segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Rodovia que gera energia solar é inaugurada na China

terça-feira, 2 de janeiro de 2018


A estimativa é que a área gere um milhão de quilowatts-hora de eletricidade em um ano.

A maior estrada solar está em construção em Jinan, capital da província de Shandong, na China. Desenvolvida pela Qilu Transportation Development Group, um quilômetro da via expressa já está aberta para testes.
A estrada possui três camadas: uma camada isolante na parte inferior, a fotovoltaica no meio e por cima foi instalada uma placa de “concreto transparente”. Segundo o designer de projetos Zhang Hongchao, a estrada é capaz de suportar 10 vezes mais pressão do que as estradas normais de asfalto e a estimativa é que a área gere um milhão de quilowatts-hora de eletricidade em um ano.
A primeira estrada solar do mundo foi inaugurada na França em março deste ano, veja aqui, e antes disso uma ciclovia solar já fazia sucesso na Holanda. A questão ainda é em relação ao custo benefício, sempre questionado pelos mais céticos. Isso porque o custo é bastante caro para uma estrutura que deve aguentar o peso de automóveis e caminhões e o retorno em geração energética não é tão alto se comparado aos tradicionais painéis instalados no telhado.
Fonte: Ciclo Vivo

China proíbe totalmente o comércio de marfim

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

China proíbe totalmente o comércio de marfim

A proibição total do comércio de marfim entrou em vigor neste domingo (31) na China, outrora o primeiro mercado para as presas de elefante de contrabando.

“A partir de hoje a compra e venda de marfim e de produtos derivados por parte de mercados, lojas e comerciantes é ilegal”, declarou o Ministério das Florestas em sua conta de Weibo.
“De agora em diante, se um comerciante lhe disser que é um ‘vendedor de marfim autorizado pelo Estado’, estará lhe enganando e violando intencionalmente a lei”, acrescentou.
O ministério detalha que a proibição abrange também o comércio eletrônico e os suvenires adquiridos no exterior.
A agência oficial chinesa Xinhua afirmou que uma primeira proibição parcial do comércio do marfim levou a uma queda de 80% dos confiscos do marfim que entrava no país.
Os preços do marfim bruto na China também caíram 65%, segundo a mesma fonte.
A proibição total foi anunciada no final de 2016.
Em março, a Xinhua informou do fechamento de 67 oficinas e lojas envolvidas no comércio de marfim. As 105 restantes deveriam fechar neste domingo.
A China havia proibido anteriormente as importações de marfim e produtos derivados adquiridos antes de 1975.
O marfim é muito cobiçado na China, onde chegava a custar até 1.100 dólares o quilo, porque é considerado um símbolo de status social.
A forte demanda do país alimentou o massacre de dezenas de milhares de elefantes africanos por ano.
A caça ilegal provocou uma diminuição da população de elefantes de 110.000 exemplares em dez anos, chegando a 415.000, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Fonte: France Presse

Energias limpas são mais lucrativas, diz embaixador da ONU Meio Ambiente

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Energias limpas são mais lucrativas, diz embaixador da ONU Meio Ambiente

O piloto lidera o projeto Impulso Solar que, em 2015, desenvolveu um avião totalmente movido a energia solar, elogiado pelas Nações Unidas.

O embaixador da Boa Vontade da ONU Meio Ambiente, o piloto suíço Bertrand Piccard, disse na segunda-feira  que o mundo deve investir em energias limpas, por estas serem mais lucrativas para investidores e consumidores em mercados emergentes.
Em nota, Piccard afirmou que os tomadores de decisões devem parar de se comprometer com metas minimalistas para a redução da poluição, definindo objetivos baseados em tecnologias modernas.
O piloto lidera o projeto Impulso Solar que, em 2015, desenvolveu um avião totalmente movido a energia solar, elogiado pelas Nações Unidas. Piccard afirmou que o mundo deve desenvolver materiais seguros, como embalagens reutilizáveis, com objetivo de salvaguardar “não só as gerações futuras, mas o bem-estar atual” da humanidade.
Ele lembrou que a poluição do ar, que se tornou o maior risco para a saúde ambiental, mata anualmente 7 milhões de pessoas. Além disso, todos os dias são despejados nos rios cerca de 2 bilhões de toneladas de resíduos humanos contendo produtos químicos que podem ter graves impactos na saúde.
Para o embaixador da ONU para o Ambiente, “existem soluções que podem reduzir a poluição e, simultaneamente, gerar lucro”, que “se fossem implementadas, poderiam reduzir drasticamente as emissões poluentes a nível global, beneficiando as pessoas, o planeta e a indústria”.
Piccard questiona o rumo que a humanidade está seguindo, quando, por exemplo, cerca de 30% dos alimentos produzidos globalmente são perdidos ou desperdiçados, levando a emissões de metano que causam mudanças climáticas.
O embaixador da Boa Vontade da ONU Meio Ambiente afirmou ainda ser preciso traçar metas ambiciosas para que o planeta seja livre de poluição e lembrou que, anualmente, 8 milhões de toneladas de plástico atingem os oceanos, afetando numerosas espécies marinhas.
Fonte: ONU

Em janeiro, Sesc tem programação sobre relação ser humano e meio ambiente

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Em janeiro, Sesc tem programação sobre relação ser humano e meio ambiente

São Paulo faz 464 anos, completando uma trajetória de quase 500 anos de muita criação e muita destruição de paisagens.

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, em São Paulo, abre sua programação de janeiro com uma discussão sobre a relação do ser humano e o meio ambiente. A partir do conceito de Paisagem Cultural, a unidade propõe atividades que trazem reflexões, experiências e práticas sobre o tema, por meio de palestras, oficinas e cursos.




Essa interação pode se dar pela permanência de atividades sociais e econômicas que contribuem para a preservação de determinadas paisagens, pela criação de outras formas de habitar, assim como pelas interferências humanas que destroem as paisagens.



Para a unidade, esse debate se torna oportuno no mês em que a cidade de São Paulo faz 464 anos, completando uma trajetória de quase 500 anos de muita criação e muita destruição de paisagens.   


Entre os destaques da programação estão o curso Permacultura urbana, que aborda novas formas de habitar a paisagem, no dia 8 de janeiro. No dia 10, o curso de ilustração científica ensina técnicas de representação botânica, passando por uma apresentação da configuração da paisagem da cidade de São Paulo.



O artista plástico e professor Rubens Matuck fala sobre sua formação e experiências artísticas, relacionando conceitos de paisagem com aspectos da história da arte, em palestra no dia 22 de janeiro. Fotografia de paisagem natural e urbana é o curso que acontece a partir do dia 23 de janeiro, no qual são apresentados os passos para a construção de uma reportagem fotográfica sobre um lugar de interesse paisagístico.


