sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Pesquisadores alertam que desmantelamento da ciência brasileira põe em risco a conservação da biodiversidade global




Por Daniela Klebis – Jornal da Ciência / SBPC
Em artigo publicado na edição de setembro da revista científica Perspectives in Ecology and Conservation, do grupo Elsevier, pesquisadores brasileiros apontam as graves consequências dos cortes no Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), do MCTIC

Perspectives in Ecology and Conservation

Um grupo de 54 pesquisadores brasileiros acaba de publicar um artigo na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation, do grupo Elsevier, denunciando que os cortes drásticos no orçamento da ciência brasileira impõem riscos para a conservação da biodiversidade global. O artigo descreve o caso do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que conta com mais de 600 pesquisadores associados, realizando pesquisas em mais de 90 localidades do País, conforme conta o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Geraldo Wilson Fernandes, um dos autores do artigo.


“Temos uma malha de locais onde continuamente amostramos a dinâmica da biodiversidade e os serviços ecossistêmicos fornecidos pelo nosso capital natural (habitats, ecossistemas e biodiversidade), que estão sendo pulverizados pela falta de recursos. Agora, tudo pode se perder. Não teremos como manter estes locais, conquistados com muita labuta e durante um período de mais de 10 anos”, lamenta o professor.


O artigo destaca que os sucessivos cortes orçamentários afetam de maneira radical programas de pesquisa sobre biodiversidade, fundamentais para o monitoramento e para a proposição de políticas de conservação ambiental e de desenvolvimento sustentável. De acordo a publicação, assinada por 54 cientistas, o PPBio é a maior rede de pesquisa em biodiversidade do Brasil e o seu desmantelamento comprometerá o Plano Estratégico de Biodiversidade 2011–2020 e, mais que isso, coloca em risco ecossistemas e o bem-estar humano. Os impactos perdurarão por muito tempo, afirmam.


“É através deste conhecimento que iremos planejar o uso racional e mais sustentável dos nossos recursos naturais. Sem ele, podemos continuar a cometer erros absurdos contra o meio ambiente e contra nosso próprio cidadão”, declarou Fernandes ao Jornal da Ciência.


O PPBio foi criado em 2004 com o objetivo de desenhar uma estratégia de investimento em ciência, tecnologia e inovação que aponte prioridades, integre competências em diversos campos do conhecimento e dissemine informações sobre biodiversidade que possam ser utilizadas para diferentes finalidades.


“Os dados que relatam a importância e pioneirismo das nove redes que se espalham pelo território brasileiro estão claramente mostrados no artigo, mas ressalta-se ainda que o PPBio e esta equipe invejável, que tem desenvolvido a ciência do Brasil e aprimorando know-how, estão severamente ameaçados com a política obtusa dos nossos governantes”, diz o pesquisador.



O artigo destaca ainda que, apesar dos esforços do Brasil internacionalmente reconhecidos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, os recuos em questões ambientais, por consequência das politicas do atual governo, impactam negativamente no compromisso do País com os objetivos de desenvolvimento sustentável. “Acabar com programas como o PPBio, na tentativa de resolver uma crise orçamentária, é uma opção míope que reduzirá criticamente a capacidade do País para responder aos desafios presentes e futuros, não apenas no setor ambiental, mas em todos os aspectos da sociedade”, alertam os pesquisadores no artigo.



Leia o artigo na íntegra: Dismantling Brazil’s science threatens global biodiversity heritage

Do Jornal da Ciência, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 08/09/2017

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O Estado de S. Paulo – A previsão de chuvas para os próximos meses na Região Centro-Oeste deve ficar abaixo da média histórica. Governo pode ter de importar mais energia

Anne Warth

O governo cogita aumentar o volume de importação de energia de países vizinhos como Argentina e Uruguai. O motivo é a previsão de chuvas para os próximos meses na Região Centro-Oeste, que deve ficar abaixo da média histórica. As principais bacias hidrográficas do País se concentram nessa região e abastecem reservatórios de diversas usinas hidrelétricas. Outras ações em análise são a adoção de medidas de incentivo ao uso racional de energia e aumentodos limites de transferência de energia entre as regiões.


O Ministério de Minas e Energia reitera que o abastecimento está garantido, ainda que seja necessário acionar usinas que gerem energia mais cara. Em nota, o governo reiterou que a importação, se realizada, será feita a “preços competitivos”. 

A decisão será tomada em duas semanas, em reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, órgão presidido pelo MME. Se a medida for aprovada, o volume de energia importada será definido semanalmente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com base na oferta e no preço declarados pela Eletrobrás.

