sexta-feira, 28 de abril de 2017

Aquecimento global faz rio imenso sumir em 4 dias no Canadá

quinta-feira, 27 de abril de 2017


Estudiosos mostram como o aquecimento mudou drasticamente a geografia local.
 
 
 
 

O rio Slims tinha sua fonte na geleira Kaskawulsh, no Canadá, e se estendia em até 150 metros em seu pontos mais largos. Parece estranho falar de um rio no passado, mas ele realmente não existe mais e, de acordo com pesquisadores, esse desaparecimento está totalmente ligado à ação humana.
 
 
 
 
 
O que aconteceu foi que o fluxo do rio foi desviado para outro curso de água, um fenômeno chamado de pirataria fluvial. A priori, isso pode acontecer naturalmente ao longo dos anos por causa da erosão decorrente de deslizamentos de terra ou movimentos da crosta terrestres. Mas, não foi o que aconteceu.
 
 
 
 
 
Segundo estudos, entre 1956 e 2007, o glaciar Kaskawulsh recuou 600 a 700 metros. A água do degelo alimentava dois rios e em 2016 o recuo acelerou. O derretimento da geleira foi muito intenso e isso só foi possível constatar porque os pesquisadores já monitoravam o recuo da geleira há anos. Um grupo sobrevoou sobre o local e usou drones para investigar o que acontecia. Foi assim que descobriram que a água ao invés de estar dividida em dois rios estava entrando em apenas um: o rio de Alsek cujas águas escoam até o Golfo do Alasca e agora está 70 vezes maior.
 
 
 
 
 
Foi assim que o Slims desapareceu completamente, o que foi constatado que ocorreu entre 26 e 29 de maio de 2016. Com algumas ilustrações, os estudiosos mostram como o aquecimento pode mudar drasticamente a geografia local.
Apesar de registros geológicos do fenômeno “ninguém, que tenhamos conhecimento, documentou esse fato na atualidade. Não no século 21, onde isso está acontecendo embaixo do nosso nariz”, afirmou o cientista  Dan Shugar, geocientista da Universidade de Washington Tacoma, nos Estados Unidos, e principal autor da pesquisa.  O estudo foi publicado na revista científica Nature Geoscience na última segunda-feira (17), veja aqui.
 
 
 
 
Fonte: Ciclo Vivo

Pesquisadores descobrem larva que pode degradar plástico

quarta-feira, 26 de abril de 2017


Uma tecnologia a partir da pesquisa pode ajudar a acabar com resíduos plásticos em aterros sanitários e oceanos.






Imagine se a solução para o grande problema do lixo plástico estivesse em seu jardim? Que a natureza é sábia todo mundo sabe, agora seus “segredos” vão sendo descobertos pelos cientistas aos poucos. Foi publicado na revista científica Current Biology um estudo que mostra que as larvas de mariposa são capazes de degradar o plástico.





De acordo com a pesquisa conduzida na Universidade de Cambridge, a larva, que normalmente se alimenta da cera da colmeia de abelha, pode quebrar as ligações químicas do plástico usado em embalagens e sacolas de compras em uma velocidade muito rápida. O que pode levar a criação de uma biotecnologia para acabar com os resíduos plásticos que afetam as vidas marinhas.





A descoberta se deu casualmente, quando uma das pesquisadoras, Federica Bertocchini, removeu as larvas parasitas dos favos de mel em sua colmeia. Ela que é apicultora amadora, colocou as lagartas em um saquinho plástico e quando percebeu ele estava cheio de buracos. Junto aos pesquisadores Paolo Bombelli e Christopher Howe, do Departamento de Bioquímica da Universidade de Cambridge, ela realizou experimentos.





Cerca de cem larvas foram expostas a sacos plásticos de supermercado e, após 40 minutos, já era posssível ver a diferença. Após 12 horas, houve uma redução na massa de plástico de 92 mg. A taxa de degradação é extremamente rápida em comparação com outras descobertas recentes. É o caso, por exemplo, de bactérias relatadas no ano passado que biodegradavam alguns plásticos a uma taxa de apenas 0,13mg por dia. Não é demais lembrar que o polietileno leva entre 100 a 400 anos para degradar em aterros sanitários.






