimos três anos, continua abaixo em 2014 e assim permanecerá em 2015. Atribuir esse resultado às condições internacionais é tão fantasioso e tão despropositado quanto explicar a inflação brasileira, persistente e muito elevada, apenas por algumas pressões localizadas, como a dos alimentos.

A própria meta oficial, 4,5%, é muito alta pelos padrões internacionais. A insistência nessa número, desde 2005, já é uma comprovação de tolerância. Mas nem se pode dizer com certeza se essa é a meta efetivamente considerada pelas autoridades, pelo menos fora do BC. De fato, têm dito alguns analistas, o alvo levado em conta na política econômica deve estar na faixa de 5,5% a 6%.

Essa tolerância está associada ao gosto pela gastança e à política fiscal frouxa. Ao indicar no projeto da LDO a meta fiscal para 2015, um superávit primário de 2,5% do PIB, destinado ao serviço da dívida, o Executivo já tratou de mencionar o abatimento provável dos investimentos do PAC. A meta efetiva, pode-se apostar, é só 2%.

JORNALISTA

‘CPI neles!’, por Ricardo Noblat

21/04/2014



RICARDO NOBLAT

E continua a troca indireta de chumbo entre Dilma e Lula.

Ligada a Dilma, Graça Foster, presidente da Petrobras, reconheceu que foi um mau negócio para a empresa a compra em 2006 da refinaria Pasadena, no Texas. Deixou um rombo de meio bilhão de dólares.

Ligado a Lula, José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, replicou que Dilma não pode “fugir de sua responsabilidade” na compra da refinaria.

Era Lula o presidente do Brasil quando Pasadena foi comprada.


De princípio, apenas pela metade da refinaria, a Petrobras pagou praticamente o que o grupo belga Astra Oil havia pagado por ela inteira.

Quando o negócio foi fechado, era Dilma a ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

“Não posso fugir da minha responsabilidade do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho”, disse Gabrielli em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

E completou, dando mais uma estocada em Dilma: “Nós somos responsáveis pelas nossas decisões”.
É grande o desconforto de Lula e de Dilma com a exposição pública de mazelas da Petrobras.
De Lula porque foi nos oito anos de governo dele que avançou o processo de loteamento político de cargos na Petrobras ─ e tudo isso está vindo à luz agora. De Dilma porque o Caso Pasadena atingiu em cheio sua imagem de gestora notável.

Lula saiu do governo com 80% de aprovação. Nega que pretenda voltar já ─ talvez daqui a quatro anos. Está pronto, contudo, para entrar em campo se Dilma teimar em perder cada vez mais pontos nas pesquisas sobre intenção de voto.

O sonho de Dilma é o de se reeleger. Lula e Fernando Henrique Cardoso se reelegeram. Por que ela, não?

Dilma como a mãe do Programa de Aceleração do Crescimento foi uma invenção de Lula. Como uma espécie de primeira-ministra foi uma invenção de Lula. E como melhor administradora do que ele foi uma invenção de Lula.

Vote na mulher de Lula ─ eis a poderosa sugestão da propaganda que empurrou Dilma ladeira acima.
Pasadena empurra Dilma ladeira abaixo.

Onde se viu transação bilionária ser tratada de maneira tão descuidada e apressada como foi a de Pasadena?

Ao longo de seis anos, a Petrobras desembolsou algo como U$ 1,2 bilhão pela refinaria cujo valor atual de mercado é de U$ 200 milhões.

Gestão temerária? Para dizer o mínimo. A conferir.

Vejam só: num dia, os membros do Conselho de Administração da Petrobras receberam o resumo técnico de uma página e meia da documentação completa de mais de 400 páginas referente ao negócio.

No dia seguinte, aprovaram o negócio. A documentação completa esteve à disposição deles. Por que não a consultaram? Sabe-se lá…

Sabe-se que, ouvida recentemente pelo O Estado de S. Paulo, Dilma alegou que se baseara num resumo técnico “falho e incompleto” para aprovar a compra da refinaria.

O que aconteceu com o autor do resumo? Foi elogiado e transferido para outro cargo onde passou a lidar com mais dinheiro. Só há pouco perdeu o cargo. Que tal?

