quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A AUSÊNCIA DE VALORES E OS SEUS RESULTADOS


Estamos no 11º ano da era lulopetista e nunca antes na história deste país vimos uma crise tão generalizada. Crise de valores, de falta de postura cidadã e de respeito, aliada à falta de rumos do governo. 

A arte de mentir e de negar virou algo corriqueiro e banal, assim como a mania de desrespeitar. O exemplo que “vem de cima” espalhou-se pirâmide social abaixo. 

A presidente Dilma, que deveria ser o símbolo da moralidade, civilidade e do princípio democrático, perdeu-se no vazio de ideias e no vácuo de direção. 

Seus ministros e líderes no parlamento seguem-na feito papagaios na maioria das oportunidades e especialmente quando ela, defendendo o seu partido, o PT, chama a oposição de “cara de pau” onde quer que esta pareça existir. Tanto ela quanto seus seguidores manifestam-se grosseiros, onipotentes, desrespeitosos.

Foi assim, recentemente, quando o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, ao comentar o descontentamento do setor empresarial, que deixa claro que o clima de desconfiança é cada vez maior, resultando em taxas de investimentos muito baixas, desdenhou: 


“Empresário fazendo beicinho não dá”. 

Ele respondia a Pedro Passos, industrial, fundador da indústria de cosméticos Natura e presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que reúne alguns dos maiores industriais do Brasil (!!!).

Não só os empresários estão descontentes, ministro, mas todos que tenham o mínimo de consciência do que esses 11 anos de lulopetismo fizeram ao país e o que representam para o futuro da nação. Vivemos no país do apagão. 


Mas não só no apagão da ex-ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff, que, com medidas demagógicas, prejudicou as empresas do setor, que deixaram de investir, não aumentando sua capacidade, preparando-se para o aumento de consumo. 

Pior que o apagão de energia é que vivemos o apagão de ideias, de credibilidade, de transparência, de competência e de honestidade. O próprio Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, criado na primeira gestão de Lula e que tinha a participação de empresários como Jorge Gerdau, acabou se esfumaçando por falta de confiança do empresariado no governo.

Quando o ministro Paulo Bernardo fala em “beicinho” dos empresários, o faz porque não é dele o capital investido nas empresas, não é ele que recolhe impostos (só em 2014 já foram pagos quase R$ 300 bilhões; em 2013 o total foi de R$ 1,7 trilhão), não é ele que dá empregos, gera e distribui renda, promovendo o desenvolvimento. 


Sua manifestação (que é própria dos seus chefes Lula e Dilma) é no mínimo desrespeitosa com quem efetivamente está preocupado com a situação das empresas (em 2013, as unidades industriais brasileiras tiveram uma redução de 1,1%, com o mesmo recuo no emprego) e sua importância no perfil de nosso país. 

As vendas no varejo em 2013, mesmo com alta de 4,3%, segundo o IBGE, foram as menores em dez anos – em 2003, houve queda de 3,67%. 

Mesmo com a redução do IPI para automóveis, as vendas neste segmento tiveram alta de apenas 1,4% em 2013 ante um aumento de 7,3% em 2012. O setor teve o pior resultado em 2013 desde 2003, quando o volume vendido caiu 7,2%. 

Com menor geração de postos de trabalho, menor crescimento de renda e menor concessão de crédito, o setor de serviços em 2013 também amargou redução: houve um crescimento nominal de 8,5%, ante uma evolução de 10% em 2012, segundo o mesmo IBGE. São exemplos.

Sim, ministro, os empresários demonstram falta de confiança. E o governo, o que faz para merecê-la, para fomentar o crescimento? Há estímulos para a indústria, além de, ironicamente, aumentos em alíquotas de impostos, substituições tarifárias e outros ônus? Há obras de infraestrutura concretamente realizadas, além das já famosas em discursos? Há estradas e portos equipados para exportamos nossa safra e produtos industrializados? 


A inflação está sob controle ou é conversa fiada do ministro Mantega? A burocracia diminuiu e a eficiência aumentou? Os monstruosos gastos com a máquina pública foram reduzidos? 

Nossa política externa evoluiu ou não passamos realmente de uma nação considerada “frágil”, ao lado da Turquia, Índia, Indonésia e África do Sul, que têm fundamentos econômicos tão debilitados quanto os nossos? 

Temos algum horizonte econômico e social internacional, além da piada do Mercosul e dos hermanos Cuba, Venezuela e outros?

O ambiente de desconfiança e de insegurança não foi criado pelos empresários, ministro, mas sim pelo seu governo, que vive dando “beiçada”, como se diz na linguagem popular, no país. 


E os resultados são concretos: quando a presidente Dilma se elegeu, a perspectiva era de que houvesse um crescimento do PIB de 5,9% na média anual. Ao fim desses tristes anos, o crescimento do PIB deve ser de 2% ao ano.

26 de fevereiro de 2014
Claudio Slaviero, Gazeta do Povo, PR 

A DEMANDA REPRIMIDA DO CRIME

Nós sempre pensamos que as pessoas vão para o crime porque não conseguem um trabalho legal. Mas a chance maior em um país como o Brasil é que as pessoas vão para mercado de trabalho legal porque não conseguem uma vaga no crime. 


Crime 1

Sim, o que eu disse é chocante. Mas se você acompanhar meu raciocínio verá que todos os indícios apontam nesta direção. 

Caso 1
Vamos supor que você seja, sei lá, padeiro e confeiteiro há dez anos. Hoje de manhã cedo você chegou em seu local de trabalho e recebeu a notícia de que a padaria faliu. Você voltou para casa preocupado, porque o dinheiro que tem de reserva numa gaveta não é suficiente nem para cobrir o próximo aluguel. E tratou de já no primeiro dias procurar outra padaria onde trabalhar. 

Dois meses depois, trinta e poucos currículos distribuídos depois, você está sem um centavo no bolso, já vendeu a sua bicicleta para um amigo que prometeu revendê-la de volta pelo mesmo preço se você quiser e o seu celular já está pai-de-santo, só recebe. 

Você vai pegar uma arma, sair caminhando por algum bairro pouco movimentado, abordar um desconhecido e “perdeu, perdeu, cala a boca, me passa a carteira, o celular e o relógio e sai fora, vamos, vamos, vamos!”? 

Acho que não, né? 

Mas vamos supor que fosse o caso. 

Quanto tempo você acha que conseguiria repetir o mesmo golpe antes de encontrar pela frente uma vítima que reaja, um policial à paisana, uma viatura que ia passando por perto e foi informada ou os criminosos que já dominam a região? 

Crime 2

As cidades já estão completamente loteadas pelo crime organizado. Existem mapas de posse de território e pontos de crime estabelecidos. Ladrões, receptadores, traficantes e trambiqueiros controlam e defendem pelas armas estes territórios. 