Na véspera do feriado, dia 24, inicia o curso Desenho de observação do paisagismo urbano, que apresenta noções básicas de desenho de observação, luz e sombra, perspectiva e representação gráfica de plantas e árvores, além de outras técnicas, e que inclui um passeio, no dia do feriado, 25,  da Praça 14 Bis ao Parque do Trianon.



A programação é voltada para o público em geral. Confira:



Permacultura urbana: novas formas de habitar a paisagem
Dias 8/1 e 5/2, segundas, das 14h às 16h
De 15 a 29/1, segundas, das 10h às 16h
R$80,00 / R$40,00 / R$24,00





As cidades tornaram-se grandes adensamentos populacionais, mas na época em que foram criadas não se pensou nas consequências deste modelo para a vegetação, as águas, os solos e as relações humanas. Esse curso tem o objetivo de refletir acerca de alternativas criadas para diminuir o impacto das pessoas na cidade.





Neste percurso, além de discussões em grupo, acontecem passeios a três espaços: a “Morada da Floresta” localizada no Jardim Peri Peri na zona Oeste de São Paulo; a “Casa do Alpendre” localizada no Jardim Rolinópolis também na Zona Oeste e por fim a “Casa Ecoativa” localizada no extremo sul de São Paulo no Distrito do Grajaú. Almoço incluído em todas as visitas.





Com Estela Cunha Criscuolo, formada em geografia pela PUC-SP, hoje graduanda em Pedagogia pelo Instituto Singularidades. Atua como educadora em projetos socioambientais.



Com Morada da Floresta, desenvolvimento de projetos, soluções e tecnologias socioambientais para a diminuição de resíduos no Brasil e atividades voltadas à educação e conscientização ambiental.




Com Casa Ecoativa, projeto localizado dentro da APA – Bororé-Colônia na Ilha do Bororé. A iniciativa foi criada por moradores do extremo sul de São Paulo com a finalidade de promover agroecologia, bioconstrução e atividades ulturais.





Com Casa do Alpendre, coletivo de pessoas que buscam por em prática os princípios da permacultura urbana, agroecologia e economia solidária nas suas relações de consumo e troca através da autogestão.





A ilustração científica e a configuração da paisagem de São Paulo
De 10/1 a 7/2, quartas, das 14h às 17h
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00





A ilustração científica (IC) costuma ser definida como a intersecção entre a ciência e a arte, a qual deve ser correta cientificamente e bonita artisticamente. Neste curso de são apresentadas as bases da IC, assim como exemplos de técnicas e aplicações. Em especial a técnica de aquarela para a representação botânica, passando por uma apresentação da configuração da paisagem da cidade de São Paulo. O curso também abordará o estudo de luz, sombra, forma, proporção e perspectiva do modelo biológico.





Com Paulo Presti, biólogo formado pela USP, espaço onde foi cofundador do Núcleo de Ilustração Científica em 2012. Trabalha com ilustração científica desde 2011 e é especialista em ilustrações com grafite, pontilhismo, aquarela e lápis de cor. Desde 2014 vem ministrando cursos sobre ilustração científica.





Política da paisagem: estratégias, instrumentos e conflitos
De 16 a 19/1, terça a sexta, das 14h às 17h
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00





O curso trata de recentes estratégias de captura do conceito de paisagem em políticas públicas, tais como a tipologia de Paisagem Cultural e a abordagem de Paisagem Urbana Histórica, ambas da Unesco. Tradições de pensamento relacionadas à paisagem envolvidas, possibilidade e limites dos instrumentos, suas relações com a natureza, o urbano e diferentes grupos sociais, avanços e possíveis conflitos, compõem a dinâmica daquilo que chamamos de Política da Paisagem.






Com Rafael Winter Ribeiro, geógrafo, doutor em Geografia pela UFRJ e Université de Pau et des Pays de l’Adour. Professor do PPGG/UFRJ e do Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do IPHAN. Membro do Icomos, atuou na candidatura do Rio de Janeiro a Patrimônio Mundial da Unesco e seu plano de gestão.





Capitalismo e Colapso Ambiental
Dia 17/1, quarta, das 19h às 21h
Grátis




Nesta obra, o autor apresenta sua tese sobre o colapso ambiental e social que a expansão do capitalismo proporciona. Mudanças climáticas, deterioração da biosfera, regressão da democracia com a concentração do poder político e econômico nas mãos de grandes corporações são algumas das expressões dessa trajetória que será discutida neste encontro.




Com Luiz Marques, professor livre-docente do Departamento de História do IFCH /Unicamp. Pela editora da Unicamp, publicou “Giorgio Vasari”, “Vida de Michelangelo (1568)”, e “Capitalismo e Colapso ambiental”. Coordena a coleção “Palavra da Arte”, dedicada às fontes da historiografia artística, e participa com outros colegas do coletivo Crisálida, Crises SocioAmbientais Labor Interdisciplinar Debate & Atualização




Rubens Matuck – paisagens de leste a oeste
Dia 22/1, segunda, das 14h às 18h
R$15,00 / R$7,50 / R$4,50




Rubens Matuck apresenta sua formação e experiências artísticas, relacionando conceitos de paisagem com aspectos da história da arte, assim como, com os processos e materiais utilizados em seu trabalho e em viagens realizadas pelo Brasil e exterior. O artista demonstra alguns procedimentos e técnicas de pintura e convida o público a experimentar as mais utilizadas em suas obras. 




Com Rubens Matuck, artista plástico e professor. Teve formação artística com Aldemir Martins, Marcelo Grassman, Simon Mao, Tai Hsuan An, Sansom Flexor, Renina Katz, Flavio Motta e Otavio Araujo. Dentre as exposições realizadas no Brasil e no exterior destacam-se: “Amazônia na Bienal de São Paulo” (2007) e a mostra “Tudo é Semente no Sesc Interlagos” (2015), que reúne 40 anos de sua produção artística.




Fotografia de paisagem natural e urbana
De 23/1 a 6/2, terças, das 19h às 21h30
Dia 3/2, sábado, das 14h às 16h30
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00




O curso apresenta os passos para a construção de uma reportagem fotográfica sobre um lugar de interesse paisagístico relevante, seja rural ou urbano, visando à organização do tempo e recursos mobilizados pelo fotógrafo. É composto de quatro encontros, sendo dois encontros de conteúdos teóricos, uma saída fotográfica que será realizada em 3/2 e um último encontro dedicado à teoria e prática de edição fotográfica.