A ministra Rosa Weber, do STF, decidirá, esta semana, se concede liminar para instalação de CPI exclusiva da Petrobras. O mais provável é que conceda, sim.

CPI é direito da minoria. Uma vez que exista fato determinado e que tenham sido cumpridas as regras para criação da CPI, manda a jurisprudência do tribunal que ela seja instalada.

E pronto.

Pra frente, Brasil --O Estado de S.Paulo

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21 de abril de 2014 | 2h 05


O governo federal prepara uma "forte campanha de mídia" para convencer o contribuinte de que a realização da Copa do Mundo é boa para o País. Nas palavras do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, há a necessidade de fazer um esforço de propaganda para servir de contraponto ao noticiário negativo. "A imprensa mente para caramba", declarou Carvalho, na característica linguagem autoritária do governo petista, para o qual qualquer crítica equivale a uma tentativa de golpe.

Segundo disse o ministro em encontro com militantes de movimentos sociais, o governo se equivocou ao permitir que se criasse "uma visão parcial e distorcida" a respeito dos gastos com estádios e dos atrasos de obras. Na opinião dos governistas, portanto, os inúmeros problemas relativos à Copa não existem - trata-se de manipulação da imprensa.

"Nós nos demos conta de que cometemos um erro ao não fazer um investimento para valer na comunicação e deixamos de informar aos cidadãos o que a Copa significa", afirmou Carvalho, segundo o jornal O Globo.

Não é a primeira vez que o ministro sugere que os brasileiros que protestam contra os gastos relativos à Copa não entenderam os esforços do governo para lhes proporcionar uma vida melhor. Em janeiro passado, Carvalho queixou-se dos manifestantes que foram às ruas em junho de 2013, dizendo que o governo tomou um "susto". "Houve uma certa dor, uma incompreensão, e quase um sentimento de ingratidão. Foi como dizer: fizemos tanto por essa gente e agora eles se levantam contra nós", lamentou o ministro, dando a exata dimensão da arrogância lulopetista.

A estratégia de desqualificar os críticos vai muito além dos meros ataques à imprensa. O objetivo é dividir o País entre "nós" e "eles". O ministro do Turismo, Vinicius Lages, por exemplo, disse ao jornal Valor que é preciso aceitar que o futebol "não é mais uma unanimidade" no Brasil. Segundo essa versão, os que protestam contra os gastos da Copa são aqueles que simplesmente não gostam de futebol.

Mas estes são uma minoria. A "maioria", disse Lages, "entende que a Copa é uma oportunidade sem igual, que nos projetará, e muito". Na mesma linha foi o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Ao comentar pesquisas que mostram notável queda do apoio popular à realização da Copa, Rebelo disse que esse tipo de levantamento integra uma "campanha contra a Copa".

Esse cenário explica a ofensiva midiática que Carvalho anunciou. Será preciso convencer cada vez mais pessoas de que as obras superfaturadas, os atrasos vexatórios e a
irrelevância da Copa para a economia nacional são mera ilusão criada pelos inimigos do governo petista - e, por extensão, dos brasileiros. Um dos motes da campanha será dizer que a Copa está gerando milhões de empregos - a estimativa oficial brandida pela tropa governista é de extravagantes 3,6 milhões de vagas - e que trará grandes ganhos econômicos. Uma simples olhada nos prejuízos que a África do Sul teve com a Copa deveria servir para alertar sobre essa fantasia.

Segundo a propaganda do governo, no entanto, apontar esses problemas é jogar contra o Brasil. "Vamos ser críticos da Copa, sim, vamos dar pau, mas não vamos nos somar aos que querem que a Copa não dê certo, que o povo brasileiro não tenha uma vitória", disse Carvalho. "Deformaram as informações com um propósito claro de criar um problema, para que nosso projeto não vá em frente."

Das informações "deformadas" às quais o ministro se refere, as principais dizem respeito ao volume de dinheiro público usado na construção de estádios, em vez de ter sido destinado a áreas muito carentes, como saúde e educação.

A Copa brasileira será a mais cara de todos os tempos: as arenas deverão custar em torno de R$ 8,9 bilhões, mais do que a soma do que gastaram África do Sul e Alemanha quando sediaram o torneio. Só isso já seria motivo suficiente para fazer os brasileiros saírem às ruas para protestar. E, ao contrário do que pensam as autoridades petistas, a maioria desses brasileiros continua a gostar muito de futebol. Eles só não gostam de ser tapeados.