Nem mesmo a prostituição de rua trabalha sem pagar proteção ao dono da quadra, sejam prostitutas, michês ou travestis. 

Muito menos o crime organizado haveria de permitir a presença de “empreendedores independentes” explorando a mesma clientela. 
Você teria sorte se fosse mandado sumir do mapa ao invés de ser sumido do mapa.

Isso acontece porque o mercado do crime já está saturado. Não é que não vá aumentar – vai – mas todo aumento nas vagas do crime pressupõe uma pressão de demanda por território e por defesa de território – uma competição que no caso do crime só pode ser resolvida pela violência, uma vez que o sistema judiciário nacional é legalmente incompetente para dirimir conflitos de natureza ilegal (você não pode ir ao PROCON reclamar que o traficante lhe vendeu chá de macela ao invés de maconha e exigir a substituição da mercadoria ou a devolução do dinheiro). 

Se você insistir em tentar sobreviver do crime, ou você será morto, ou terá que se embrutecer muito para defender o seu espaço, ou terá que se contentar com um “mercado” extremamente marginal e paupérrimo, como um descuidista-ambulante-quase-mendigo. E digo “quase” porque até entre mendigos existe competição violenta pelos territórios e pontos de esmola. 

Crime 3

Chega uma hora que só resta mesmo procurar um biscate ou um (argh!) emprego, que em geral é a opção mais trabalhosa, mais exigente, mais subserviente, mais limitante de horários, menos rentável financeiramente e menos realizadora de todas, tanto que do ponto de vista de muitos é pior até que ser mendigo, porque mendigo não leva broncas humilhantes nem punições disciplinares por chegar tarde ao trabalho ou por cometer algum erro. 

Você sabe quem são estes indivíduos.

É o auxiliar de pedreiro que rouba o celular do dono da casa em que o pedreiro está trabalhando.

É o funcionário da lancheria que leva um bife para casa enrolado dentro de um saco plástico transportado dentro da cueca. 

É a doméstica que furta uma lata de leite condensado da despensa da patroa e a leva para casa na bolsa.

É aquele trabalhador que nunca está contente em serviço nenhum, não faz nada com boa vontade, não cumpre determinações direito e acaba sendo dispensado ou está permanentemente de licença-saúde no bar da esquina, sem camisa, de bermudas frouxas e havaianas, jogando sinuca com um cigarro na mão e um copo de cerveja na borda da mesa. 

É gente que não presta nem para o crime, então vai entulhar o mercado legal com sua mão-de-obra sem qualidade, sem vontade e sem confiabilidade. 

Crime 4
Caso 2
Agora vamos percorrer o caminho inverso. 
Vamos supor que você seja, sei lá, traficante há dez anos. 
Já puxou uma cana de dois anos e meio, voltou com moral pra boca porque nunca abriu o bico pra falar nada de ninguém e sempre foi camarada com os manos enquanto estava “guardado”. 

Mas um dia sumiu um pacote de pedra e dois de pó, preju pra mais de duzentos contos de réis, e a responsabilidade era sua. Alguém te sacaneou legal, normalmente você seria morto, mas você teve sorte porque sempre foi de confiança e foi apenas mandado desaparecer pra sempre. Hoje. 

Aí você foge com a roupa do corpo para a casa de uma tia que mora numa vila-satélite de um bairro industrial lá na casa do capeta, na Conchinchina do Mato Adentro. 

Como a única padaria da vila não faz confeitos e você por acaso foi criado por uma falecida tia que fazia salgadinhos e confeitos para festas, você começa a fazer alguns salgadinhos e confeitos e vendê-los como ambulante, próximo à parada de ônibus da vila industrial. 

Crime 5

E, puxa!, o padeiro não vem meter bala na sua cara. 

Você pede um alvará e recebe uma visita do fiscal da prefeitura, não da polícia para lhe dar uns safanões e tomar toda a sua mercadoria. 

Você trabalha à luz do dia, sóbrio, lúcido, tem sua carteira de identidade no bolso, fica anos e anos com o mesmo número de celular, tem residência fixa, conta no banco e crédito para comprar um carrinho popular. 

Mas principalmente você tem uma perspectiva de vida. Você provavelmente estará vivo daqui a vinte anos, e seus filhos também. 

O que tem de errado nessa história?
Não sei se você percebeu, mas nos dois casos hipotéticos acima você se daria muito mal no mundo do crime e muito melhor – ainda que não ficasse completamente satisfeito – no mundo civilizado. E a tendência realmente é sempre essa. 

Então, por que na realidade é fácil verificar que a demanda reprimida do crime é muito maior que a demanda reprimida do trabalho honesto? 

Repetindo: é fácil verificar que a demanda reprimida do crime é muito maior que a demanda reprimida do trabalho honesto. 
Basta você se perguntar o seguinte: se os padeiros se matassem entre si e fossem mortos pela polícia na mesma proporção com que os criminosos se matam entre si e são mortos pela polícia, você acha que ainda existiriam padeiros no Brasil? 

Quem seria auxiliar de pedreiro se os auxiliares de pedreiro se matassem entre si ou fossem mortos pela polícia nas mesmas proporções que os traficantes se matam entre si ou são mortos pela polícia? 

Quem seria entregador de pizza se os entregadores de pizza se matassem entre si ou fossem mortos pela polícia nas mesmas proporções que os assaltantes se matam entre si ou são mortos pela polícia? 

Ninguém, né? 

Mas traficantes e assaltantes são mortos em taxas estratosfericamente superiores em relação a qualquer outra atividade e mesmo assim a demanda por vagas no tráfico e no roubo é tanta que ninguém jamais ouviu falar de uma boca de tráfico que tenha fechado por falta de funcionários ou de um bairro em que que ninguém nunca tenha sofrido um assalto por falta de ladrões. 

Crime 6
Já no setor legal da economia… 
Falta de mão de obra especializada se agrava e atinge 91% das empresas
“Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral mostra que 91% das companhias pesquisadas têm dificuldade na contratação de profissionais, especialmente para vagas de compradores, técnicos, administradores, gerente de projetos e trabalhador manual.” 


Texto completo: Estadão.


Falta mão de obra qualificada no mercado
“Ainda segundo os dados da pesquisa do CNI, as empresas têm enfrentado o problema de diversas formas, por exemplo; 78% das empresas pesquisadas capacitam o profissional dentro da própria companhia, 40% delas fortaleceram suas políticas de retenção de talentos, 33% delas buscam a capacitação de seus profissionais fora da empresa, através de empresas de Educação e Treinamento Profissional.” 


Texto completo: TecHoje.