23/1 – Preparação do trabalho e comportamento da luz.
30/1 – Composição, equipamento, fotografando na chuva .
3/2 – Produzindo uma reportagem fotográfica.
6/2 – Fluxo digital, metadados e edição.




Com Maurício Simonetti, fotojornalista e fotógrafo documental independente. Iniciou sua carreira na Agência F4 e trabalhou para as revistas Veja e Isto É. Ao longo de sua carreira dedicou-se a pesquisas fotográficas do meio ambiente e paisagens urbanas.





Desenho de observação do paisagismo urbano                                                            
Dias 24 e 26/1, quarta e sexta, das 10h às 13h
Dias 25 e 27/1, quinta e sábado, das 10h às 14h
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00





Por meio do desenho de observação, esta atividade propõe abrir uma discussão e reflexão, principalmente da relação dos espaços verdes com a cidade, que na sua origem, são da Mata Atlântica, mas com o passar do tempo, espécies invasoras foram se adaptando a estes espaços.




Serão apresentadas noções básicas de desenho de observação; luz e sombra, perspectiva; representação gráfica de plantas e árvores e técnicas do uso do grafite, de como colorir o desenho usando aquarela, marcadores ou lápis de cor. Os encontros serão em sala de aula e ao ar livre, num passeio que vai da Praça 14 Bis ao Parque Trianon na Avenida Paulista.





Material indicado para participação no curso: caderno de desenho com folhas adequadas para desenho e aquarela (tipo sketchbook com folas de gramatura grossa, entre 90 e 120kg); lápis grafite 2B, 4B, apontador, limpa-tipos, lixa de unha; material para colorir os desenhos: aquarela, pincéis ou pincéis com reservatório de água (AquaBrush); lápis de cor ou marcadores coloridos.




Com Lauro Monteiro, artista plástico e trabalha com várias técnicas, como ilustração, colagem e pintura, tendo o desenho como base fundamental de sua pesquisa artística, é gestor cultural e curador de arte, tendo realizado, ao longo dos anos, exposições em diversos locais do Brasil e principalmente em Portugal.




As áreas verdes e outras áreas protegidas no contexto da metrópole




De 30/1 a 2/2, terça a sexta, das 14h às 16h
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00




O curso apresenta o conceito e o histórico da criação de áreas verdes protegidas no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo.  Mostrará como estes espaços foram criados inspirados em modelos europeus e quais seus impactos para o ordenamento territorial urbano.




Para ilustrar o conteúdo apresentado ocorrerá uma visita técnica ao Parque Trianon na Avenida Paulista, verificando os desafios na gestão de uma área verde protegida e como conciliar a preservação das espécies nativas e convívio com as espécies exóticas, também chamadas de plantas invasoras.




Com Erika Guimarães, mestre em Ciência pela USP e bióloga formada pela UFMS. Atua há 20 anos em projetos de conservação da natureza com foco em corredores de biodiversidade, criação e gestão de áreas protegidas. Autora do livro BiodiverCidade – desafios e oportunidades na gestão de áreas protegidas urbanas (IPE/Matrix), atualmente é gerente de áreas protegidas da Fundação SOS Mata Atlântica.




Fonte: Ciclo Vivo

Na contramão do clima, Brasil subsidia indústria do petróleo

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017


Em sua última semana de trabalho do ano, a Câmara dos Deputados rejeitou, na noite desta quarta-feira (13/12), uma emenda do Senado e manteve no texto da Medida Provisória 795 a suspensão de impostos cobrados de petrolíferas nacionais e estrangeiras até 2040.




Assim, a medida, apelidada de “MP do trilhão” e que também inclui perdão de dívidas, incentiva a exploração de petróleo.





A MP foi enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer. Diante de um plenário vazio, foi discutida no Senado dois dias antes da aprovação final na Câmara. Senadores pediram uma alteração, que diminuía o prazo da isenção de 2040 para 2022, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita qualquer beneficio fiscal a cinco anos.




Os deputados, porém, derrubaram a emenda por 206 votos a 193 e duas abstenções. Após a aprovação final pela Câmara, a medida provisória segue agora para sanção presidencial.
A MP suspende tributos cobrados sobre bens e equipamentos relacionados a atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo no país. Os itens podem ser adquiridos no Brasil ou importados. Também há isenção para compra de matérias-primas e produtos intermediários destinados à atividade.




Um estudo técnico assinado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados calculou que, com a entrada em vigor da MP 795, os cofres públicos deixarão de arrecadar cerca de 1 trilhão de reais, daí o apelido “MP do Trilhão”. Posteriormente, uma nota do Ministério da Fazenda argumentou que o impacto seria positivo e desmentiu a cifra, alegando um erro de cálculo. Por outro lado, a nota não apresentou um valor alternativo.



“Quando se provê um ambiente jurídico seguro, regras alinhadas com o mercado internacional de petróleo e condições equilibradas de competitividade, o país ganha em termos de arrecadação em decorrência do aumento nos ágios oferecidos pelas companhias de petróleo e a atração de novos investimentos”, diz a nota. Foi o argumento adotado pelo senador Romero Jucá, que defendeu a medida no Senado.




“Essa MP tem dois lados perversos: o que o país vai deixar de arrecadar no futuro e a dívida que ela perdoa”, afirma Kleber Cabral, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).




À frente do órgão que reúne profissionais que combatem sonegação, Cabral traça paralelos. ”Infelizmente, o Brasil virou um balcão de negócios. Benefício fiscal e isenção setorizada estão potencialmente ligadas a pagamento de propina. Os casos da Lava Jato e outros comprovam isso”, analisa.




Lobby estrangeiro e perdão de dívidas
Em 2009, a Receita Federal identificou uma prática considerada abusiva e muitas vezes ilegal: empresas que exploravam petróleo em plataformas enviavam 90% da receita para fora do país sem pagar qualquer imposto. Fiscalizadas, as empresas envolvidas deviam multas que chegavam a 54 bilhões de reais.




Cinco anos mais tarde, a Medida Provisória 651/2014 legalizou esse “jeitinho” de sonegar. A tramitação da medida no Congresso não ficou livre de suspeita de corrupção: em agosto último, a Procuradoria-Geral da República denunciou Jucá por receber propina de 150 mil reais para atuar a favor da Odebrecht na tramitação da mesma MP.



Além das isenções fiscais, a Medida Provisória 795 aprovada agora perdoa a dívida antiga que a Receita Federal tentava, desde 2009, cobrar pela sonegação de impostos. Ela beneficia petroleiras como Shell, Exxon, BP e Petrobras.