Olhem aí… Eles começaram a sair da casinha!

22/04/2014
às 2:20


Vou imitá-los um pouquinho: “kkk, rá, rá, rá, oinc, oinc, oinc, fuça, fuça, fuça, pum, pum, pum”!!! O PT reuniu fisicamente, no último fim de semana, a sua militância digital num “camping” — escrevi a respeito —, e já se notam os primeiros efeitos na rede. Vejam esta maravilha:

EFEITO PT DIGITAL

Vejam ali este lindão no meio da turma — algumas companhias ali muito me honrariam, mas nem todas. “Mais de R$ 30 mil???” Ah, não nos subestimem!!! O mais engraçado é que os idiotas não sabem nem mesmo distinguir alhos de bugalhos. 

Imaginem se eu toparia uma conspiração, qualquer uma, com Miriam Leitão, por exemplo — ou ela comigo! —, ainda que fosse para salvar da extinção um glossoescolecídeo… O bicho morreria seco, coitado! Sem contar que ela se preocupa em provar àqueles que a odeiam que ela é bacana, genuflexão que não faço. Ao contrário até. Dado o exclusivíssimo ponto de vista da turma, eu me preocuparia se começassem a me achar um cara legal.

Os vagabundos que ficam fazendo oinc, pum e fuça-fuça debaixo de barracas jamais entenderão! Ainda que, naquela montagem, só houvesse canalhas, cada um o seria à sua maneira e por sua própria conta — ao contrário deles, que são milicianos a soldo, pagos, como de hábito, com dinheiro público. 

No seu caso, até os borborigmos obedecem a um comando.

Setores da imprensa que vivem hoje sob o ataque dessa súcia fazem questão de se ajoelhar no milho, de pedir desculpas, de se redimir, deixando-se patrulhar pela corja. Vivem, nas sublinhas, se explicando e se justificando, o que é bastante constrangedor: um espetáculo triste de ler, ver e ouvir. 

A covardia é sempre repugnante. Eu os chamo por aquilo que são: vagabundos, fascistoides, venais e moralmente deformados. Não são meus juízes. Não dependo deles para existir nem os quero como leitores!

Se vocês acessarem a página no Facebook em que esse troço foi publicado, verão que ela existe para odiar a imprensa e para pregar o controle da mídia nos moldes do chavismo. Há gente achando que a melhor maneira de enfrentar o bando é fazer concessões, “mantendo a interlocução”!!! 

Interlocução com bandido? Não faço! Alguns dos seus alvos, movidos por uma covardia asquerosa, acreditam, por exemplo, que, se me xingarem um pouquinho, poderão ser poupados: “Ó, eu sou diferente, hein!? Também odeio os conservadores, tá? Sempre fui de esquerda! Tirem-me da lista! Falem bem de mim!”. Os inocentes e os idiotas ainda não entenderam a natureza do confronto. 

São, assim, uma mistura de Daladier e Chamberlain, mas adaptados à chanchada autoritária brasileira.

A página não deixa a menor dúvida quanto ao inspirador:


EFEITO PT DIGITAL 2

Não ajoelho, não! Podem babar à vontade. Eu os chamarei por aquilo que são. Pra dentro da casinha!


Por Reinaldo Azevedo

MST se finge de povo e vai à rua, a serviço do PT, em defesa de item da reforma política que beneficia o partido — aquela inventada por Barroso…


22/04/2014
às 6:40

Barroso, o pai da proposta de se proibir doação de empresas a campanhas: PT e MST estão juntos
Roberto Barroso, o pai da proposta de se proibir doação de empresas a campanhas: PT e MST estão unidos a essa nobre causa…


O PT não privatizou apenas a Petrobras, as estatais de maneira geral, os Poderes da República e as instâncias do estado. Na sua vocação para substituir a sociedade, para tomar o seu lugar, privatizou também o povo. Nesta segunda, cerca de mil pessoas paralisaram por um tempo a Avenida Paulista, em São Paulo, defendendo que as empresas privadas sejam proibidas de doar dinheiro para campanhas eleitorais. O ato foi promovido pelo MST e por um dos seus braços, um tal “Levante Popular da Juventude”, que nada mais é do que o próprio movimento, mas com uma pauta mais ampla do que só a reforma agrária. A turma, por sua vez, é uma extensão do PT; é a sua face, digamos assim, de esquerda.

