Grupo conseguiu inibir vontade de '2ª dose' em ratos treinados para beber. Tipo D2 é responsável por desencorajar a ação no cérebro.
Do G1, em São Paulo
Estudo do Texas encontrou neurônio que inibe 'segundo copo'. (Foto: Aliaksei Smalenski / Shutterstock)
Pesquisadores do Texas, nos Estados Unidos,
identificaram o neurônio capaz de avisar quando é a hora de parar de
beber. O estudo foi publicado no jornal “Biological Psychiatry” e
divulgado nesta quarta-feira (6).
Neurônios específicos podem influenciar o comportamento do consumo de
álcool, de acordo com os resultados. A prévia da pesquisa mostrou que o
hábito altera a estrutura física dos neurônios espinhosos médios,
localizados na região estriado dorsomedial do cérebro.
Eles descobriram que a ativação de um tipo de neurônio, chamado D1,
conduz à segunda dose de bebida. Nesta fase da pesquisa, eles também
descobriram um segundo tipo de neurônio que determina que o indivíduo
pare de beber - o D2.
O tipo D1 é o que impulsiona o cérebro, enquanto o do tipo D2 segura as
reações. Em outras palavras, quando os neurônios D2 são ativados, eles
desencorajam a ação.
"Os neurônios D2 são bons pelo menos do ponto de vista do vício", disse
Jun Wang, um dos autores da pesquisa. "Ativá-los é importante para
prevenir problemas de comportamente com a bebida”, completou.
Segundo os pesquisadores, neurônios D2 tendem a ser desativados quando
bebemos demais. Isso significa que não há nada no cérebro nos “dizendo”
para parar de beber.
Os resultados do estudo fornecem uma visão sobre o mecanismo do
alcoolismo. "Nossa pesquisa atual e a anterior são essencialmente dois
lados da mesma moeda", disse Wang. "D1 e D2 são neurônios meio
espinhosos e têm essencialmente papéis opostos no consumo de álcool".
Ao manipular a atividade desses neurônios, os pesquisadores foram
capazes de mudar o consumo de bebidas alcoólicas nos ratos que haviam
sido "treinados" para buscar álcool. Ao ativar os neurônios D2, o
consumo de álcool foi diminuído.
Segundo Wang, ainda se está muito longe de testar o efeito em seres
humanos. Mas, em teoria, a estimulação elétrica ou algum outro método de
ativação dos neurónios D2 pode ser capaz de prevenir alcoólatras de
querer sempre ingerir outra bebida. "Esse é o objetivo final", disse.
"Espero que estes resultados sejam, eventualmente, capazes de serem
usados para o tratamento da dependência de álcool."
Bebida é o sexto produto alimentício preferido de jovens de 12 a 17 anos. Frutas não estão na lista dos 20 produtos mais consumidos nessas idades.
Gabriel LuizDo G1 DF
Refrigerante
em copo com gelo; um dos alimentos que devem ser evitados, segundo o
Ministério da Saúde (Foto: Suelen Gonçalves/G1)
Um em cada cinco brasileiros (19%) adultos que vivem nas capitais
brasileiras consomem refrigerante ou sucos artificiais todos os dias,
informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (7).
Refrigerantes são
o sexto produto alimentício preferido por crianças e adolescentes entre
12 e 17 anos, atrás de arroz, feijão, pão, suco e carnes. Na lista dos
20 produtos mais consumidos por essa parcela da população, as frutas
sequer aparecem.
Segundo o ministério, somente 37,6% da população adulta das 27 capitais
relataram consumir frutas e hortaliças regularmente – um aumento de
29,9% em comparação com 2010. Carnes com excesso de gordura são
frequentemente consumidas por 31,1% da população.
Os dados apresentados pelo ministério são parte do Estudo de Riscos
Cardiovasculares em Adolescentes, que entrevistou jovens de 124
municípios, e da pesquisa Vigitel 2014 (Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que
entrevistou 54 mil adultos por telefone nas capitais brasileiras.
O estudo aponta que o feijão é parte da rotina diária de 64,8% dos
brasileiros. Doces são consumidos quase todos os dias por 20% da
população. Segundo a pesquisa, 15,5% dos brasileiros substituem o almoço
ou jantar por lanches.