“Para nós, da fiscalização da Receita, o que mais dói é o trabalho de mais de uma década ser jogado pela janela”, lamenta Cabral.




No debate no Senado, parlamentares acusaram o governo Temer de ceder ao lobby da indústria internacional de petróleo. A MP 795 foi enviada ao Congresso pouco antes do último leilão de petróleo e gás, realizado em setembro. Na ocasião, 17 empresas arremataram áreas para exploração, sete delas estrangeiras.




“Antes de o próprio Congresso aprovar a medida, o presidente Temer já tinha prometido às petroleiras de que elas teriam segurança fiscal. Foi uma promessa feita sem saber se a MP seria aprovada”, ressalta Nicole Oliveira, diretora da América Latina da ONG 350, que se opõe a novos projetos de carvão, petróleo e gás.




Contra o clima
A MP 795 vai beneficiar indústrias que atuarem no pré-sal, apontado como a maior descoberta de combustível fóssil das últimas décadas, com um volume estimado em 176 bilhões de barris. A queima dessa reserva despejaria na atmosfera 74,8 bilhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2eq).




O gás – responsável pelo efeito estufa, que acelera as mudanças climáticas – precisa que ser eliminado para que o planeta não sofra um aquecimento maior que 1,5˚C, como manda o Acordo de Paris.




“Além de escarnecer da sociedade brasileira, o presidente desponta como o inimigo número um do combate às mudanças climáticas: apenas o petróleo do pré-sal contém carbono suficiente para estourar a meta do Acordo de Paris”, critica o Observatório do Clima.




“A gente está gastando duas ‘previdências’ em isenção para petroleiras que não deveriam ser isentadas”, opina Oliveira, lembrando que o governo tenta aprovar a reforma da Previdência alegando uma economia necessária de cerca de 600 bilhões de reais.




“Sob a perspectiva climática, a gente não deveria estar investindo nos [combustíveis] fósseis, e sim em energias limpas. O país está quebrado e dando dinheiro para petroleiras”, critica.




Durante a cúpula One Planet – promovida nesta semana pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para impulsionar o Acordo de Paris, assinado há dois anos –, o Banco Mundial anunciou que vai deixar de financiar atividades ligadas a petróleo e gás a partir de 2019. Segundo a instituição financeira, a decisão se alinha ao “mundo em transição”, com objetivo de ajudar os países a alcançarem a meta do Acordo de Paris.




Fonte: Deutsche Well

Meio ambiente: 2017 tumultuado e 2018 de renovação

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017


Medidas equivocadas de governos e fenômenos climáticos extremos mostraram que as questões ambientais têm reflexos sociais e econômicos e, portanto, precisam de mais atenção

Um ano turbulento. Essa é a definição da maioria dos ambientalistas para 2017, com relação às tomadas de decisões ligadas à conservação da natureza brasileira e aos eventos climáticos extremos nacionais e internacionais.




Nacionalmente, as Unidades de Conservação (UC) brasileiras foram as que mais sofreram ameaças, de acordo com especialistas. Diversas ações do Governo colocaram em riscos áreas extremamente importantes para a biodiversidade, principalmente por propostas de alteração na legislação. As Medidas Provisórias 756 e 758, do Governo Federal, enviadas ao Congresso Nacional em maio deste ano propuseram a redução de mais de 1 milhão de hectares da área de UCs no Pará, na Amazônia, e de outras regiões do Brasil, como também Santa Catarina. Felizmente, por pressão nacional e internacional, o presidente Michel Temer vetou essa redução.




Outra tentativa de mudança na legislação foi o andamento do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 427 de 2016. Por meio dele, buscou-se sustar os efeitos legais da lista de animais em extinção definida pela Portaria nº 444 do Ministério do Meio Ambiente. Conhecidas como “listas vermelhas”, elas representam uma parte essencial da política de Estado para garantir que fauna, flora e micro-organismos nativos sejam protegidos. “Entre tantas tentativas de prejudicar a nossa biodiversidade por meio de propostas de mudanças na legislação, a possibilidade de se sustar os efeitos legais da lista de animais em extinção se mostrou assustadora e incompreensível”, destaca o biólogo Fabiano Melo, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.




Em agosto, outra proposta do Governo Federal propôs a extinção da Renca, que é uma reserva de cobres e associados, com o intuito de possibilitar a exploração mineral em uma grande região entre o Pará e o Amapá – uma área quase do tamanho do Estado do Rio de Janeiro – e, novamente pela pressão da sociedade civil e da classe artística, o Governo voltou atrás.




Assim como no Norte do país, no Paraná, uma grande mobilização vem sendo feita para engavetar uma proposta criada pela Assembleia Legislativa que prevê a redução da Área de Preservação Ambiental da Escarpa Devoniana – maior Unidade de Conservação do Sul do País. Para Emerson Oliveira, coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, mesmo que essas ameaças não tenham seguido em frente, elas são preocupantes. “Temos que estar atentos à pauta ambiental do Governo. Neste ano, se não fosse a pressão da sociedade, todas essas medidas teriam sido aprovadas e o resultado disso seria um desastre ambiental”, analisa.




Mas não foram somente notícias ruins que permearam a pasta ambiental. Mesmo com tantas tentativas de reduções de áreas protegidas, outras propostas (e demandas antigas) também foram aprovadas, como a ampliação da área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, da Estação Ecológica do Taim (RS), da Reserva Biológica União (RJ) e o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos (PA). Além disso, no Paraná foi recategorizada e ampliada a Floresta Estadual do Palmito (agora Parque Estadual do Palmito) e ampliada a Estação Ecológica do Guaraguaçu, que são áreas que protegem florestas e planícies do Bioma Mata Atlântica, um dos mais ameaçados do Brasil e onde vivem mais de 70% da população nacional.




“Diante de tantos retrocessos, o impacto foi direto na sociedade civil que precisou agir para evitar a alteração de diversos aspectos ligados à Legislação Ambiental. Mas isso pode ser visto também como algo positivo, pois mostra o quanto mobilizações como essas dão resultado positivos e fazem com que o Governo não permita situações tão adversas”, analisa Rachel Biderman, diretora do World Resources Institute (WRI – Brasil) e membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza.




Más notícias também no cenário internacional
Desde a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, o presidente Donald Trump tem causado preocupação quando o assunto é combater a mudança climática. Tal decisão colocou o mundo em um ritmo mais lento nas negociações climáticas, principalmente em assuntos ligados a investimentos, empresas e países que já estavam em negociações internacionais avançadas. “Por outro lado, há pontos positivos lá fora. Existem lideranças importantes despontando, como é o caso do presidente da França, Emmanuel Macron, que convocou uma Comissão em Paris para debater a agenda climática; assim como na Islândia despontou uma líder mulher, a primeira-ministra Katrin Jakobsdottir, líder do movimento Esquerda Verde, que também aponta nessa direção. A China, que é um motor fundamental da economia e também da agenda do baixo carbono, tem dado bons direcionamentos; e a Alemanha, a Noruega, e a Europa em geral nos mostram boas iniciativas”, comemora Rachel.




