Embora eu não seja contra comercio tenho de admitir que, na atual conjuntura política em que vive o Brasil, o comercio será o fim do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial e de proteção ambiental) como ele é agora. Vejam só.
Os ambulantes da quadra 14 vão continuar existindo, uma vez que achar que comercio legalizado acaba com ambulante é um ledo engano.Provavelmente vão triplicar de numero uma vez que ambulante gosta de se instalar em áreas comercias onde o afluxo de clientes é maior.Basta verificar o numero de ambulantes que tem o Núcleo Bandeirante.
Primeira etapa: Devido ao tamanho do Park Way--- uma área comercial não será suficiente. Vão ser preciso varias. Varias áreas comerciais vão afetar o transito e vai aparecer o problema de estacionamento e de congestionamento das vias internas que são estreitas etc...As ruas serão alargadas para facilitar o transito, as áreas verdes virarão asfalto e na 14 circularão ônibus e caminhões.O congestionamento na 14 vai piorar e muito.
Tem gente querendo colocar um comercio mais expandido na 14, na frente da Vila Cahuy. O resultado será o mesmo.Obviamente esse comércio expandido atrairá os moradores daquela Vila, bem como aquelas pessoas que circulam pela EPIA diariamente.Pessoas que pouco tem a ver com o perfil do morador do Park Way.
Segunda etapa- Para cuidar das lojas que vão ser implantadas, vai ser preciso contratar mão de obra assalariada. Essa mão de obra vai precisar de ônibus para se locomover e lugar para morar. Como os ônibus são escassos, provavelmente essa mão de obra vai querer morar no trabalho, isso é, nas lojas e vão surgir os puxadinhos... Quando essa mão de obra quiser trazer a família, vão surgir as invasões que, com toda a certeza, serão, depois de algum tempo, regularizadas pelo Governo. Caso seja aumentada a frota de ônibus, na maioria dos casos, os trabalhadores vão querer morar no emprego por ser mais conveniente e mais barato. As tarifas de ônibus estão caras e morar no emprego fica mais fácil e mais barato.
Terceira etapa. Essa mão de obra que será responsável pelas invasões e pelos puxadinhos vai trazer a família para morar no local de trabalho. Esse fato poderá aumentar o índice de criminalidade no Park WAY. E o aparecimento de flanelinhas e o aumento no numero de ambulantes.E moradores de rua, problemas esses que não temos agora.
Quarta etapa. Comerciante precisa de freguês para sobreviver. A baixa densidade demográfica do Park Way vai acarretar a mudança de destinação de inúmeras lojas. Por exemplo. A padaria simpática pode se transformar em boteco, ou em discoteca e os moradores daquela quadra que estavam satisfeitos por terem pão fresquinho do lado de casa vão ter de sofrer com a musica alta, o barulho, bêbedos brigando às 3 da manhã, lixo, carros estacionados na frente do portão de casa. E a desvalorização dos seus lotes residenciais.
Quinta etapa. Comerciante precisa de freguês e gostaria de aumentar a densidade demográfica do Park Way. É claro que o aumento populacional irá agravar o problema de água, de transito, de estacionamento no Park Way. Mas comerciante não está preocupado com o conforto dos moradores e, sim, com o lucro que puder obter. A TERRACAP vai ficar feliz com a possibilidade de poder finalmente lotear as áreas verdes.
E comerciante vota e participa energicamente das conferencias e audiências publicas sobretudo daquelas com o objetivo de modificar a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na próxima Audiência Publica para PDOT ou LUOS , caso a regularização de comercio no Park Way seja sugerida, os comerciantes serão a maioria. Dez comerciantes para cada morador (porque morador não gosta de participar de audiências publicas).
O Sindicato dos comerciantes vai ocupar todos os assentos. Representantes da TERRACAP vão estar presentes. E também vão votar em massa pela permissão de construção de edifícios no Park Way.
Os empresários e comerciantes vão obviamente trazer sua claque. Os moradores vão ser engolidos pelo sistema e só vão perceber o que perderam quando os tratores chegarem e começar o desmatamento.
Flavia Ribeiro da Luz
Associação Park Way Residencial