“Se uma única enzima é responsável por este processo químico, sua reprodução em grande escala usando métodos biotecnológicos deve ser viável”, disse Paolo Bombelli, de Cambridge, primeiro autor do estudo publicado na Current Biology. “Esta descoberta pode ser uma ferramenta importante para ajudar a se livrar dos resíduos de plástico de polietileno acumulados em aterros sanitários e oceanos”.





Os pesquisadores ainda estudam os detalhes moleculares do processo para assim, quem sabe, criar uma solução em escala industrial para gerenciar resíduos de polietileno. “Estamos planejando implementar esta descoberta de forma viável para se livrar dos resíduos de plástico, trabalhando para uma solução para salvar nossos oceanos, rios e todo o ambiente das consequências inevitáveis da acumulação de plásticos”, afirmou Federica.





Fonte: Ciclo Vivo

Efeito do aquecimento global será dobrado nas cidades se comparado com campo

quinta-feira, 27 de abril de 2017


O aumento das temperaturas derivadas da mudança climática afetará muito mais as cidades do que o entorno rural, e se seguir o ritmo atual de aquecimento, nos próximos 50 anos o impacto das ondas de calor pode se multiplicar por quatro.

Essa é a principal conclusão de um estudo da Universidade de Lovaina (Bélgica), cujos primeiros resultados foram apresentados nesta segunda-feira durante a assembleia que a União Europeia de Geociências realiza em Viena.
 
 
 
 
 
“O efeito negativo da mudança climática, no que se refere à temperatura, será dobrado nas cidades se comparado com o campo”, resume para Agência Efe Hendrik Wouters, um dos autores de um relatório que está ainda em fase de revisão e que será apresentado em breve.
 
 
 
 
 
Embora a temperatura nas cidades seja maior que no entorno rural, especialmente durante a noite, efeito conhecido como “ilha de calor”, este estudo quantifica pela primeira vez até que ponto as cidades sofrerão mais do que o campo com os efeitos do aquecimento global.
 
 
 
 
 
O pesquisador belga afirmou que há estudos sobre como as ondas de calor aumentam os investimentos nos hospitais, diminuem a produtividade, elevam os danos às infraestruturas e, em casos extremos, disparam inclusive a mortalidade, como aconteceu em Paris no verão de 2003.
Este estudo analisou como este efeito interage com as ondas de altas temperaturas derivadas da mudança climática.
 
 
 
 
 
Os pesquisadores utilizaram medições de temperaturas dos últimos 35 anos na Bélgica, comparando a frequência e a intensidade das que disparam os limites de alerta de temperatura, a partir dos quais são esperados efeitos como, por exemplo, problemas de saúde.
 
 
 
 
 
Nesse período, as ondas de calor foram muito mais intensas nas cidades do que no campo, um fenômeno que deve se agravar no futuro.
 
 
 
 
 
Usando simulações e modelos gerados com supercomputadores, as primeiras estimativas preveem que para o período 2041-2075, o impacto do calor nas cidades se multiplicará por quatro.
 
 
 
 
 
Essas ondas de calor, medidas tanto em sua frequência como em sua duração e intensidade, serão duplamente mais graves nas cidades que no entorno rural.
 
 
 
 
 
Segundo explicou Wouters, essas previsões correspondem a um cenário médio e reconhece que há muitos fatores que podem afetar os cálculos, desde quantos gases de efeito estufa continuarão sendo jogados na atmosfera ou quão grande será o crescimento das cidades.
 
 
 
 
 
Assim, o pior cenário possível é o de ondas de calor que excederiam em até 10 graus centígrados os níveis de alerta e se prolongariam durante 25 dias no verão.
 
 
 
 
 
Pelo contrário, em um cenário no qual as emissões de gases se reduziram drasticamente, o efeito das ondas de calor nos próximos 50 anos seria parecido com o atual.
 
 
 
 
 
Embora os cálculos tenham utilizado medições na Bélgica, Wouters indica que se forem exploradas outras regiões de latitudes média, por exemplo o sul da Europa, seriam esperados resultados similares.
 
 
 
 
 
O pesquisador assegura que, as cidades terão que desenvolver medidas de adaptação e mitigação.
 
 
 
 
 
Medidas que, assegurou, as cidades do norte de Europa podem copiar de zonas mais meridionais onde as pessoas já estão adaptadas ao calor há gerações.
 