No âmbito da mudança global do climática, o mundo em 2017 teve comprovações de que as coisas não andam bem. Eventos climáticos extremos se mostraram cada vez mais frequentes, como as queimadas acima do normal em Portugal, África do Sul, Califórnia e no Cerrado brasileiro, além do número de furacões de grande escala que também foi intenso em um curto período de tempo. “No Brasil, houve um aumento significativo nos problemas com enchentes durante o período do verão. O que nos preocupa com tudo isso é que não vemos investimentos necessários para a adaptação nesse novo cenário de mudança climática e isso ficou claro durante a 23ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 23) que foi realizada em novembro deste ano, em Bonn, na Alemanha”, pondera André Ferretti, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.




Exemplo dessa falta de investimentos foi a Medida Provisória 795 encaminhada ao Congresso Nacional durante a COP 23, em novembro, que dá incentivos à indústria de combustíveis fósseis (óleo e gás) estimados em subsídios na ordem de um trilhão de reais em 25 anos. Por esse motivo, o Brasil acabou recebendo o Fóssil do Dia, prêmio oferecido pela organização Climate Action Network para países que atrapalham o progresso das negociações ou que se afastam do cumprimento das metas para conter o aquecimento global. “No futuro, com a confirmação da COP 25 no Brasil em 2019, espera-se que o tema da mudança climática esteja mais presente nas próximas eleições e que seja mais debatido com a sociedade”, anseia Ferretti.




O que esperar ambientalmente para 2018
Boas notícias são esperadas para o ano que inicia em breve. Considerando que 2018 é um ano eleitoral, o desejo de especialistas na área é de que temas ambientais estejam na pauta do Brasil e do mundo. Para Rachel Biderman, com a agenda eleitoral em atividade, o próximo ano será a oportunidade de atrair os candidatos para uma agenda ambiental e de sustentabilidade. “Precisamos atrair ao máximo os candidatos e convencer os eleitores de que é necessário um candidato com esse perfil. A intenção tem que ser trabalhar principalmente com o público jovem, para tentar a renovação do Congresso e das Assembleias Legislativas”, analisa.




Mudança climática e políticas públicas do Governo Federal que vão na contramão da conservação da natureza são as maiores preocupações dos ambientalistas. De acordo com Fabiano Melo, esses são assuntos que irão ganhar cada vez mais força. “Considerando a mudança climática e o futuro cada vez mais difícil relacionado a esse tema, nós precisamos falar e agir sobre isso, acreditar nas propostas, participar de maneira positiva, de forma a melhorar a posição do Brasil e das políticas públicas voltadas a biodiversidade”, reflete.
Para Emerson Oliveira esse é o rumo também para as Unidades de Conservação. “Para 2018, espera-se que os governantes tenham uma atenção maior para as nossas unidades de conservação, pelo menos deixando de colocar em risco essas áreas com os projetos de leis estaduais, municipais e federais. Por isso, nossa expectativa é que o Governo Federal anuncie a criação de algumas UCs costeiro-marinhas que a própria sociedade civil (como a Fundação Grupo Boticário) tem articulado junto ao Governo Federal, via Ministério do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes e que essas boas notícias possam ser anunciadas no próximo Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, em julho do ano que vem”, almeja.




Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.




Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.



Fonte: Segs

Mais de 600 mil árvores são plantadas em resposta a Trump

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Mais de 600 mil árvores são plantadas em resposta a Trump

Incomodados com medidas tomadas pelo presidente dos EUA, trio partiu para ação.

A posição de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sobre as questões ambientais é de completo ceticismo. Em sua conta do Twitter, ele já chegou a afirmar que o aquecimento global é uma “farsa inventada pelos chineses”. Suas ideias, logicamente, têm desagradado a muitos, gerando diversas críticas. Mas um trio resolveu fazer mais do que questionar e partiu para a ação, criando o Trump Forest.
O britânico Dan Price, o norte-americano Jeff Willis e o francês neozelandês Adrien Taylor são responsáveis pelo projeto que é dedicado ao plantio de árvores ao redor do mundo. A ideia da iniciativa é dar uma resposta efetiva a duas medidas tomadas por Trump: A reformulação do Plano de Energia Limpa, feito pela Agência de Proteção Ambiental, e a retirada do Acordo de Paris.
Em cinco meses, já foram plantadas 618.055 árvores, mas a meta vai muito além disso. Segundo os cálculos do grupo, serão necessárias mais 10 bilhões de árvores ao redor do mundo para compensar as emissões de CO2 lançadas pelos Estados Unidos, caso seja extinto o Plano de Energia Limpa.
Mais de duas mil pessoas se sensibilizaram com a causa e estão apoiando o projeto. Já foram investidos quase 80 mil dólares no Trump Forest.
Fonte: Ciclo Vivo