Falta de mão de obra qualificada afeta 65% das empresas, diz CNI
“De acordo com a pesquisa, 68% das empresas afirmaram ter dificuldade para encontrar profissionais preparados na área administrativa, 67% informaram déficit de contratação de engenheiros, 61% de profissionais de venda e marketing, 60% para postos gerenciais e 59% para trabalhadores na área de pesquisa e desenvolvimento.
Para superar a escassez de mão de obra qualificada, segundo a CNI, as empresas têm investido na capacitação dos próprios funcionários. De acordo com o levantamento, 81% das empresas informaram que desenvolvem programas de treinamento, 43% investem na política de retenção do trabalhador, com oferta de bons salários e benefícios, e 38% promovem capacitações fora das empresas.
Algumas empresas (24%) adotam a estratégia de substituir a mão de obra humana por máquinas. Essa solução é usada por 26% entre as de pequeno porte, 24% entre as médias e 21% entre as grandes.”


Texto completo: Brasil Econômico (iG).
Escancarando o absurdo
Você percebeu? 

Existe uma imensa demanda por vagas no crime, a ponto de o setor se permitir o luxo de matar dezenas de milhares de funcionários por ano.

O crime não têm contrato de trabalho escrito, não têm férias remuneradas, não têm décimo-terceiro, não têm plano de saúde, não tem vale-alimentação, não tem vale-transporte, não tem seguro-desemprego, não tem nem garantia de vida – pelo contrário, o crime mata seus próprios funcionários o tempo todo – e mesmo assim é procurado por dezenas de milhares de novos interessados em suas vagas todos os dias. 

Já as empresas oferecem todas estas vantagens e estão desesperadas à cata de funcionários, com dezenas de milhares de vagas abertas e não preenchidas. 

O crime tem muito mais demanda que o trabalho honesto.  

Por quê? 

Porque o Brasil é uma imensa fábrica de criminosos.  

Crime 8
A Fábrica de Criminosos Brasil S. A.
O moleque pobre nasce em um ambiente degradado moral, física e economicamente. Ele não recebe nutrição adequada, bebe leite materno com álcool e cocaína; não recebe estímulos intelectuais adequados, só ouve funk e outros lixos pornográficos e apologéticos da violência; não cresce em uma família estruturada, normalmente é criado só pela mãe ou pela avó, com alguma ajuda das tias e irmãos mais velhos; não recebe assistência alguma do Estado, tudo que ele tem de serviço estatal é a polícia lhe dando uma dura sempre que o vê. E isso tudo é apenas a ponta do iceberg

O moleque pobre tem esfregadas no nariz desde criança sua completa miséria e falta de valor. 

Sua cidadania não é apenas negada, ela não é sequer lembrada. 

Nunca existiu, a não ser na forma de pequenos lampejos de oportunidade devidos ao interesses da cambada de canalhas e ladrões que infectam e dominam os Três Poderes da União, o Quarto Poder e boa parte do Terceiro Setor. Vale-Gás. Bolsa-Família. Desarmamento. Cotas. Copa do Mundo. 

Crime 9

Enquanto isso o moleque pobre cresce sem valores e sem valor. Não é só a falta de recursos materiais. É a falta de respeito em cada minuto de seu cotidiano e a falta de perspectiva em cada minuto de sua vida. 

É a comparação entre como ele é tratado e como outros estratos da sociedade são tratados. É o pé na porta e a invasão de sua casa, enquanto em outras casas a polícia só entra com mandato. É o Estado mentir e matar o seu cachorrinho para o BOPE poder subir o morro à noite sem que ninguém diga que isso é errado, enquanto qualquer vira-latas de rua é defendido ardorosamente na internet. É o bar da favela ser fechado aos pontapés à meia-noite enquanto o bar da avenida não é incomodado.

É a escola não ter giz na sala de aula, não ter água no banheiro, não ter calçamento no pátio e não ter utilidade nenhuma para a vida. É a rua não ter saneamento básico. É viver no meio do lixo. É ter que acordar às três da madrugada para disputar uma ficha de atendimento num posto de saúde. 

Crime 11

É ir para o trabalho em pé e apertado em um ônibus lotado até o teto e quente como o inferno. É só poder comprar smartphone marca Diabo, de camelô. É ver todos os dias na TV dezenas de objetos de desejo que ele sabe que nunca poderá comprar com o que chamam de “salário honesto”, mas que ele poderá comprar com o dinheiro do crime.

É ter necessidades e desejos e não conseguir satisfazê-los por mais que se esforce. É não ter perspectivas nem esperanças. É ter a frustração cíclica de ver os políticos prometerem que vai começar a viver melhor antes de cada eleição e ver sua vida permanecer a mesmíssima porcaria depois de cada eleição. 

É não ter um bom exemplo em casa, nem na comunidade em que vive, nem uma orientação decente na escola. É ser exposto a todo tipo de pornografia, de violência e de desregramento desde a mais tenra infância. É não ter a menor oportunidade de imaginar um mundo decente porque os valores a seu redor ou são corrompidos ou são inexistentes. 

É a completa falta de cidadania desde o berço. 

Crime 10

Um indivíduo que é mal nutrido, mal orientado, mal educado, mal amado, mal tratado e desrespeitado assim desde criança, cuja visão de mundo se forma em um ambiente degradado, sob os piores exemplos da família, das amizades, da vizinhança, da escola, do mercado e do Estado, sem ver nenhuma recompensa pela honestidade a não ser um salário miserável, submissão, humilhação e frustração, enquanto o crime lhe dá muito maior acesso econômico, liberdade e autonomia, vai se tornar um cidadão honesto e produtivo como e por quê? 

Dadas as informações que ele tem sobre o mundo, ir para o crime é tanto a tendência natural quanto a decisão mais racional. Ele não tem como tirar do nada a idéia inimaginável de fazer um curso de mecatrônica para disputar uma vaga técnica. (Meca-o-quê?)

Se tivesse a idéia, não teria nem o desenvolvimento cognitivo nem a disciplina necessária para se dedicar a um projeto de tão longo prazo. Se tivesse estas características, não teria tempo para fazer o curso, pois não teria como estudar e se sustentar durante o curso.
Se tivesse condições para tudo isso e conseguisse se formar, não teria jamais o acesso econômico, a liberdade e a autonomia que o crime proporciona, nem qualquer motivação para sacrificar sua melhor oportunidade para garantir a segurança e o conforto de quem nunca lhe garantiu nada. 

É óbvio que ele vai para o crime. 

Crime 12

E você achava que a tendência era que os mais capazes e competentes fossem para o mercado de trabalho legal e os menos capazes e competentes fossem para o crime. Nada disso. Quem é fabricado sem cidadania tem o crime como primeira ou única opção. 