O ministério identificou que 56,6% dos jovens fazem as refeições em
frente à televisão e 73,5% desse público passam mais de duas horas por
dia em frente à tela do PC ou do videogame. Segundo a coordenadora-geral
de Alimentação e Nutrição, Michele Lessa, a situação cria impacto para a
rotina dos adolescentes, que acabam não prestando atenção ao que comem.
Outro dado que a especialista apontou é o fato de que menos da metade
(51,8%) dos jovens bebe menos de cinco copos d’água por dia – quando o
recomendado é de oito copos. “A gente observa que a água é substituída
por suco, que é tão prejudicial quanto o refrigerante”, disse.
Ela também considerou preocupante o fato de que os adolescentes estejam
se tornando cada vez mais dependentes de produtos industrializados. O
motivo é a falta de conhecimento dos jovens em preparar a própria
comida.
Entrevista coletiva no Ministério da Saúde (Foto: Gabriel Luiz/G1)
Desafio
O estudo mostrou ainda que um em cada quatro adolescentes sofre de
problemas com a balança – 17,1% têm sobrepeso e 8,4% são obesos. A maior
parte desse grupo se concentra na região Sul do país. Entre adultos,
53,9% estão acima do peso e 18,9%, obesos. A maior parte desse grupo se
concentra na região Sul do país.
A rede pública de saúde brasileira gasta mais de R$ 233 milhões com
cirurgias bariátricas por ano, segundo o ministério. O dinheiro é
equivalente ao gasto com a construção de 30 unidades de pronto
atendimento e 60 unidades básicas de saúde, segundo o ministério.
O gasto em tratamentos contra obesidade no SUS é de R$ 458 milhões. Só o
gasto por atendimento de jovens com diabetes, hipertensão, problemas
cardiovasculares e cirurgia bariátrica chega a R$ 126,4 milhões.
Decisão interna Também nesta quinta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou uma
portaria proibindo a compra de alimentos não saudáveis com recursos do
ministério. Ficam proibidos produtos como refrigerantes e salgadinhos em
“coffee breaks” da pasta ou até mesmo na lanchonete. A intenção do
ministro é estender a regra a outros órgãos do Executivo.
O ministro disse considerar que regra sobre publicidade de guloseimas
pode ser “aprimorada”. Ao lembrar que já existem definições sobre
propagandas desse tipo de produto para o público infantil, ele declarou
que há espaço para mudança na situação atual.
Produtores rurais já enfrentam dificuldades e
agência reguladora alerta que, se o quadro não se reverter, no futuro o
brasiliense poderá conviver com restrições ao consumo, incluindo o
aumento de tarifas
O
órgão fiscalizador convocou uma audiência pública nesta quarta-feira
(6/7) para esclarecer a atual situação dos mananciais do DF e anunciar
possíveis medidas caso o panorama não se altere. O quadro é preocupante,
porque a falta d’água já é realidade em algumas regiões do DF,
prejudicando, especialmente, produtores rurais.
“A quantidade de chuvas abaixo do esperado no último ano trouxe
consequências para agricultores da região leste do DF, abastecida pela
Bacia do Rio Preto, por exemplo. Lá, estão sendo implementados programas
para tentar minimizar a falta de água”, relata Salles.
A preocupação é reforçada pela promotora de Justiça do Meio Ambiente
Marta Eliana de Oliveira. “O Distrito Federal conta com muitas nascentes
e poucos rios caudalosos. Essa estrutura frágil é prejudicada pela
ocupação irregular do solo. Nossos agricultores já sofrem com a seca e
existe a possibilidade da falta de água para o restante da população”,
afirma a jurista.
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Medidas de contenção Para contornar a situação e evitar que os brasilienses vivam situação semelhante à de São Paulo – que, nos últimos anos, decretou o racionamento do consumo – medidas preventivas devem ser tomadas,
como a intensificação das fiscalizações nos órgãos de abastecimento, a
fim de evitar desperdícios, e a implementação de campanhas de
conscientização voltadas para a população, a exemplo do site Naodesperdiceagua.com, da própria Adasa. A página conta com dados sobre o consumo de água no DF e dicas de como economizar os recursos hídricos.
População
A promotora Marta Eliana de Oliveira faz uma ressalva: as medidas por
parte das instâncias governamentais são pequenas diante da importância
da participação popular.