“A importação de energia só ocorrerá se o preço ofertado pela Eletrobrás, agente responsável pela importação, for menor que o custo marginal de operação, ou seja, se a energia a ser importada estiver mais barata que a disponível no Sistema Interligado Nacional (SIN), buscando sempre obter modicidade tarifária”, informou o MME.
A nota ressalta a possibilidade de atraso no início do próximo período chuvoso, normalmente em novembro, em razão da previsão de chuvas abaixo da média no Centro-Oeste. Além disso, as chuvas na Região Sul estão inferiores à média, o que levou à necessidade de transferência de energia advinda das Regiões Sudeste eCentro-Oeste.   

Segundo o governo, o risco de desabastecimento de energia neste ano é de 0,1% para Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Em agosto, as chuvas ficaram abaixo da média histórica em todas as regiões. No Sudeste/Centro- Oeste ficaram em 86% da média histórica; no Norte, em 58%; no Sul, em 51%; e no Nordeste, em31%. Com isso, o nível dos reservatórios em agosto atingiu 56,7% no Sul, 51,5% no Norte, 32,5% no Sudeste/Centro- Oeste e 12,5% no Nordeste.

Correio Braziliense – Retomada de Angra 3


A desinformação e o despreparo que marcaram a história da capital goiana trazem à tona a preocupação se o país estaria preparado para lidar com uma tragédia em proporções maiores, como a explosão de um reator em uma usina nuclear. 


Um dos projetos mais polêmicos é o de Angra 3, o terceiro da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, no Rio de Janeiro. “Em Goiânia, eram 19g de césio. Se uma usina explode, serão toneladas de césio, plutônio e outros. É uma insanidade. Infelizmente, as lições não são aprendidas no Brasil”, comenta Chico Whitaker, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.


Irmã gêmea de Angra 2, a usina começou a ser construída em 1984, baseada em um projeto de 1970. Dois anos depois, dificuldades políticas e econômicas — além do trágico acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986 — fizeram Angra 3 voltar para a gaveta. Com a chegada do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2009, a obra foi retomada. “O principal problema é que eles continuaram com o mesmo projeto da década de 1970, sem levar em consideração a possibilidade de fusão do núcleo do reator, como no acidente ocorrido em 1979, em Three Mile Island (EUA)”, critica Sidney Luiz Rabello, engenheiro no setor de segurança de usinas nucleares da Cnen.


Em 2010, Rabello participou da equipe de engenheiros que analisaram a obra e identificou a necessidade de atualizações, como a construção de um tanque de retenção no caso de uma fusão do núcleo, o que geraria uma lava radioativa incontrolável. “Apresentamos o relatório, e eles não mudaram nada nos aspectos de segurança, não no que interessa à população e ao meio ambiente. Os projetos atuais no mundo levam em consideração esse acidente, menos aqui. É incompreensível. Felizmente, ainda há tempo de consertar esse perigo”, garante. A Cnen alerta que Rabello não fala em nome da instituição.


No fim de 2015, as obras da usina pararam novamente. Desta vez, por causa de descobertas de corrupção e lavagem de dinheiro no processo de construção. Cinco ex-executivos da Eletronuclear e dois sócios da VW Refrigeração acabaram detidos preventivamente na Operação Pripyat, desdobramento da Operação Lava-Jato. Até o momento, foram executados cerca de 67% das obras civis da usina. A expectativa é que ela comece a operar na próxima década. O custo soma R$ 7 bilhões, e a previsão é de que se gaste mais R$ 17 bilhões. O governo busca investidores internacionais. Em viagem oficial à China, nesta semana, o presidente Michel Temer avançou nas negociações com a China National Nuclear Corporation.

Folha de S. Paulo - Hidrelétrica provocou adaptações evolutivas em lagartixas do cerrado


REINALDO JOSÉ LOPES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A construção de uma usina hidrelétrica no norte de Goiás acabou transformando o cerrado da região num laboratório evolutivo a céu aberto. Nas várias ilhas que se formaram por causa do enchimento da barragem em 1998, lagartixas da região passaram por uma transformação-relâmpago de hábitos e aparência operada pela seleção natural, segundo mostra um novo estudo.


Em menos de 15 anos, as populações de lagartixas da espécie Gymnodactylus amarali, isoladas pelas águas da usina da serra da Mesa, habituaram-se a capturar presas maiores e desenvolveram também cabeças mais avantajadas que as de suas primas que ficaram no "continente" (para ser mais exato, nas terras em volta da represa, é claro).


O mais interessante é que esse processo aconteceu de forma similar e independente em cinco ilhas diferentes do reservatório, como se cada subgrupo dos bichos reagisse de forma similar às mudanças em seu ambiente.