26 de fevereiro de 2014
Arthur Golgo Lucas  

BLOG Lorotas políticas e verdades efêmeras

A britânica “mais bonita do mundo”.Voces, homens, concordam com a escolha?



Raras são as modelos ou mulheres consideradas bonitas cujos rostos e corpos são naturais. Muitas estrelas fizeram plásticas para obter o visual desejado. Um concurso no Reino Unido resolveu encontrar o rosto mais bonito da terra da rainha.

Florence Colgate tem 18 anos e bateu mais de 8 mil concorrentes em um concurso onde era proibido ter feito plásticas e até usar maquiagem, segundo reportagem do jornal inglês Daily Mail. De acordo com a matéria, a ciência (para ser preciso, a matemática, explica a beleza da garota, balconista numa lojinha de bairro).

No rosto perfeito, o espaço entre suas pupilas é igual a pouco menos da metade da largura do rosto de orelha a orelha: a proporção da britânica no quesito é 44%. Em outras medidas da face, Florence também alcança altíssima pontuação de acordo com as medidas consideradas ideais.

"Florence tem todos os sinais clássicos da beleza", explica Camem Lefrève, especialista do laboratório de percepção da Escola de Psicologia da Universidade de Saint Andrews. "Ela tem olhos largos, maçãs do rosto salientes, lábios carnudos e uma pele lisa", finaliza a professora da universidade escocesa.


Contra aborto, Couto diz que não mistura posição pessoal



O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Assis do Couto (PT-PR), minimizou nesta tarde sua ligação com a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida - Contra o Aborto e possíveis embates com movimentos feministas que defendem a legalização da prática no País. 

Católico, o deputado disse que é contra o aborto "de forma indiscriminada", mas afirmou que é papel do Estado discutir e tratar das questões de saúde pública.

"Sei discernir muito bem qual é o papel do Assis do Couto pai de família e católico do homem público que tem de lidar com as questões de Estado, de saúde pública", afirmou.

O petista faz parte da frente desde 2011 e, ao ser abordado sobre sua participação no grupo, admitiu que havia se esquecido de ter assinado sua adesão. "Tenho de lembrar dessa frente parlamentar", respondeu.

 Segundo o deputado, o fato de estar na frente - da qual também pertence o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) - não significa que defenda integralmente os mesmos ideais. "Não implica que eu concorde com o tema da forma como é colocado pela frente", argumentou.

Para os petistas, as "convicções pessoais" do novo presidente não devem interferir em sua atuação no controle da polêmica comissão. "Ele não vai fazer disso (a questão do aborto) um tema da comissão. Ele não vai se impor de jeito nenhum", garantiu o vice-presidente da comissão, Nilmário Miranda (PT-MG).

O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), também tratou a participação de Couto na frente como postura pessoal e disse não esperar que o petista paute assuntos polêmicos neste ano. "Ele jamais vai colocar uma questão polêmica e constrangedora na comissão", concluiu.

Pauta

Apesar de uma vitória apertada sobre a candidatura avulsa do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), Couto adotou um tom conciliador na reunião de instalação da comissão e disse que haverá espaço ao diálogo para "todas as posições" divergentes no grupo de trabalho". Em seu discurso, o deputado disse que é preciso "despolarizar" o ambiente.

"O debate não é o problema, o problema é estreitar a função da comissão em apenas um viés, em apenas um tema", declarou. O indicado do PT para presidir a comissão ganhou a votação por apenas dois votos de diferença (10 a 8) e sabe que terá de administrar disputas ideológicas e visões antagônicas nas reuniões.

"Em vez de ficarmos em guerra permanente, vamos construir plataformas em comum", concordou Nilmário Miranda, que foi ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República na gestão Lula.

Em seu discurso de despedida, Feliciano lamentou que seus opositores tenham "abandonado" a comissão e anunciou que a bancada evangélica se manterá presente para fazer o "contraponto". "A comissão agora será plural", emendou. Ele avisou também que seus aliados terão de estar presentes sempre para não correr o risco de sofrer derrotas na comissão. "Eles não vão poder faltar nunca", disse.

Em ano de Copa do Mundo e de expectativa de grandes manifestações, o novo presidente disse que uma das preocupações da comissão será com o que chamou de "criminalização dos movimentos sociais". 

O deputado se referiu aos projetos de lei em trâmite na Casa que tratam da violência em manifestações. "Temos de encontrar uma linha equilibrada neste debate", opinou Couto.

Fux: Dirceu montou quadrilha visando ‘governabilidade’

Ele formou quadrilha
Publicado: 26 de fevereiro de 2014 às 18:41 -Diario do Poder

min luiz fuxO ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afirmou nesta quarta-feira, 26, que José Dirceu, como ministro chefe da Casa Civil, orquestrou uma “quadrilha estável e duradoura” que tinha como objetivo obter recursos destinados a garantir o apoio à “governabilidade do país”. 

O relator rejeitou o pedido de Dirceu e mais outros oito condenados de absolvê-los do crime de formação de quadrilha no processo do mensalão.

Fux, como relator dos embargos infringentes, é responsável pelo primeiro voto no julgamento dos recursos. Se a posição do relator prevalecer, Dirceu permanecerá preso em regime inicialmente fechado e perderá o direito, ao menos por ora, de trabalhar fora da cadeia em Brasília.

O relator detalhou a atuação do ex-chefe da Casa Civil. Segundo Fux, há “farta” prova dos autos de que Dirceu cometeu formação de quadrilha. Ele disse que as atividades ilícitas dele foram praticadas por mais de dois anos e que o ex-ministro participava ativamente das reuniões partidárias em que se decidiam os acordos com os partidos da base aliada.

Fux disse ainda que José Dirceu conhecia as operações de empréstimo fictícios realizadas no Banco Rural, instituição que também concedeu outro empréstimo a ex-esposa dele Ângela Saragoça. 

A ex-esposa logrou obter, por intermédio de membros da quadrilha, um emprego. O apartamento dessa senhora foi adquirido por Rogério Tolentino (outro condenado no processo), que agiu com o intuito de auxiliar o primeiro réu”, destacou. Segundo o relator, nada era praticado “isoladamente, mas em concerto”.

 E destacou que era Dirceu quem “batia o martelo” em relação aos temas apurados nos autos. AE

Condenado no mensalão, Costa Neto é autorizado a trabalhar e muda para o CPP



No Centro de Progressão Penitenciária (CPP), também estão Delúbio Soares, Jacinto Lamas e Carlos Rodrigues, que foram condenados no mesmo esquema.

Brasília - O ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) foi transferido nesta quarta-feira, 26, do Complexo Penitenciário da Papuda para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), após ser autorizado pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP-DF) a trabalhar fora do presídio.