 
 
 
 
Contudo, Wouters se referiu à necessidade de um “redesenho” das cidades, apostando por exemplo pelo crescimento vertical, a redução das emissões e por “dar às pessoas infraestruturas para que possam mudar sua forma de vida”. 
 
 
 
 
 
Fonte: Terra

Fiocruz solta mosquitos de laboratório em Niterói para combate à dengue

quinta-feira, 27 de abril de 2017


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) soltou milhares de mosquitos Aedes aegypti em Niterói, nesta quarta-feira (26), com objetivo de combater os vírus da dengue e da chikungunya. Os insetos foram inoculados com a bactéria Wolbachia e a expectativa é que eles infectem outros mosquitos, que ficarão estéreis, o que acarretará, aos poucos, na redução da população.


Os mosquitos foram soltos nos bairros de São Francisco, Charitas, Preventório e Grota. O método desenvolvido pela Fiocruz já foi adotado em 2012, na Ilha do Governador, e em outros locais de Niterói, como Jurujuba. Os resultados coletados pelos cientistas são satisfatórios.


A Wolbachia vive apenas dentro de células, o que impõe limitações significativas na sua capacidade de dispersão, uma vez que ela só pode ser transmitida verticalmente, de mãe para filho, por meio do ovo da fêmea de mosquito.


Fêmeas com Wolbachia sempre geram filhotes com Wolbachia no processo de reprodução, seja ao se acasalar com machos sem a bactéria ou machos com a bactéria. E, quando as fêmeas sem Wolbachia se acasalam com machos com a Wolbachia, os óvulos fertilizados morrem.


Inicialmente, a vantagem reprodutiva será pequena já que haverá poucos mosquitos com Wolbachia na população total. Mas, com as sucessivas gerações, o número de mosquitos machos e fêmeas com Wolbachia tende a aumentar até que a população inteira de mosquitos tenha esta característica.


Fonte: Agência Brasil

APA da Escarpa Devoniana: uma verdadeira sala de aula

Por Lia Maris Orth Ritter Antiqueira
Escarpa Devoniana, lugares de muitos saberes. Acima, imagem de Vila Velha, Ponta Grossa. Foto: Gustavo L. Simianer Procat/Flickr.
Escarpa Devoniana, lugares de muitos saberes. Acima, imagem de Vila Velha, Ponta Grossa.
 Foto: Gustavo L. Simianer Procat/Flickr.


A Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana, que passa por 12 municípios do Paraná do sul ao norte pioneiro do estado, possui características biológicas, geográficas, históricas e culturais que lhe conferem extrema peculiaridade. Como bióloga, tenho convicções bem definidas sobre a importância de sua manutenção (e até mesmo ampliação) para garantir a proteção da biodiversidade, o fornecimento de serviços ecossistêmicos, além de auxiliar no desenvolvimento econômico da região dos Campos Gerais por meio do ecoturismo e da produção de agricultores que dela retiram seu sustento.


Enquanto docente de um curso de Licenciatura em Ciências Naturais, essas convicções se tornam praticamente um apelo, embasado, inclusive, nos objetivos específicos desta categoria de Unidade de Conservação, que inclui, além da proteção dos recursos bióticos e abióticos, a promoção da educação ambiental e a integração da população nas práticas conservacionistas.



A riqueza natural da região dos Campos Gerais pode ser utilizada como ambiente para o ensino de diversas disciplinas. Os chamados “espaços não formais de aprendizagem” incluem locais e processos diferenciados por meio dos quais é possível adquirir e compartilhar novos saberes e valores.



Atualmente, as práticas realizadas em espaços não formais são fortemente estimuladas, tanto nos cursos de graduação quanto no ensino básico. Por meio da busca constante de uma convivência saudável do homem com a natureza, procura-se promover discussões que levem a sensibilização sobre as questões ambientais e também a articulação de trabalhos práticos que permitam mudanças de comportamento. Elimina-se, assim, a antiga visão de domínio humano sobre o ambiente, propagada por vários séculos.



Esta perspectiva de convivência harmoniosa tomou corpo na década de 1960, com a publicação do livro ‘Primavera Silenciosa’ de Rachel Carson, quando a ideologia de progresso ilimitado passou a ser questionada, assim como os efeitos danosos de ações humanas contra o ambiente. Na década seguinte, com a publicação de ‘O Princípio da Responsabilidade’, do filósofo Hans Jonas, chamou-se a atenção para o papel do ser humano como único com capacidade de entendimento e liberdade para agir com responsabilidade sob as demais formas de vida.