O MST e o tal “Levante” se apresentam como grupos organizados da sociedade civil, que seriam independentes de partidos. Falso como nota de R$ 3. Na verdade, a pauta que eles levaram para a rua nesta segunda é do comando do PT. E isso está documentado. Vamos ver.

No dia 10 deste mês, o Diretório Nacional do PT votou uma resolução contra a Emenda Constitucional 352 (íntegra aqui) — que propõe justamente uma reforma política. O mais curioso é que o coordenador do grupo que elaborou esse texto é o deputado Cândido Vaccarezza, do PT de São Paulo. Ocorre que a direção do partido não gostou. Por quê? A emenda 352 propõe, por exemplo, o financiamento misto de campanha — isto é: permite também as doações privadas. A PEC 352 prevê ainda:

- fim do voto obrigatório; - coincidência entre eleições municipais e federais e estaduais; - para tanto, os prefeitos eleitos em 2016 teriam mandato de dois anos, podendo se recandidatar em 2018. E aí nada mais de reeleição no país!
Vaccarezza foi o coordenador de um grupo suprapartidário. O PT o desautorizou publicamente, e há até facções que pedem a sua expulsão do partido, que quer outra coisa: - financiamento exclusivamente público de campanha; - assembleia constituinte para fazer a reforma; - voto em lista fechada;

Eis a íntegra do documento enviado aos militantes.



Texto enviado aos filiados


Financiamento público, leitores, vocês sabem o que é: nós, os contribuintes, pagaríamos as campanhas eleitorais. O voto em lista consiste no seguinte: perderemos o direto de escolher o vereador e os deputados estaduais e federais. Votaremos apenas no partido. E esse partido manda para o Legislativo pessoas que compõem uma lista fechada.

A cara de pau é de tal sorte que, na mensagem enviada aos militantes (acima), a direção do PT escreve que “O Partido dos Trabalhadores elaborou um projeto de iniciativa popular”. Ora, das duas uma: ou o projeto é de iniciativa popular ou é do PT. E, no caso, é do PT.

Assim, meus caros, a manifestação desta segunda não teve nada de “popular”. Foi um ato do partido. Na quarta-feira, dia 16, a presidente Dilma voltou a pregar a reforma política e a falar num plebiscito. Provavelmente, o tema irá parar na sua campanha eleitoral. Se ela ganhar… Uma coisa precisa ficar clara: se o financiamento exclusivamente público de campanha e o voto em lista forem aprovados, esqueçam! O país ficará refém do PT por muitos anos. E aí nem é o caso de pedir que Deus nos acuda. Ele tem mais o que fazer. Será bem mais fácil o diabo se interessar por nós.

E não custa lembrar. Já demonstrei aqui que a tese da proibição da doação de empresas a campanhas eleitorais — esposada pela OAB  — é, originalmente, uma tese Roberto Barroso, ministro do Supremo. Já há uma maioria formada de seis votos na tribunal em favor dessa excrescência, que nada tem de democrática. Afirmei, então, aqui que a OAB e o ministro atuavam, objetivamente — não entro nas intenções —, como braços do petismo. Eis aí a prova dos noves!

Por Reinaldo Azevedo

A classe dos “supertrabalhadores”: um dilema para os marxistas-Rodrigo Constantino

22/04/2014



“O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a pobreza.” (Voltaire)

Uma grande reportagem no GLOBO de hoje fala da classe dos “supertrabalhadores”, aquela turma bem preparada e que trabalha horas e horas em altos cargos executivos. Diz a matéria:

Eles estudam mais, ganham mais e trabalham mais. Esses “supertrabalhadores” formam uma classe nativa do século XXI, formada por pessoas bem remuneradas e com formação de alto nível. São indivíduos que dedicam mais horas a suas carreiras do que os menos abastados e chegam a preferir o tempo no escritório ao lazer. O fenômeno foi apresentado numa pesquisa da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Divulgado ontem, o estudo mostra que, até a década de 1960, homens mais instruídos ficavam menos horas diárias nos seus empregos que trabalhadores braçais. Atualmente, porém, quanto maior o nível de instrução, maior o tempo no trabalho. O mesmo ocorreria com mulheres mais instruídas, de forma ainda mais incisiva.