Ele deve começar a dar expediente nesta quinta-feira, 27, quando poderá deixar o CPP de dia e voltar apenas para dormir. O CPP já abriga o petista Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PL (hoje PR) Jacinto Lamas e o ex-deputado Carlos Rodrigues (PR-RJ), também condenados no esquema do mensalão.

O juiz Angelo Oliveira, que autorizou o trabalho, justificou em despacho que "a concessão do beneplácito neste momento constitui uma possibilidade de se avaliar a disciplina, autodeterminação e responsabilidade do (a) reeducando(a) antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado". E complementou: 


"Segundo os documentos acostados aos autos, verifica-se que o local, os dias e os horários das atividades poderão ser regularmente fiscalizados e já consta no caderno processual termo de compromisso do empregador que se prontificou a auxiliar na fiscalização da benesse".

A VEP-DF não informou onde Costa Neto irá trabalhar. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dele.

Costa Neto foi condenado a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo processo do mensalão. Ele era presidente do PL (atual PR) e foi acusado de receber mais de R$ 8 milhões do esquema em troca de apoio do partido ao Congresso.

Em 2006, ele foi eleito deputado federal e, em 2010, reeleito. Ao ser preso, em 15 de novembro do ano passado, renunciou ao mandato. 

O CPP, onde Costa Neto passou a cumprir pena a partir desta quarta-feira, é alvo de investigação a pedido do Ministério Público do DF, após dois diretores pedirem demissão supostamente por serem contrários a regalias concedidas aos mensaleiros.

Analgésico indicado para grávidas pode prejudicar cérebro do bebê

Seu uso na gestação poderia afetar o cérebro do bebê em formação
 

Estudo científico publicado na revista de pediatria do Jornal da Associação Médica Americana (Jama)questiona a segurança do paracetamol (acetaminofeno), presente em muitos analgésicos comuns, para mulheres grávidas. 

Seu uso na gestação poderia afetar o cérebro do bebê em formação.

É a primeira vez que a substância, comercializada em medicamentos desde a década de 1950 e indicada frequentemente para gestantes, aparece relacionada a um risco aumentado de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) em crianças cujas mães fizeram uso do remédio durante a gestação.

O relatório, é assinado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública Fielding, da Universidade da Califórnia (UCLA), e por cientistas da Universidade de Aharus, na Dinamarca. O estudo levou em conta 64.322 mães e filhos que haviam participado de um levantamento entre 1996 e 2002. Mais da metade dessas mulheres tomou paracetamol ao menos uma vez na gravidez.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres grávidas que tomaram o medicamento tiveram um risco 37% maior de ter filhos com uma forma severa de TDAH (transtorno hiperquinético), em comparação com as mulheres grávidas que não usaram o analgésico. Além disso, as que foram medicadas tiveram 29% mais probabilidades de ter filhos aos quais foram prescritos remédios para o TDAH e 13% mais risco de ter filhos com sintomas similares aos do TDAH aos 7 anos.

Quanto maior o tempo durante o qual o paracetamol foi tomado (nos segundo e terceiro trimestres da gestação), mais forte a associação com o TDAH. O risco de transtorno hiperquinético subiu mais de 50% em crianças cujas mães tinham usado a medicação por mais de 20 semanas na gravidez.



Fonte: Agencia Estado  Jornal de Brasilia

Câmara elege presidentes das comissões; veja a relação final



Com atraso de quase dois meses em relação ao início do ano legislativo, comissões acolhem indicações dos partidos e só agora começam a funcionar
Zeca Ribeiro/Ag. Câmara
 
Indicado pelo PMDB, Mário Feitoza vai comandar a segunda comissão mais cobiçada da Casa

Quase dois meses após o início do ano legislativo, a Câmara definiu, nesta quarta-feira (26), os presidentes de suas comissões permanentes. Diferentemente do ano passado, quando a Comissão de Direitos Humanos foi palco de polêmica, desta vez não houve grande divergência entre os deputados na eleição. As indicações feitas pelos partidos foram acolhidas pelos respectivos colegiados, sem contestações até o momento.
 A mais poderosa das comissões, a de Constituição e Justiça (CCJ), será presidida pelo petista Vicente Candido (PT-SP), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (leia mais). Considerada a segunda mais importante da Casa, a de Finanças e Tributação será presidida pelo deputado Mário Feitoza (PMDB-CE), eleito nesta manhã.

O colegiado examina todas as propostas que causam impacto financeiro aos cofres públicos e substitui o plenário em determinadas votações.

Entre os eleitos está Pauderney Avelino (DEM-AM), que responderá pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Antes dele, o partido havia convidado para o cargo o deputado Júlio Campos (DEM-MT), acusado de duplo homicídio no Supremo Tribunal Federal (STF). Questionada sobre o inquérito, a liderança da bancada acabou desistindo da indicação.

Nem todas as comissões elegeram hoje seus presidentes, mas todos os 22 nomes já definidos.

Geralmente, os colegiados apenas confirmam as indicações partidárias. Ontem à noite, em disputa decidida no voto, o PT indicou o paranaense Assis do Couto para o comando da Comissão de Direitos Humanos. Ele vai substituir o Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que enfrentou a oposição de defensores de direitos humanos, que o acusavam de ser homofóbico e racista.

Veja a relação dos presidentes das 22 comissões:

Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural
Paulo Feijó (PR-RJ)


Ciência e Tecnologia
Ricardo Tripoli (PSDB-SP)

Constituição e Justiça
Vicente Candido (PT-SP)

Cultura
Alice Portugal (PCdoB-BA)

Defesa do Consumidor
Sérgio Brito (PSD-BA)

Desenvolvimento Urbano
Mauro Lopes (PMDB-MG)

Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio
Augusto Coutinho (SDD-PE)

Direitos Humanos e Minorias
Assis do Couto (PT-PR)

Educação
Glauber Braga (PSB-RJ)

Esporte
Damião Feliciano (PDT-PB)

Finanças e Tributação
Mário Feitoza (PMDB-CE)

Fiscalização Financeira e Controle
Hugo Motta (PMDB-PB)

Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia
Domingos Neto (Pros-CE)

Legislação Participativa
Zequinha Marinho (PSC-PA)

Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Arnaldo Jordy (PPS-PA)

Minas e Energia
Geraldo Thadeu (PSD-MG)

Relações Exteriores e Defesa Nacional
Eduardo Barbosa (PSDB-MG)

Seguridade Social e Família
Amauri Teixeira (PT-BA)

Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado
Pauderney Avelino (DEM-AM)

Turismo
Renato Molling (PP-RS)

Trabalho, de Administração e Serviço Público
Luiz Fernando Faria (PP-MG)

Viação e Transportes
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
Leia mais sobre comissões


Instituto do governo Roriz acusado de sonegar R$ 216 milhões



Justiça recebe denúncia contra presidentes e diretores do extinto Instituto Candango de Solidariedade (ICS). No governo de Joaquim Roriz, entidade foi usada para desvios, segundo Polícia Federal

A Justiça aceitou denúncia de sonegação de contra presidentes e diretores de uma entidade extinta, mas usada no último mandato de Joaquim Roriz (ex-PMDB, hoje no PSC) à frente do governo de Brasília (2002-2006) para desviar dinheiro públicos. 