Ao ignorarmos estes preceitos éticos tão fortes, colocamos em ameaça nossa existência futura, bem como a das próximas gerações.



Percebe-se aí a singularidade da APA da Escarpa Devoniana enquanto cenário para construção de conceitos de forma interdisciplinar, buscando abranger, além das premissas teóricas fundamentais, o arsenal de práticas e estratégias que permitam ao professor promover um processo de aprendizagem significativa com seus alunos.



“Ganham espaço todas as atividades que possam ser realizadas fora da sala de aula, onde a natureza se torna a vitrine de situações (boas e ruins) a serem discutidas para gerar conhecimento...

Ganham espaço todas as atividades que possam ser realizadas fora da sala de aula, onde a natureza se torna a vitrine de situações (boas e ruins) a serem discutidas para gerar conhecimento: desde a análise dos contrastes na paisagem, do relevo diferenciado, a luta das espécies nativas para sobreviver em meio às exóticas (como o Pinus), a existência de remanescentes de Cerrado em meio a ambientes fragmentados, os ecótonos de campo e mata, até a poluição e o desmatamento de áreas infringindo a legislação e muitas vezes prejudicando a capacidade de resiliência de espécies e recursos dos ecossistemas.


Considerando a relevância de todos estes aspectos, não é possível aceitar um projeto que diminua em 68%, ou dois terços, a área da APA da Escarpa Devoniana. A área concentra remanescentes importantes de dois ecossistemas associados à Mata Atlântica que foram altamente pressionados por décadas de exploração irresponsável. Estima-se que nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – onde predominaram em relação a outras partes do Brasil – 97% dessas formações vegetais já tenham sido suprimidas ou alteradas. Sobrou pouco de mata nativa em bom estado de conservação.

http://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/ameaca-a-escarpa-devoniana-mais-que-uma-falta-de-bom-senso/

E recusar esse projeto de lei não se trata de ir contra o progresso. Pelo contrário, ele deve acontecer, mas comprometido com a busca pela sustentabilidade. No momento em que a crise ambiental atinge seu ápice, que os recursos naturais se tornam escassos e que as políticas públicas muitas vezes caminham na contramão, não é aceitável privilegiar o interesse econômico de poucos ignorando o direito constitucional de todos de viver em um ambiente saudável e ecologicamente equilibrado.



Defendo que a grande função educacional da APA da Escarpa Devoniana seja a de sensibilizar a sociedade, para que ela se comprometa com a preservação, conservação e recuperação do meio ambiente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de todas as espécies e garantindo o direito das gerações vindouras.

Florestas de São Paulo escapam (por enquanto) dos classificados de venda

Por Duda Menegassi
Floresta Estadual Paranapanema. Arquivo Instituto Florestal de São Paulo.
Floresta Estadual Paranapanema. Arquivo Instituto Florestal de São Paulo.


Quando parecia que as florestas de São Paulo estavam fadadas à seção de classificados, a Justiça paulista suspendeu o chamamento público que havia sido realizado para venda e concessão de 34 áreas sob a gestão do Instituto Florestal. O pedido de suspensão foi feito pelo promotor de Justiça do Meio Ambiente da Capital, Marcos Stefani, através do Ministério Público Estadual. A liminar foi concedida na terça-feira (25) e suspende também a lei estadual n°16.260/16, que autoriza a exploração comercial de madeira em algumas das áreas listadas.

http://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/governo-de-sao-paulo-pretende-vender-areas-florestais/

Em janeiro, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente havia convocado interessados na concessão de uso ou compra de terras administradas pelo órgão através de um chamamento público (disponível para leitura no link). A lista inclui 18 estações experimentais, 12 florestas estaduais, 2 hortos florestais e 2 viveiros florestais.


Essas são áreas de uso sustentável, destinadas à extração de madeira e à pesquisa científica. Em muitas delas há presença de pinus e eucaliptos, espécies de árvores exóticas (que não pertencem àquele ecossistema) com valor comercial. A intervenção feita pelo promotor alega que essas terras, muitas delas localizadas no interior do estado onde predomina o Cerrado, poderiam ser convertidas em unidades de conservação para recuperação da vegetação nativa. Além de representarem importantes remanescentes florestais no estado.