"Isso reforça a ideia de que há uma certa previsibilidade nesses processos, como já foi visto em outras situações semelhantes", disse à Folha o biólogo Reuber Albuquerque Brandão, da UnB (Universidade de Brasília), que é um dos autores da pesquisa. A análise, que tem como primeira autora Mariana Eloy de Amorim, também da UnB, acaba de ser publicada na revista especializada "PNAS", da Academia de Ciências dos EUA.


LISTA NEGRA
Brandão explica que conhece a área da usina, no município de Minaçu (GO), desde o começo dos anos 1990, e que começou a realizar trabalhos mais sistemáticos na região quando o reservatório começou a se encher.


Conforme as águas do rio Tocantins iam subindo e engolindo 170 mil hectares de vales, crescia também a expectativa para entender o que aconteceria com as espécies que ficassem isoladas pela água.


Ao longo do século passado, vários estudos importantes vinham mostrando que existe uma relação estreita entre o tamanho de ilhas - como as que iam ser criadas pelo reservatório –e a diversidade de seres vivos que elas abrigam. Em geral, quando o isolamento ocorre, há também um empobrecimento da diversidade original de seres vivos em cada nova ilha. Ao mesmo tempo, certas espécies podem sair ganhando.


Em situações normais, a G. amarali, que se alimenta de cupins e inclusive costuma se abrigar dentro de cupinzeiros, precisa aguentar a concorrência de diversas espécies maiores de répteis (conhecidos popularmente como calangos na região). Com o surgimento das quase 300 ilhas do reservatório, muitas delas perderam os seus répteis de porte mais avantajado, enquanto as lagartixas continuaram comendo seus cupins até hoje.


Mas não do mesmo jeito, porém: quando comparadas com as suas parentas de áreas vizinhas do reservatório, as lagartixas das ilhas tinham cabeças maiores –em média, 10,2 mm versus 9,8 mm, respectivamente.


A questão, porém, não é só a média geral, mas o cenário em cada população: em todas as cinco ilhas, a cabeça dos bichos é proporcionalmente maior do que em cinco populações da espécie fora da represa, e não há indícios de que essa diferença existisse antes da construção da usina.


Por que a seleção natural favoreceria a reprodução das lagartixas mais cabeçudas nas ilhas? 

Provavelmente para comer cupins maiores e mais nutritivos, disponíveis agora que os calangos não disputavam mais esse recurso com os bichos sobreviventes. Com efeito, análises do conteúdo estomacal das lagartixas revelaram que, nas ilhas, o cardápio apreciado era mais generoso - cupins com tamanho médio de 4,93 mm contra insetos de 4,23 mm fora da barragem.


"A cabeça maior não é importante só porque permite que o animal tenha uma boca maior, mas também porque aumenta a força da mordida", explica Brandão. É que, entre as muitas espécies de cupins nativas do cerrado, há insetos particularmente duros de matar, cujos soldados possuem mandíbulas possantes e difíceis de enfrentar por parte de uma lagartixa de tamanho modesto –daí a utilidade de uma cabeça mais robusta.


Como cada geração de lagartixas da espécie dura mais ou menos um ano, e o efeito foi observado 15 anos após o enchimento do reservatório, estamos falando de uma alteração evolutiva significativa no equivalente a "apenas" 375 anos em termos humanos (assumindo que uma geração da nossa espécie equivale a uns 25 anos).


Brandão conta que o plano é continuar a estudar os efeitos evolutivos da hidrelétrica - se houver verba, é claro. "No cenário atual, isso seria quase um milagre", diz ele, lamentando os cortes profundos no financiamento à pesquisa no país.


"É uma pena, porque esse trabalho mostra que temos cientistas criativos que conseguem fazer um trabalho de nível internacional em colaboração com cientistas de renome", argumenta, citando a parceria da equipe com Thomas Schoener, da Universidade da Califórnia em Davis, nome importante da área que também assina o trabalho.

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DARWIN CURTIU ISSO
Entenda a evolução "em tempo real" das lagartixas do cerrado


1. HIDRELÉTRICA
No final dos anos 1990, a construção da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, na bacia do Alto Tocantins, inundou uma área de 170 mil hectares de cerrado, formando quase 300 ilhas

2. ILHAS
Os animais que viviam nessas ilhas ficaram isolados de seus parentes nas margens da represa, com uma área mais restrita para sobreviver. Isso produziu uma série de "experimentos": quais espécies iriam sobreviver no ambiente alterado? Quais poderiam se transformar para se adaptar?