O Instituto Candango de Solidariedade (ICS) era uma organização privada, mas que servia unicamente para fornecer mão-de-obra para órgãos públicos de Brasília. Na intermediação, uma taxa de administração cobrou mais de R$ 1 bilhão em favor do instituto. Segundo a Polícia Federal, pelo menos R$ 26 milhões foram desviados para a conta de laranjas de um ex-presidente.

Nesta semana, a 12ª Vara Federal de Brasília aceitou a denúncia de sonegação de R$ 216 milhões não recolhidos aos cofres da Previdência Social. A ação criminal foi aberta pela Procuradoria da República no Distrito Federal contra os ex-presidentes Ronan Batista de Souza, Lázaro Severo Rocha, Adilson Campos e José Vital e contra os ex-diretores financeiros Antônio Alves da Silva, Manoel Lucena e Fabiano Miranda.

Segundo o procurador Bruno Calabrich, os sete réus não recolhiam as contribuições devidas à Previdência mesmo quando descontavam os valores dos funcionários. Os presidentes e diretores do ICS ainda omitiam da folha de pessoal e das guias de pagamento de INSS e Fundo de Garantia informações obrigatórias, mas que criavam o dever de pagamento de impostos. Os valores deixaram de ser pagos entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2007.

De acordo com comunicado do Ministério Público, as penas para cada crime de sonegação previdenciária e apropriação indébita variam de dois a cinco anos de prisão, além de multa.

Intermediação e Durval

Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público, o ICS, considerado organização de utilidade pública desde 1998, “sempre funcionou, na verdade como mero agente de locação de mão de obra terceirizada” para o governo de Brasília. Dois 8 mil funcionários do instituto, apenas 5% faziam parte do seu quadro de pessoal. 

Todo o restante era cedido para prestação de serviços a diversos órgãos do GDF, que respondia por 99% das receitas do ICS. O dinheiro era repassado por meio de contratos de gestão genéricos”, informou a Procuradoria da República no Distrito Federal.

Arruda mantém pessoas, empresas e práticas que tumultuaram governo Roriz

Parte dos contratos do Instituto Candango de Solidariedade servia para que empresas de fornecimento de mão-de-obra, sem licitação, atendessem órgãos do governo local. Entre essas empresas, havia muitas na área de tecnologia, ora contratadas pelo ICS, ora pela estatal de informática Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), presidida pelo ex-policial Durval Barbosa Rodrigues, futuro delator do mensalão do DEM.

Diversas ações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Procuradoria no Tribunal de Contas de Brasília questionavam contratações sem licitação ou superfaturadas que usavam o ICS, a Codeplan, ou ambos, como intermediários das empresas de tecnologia.

Arruda e mensalão

Em 2006, a Polícia Federal deflagra a Operação Candango, levantando uma rede de laranjas usados para desviar dinheiro público depositado nas contas do ICS. Ao suceder Roriz e tomar posse como novo governador, em 2007, José Roberto Arruda (então no DEM, hoje no PR) cancela todos os contratos com o ICS, o que destrói as finanças da entidade e culmina com sua extinção.

Entretanto, Arruda manteve Durval no governo, dando-lhe a Secretaria de Relações Institucionais, e vários “fantasmas” da gestão Roriz, como mostrou o Congresso em Foco. À época, Durval respondia a 23 processos. Em 2009, o secretário entrega à PF e ao Ministério Público um conjunto de vídeos que flagram Arruda e diversos outros políticos da cidade recebendo das mãos de Durval. Em depoimento, ele afirmou que os recursos vinham de empresas que mantinham negócios com o governo.

A crise se instala. Arruda renuncia, é preso pela PF e tem o mandato cassado por infidelidade partidária. O vice-governador, Paulo Octávio (DEM), também renuncia. O “mensalão do DEM” passa a ser investigado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e em varas da primeira instância.

Em 2010, Agnelo Queiroz (PT) elege-se governador, ao vencer a disputa contra a mulher de Roriz

"Sem-terrinha em ação, pra fazer a revolução!"

Descrição das escolas rurais protegidas pelo Governo

Em vez de cantigas de roda crianças gritam: "Sem-terrinha em ação, pra fazer a revolução!"

Matéria da Revista Veja, Editora Abril, Edição 1870 . 8 de setembro de 2004

Carta ao leitor
Sete de Setembro vermelho


Uma reportagem da presente edição de VEJA mostra que funcionam no Brasil 1 800 escolas de ensino fundamental cujas salas de aula são ornamentadas com a bandeira vermelha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e não apenas com o pavilhão verde-amarelo nacional com a inscrição "Ordem e Progresso". 


Pelo menos 1.000 dessas escolas são instituições públicas. Apesar de pertencerem ao Estado brasileiro, essas escolas e as outras mantidas pelo MST em áreas rurais do país adotam uma cartilha peculiar para os 160.000 alunos. 

Crianças a partir de 7 anos de idade aprendem que o Sete de Setembro não é o Dia da Independência do Brasil, mas o "Dia dos Excluídos". No calendário dos centros de doutrinação infantil do MST são celebrados os dias 5 de maio, nascimento de Karl Marx; 1° de outubro, Revolução Maoísta na China; e 8 de outubro, morte de Che Guevara.

A repórter de VEJA Monica Weinberg visitou duas dessas escolas, ambas no Rio Grande do Sul, um dos primeiros Estados a absorver na rede pública os estudantes do MST. Em Hulha Negra, município a 80 quilômetros de Bagé onde 4.000 dos 7.000 habitantes são do MST, Monica assistiu a uma peça de teatro encenada por crianças na qual elas repudiavam os transgênicos. Em vez de cantigas de roda, as crianças se davam as mãos para entoar o grito de guerra: "Sem-terrinha em ação, pra fazer a revolução!"


Essas escolas são nocivas. Não apenas por estarem substituindo uma função precípua do Estado, que é fornecer ensino básico às crianças brasileiras, mas por estarem inculcando em uma parcela dos jovens uma ideologia revolucionária que, antes de ser derrotada pelos fatos no século passado, produziu toda sorte de miséria, guerra e infortúnio social. 