Entre as justificativas do chamamento, está que “as unidades administradas pelo Instituto Florestal poderão ser melhor manejadas por meio de sua concessão de uso ou alienação ao setor privado”. Além disso, o órgão alegou que os custos de manutenção são muito altos e que as áreas já não são mais produtivas.


Uma das maiores críticas ao chamamento é que ele não especifica nenhum uso para as áreas que forem adquiridas, ou seja, teoricamente, abre margem para que as florestas sejam simplesmente derrubadas em nome de outros interesses do proprietário.


De acordo com o promotor Stefani, em entrevista ao jornal Estadão, a ação de impedir a venda e concessão dessas áreas tem como objetivo “substituir uma situação de exploração nessas unidades pela instituição de espaços que sejam ambientalmente importantes para o Estado”. O promotor explicou ainda que “muitas dessas áreas estão em regiões do Estado onde há vazios de áreas de áreas verdes, de vegetação nativa. Ficam em sua maioria no interior, onde havia Cerrado e hoje praticamente não existe mais”.

Em 15 anos, Brasil perdeu 20% de seus manguezais


Por Sabrina Rodrigues
Mangues preservados da Estação Ecológica da Guanabara. Foto: Sabrina Rodrigues.
Mangues preservados da Estação Ecológica da Guanabara. Foto: Sabrina Rodrigues.


Entre 2001 e 2015, o Brasil perdeu 20% da sua área de manguezal. A perda de vegetação também é verificada no Pantanal e no Cerrado. A evolução territorial dos biomas brasileiros é uma das questões que são respondidas com o lançamento da segunda coleção de mapas do MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil), iniciativa do Observatório do Clima em colaboração com 18 instituições, entre universidades, ONGs e empresas de tecnologia.


O Pantanal, bioma mais preservado do país, sofreu uma diminuição de 14 mil quilômetros quadrados, com vegetação natural caindo de 86% para 73%. Neste século, houve um aumento acentuado de áreas convertidas em plantação de pastagens e intensificação da pecuária no Pantanal.


Já o Cerrado, a savana mais biodiversa do planeta, teve perda anual de 6,700 quilômetros quadrados de 2001 a 2013. A expansão agropecuária exerceu sobre o bioma três vezes mais pressão do que na Amazônia. Essa diminuição representa uma pancada para a biodiversidade, já que o desmatamento verificado nas áreas florestais do bioma pode impactar o abastecimento de água. “O papel das florestas no Cerrado é resguardar os mananciais, já que todas as principais bacias do país têm nascentes no bioma. O desmatamento nessas florestas tem impacto direto na segurança hídrica”, afirma Ane Alencar, pesquisadora do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) que coordena a equipe responsável pelo cerrado no MapBiomas.


O renascimento da Mata Atlântica
Mas não são apenas más notícias fazem parte da radiografia apresentada nos mapas: a Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do país, demonstrou um sinal de força nesses últimos anos: a cobertura florestal passou de 276 mil quilômetros quadrados, em 2001, para 301 mil quilômetros quadrados, em 2015: ganho de 25 mil km² em área, o equivalente ao tamanho da Macedônia de área regenerada.


“Não é que exista uma grande área de recuperação; são áreas pequenas, que foram abertas no passado para agricultura ou pastagem e foram abandonadas ou por serem inadequadas (relevo, solo, isolamento, etc.) e não sustentar atividades agropecuárias, ou por causa da migração da população rural para as grandes cidades, ou para atender a Lei da Mata Atlântica, de 2006, que estabeleceu proteção especial ao bioma. Essas florestas estão começando a voltar, em parte naturalmente e, em partes isoladas, induzidas por diversas iniciativas”, diz Marcos Reis Rosa, da ArcPlan, coordenador de Mata Atlântica e Pantanal do MapBiomas.



O Paraná aparece como estado campeão em regeneração da Mata Atlântica, com ganhos de 5 mil km² de área florestal, motivado principalmente por recuperar áreas de preservação permanente.
O MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil) é uma plataforma que reúne dados de satélites para mapear mudanças de uso da terra em todos os biomas brasileiros, utilizando a tecnologia do Google Earth Engine, que permite o processamento das imagens de satélite na nuvem de forma distribuída e rápida.



Pantanal/MapBiomas
Pantanal/MapBiomas