3. ADAPTAÇÃO
Ao comparar os bichos das ilhas com os do "continente", os pesquisadores perceberam que vários répteis de maior parte desapareceram, enquanto as lagartixas da espécie Gymnodactylus amarali, que se alimentam de cupins e vivem dentro de cupinzeiros, prosperaram – e se modificaram

4. CABEÇA
Em apenas 15 anos, os bichos passaram a capturar presas maiores e desenvolveram cabeças de porte maior também (que facilitam a captura dessas presas). O mais interessante é que a mudança aconteceu de forma independente, e da mesma maneira, em cinco ilhas diferentes do reservatório – o que não aconteceu na terra firme fora dele. É um sinal forte de que a seleção natural está regendo essas transformações

Valor Econômico – Para atingir meta, país cria programa que vai proteger mais áreas marinhas


Por Daniela Chiaretti | De São Paulo



O Ministério do Meio Ambiente está lançando ofensiva inédita para proteger os ecossistemas costeiros e marinhos brasileiros. Batizada de "Iniciativa Azul Brasileira", o esforço buscará, em 15 anos, criar Áreas de Proteção Marinhas (APMs) e costeiras, implantá-las e mantê-las. Para tanto, estrutura também uma plataforma financeira de múltiplas fontes que precisará de US$ 140 milhões até 2022 e US$ 400 milhões em 15 anos.



Só assim, acredita-se, o Brasil conseguirá cumprir o compromisso internacional de criar 10% de áreas protegidas na zona costeira e no mar até 2020. "Há movimentos internacionais dizendo que este percentual é insuficiente e pedindo 30% e até 50% de proteção nos oceanos", diz Cláudio Maretti, diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). "Estamos atrasados". O Brasil protege apenas 1,5% dos ecossistemas marinhos.


A Iniciativa Azul foi lançada ontem, durante o Congresso Internacional sobre Áreas Marinhas Protegidas, no Chile, país líder na criação de unidades de conservação marinhas como forma de manter a biodiversidade. Esta semana aprovou a criação de área de 720 mil km2 em torno à Ilha de Páscoa. A reserva será gerida pela população da ilha e apenas a pesca artesanal será permitida.


A Iniciativa Azul inspira-se no modelo do Arpa, Programa Áreas Protegidas da Amazônia, que foi criado em 2002 e fez com que mais de 50% área da floresta fosse protegida por unidades de conservação e terras indígenas. Coordenado pelo MMA, é gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade e financiado com recursos do Global Environment Facility (GEF), Banco Mundial, governo alemão via Banco de Desenvolvimento da Alemanha, Rede WWF e Fundo Amazônia.


A intenção é que a proteção do mar siga caminho similar, com diversos mecanismos de financiamento para as APMs. O dinheiro, espera-se, virá tanto de projetos geridos por ONGs como pela cooperação bilateral, organismos multilaterais e fontes privadas. O gestor pode ser o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) tendo o MMA/ICMBio como coordenador.


A ideia da Iniciativa Azul surgiu este ano. "Percebemos que estávamos fazendo pouco em relação à proteção marinha e pesca, em esforços de criar reservas extrativistas e trabalhar com populações tradicionais", diz Maretti. "Queremos fazer tudo em parceria. Não só na captação e gestão de projetos, mas abrir para concessões, prestar atenção ao turismo, conseguir que as populações tradicionais possam gerir, em 10 anos, uma reserva extrativista".


Organizações como a IUCN, o WWF e a CI, para citar algumas, apoiam a ideia desde a origem. O WWF ajuda na captação de recursos com doadores internacionais e no apoio técnico. Anna Carolina Lobo, coordenadora do programa marinho do WWF-Brasil diz que é preciso definir critérios de manejo sustentável dos recursos e também encontrar meios de dialogar com outros setores, como o petróleo. Lembra que o Brasil tem 12% dos manguezais do mundo, o segundo país em cobertura destes ecossistemas que, entre outras funções, são fonte de sequestro de carbono e protegem a costa dos humores do mar. "Precisamos avançar na sua proteção", diz.



Outro parceiro do MMA é a Conservação Internacional (CI). "Estamos ajudando na revisão de áreas prioritárias", diz Guilherme Fraga Dutra, diretor de estratégia costeira e marinha da CI-Brasil. Uma destas regiões, por exemplo, é a cadeia de montanhas submersas Vitória-Trindade, considerada um "hotspot" de biodiversidade. Albardão, no Sul, tem grande potencial pesqueiro e é área de reprodução de tubarões e raias. 



No Norte, a região conhecida por "Lixeira", na zona de influência do estuário do Amazonas, tem alta produtividade de camarões. A CI elabora um projeto com foco em APMs, que pode vir a ser de US$ 100 milhões e cinco a 10 anos, no Green Climate Fund, criado nas convenções climáticas da ONU. "Queremos fomentar o uso de modelos produtivos e sustentáveis no Brasil, como forma de frear as ameaças aos ecossistemas costeiros e marinhos", diz.