Os campos de doutrinação do MST precisam urgentemente ser vistoriados pelo governo brasileiro, e seus currículos, submetidos a algum tipo de avaliação pelo Ministério da Educação (MEC). 

Como se tem feito, de maneira frequente, em relação às ações ilegais e violentas do Movimento dos Sem-Terra, é arriscado ignorar que em vez de civismo essas escolas ensinam a dezenas de milhares de pequenos brasileiros os rudimentos da revolução marxista. (fim)

Os senadores aprovaram nesta quarta-feira (26) o projeto que estabelece critérios para o fechamento de escolas rurais...

26/02/2014 - 17h10


Os senadores aprovaram nesta quarta-feira (26) o projeto que estabelece critérios para o fechamento de escolas rurais, indígenas e quilombolas (PLC 98/2013). 

A proposta prevê que, para que uma escola dessas áreas seja fechada, o órgão normativo do sistema de ensino deve ser consultado. O PLC 98, de autoria do Executivo, segue para sanção.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que a proposta é de grande importância para milhares de crianças e jovens que vivem no campo. Segundo o Ministério da Educação, nos últimos cinco anos, foram fechadas 13 mil escolas na zona rural, o que gerou transtorno às populações.


O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que a proposta veio em muito boa hora, pois dificulta o fechamento das escolas rurais e as voltadas aos índios e aos quilombolas, que atendem atualmente a 151 mil alunos.

Funcionam como órgãos normativos na área educacional, por exemplo, os Conselhos Municipais de Educação, com representantes não só dos gestores, mas de toda comunidade escolar.

Durante o exame da matéria pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), na terça-feira (25), a relatora, Ana Rita (PT-ES), também enfatizou a necessidade de assegurar a oferta contínua de educação aos estudantes.

– Pais e alunos não podem ficar desprotegidos dos humores de gestores públicos que podem simplesmente optar pela descontinuidade da oferta do ensino – disse.

Leiam o texto abaixo, por favor, para constatar como o Governo defende o MST

segunda-feira, 25 de abril de 2011


Tarso Genro pretende reabrir escolas do MST fechadas pela ex-secretária Mariza Abreu

O peremptório governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro, pretende reabrir as escolas itinerantes que eram mantidas até 2009 em acampamentos da organização terrorista MST. 
Nesse ano, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo Ministério Público Estadual e pela Secretaria de Estado da Educação, determinou a extinção das nove escolas desse tipo existentes em território gaúcho. 
Na verdade não eram escolas, mas centros de doutrinação específica de crianças. Entre as razões alegadas estava a existência de currículo próprio, centrado na defesa de invasão de terras e outras ilegalidades, e também que a prestação de contas de algumas delas não era fiscalizada e estava irregular.
Assim que assumiu, o atual secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, determinou que a Procuradoria Geral do Estado, comandada pelo grupelho trotskista DS (Democracia Socialista) verificasse a legalidade do TAC. 
Os procuradores do Estado consideraram o termo de conduta nulo, porque ele deveria ter sido assinado pela governadora do Estado e pelo procurador-geral do Estado, e foi firmado apenas pela então secretária de Educação, sem acompanhamento de um procurador do Estado. 
As escolas funcionavam em acampamentos da organização terrorista MST nos municípios de Bossoroca, São Luiz Gonzaga, Sarandi, Passo Fundo, Julio de Castilhos, São Gabriel, Nova Santa Rita, Tupanciretã e Canguçu. 

(Absurdo!)PNE: ativista defende respeito à diversidade nas escolas

Por Tomaz em 26/fev/2014


SINPRO


O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), Tony Reis, defendeu a manutenção do texto da Câmara para o Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) – que prevê, em um dos artigos, que o ensino deve contemplar a diversidade de gêneroe a supressão de adendo do Senado que dá ênfase para “valores morais e éticos”. 

Ele lembrou que a maioria dos casos de violência dentro das escolas é causada por racismo, machismo ou homofobia.
Tony Reis participou de audiência pública, encerrada há pouco, da comissão especial que analisa o projeto do PNE.

O relator da proposta, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), afirmou que o País não pode conviver com a situação atual de desrespeito à diversidade nas escolas. “Não haverá democracia enquanto cada brasileiro não tiver educação que lhe garanta autonomia para sua vida”, comentou.

Vanhoni informou que seu relatório ainda não está pronto, mas reiterou que vai apresentá-lo após o Carnaval. Ele adiantou que vai manter os artigos femininos na referência a professores(as), por exemplo, e o artigo segundo do texto da Câmara que estabelece o respeito à diversidade de gênero na educação. 

Quem quiser mudar terá a votação em Plenário para fazê-lo”, ressaltou o relator.

Com relação à meta de investimento de 10% do PIB em educação,  Vanhoni disse que ainda vai dialogar com outros deputados para decidir se o índice englobará apenas o ensino público.

(Da Agência Câmara)

A nova classe média é utópica



Periferia


Apesar do discurso oficial, não é saudável sentir cheiro de esgoto, viver em área de risco, conviver com ratos e demorar 3 horas para chegar ao subemprego 
 
por Joseh Silva publicado 26/02/2014  12:09     Carta Capital

Na edição de domingo 23, o programa semanal Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem que revelava o resultado da pesquisa aplicada pelo Instituto Data Popular sobre pessoas que não querem sair de suas comunidades. Moradores de 66 favelas de 10 estados do País responderam às questões.

A matéria fez recortes de histórias e personagens que dialogam diretamente com a falácia da nova classe média – o legado do governo Lula e a garantia de reeleição de Dilma Rousseff. Claramente é um apontamento para maquiar o que de fato acontece em favelas de todo o Brasil.

O tom da narrativa da reportagem é de fora para dentro. Sem novidades. Na prática, é uma apresentação institucional das favelas para os gringos que já estão embarcando para a “pátria amada”: “olha como eles comem”, “vejam como se divertem”, “casas assim são comuns”. Pois é: eles não mordem (não precisa fechar o vidro dos carros), gostam de onde moram, não vão sair do gueto, da senzala. Não irão mexer com vocês.

Desde a confirmação de que a Copa do Mundo aconteceria no Brasil, a emissora vem fazendo constantes esforços para mostrar que a favela é formidavelmente exótica. 

Apela para a produção de novelas nos morros do Rio e mostra histórias surpreendentes de pessoas de comunidades em programas como Caldeirão do Huck, Esquenta e Faustão. 

E opta por não evidenciar que só o fato de a favela existir já é um sintoma social: as coisas não estão da forma como deveriam estar.