“O século XXI inverteu a relação educação/lazer, com os mais bem educados, homens e mulheres, trabalhando, em geral, uma parte muito maior do dia do que aqueles com nível médio de educação, que, por sua vez, fazem mais do que aqueles com menos escolaridade”, afirma a pesquisa “Post-industrious society: Why work time will not disappear for our grandchildren” (“Sociedade pós-industrial: Por que o tempo de trabalho não vai desaparecer para os nossos netos”, em tradução livre).

Esses dados não deixam de ser um dilema para os marxistas, ainda presos em uma mentalidade de luta de classes totalmente ultrapassada e antiquada. Patrões seriam exploradores e trabalhadores seriam explorados por essa ótica marxista. Mas onde entrariam esses “supertrabalhadores” que recebem muitas vezes salários enormes, sem com isso deixar de ser assalariados, ou seja, não sendo os “donos dos meios de produção”? São exploradores ou explorados?

Parte da explicação para tanto trabalho é que esse mercado extremamente qualificado é bastante competitivo. Atuei no mercado financeiro por vários anos e sei bem como é isso. Não existe nada parecido com a mentalidade de “bater ponto”, de cumprir um horário determinado, de se desligar para curtir os momentos de lazer. O vizinho ficará até mais tarde, e poderá ser o próximo promovido se entregar resultado. A meritocracia é plena, o que exige contínuo esforço dos envolvidos.

Outra explicação é simplesmente o fato de que muitos desses trabalhadores adoram o que fazem. Marxistas achavam que o socialismo iria liberar os trabalhadores para outras funções mais agradáveis, como a pesca ou a filosofia. O trabalho, associado à labuta fabril, era visto como um fardo degradante a ser superado. O que os marxistas modernos precisam enfrentar é esse fato de que muitos desses trabalhadores gostam de seus trabalhos.

Cheguei a escrever no meu antigo blog um texto chamado “Eu fui explorado!”, expondo esse dilema para os marxistas. Escrevi:

Trabalhei por 6 anos para uma empresa que exige bastante dos seus empregados, objetivando manter sua eficiência, tão necessária para sua própria sobrevivência e consequente sobrevivência dos empregos que gera. Trabalhei várias horas por dia, acumulei meses e meses de férias não aproveitadas, deixei de gozar de feriados etc. Não havia uma arma apontada para a minha cabeça para tanto. Era uma escolha pessoal. Como tratava-se de uma troca voluntária, era mutuamente benéfica por definição, caso contrário, bastava uma das partes cancelar o trato. Eu queria aquilo! Considerava que era bom para mim, vantajoso para meu futuro. 

Mas um esquerdista diria que não, que eu não sei do que falo, que não tenho a menor idéia do que é bom para mim. Ele iria impedir minha “exploração”, afirmando que é um absurdo trabalhar tantas horas por dia, ou deixar de sair de férias. Usaria o aparato estatal e sindical para garantir minhas “conquistas” e “direitos”, direitos estes que eu gostaria de abrir mão mas não posso.

Agora que sou escritor e blogueiro, continuo um “workaholic”, escrevendo vários textos inclusive em feriados e muitas vezes até quase de madrugada. Ninguém me cobra isso. Faço o que gosto, o que ajuda muito. Certa vez li que o segredo da vida era achar alguém que pagasse para você fazer aquilo que se tivesse dinheiro pagaria para fazer. Há algo mais triste do que jovens ingressando no mercado de trabalho e já pensando no que vão fazer na aposentadoria?