“Dois pontos são fundamentais. Um é a economia de água em si. O nível
de consumo, especialmente em áreas nobres, é absurdo. É preciso
abandonar hábitos de desperdício e até de ostentação.”
Segundo Marta Eliana, a grilagem também é um problema. “A outra
questão, ainda mais séria, é a ocupação das terras. Não se pode admitir
as contínuas invasões em territórios de nascentes. A área de proteção do
São Bartolomeu, por exemplo, deveria abrigar um reservatório, mas o
projeto não foi concluído devido à ocupação irregular no local”.
Contas mais altas Não se sabe se o racionamento chegará a se tornar realidade no
DF. Antes de adotar a iniciativa, a população poderá sofrer no bolso.
Caso o consumo não seja controlado e o clima continue desfavorável,
podem-se adotar medidas para desestimular o consumo, como aumentar os
valores da conta de água e aplicar a bandeira vermelha na tarifa de luz,
usada em períodos de baixa produção energética por hidrelétricas, e que
acrescenta R$ 5,50 por cada 100 kWh consumidos.
Até o momento, o clima não está ajudando. Já são 46 dias sem chuvas
no DF, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). E, do
início do ano até agora, foram registrados 648mm de chuva — quantidade
21% menor do que no mesmo período do ano passado.
Trabalho publicado na Nature tem como um dos autores o professor Silvio Ferraz, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq
Esforços internacionais visando à conservação de espécies das
florestas tropicais irão falhar se não levarem em consideração o
controle da exploração madeireira ilegal, de incêndios florestais e da
fragmentação de áreas remanescentes. Esta é a conclusão de um estudo
inovador, que acaba de ser publicado na Nature, a principal revista científica internacional.
O estudo Anthropogenic disturbance can be as important as deforestation in driving tropical biodiversity loss (Perturbação
antropogênica pode ser tão importante quanto o desmatamento na condução
de perda de biodiversidade tropical) mediu o impacto geral das
perturbações florestais mais comuns – o que inclui exploração
madeireira, incêndios e fragmentação de florestas remanescentes – em
1.538 espécies de árvores, 460 de aves e 156 de besouros encontradas na
Amazônia paraense.
Pela primeira vez, pesquisadores de 18 instituições internacionais,
dentre as quais 11 brasileiras, foram capazes de comparar a perda de
espécies causada por perturbações humanas com aquelas resultantes da
perda de hábitat pelo desmatamento.
E o resultado desafia a atual concepção das estratégias de
conservação, na qual prevalece o foco no combate ao desflorestamento: os
cientistas demonstraram que, para a floresta tropical, os efeitos das
perturbações causadas por atividades humanas resultam em perda de
biodiversidade tão ostensiva quanto a causada pelo desmatamento.
Uma das principais pesquisadoras do projeto, Joice Ferreira, da
Embrapa Amazônia Oriental, diz: “Conseguimos oferecer evidências
convincentes de que as iniciativas de conservação amazônica precisam
considerar as perturbações florestais e o desmatamento. Sem ações
urgentes, a expansão da exploração ilegal de madeira e a ocorrência cada
vez maior de incêndios causados pelo homem irão resultar em áreas de
florestas tropicais cada vez mais degradadas, conservando apenas uma
pequena fração da exuberante diversidade que já abrigaram.”
Quando analisado em conjunto, o efeito das atividades humanas
resultantes em perturbações florestais no Pará é equivalente a uma perda
adicional de mais de 139.000 quilômetros quadrados (km2) de floresta
pristina (sem intervenção humana) e correspondente a todo o desmatamento
no Estado desde 1988, ano que inaugurou o monitoramento oficial.
O pesquisador sênior do projeto, Toby Gardner, do Instituto Ambiental
de Estocolmo (SEI), destaca: “As florestas tropicais são um dos mais
valiosos tesouros biológicos do planeta. Ao focar exclusivamente as
extensões de floresta remanescentes, sem levar em conta o estado de
saúde dessas áreas, as atuais iniciativas de conservação estão colocando
em perigo tal riqueza”.
Espécies raras são as mais ameaçadas
Os cientistas também descobriram que espécies sob o risco máximo de
extinção foram as mais atingidas pelas perturbações causadas por
atividade humana.