domingo, 7 de janeiro de 2018

Germoplasma, artigo de Roberto Naime Artigo

Germoplasma, artigo de Roberto Naime


artigo

[EcoDebate] Bancos de Germoplasma podem ser definidos como unidades conservadoras de material genético de uso imediato ou com potencial de uso futuro. No caso de plantas são comumente sementes. Estas estruturas são especialmente utilizadas para conservação de espécimes “crioulos” e nativos de determinadas regiões geográficas.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), criou em 1976, em consonância com as recomendações do International Plant Genetic Resources Institute (IPGRI) germoplasma, objetivando conservar fontes genéticas para uso futuro em programas de melhoramento e pesquisas e prevenir e evitar perdas de valiosos recursos genéticos.
As atividades básicas estão relacionadas ao manejo, conservação e uso de germoplasma do tipo semente, com o recebimento do germoplasma do tipo semente, sua documentação, e o controle de qualidade e monitoramento da viabilidade das sementes durante o período de armazenamento.
São conservados acessos de germoplasma nacional e internacional de variedades e cultivares obsoletas, espécies silvestres, espécies afins, raças locais e indígenas. Atualmente, aproximadamente 87.000 acessos de diferentes espécies estão conservados a longo prazo.
O enriquecimento da coleção de germoplasma de sementes é realizado por meio de intercâmbio e de coleta de sementes de espécies cultivadas e nativas. O monitoramento das qualidades fisiológica e sanitária destas sementes de plantas é de fundamental importância. Através de monitoramento, tem sido prospectados quais os acessos que devem ser regenerados ou multiplicados, assim como quais são os patógenos associados com as sementes que estão contribuindo para a deterioração ou perda de viabilidade dos acessos.
As condições ideais para a conservação a longo prazo de germoplasma do tipo em semente são igualmente ideais para a conservação de patógenos que possam estar associados. Um dos grandes problemas em culturas em todo o mundo tem sido causado por doenças de plantas. Nos países desenvolvidos, se realiza estimativa, que para algumas culturas, existe um prejuízo relevante do potencial da produção agrícola, devido às moléstias que atacam as plantas.
Ocorre o registro de inúmeros danos que podem ser provocados em plantas, pela presença de fungos em condições consideradas patogênicas. Isto ocorre com fungos já associados às sementes, que geram redução da produção, má qualidade de sementes e grãos, perdas de poder germinativo e de vigor, ocorrência ou presença de plântulas anormais, podridão de raízes, deterioração de sementes, morte de pré e pós-emergência das plântulas consideradas.
A conservação de germoplasma do tipo semente, de espécies autóctones, está condicionada ao conhecimento de suas características morfológicas e fisiológicas. Também seu comportamento germinativo e sua tolerância ao dessecamento e sensibilidade ao congelamento sã relevantes.
Há mais de uma década, pesquisadoras da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia vêm se dedicando ao estudo de sementes de espécies autóctones tanto de espécimes madeireiras, como de tipos frutíferos, ornamentais e medicinais. Tanto para reprodução imediata como para fins de conservação a longo prazo. Estas investigações visam determinar os padrões para testes de germinação e de conteúdo de umidade e caracterizar o tipo de dormência das sementes e avaliar sua tolerância ao dessecamento e sensibilidade ao congelamento.
Tais parâmetros são utilizados para classificar as sementes quanto ao seu comportamento para fins de conservação nos tipos chamados de ortodoxas, intermediárias ou recalcitrantes e avaliar sua qualidade fisiológica antes e durante seu armazenamento.
Não existe um método disponível, na atualidade, para a conservação a longo prazo de sementes consideradas como recalcitrantes, que apresentam dificuldades ao congelamento. Portanto técnicas de conservação alternativas ainda precisam ser definidas. A conservação “in vitro”, seja em condições de crescimento lento ou de criopreservação de eixos embrionários isolados são os métodos mais promissores para a conservação alternativa.
A importância de manutenção de todas formas de vida e das genéticas já desenvolvidas é de importância intangível para a civilização humana e para o próprio meio natural. Funcionalidades desenvolvidas e seleções de espécies já realizadas tem posicionamento hierárquico, inalienável dentro das redes e teias de relações realizadas nas condições naturais.
Ainda mais agora, se os estágios evolutivos da engenharia genética se consolidarem com o desenvolvimento de técnicas ainda inéditas. Isto deve respeitar um contexto, onde não se apregoe qualquer restrição às evoluções científicas, mas não custa nada admoestar a todas as partes interessadas que é preciso ter um pouco de humildade.
A interferência na seleção natural, sem compreender todas as relações implícitas ou explícitas, e não lineares ou cartesianas da homeostase dos ecossistemas, seja este ecossistema englobando toda a terra ou não, parece um pouco pretensioso na atual fase de conhecimentos da civilização humana.
Referências:
FAIAD, M.G.R.; SALOMÃO, A.N.; FERREIRA, F.R.P.; GONDIM, M.T.P; WETZEL, M.M.V.S.; MENDES, R.A .; GOES, M. de. Manual de procedimentos para conservação de germoplasma semente a longo prazo na Embrapa, Brasília: Embrapa, 1998. 21 p. (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Documento, 30).
SALOMÃO, A. N.; EIRA, M.T.S.; CUNHA, R. da; SANTOS, I.R.I.; MUNDIM, R.C.; REIS, R.B. dos.; 1997. Padrões de germinação e comportamento para fins de conservação de sementes de espécies autóctones: madeireiras, alimentícias, medicinais e ornamentais. (Embrapa Cenargen. Comunicado técnico, 23) 12 p.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 04/01/2018
"Germoplasma, artigo de Roberto Naime," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 4/01/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/01/04/germoplasma-artigo-de-roberto-naime/.

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sábado, 6 de janeiro de 2018

Justiça Federal suspende licenças para garimpo no Amazonas

Justiça Federal suspende licenças para garimpo no Amazonas

Por Vandré Fonseca
Draga de mineração utilizada para garimpo ilegal de ouro no rio Madeira (AM) é apreendida pelo Ibama. Foto: Ibama.
Draga de mineração utilizada para garimpo ilegal de ouro no rio Madeira (AM) é apreendida 
pelo Ibama. Foto: Ibama.


Manaus -- Decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal, que questiona licenças ambientais concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) a cooperativas de garimpo que atuam no rio Madeira. A liminar impede também que o órgão ambiental conceda novas autorizações para o garimpo na região.


A Procuradoria da República argumenta que a atividade garimpeira no local causa significativo impacto ambiental que ultrapassa os limites do estado do Amazonas. Assim, conforme o MPF, o licenciamento deve ser feito pelo governo federal, via Ibama. Para o procurador Aldo Campos de Campos Costa, é necessária a apresentação de Estudos de Impacto Ambiental para que seja realizado o licenciamento.


Em seus argumentos, ele cita estudos sobre a contaminação por mercúrio em populações ribeirinhas no rio Madeira, além da concentração do metal em casas de ouro em Porto Velho (RO). O procurador destaca que o mercúrio afeta o leito do rio, a floresta e atinge também peixes usados na alimentação humana.


Na semana passada, o Ipaam havia liberado a atividade de cooperativas de garimpeiros que atuam ao longo do rio Madeira, em quatro municípios do sul do estado. A iniciativa gerou críticas, pois contraria resoluções do Conselho Estadual do Meio Ambiente do Amazonas (Cemaam), que tratam do licenciamento de garimpo e uso de mercúrio e cianeto na extração de ouro.


Ontem mesmo o Ministério Público Federal havia ajuizado ações contra garimpeiros flagrados extraindo ouro ilegalmente no entorno da Floresta Nacional de Humaitá, em 24 de outubro. A reação à essa operação resultou em ataques a escritórios do Ibama e ICMBio em Humaitá, além da queima de um barco do Instituto Chico Mendes. A depredação do patrimônio é investigada em outro inquérito.