O Brasil passa por um momento de hipocrisias. A mídia convencional cumpre à risca o plano de manipulação de massa. O governo federal não se pronuncia sobre questões contemporâneas de expressão social: o genocídio da juventude pobre e negra; a desmilitarização da Policia Militar, as demarcações de terras indígenas e quilombolas.

Não assumindo posicionamentos, o governo corrobora com a violência institucionalizada que vem acontecendo diariamente nas periferias, que passam por tempos de cárcere social. Quem mora nas favelas não pode ficar na rua depois das 22 horas, pois corre o risco de morte, de apanhar, de sumir e de ser agredido psicologicamente. 

Na mesma sexta-feira em que policias agredem jovens negros na periferia, na Vila Madalena, em Pinheiros, nos Jardins se pode ficar a noite inteira na rua.

Isso ilustra uma situação. Há, no mínimo, duas formas de tratamento da população no estado de São Paulo: para a burguesia, a policia serve e protege; para a periferia, age com opressão e violência.

Ainda sobre a reportagem, o que chama a atenção são os personagens. 

Um nordestino que foi tentar a vida no Rio de Janeiro e conseguiu estruturar dois restaurante com uma “generosa clientela” na Rocinha, maior favela da América Latina. Favela onde circulam mais turistas no estado. Um jovem que vive de eventos organizados nas comunidades. Uma moradora que instalou uma piscina no fundo da casa.

É a afirmação do paradigma: o dinheiro traz felicidade. Se a sensação implantada é essa, reclamar pra quê?

Obviamente, quem vive nesta condições em numa favela não vai sair. Mas é só questionar uma senhora que teve seus filhos agredidos ou assassinados se ela deseja continuar na favela. Será que quem passa por ameaça de remoção por conta da Copa, ou está pagando absurdo de aluguel, quer morar na favela?

O plano segue com perfeição: os 11 anos de incentivo pesado na inclusão pelo consumo têm efeitos colaterais desanimadores. O discurso do senso comum é disseminado em qualquer roda de conversa:  "Lógico, tio. Quem não quer fazer um 'rolezinho' com as novinhas, por um tênis dos mais caro, boné e camisa pesadona, colar no fluxo pesadão, tá ligado. E carro? E moto? Tudo zero, 'fião´'”, diz o Adolescente Renan Cordeiro, 17 anos, Morador da Vila Calú, extremo sul de São Paulo.


Maria da Dores, a Dorinha, sente orgulho ao olhar para a casa e observar tudo o que conquistou. “Esse armário comprei em 10 prestações, terminei de pagar faz três meses e já está todo mofado. Aqui não tem ventilação. O sofá paguei em três vezes e a geladeira consegui numa promoção junto com a máquina de lavar, dei muita sorte. Não é com todo mundo que isso acontece não.”

Renan parou de estudar na sétima série. Apesar de andar na “picadilha”, mora com a mãe e mais três irmãos em um barraco de um cômodo dividido por um guarda-roupas. O fogão é sustentado por blocos. Perto da sua porta há um córrego. Saneamento básico nunca existiu. Mesmo assim tem sonhos de consumo: “tio, quero uma Hornet, ai ninguém me segura”.

Assim como Renan, Dorinha também parou de estudar no ensino fundamental, mas pensa em concluir os estudos. O maior desejo é "comprar uma casinha fora da favela".

Apesar da casa mobiliada com a linha branca e televisão de 46",queixa-se das escadarias que precisa subir e descer todos os dias para sair e chegar em casa, das dores nas pernas, do som alto do vizinho adolescente; do medo de desabamento em dia de chuva - o lugar onde ela mora, aconteceu um desmoronamento em 2004, e do preço do aluguel: "homi, é muita caro, né? Uma casa de três cômodos na favela, neste lugar, custando 500 reais. E o dono ainda quer aumentar. Só não fez porque é gente boa".


A inquietação de Maria da Dores não é pontual nem restrita à situação de uma favela. A especulação imobiliária vem sistematicamente afastando cada vez mais quem não tem condições de pagar aluguéis astronômicos para as bordas das grandes cidades. Hoje, ter casa na favela para alugar é garantia de aposentadoria.


A felicidade pautada na perspectiva do consumo é o reflexo de um modelo de desenvolvimento que prioriza as relações com grandes empresas, multinacionais e bancos. Ou seja, onde tem capital há interesse. Segundo o Data Popular, as favelas geram por ano cerca 63 bilhões de reais. Por isso vale a pena mostrar a favela como um lugar formidável.


Os recursos não permanecem nas favelas. O ciclo da economia gira em torno das grandes redes. Vale a pena colocar uma Besni, um Itaú e uma Casas Bahia em uma favela: em alguns estados o governo oferece como contrapartida isenção de imposto para as empresas - uma espécie de insalubridade, a mão de obra é barata, o povo paga as contas em dia, mesmo com a geladeira, adquirida por pressão no intervalo da novela, que anunciava a redução do IPI, vazia.


Encher a geladeira nova ainda é um sonho, e para realizá-lo, há pessoas que continuam pegando resto de comida em lixos de condomínios – dias de terça, quarta e sexta-feira, Dona Rute, moradora do Capão Redondo, fica até 2h da madrugada vasculhando lixos em busca de materiais recicláveis, e torcendo para achar comida. Adolescentes estão olhando carros nas feiras de rua para ajudar no orçamento da família – nas pontas das feiras, há sempre jovens esperando um veículo encostar para dar uma olhada. 

Pessoas ainda estão morando em áreas de mananciais e de risco – haja vista as ocupações em regiões da represa Guarapiranga e Billings.

 O crescimento desordenado continua. A juventude periférica ainda é tratada com preconceitos e vem sendo exterminada com o aval do governo – segundo a Secretaria de Segurança Pública, mais de 500 jovens foram assassinados em 2012. Há comunidades onde não tem saneamento básico – como o bairro Chácara Bandeirantes, distrito do Jardim Ângela.


É de extrema crueldade maquiar fatos tão importantes sobre a vida em favelas do Brasil. Pois é necessária a presença dos governos nas comunidades para executar políticas públicas de segurança, educação, cultura, saúde e lazer. Não dá para ficar à mercê do "jeitinho brasileiro". Não é saudável acordar sentindo cheiro de esgoto, viver em uma casa que a qualquer momento pode desmoronar, dividir espaço com ratos, demorar três horas para chegar a um subemprego. 

A periferia não pode aceitar o discurso mentiroso sobre a nova classe média. Não tem como ignorar o fato de que a educação é um negócio, que é importante ter um sistema público educacional ruim para favorecer o mercado da rede particular de ensino (o mesmo vale para o sistema público de saúde). 

Ninguém está falando de uma elite que explora 80% da população. Mentiras não devem ser transformadas em verdades: a nova classe média é utópica.