Ima Vieira, pesquisadora sênior do Museu Paraense Emílio Goeldi e uma
das colaboradoras do projeto, diz: “O estado do Pará abriga mais de 10%
das espécies de aves do planeta, muitas das quais endêmicas. Nossos
estudos demonstram que são justamente estas espécies as que estão
sofrendo o maior impacto da ação antrópica, pois elas não sobrevivem em
ambientes com estes níveis de perturbação”.
É preciso ir além do combate ao desmatamento
Enquanto a redução do desmatamento é acertadamente o principal foco
da maioria das estratégias de conservação em nações tropicais, a
condição das florestas remanescentes não costuma ser avaliada ou mesmo
controlada por políticas públicas.
“Ações imediatas são necessárias para combater as perturbações
florestais em nações tropicais”, explica Silvio Ferraz, professor do
Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. “No caso do Brasil, a situação é ainda
mais crítica, já que 40% dos remanescentes de florestas tropicais da
Terra se encontram aqui”, completa o pesquisador, que integrou a equipe
do estudo. Ainda que donos de terras na Amazônia brasileira sejam
obrigados por lei a manter 80% da cobertura primária em suas
propriedades, a nova pesquisa demonstra que, em paisagens nas quais a
lei é cumprida, a metade do valor potencial de conservação já pode ter
sido perdida.
“Estes resultados devem servir de alerta para a comunidade global”,
afirma Jos Barlow, o principal autor do estudo. “O Brasil demonstrou uma
liderança sem precedentes no combate ao desmatamento na última década. O
mesmo nível de liderança é necessário agora para proteger a saúde das
florestas restantes nos trópicos. Do contrário, décadas de esforço de
conservação terão sido em vão.”
Infelizmente, a rica biodiversidade do Brasil está mais uma vez
ameaçada por novas tentativas de mudanças no Código Florestal. Luiz
Aragão, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, também integrou a
equipe do estudo e destaca: “O Senado brasileiro está propondo uma nova
lei que vai permitir aos produtores se valerem de florestas plantadas,
como as monoculturas de eucalipto, para atingir a meta legal de
cobertura florestal. Propostas como esta, que ignoram as condições das
florestas em questão, podem acelerar a perda de biodiversidade
tropical”.
O estudo publicado é fruto da Rede Amazônia Sustentável (RAS), um
consórcio de instituições brasileiras e estrangeiras, coordenado pela
Embrapa Amazônia Oriental, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade de
Lancaster (Reino Unido) e Instituto Ambiental de Estocolmo (Suécia). A
RAS é também parte do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia.
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[EcoDebate]
No mês passado acompanhamos trágicas e tristes notícias envolvendo o
Homem e algumas espécies de animais selvagens. O gorila morto em um
zoológico de Cincinatti, EUA; o elefante morto no Camboja; e a onça Juma
morta aqui no Brasil. Mortes naturais? Não. Mortes provocadas pela ação
(des)humana.
Pelo resto do mundo escutamos, assistimos e lemos quase toda semana
matérias sobre o impacto ambiental provocado pelo contato humano com as
mais variadas espécies de animais selagens e silvestres. Nós, seres
humanos, precisamos aprender a respeitar a importante condição natural
dos animais (selvagem, silvestre, etc), e saber que alguns podem ser
domesticados e outros não. E mais. Devem respeitar a condição de serem e
ainda estarem selvagens e silvestres, evitando qualquer forma de
aproximação e contato.
O contato dor ser humano com espécies selvagens ou silvestres é
potencialmente lesiva e danosa, tanto a eles quanto para nossa espécie.
No Brasil, diversas ONG’s e o IBAMA fiscalizam essa proteção, e são
responsáveis pela readaptação e reinserção de algumas espécies, vítimas
da ação humana, aos seus habitats naturais.
Nas palavras do sábio Gandhi, “o grau de evolução de uma sociedade
pode ser avaliado pelo modo como essa sociedade trata suas crianças,
seus idosos e seus animais. ” Quem sabe um dia as enciclopédias e a
internet possam de vez substituir a medíocre “cultura” dos zoológicos e
dos parques que escravizam orcas, leões, tigres e golfinhos.
Eles não pediram para sair na ‘selfie’. Eles não pediram, sequer, para estar em cena. João Paulo Sangion, professor de Direito Ambiental e especialista
em causa animal e criminologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Campinas.
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