Ao todo, 26 garimpeiros foram denunciados por usurpação bens da União, conforme previsto na Lei 8.176/1991 (que prevê multa), que trata de crimes contra a ordem econômica, por extração ilegal de bens da união, e extração ilegal de minério, sem autorização, conforme a Lei 9.605/ 1997 (pena prevista de multa e de seis a um ano de detenção).

Florestas vazias.

Quero ser defensora pública dos bichos

Por Maria Tereza Jorge Pádua
O majestoso Urubu-rei passeia por Canastra. Foto: Maricelia Pádua.
O majestoso Urubu-rei passeia por Canastra. Foto: Mariceia Pádua.
Estes dias voltei com amigos ao Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais. Que passeio maravilhoso. Região belíssima onde, em teoria, poderíamos apreciar a natureza com seus belos animais silvestres. Infelizmente, a passagem de bandos de motoqueiros atrapalhava a aproximação de qualquer bicho, além de provocarem erosões abrindo novas trilhas a ferro e fogo. Os motoqueiros em si eram gentis, mas a passagem de suas máquinas dava medo e tirava a paz da visita.
Após três dias passeando pelo Serra da Canastra, não vimos qualquer dos animais típicos do Cerrado. Não avistamos bichos grandes como tatu-canastra, lobo-guará, onça-parda e tamanduá-bandeira. Será que eles se refugiaram em outras áreas da mata atlântica, já antecipando mais barulho ainda nos feriados de Carnaval que se avizinham? Pôxa.  Ao fim do passeio, vislumbrar algumas aves nos consolou, em especial o notável urubu-rei ou Sarcoramphus papa.
Esse vazio de animais silvestres justifica o crescente uso do termo  “florestas vazias”, fenômeno que está se tornando comum em áreas protegidas tropicais, inclusive no magnífico bioma do Cerrado.
Quase cinquentão
Estabelecido em 1972, o Parque Nacional da Serra da Canastra foi proposto e delimitado sob a batuta de José Cândido de Melo Carvalho, penta-atleta e ilustre professor doutor, especialista em mirídeos, bichos que não são vistos em passeios rápidos. Entre outros cargos, ele foi diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro e presidente da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, no Brasil, a primeira ONG dedicada à conservação, criada em 1958.
Foto: Maricelia Pádua.
Foto: Mariceia Pádua.
Quando criado, há 45 anos, a maior atração e valor ambiental do Serra da Canastra era conter as nascentes do rio São Francisco e do rio Grande, entre outros menores, além da sua beleza cênica como sói acontecer.
A atividade econômica mais expressiva e destruidora dos recursos naturais na região era a mineração, embora a pecuária fosse importante.
Querido por uns e detestado por outros, o Serra da Canastra resiste,  a despeito dos sérios problemas de regularização fundiária -- apenas 30% de sua extensão foi regularizada --, dos incêndios, da caça e pesca ilegais, falta de pessoal, etc., mazelas comuns aos nossos parques.
Sou candidata
Por isso, neste ano de eleição, quero lançar minha candidatura a um novo cargo: super protetora dos animais do Parque Nacional da Serra da Canastra. Aproveito desde já para pedir apoio a amigos leais, de cientistas e de especialistas em manejo, pois de achismos estamos fartos. Gostaria ainda do apoio de minha norinha, que é defensora pública e ama os bichos. Se eu for eleita, prometo usar os superpoderes que esse cargo imaginário vai me outorgar. Sobrevoarei o parque todos os dias para proteger os animais e impedir toda a sorte de irregularidades que encontrar dentro dele.
Nesta ambição, respondo a um apelo que me fez Paulo Nogueira Neto há uns 40 anos, quando virou-se para um tucano e um cágado que perambulavam pela sua fazenda: "eis aqui a defensora de vocês”. Aceitei o termo no ato, pois defender bichos silvestres de áreas de Paulo Nogueira Neto é tarefa fácil.
Proteger ou perder
“Criar unidades de conservação é sempre um processo caro, doloroso e antipático. Ninguém quer. Mantê-las, tampouco é popular ou simples. Ao menor descuido, são usadas para construir hidroelétricas, estradas, assentar populações ditas tradicionais, e até mesmo para turismo predatório”.
Brincadeiras à parte, o país precisa decidir: quer ou não proteger sua fauna silvestre? Ou quer preservar somente cães e gatos de estimação?
Criar unidades de conservação é sempre um processo caro, doloroso e antipático. Ninguém quer. Mantê-las, tampouco é popular ou simples. Ao menor descuido,  são usadas para construir hidroelétricas, estradas, assentar populações ditas tradicionais, e até mesmo para turismo predatório. São terras de ninguém, com raras exceções.
Entretanto, sem elas, no mundo de hoje a fauna não poderia sequer existir,  pois faltariam aos animais desde comida até local para manter populações razoáveis e estáveis. Sem áreas protegidas a fauna se extinguiria, como ocorre em ambientes alterados ou mesmo, para espécies mais exigentes, em ambientes que começam a ser prejudicados.
É frustrante visitar um Parque Nacional espetacular, como o Serra da Canastra, e não lograr avistar animais típicos do Cerrado, enquanto, por exemplo, no Parque Nacional das Emas, eles ainda são fáceis de encontrar.
As razões desses desaparecimentos são ainda mais frustrantes e não resisto a colocar uma série de perguntas urgentes.
Décadas depois de sua criação, por que até hoje este parque mineiro não foi regularizado, mesmo contendo as nascentes do São Francisco, rio da integridade nacional?
Por que as pesquisas lá realizadas, como as do lobo-guará, do tatu-canastra ou do pato-mergulhão, espécies ameaçadas de extinção, foram ignoradas pelos seus guardiões públicos e não influíram em seu adequado manejo?
Foto: Maricelia Pádua.
Foto: Mariceia Pádua.
Por que não se guarda adequadamente este tesouro natural, se a economia de pequenas cidades vizinhas já depende do turismo que o Serra da Canastra gera, como é o caso de Delfinópolis e São Roque de Minas?
Por que é tão raro ver um guarda, um aviso, uma trilha interpretativa? Fácil de encontrar são os motoqueiros abrindo novas rotas e provocando erosões.
Por que até pousadas razoáveis não sabem a razão da existência do parque e de suas regras?
Por que pousadas não são chamadas a colaborar com o manejo adequado e a administração do Serra da Canastra?
Penso que todos essas questões ficam bem resumidas em uma só resposta: falta educação ambiental porque falta educação em geral. Gastam-se bilhões de reais na construção de estádios para se hospedar uma Copa do Mundo de futebol, e, após o evento, eles ficam vazios. Enquanto isso, as áreas protegidas estão abandonadas à própria sorte, alguma já próximas do seu fim.
Foto: Mariceia Pádua.
Foto: Mariceia Pádua.
Foto: Mariceia Pádua.
Foto: Mariceia Pádua.
Foto: Maricelia Pádua.
Foto: Mariceia Pádua.