Entendo que não será tarefa fácil para a maioria, encontrar uma ocupação produtiva e ao mesmo tempo satisfatória, mas eis um dilema para a esquerda em geral e marxistas em particular: muitos trabalhadores trabalham com tanto afinco porque gostam do que fazem, e claro, desejam ser bem remunerados por seu esforço e mérito. O aumento da remuneração é parte da explicação também:

Já a Universidade de Oxford sugere que, entre os fatores que podem ter influenciado este aumento na jornada dos mais instruídos, estão os rendimentos elevados, que tornaram o trabalho mais atraente em relação ao tempo de lazer. O crescimento é consequência também de uma mudança na ideologia ligada ao lazer. O tempo dedicado ao entretenimento pessoal já foi considerado um símbolo de poder social no século XIX, mas, hoje, segundo o estudo, muitos enxergam isto até mesmo como sinal de preguiça ou desemprego.

Domenico De Masi e seu “ócio criativo” perderam charme na cultura moderna. Talvez seja o reflexo de uma herança calvinista ainda, que valoriza o trabalho, ao contrário do que faziam os ibéricos católicos. Quando Mauá entregou a pá de jacarandá para D. Pedro II em uma cerimônia, simbolizando o ato de trabalhar, foi um grande constrangimento, e o imperador teria ficado com aquilo entalado na garganta por anos, segundo o biógrafo de Mauá, Jorge Caldeira. A ética do trabalho ainda não pegou muito por aqui, nessas terras tropicais…

O trabalho intelectual é mais desafiador e estimulante, e a verdadeira criação de riqueza vem do cérebro, de nossa mente, não de nossos braços. Eis mais um dilema para os marxistas, que ainda vivem reféns da crença absurda de que é o trabalho físico que produz riqueza para uma sociedade. 

Diz a reportagem:

Além disso, economistas dizem que quanto melhor a educação, mais distante esses indivíduos ficam de tarefas fisicamente pesadas. O trabalho, desta forma, teria se tornado mais satisfatório tanto intelectual quanto emocionalmente. Com isso, eles acabam sentindo menos necessidade do período de folga.

A filósofa russa Ayn Rand colocou em um de seus personagens a seguinte mensagem:

“Olhe para um gerador de eletricidade e ouse dizer que ele foi criado pelo esforço muscular de criaturas irracionais. Tente plantar um grão de trigo sem os conhecimentos que lhe foram legados pelos homens que foram os primeiros a plantar trigo. Tente obter alimentos usando apenas movimentos físicos, e descobrirá que a mente do homem é a origem de todos os produtos e de toda a riqueza que já houve na terra.”

Vários socialistas sonharam com o dia em que as máquinas substituiriam os homens e estes poderiam, então, viver apenas para o lazer. Tal utopia conquistou gente da estatura de um Oscar Wilde, que escreveu, em A alma do homem sob o socialismo:

O fato é que a civilização exige escravos. Nisso os gregos estiveram muito certos. A menos que haja escravos para fazer o trabalho odioso, horrível e desinteressante, a cultura e a contemplação tornam-se quase impossíveis. A escravidão humana é injusta, arriscada e desmoralizante. Da escravidão mecânica, da escravidão da máquina, depende o futuro do mundo. [...] Haverá grandes acumuladores de energia em cada cidade, em cada residência se preciso, e essa energia o homem converterá em calor, luz ou movimento, conforme suas necessidades. 

Hoje, de fato, as máquinas facilitaram ou substituíram inúmeros trabalhos braçais, e graças à evolução capitalista diversos tipos de ofício foram aposentados. Mas isso não jogou milhões de pessoas apenas no ócio contemplativo ou nas artes, como esperavam os utópicos, e sim em novos desafios intelectuais e tecnológicos, novos ofícios criados pelo próprio progresso, surgindo essa classe de “supertrabalhadores”.

A tendência, à medida que o país se desenvolva com o capitalismo, é ele depender mais de serviços e menos de agricultura e indústria. O capitalismo, portanto, libera um contingente expressivo de gente para funções mais estimulantes e prazerosas, é o grande aliado dos trabalhadores.

Não precisamos de sindicatos impondo com a ajuda do governo a redução da jornada de trabalho para combater a “exploração” dos capitalistas; precisamos de mais capitalismo e livre mercado, de uma ética calvinista que valorize o trabalho, e do investimento em qualificação, para que cada vez mais gente possa investir seu tempo naquilo que realmente gosta, aumentando assim a produtividade da economia e a satisfação geral. O futuro não está em trabalhar cada vez menos, e sim em trabalhar cada vez mais com aquilo que desejamos.

Rodrigo Constantino