Erva-de-passarinho: Redescobrindo uma antiga planta medicinal

Erva-de-passarinho: Redescobrindo uma antiga planta medicinal

Erva-de-passarinho: Redescobrindo uma antiga planta medicinal
Colheita da erva-de-passarinho na Suíça, onde a planta medicinal foi usada pela primeira vez contra o câncer. 

[Imagem: Jürg Buess/SwissInfo]
Visco
Ele está associado às tradições de Natal e aos antigos druidas, mas o visco tem um uso mais prático: como tratamento para pacientes com câncer.
O visco (Viscum album), mais conhecido no Brasil como erva-de-passarinho, é uma planta arbustiva hemiparasita, ou seja, não é totalmente dependente da sua árvore hospedeira. É um arbusto florido que cresce em cima das árvores.

O poder de cura da erva-de-passarinho já era conhecido pelos médicos na época de Hipócrates, na Grécia Antiga. No entanto, foi só em 1917 que a cofundadora da medicina antroposófica, Ita Wegman, utilizou-a pela primeira vez em Zurique, na Suíça, em um tratamento contra o câncer, depois que seu colega Rudolf Steiner percebeu seu potencial de cura específico contra a doença.

Desde então, a erva-de-passarinho tornou-se um componente comprovado e cada vez mais reconhecido no tratamento complementar do câncer, especialmente na Europa, embora ainda não tenha sido aprovada como parte dos cuidados paliativos no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Substâncias farmacológicas
Os arbustos do visco crescem muito devagar. Em vez de formar raízes e folhas, eles formam substâncias farmacológicas e tóxicas que têm fascinado os pesquisadores: as lectinas do visco são mais concentradas no inverno e nos ramos mais velhos, enquanto que as viscotoxinas (pequenas proteínas tóxicas para vários tipos de células) estão concentradas nas folhas novas no verão.

A tradição de sua colheita até hoje é mantida na Suíça, com o visco sendo colhido das árvores hospedeiras em junho e dezembro. Mais comumente, ele é colhido nos troncos de pinheiros, abetos, macieiras, carvalhos ou olmos, que são cada vez mais plantados exclusivamente para sustentar a produção da erva-de-passarinho.

Selecionado cuidadosamente, esmagado mecanicamente e depois misturado com água, o visco é submetido a fermentação do ácido lático, o que permite uma extração suave dos ingredientes. Os extratos do verão e do inverno são finalmente combinados em um aparelho sofisticado para produzir o ingrediente farmacêutico ativo, vendido como fitoterápico.

Estudo prevê um mundo significativamente mais seco se o aquecimento global chegar a 2ºC

Estudo prevê um mundo significativamente mais seco se o aquecimento global chegar a 2ºC


University of East Anglia*

Estudo prevê um mundo significativamente mais seco se o aquecimento global chegar a 2ºC

Mais de um quarto das terras do mundo poderiam se tornar significativamente mais secas se o aquecimento global chegar ao 2C – de acordo com novas pesquisas de uma equipe internacional.

A mudança causaria uma maior ameaça de seca e incêndios florestais. Mas limitar o aquecimento global a menos de 1,5 ° C reduziria drasticamente a fração da superfície da Terra que sofre tais mudanças.
Os resultados, publicados em Nature Climate Change, são o resultado de uma colaboração internacional liderada pela Southern University of Science and Technology (SUITECH) em Shenzhen, China e UEA.
A aridez é uma medida da secura da superfície terrestre, obtida pela combinação de precipitação e evaporação. A equipe de pesquisa estudou projeções de 27 modelos climáticos globais para identificar as áreas do mundo onde a aridez mudará substancialmente quando comparada às variações ano-a-ano que experimentam agora, já que o aquecimento global atinge 1.5°C e 2°C acima dos níveis pré-industriais.
O Dr. Chang-Eui Park, da SusTech, um dos autores do estudo, disse: “A aridificação é uma séria ameaça porque pode afetar criticamente áreas como agricultura, qualidade da água e biodiversidade. Também pode levar a mais secas e incêndios florestais – semelhante àqueles que viram intensidade pela Califórnia.”
Outra maneira de pensar sobre o surgimento da aridificação é uma mudança para condições contínuas de seca moderada, sobre as quais a variabilidade futura do ano para o ano pode causar uma seca mais grave. Por exemplo, em tal cenário, 15% dos semiáridos as regiões realmente experimentariam condições semelhantes aos climas “áridos” hoje “.
O Dr. Manoj Joshi da Escola de Ciências Ambientais da UEA disse: “Nossa pesquisa prevê que a aridificação surgirá em cerca de 20 a 30% da superfície terrestre do mundo no momento em que a mudança de temperatura média global atinge 2C. Mas dois terços das regiões afetadas poderiam evite uma aridificação significativa se o aquecimento for limitado a 1,5 ° C “.
O Dr. Su-Jong Jeong, da SusTech, disse: “O mundo já se aqueceu no 1°C. Mas, ao reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C ou 2°C, poderia reduzir a probabilidade de uma aridificação significativa emergir em muitas partes de o mundo.”
A severidade da seca aumentou em todo o Mediterrâneo, África do Sul e a costa leste da Austrália ao longo do século XX, enquanto as áreas semiáridas do México, Brasil, África do Sul e Austrália tendem a desertificação há algum tempo, já que o mundo tem aquecido.
O professor Tim Osborn, da UEA, disse: “As áreas do mundo que se beneficiarão mais de manter o aquecimento abaixo de 1,5 ° C são partes do Sudeste Asiático, Europa do Sul, África Austral, América Central e Austrália do Sul – onde mais de 20% da população mundial vive hoje “.
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Este trabalho faz parte de uma parceria entre a Universidade de East Anglia (UEA) e The Southern University of Science and Technology (SUSTech).
Referência:
Chang-Eui Park, Su-Jong Jeong, Manoj Joshi, Timothy J. Osborn, Chang-Hoi Ho, Shilong Piao, Deliang Chen, Junguo Liu, Hong Yang, Hoonyoung Park, Baek-Min Kim, Song Feng. Keeping global warming within 1.5 °C constrains emergence of aridification. Nature Climate Change, 2018; DOI: 10.1038/s41558-017-0034-4
https://www.nature.com/articles/s41558-017-0034-4

* Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 04/01/2018

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Nosso planeta está pronto para 2 bilhões de carros?