segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Se a população global adotasse as dietas norte-americanas, não haveria terra suficiente para fornecer os alimentos necessários



Se a população global adotasse as dietas norte-americanas, não haveria terra suficiente para fornecer os alimentos necessários



Dietas norte-americanas exigem mais terras do que as que temos



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Table 1. Daily recommended caloric intake of each food group as outlined by the United States Department of Agriculture Food Guide.


University of Guelph*

Se a população global adotasse as diretrizes dietéticas norte-americanas recomendadas, não haveria terra suficiente para fornecer os alimentos necessários, de acordo com um novo estudo em co-autoria de pesquisadores da Universidade de Guelph.


Os pesquisadores descobriram que a adesão global às diretrizes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) exigiria um hectare de hectares adicionais – aproximadamente o tamanho do Canadá – sob a prática agrícola atual. Suas descobertas foram publicadas no PLOS ONE hoje.

“Os dados mostram que precisaríamos de mais terra do que o que temos se adotarmos essas diretrizes. É insustentável ”, disse o Prof. Madhur Anand, diretor do laboratório Global de Mudança Ecológica e Sustentabilidade, onde o estudo foi realizado.

“Este é um dos primeiros artigos a olhar como a adoção de diretrizes dietéticas ocidentais pela população global se traduziria em produção de alimentos, incluindo importações e exportações, e especificamente como isso ditaria o uso da terra e as conseqüências disso”, disse ela. .


Embora as diretrizes dietéticas sejam vistas como uma melhoria na atual dieta terrestre do americano médio, os pesquisadores dizem que as diretrizes dietéticas devem ser mais desenvolvidas usando não apenas a saúde, mas também o uso da terra global e a equidade como critério.

“Precisamos olhar para a dieta não apenas como um problema de saúde individual, mas como um problema de saúde do ecossistema”, disse Anand, professor da Escola de Ciências Ambientais da Universidade de San Diego (SES).

Os autores encontraram uma forte divisão leste-oeste em todo o mundo. A maioria dos países do hemisfério ocidental usaria menos terra adotando uma diretriz do USDA, enquanto a maioria dos países do hemisfério oriental usaria mais terra.

Os co-autores do artigo são o Prof. Evan Fraser, detentor de uma Cátedra de Pesquisa do Canadá em Segurança Alimentar Global; Sarah Rizvi, estudante de graduação da SES; Chris Pagnutti, pesquisador de pós-doutorado do NSERC na SES; e Prof. Chris Bauch, Departamento de Matemática Aplicada da Universidade de Waterloo.

“Precisamos entender os sistemas humano e ambiental de forma coordenada, e é aí que brilha o aspecto interdisciplinar do trabalho. É também por isso que trabalhamos com um matemático aplicado ”, disse Anand.

Os autores pedem a coordenação internacional das diretrizes alimentares nacionais porque as terras globais são um recurso limitado.

“Isso poderia ser semelhante, pelo menos em princípio, a como as emissões de gases de efeito estufa estão cada vez mais sendo coordenadas internacionalmente para tratar de outro grande problema global: a mudança climática”, disse Anand.

Fraser, diretor científico do projeto Food from Thought e diretor do Arrell Food Institute na Universidade de G, acrescentou: “Um dos grandes desafios do século XXI é desenvolver dietas saudáveis para o nosso corpo e sustentáveis para o planeta.

“Desenvolver as tecnologias e insights para ajudar a indústria e os consumidores é parte do que muitos de nós na Universidade de Guelph estão trabalhando através da iniciativa Food from Thought”.



Uma divisão hemisférica ocidental / oriental em terra poupada versus terra requerida por uma dieta de orientação do USDA
Uma divisão hemisférica ocidental / oriental em terra poupada versus terra requerida por 
uma dieta de orientação do USDA. Terra poupada ou exigida em 2010 por país, em milhões 
de hectares (MHa). De acordo com a escala, os países que reduziriam o uso global da terra 
mudando para uma dieta de diretriz do USDA (terra positiva líquida poupada) são indicados 
em azul e cerceta, enquanto países que precisariam de terra extra para cumprir as diretrizes 
(terra negativa líquida poupada) são indicado em vermelho, amarelo ou verde. 
 
O mapa foi criado pelos autores a partir dos dados do FAOSTAT usando a API do Google Maps 
( https://developers.google.com/maps/ com o Apache License Version 2.0)

Referência:
Rizvi S, Pagnutti C, Fraser E, Bauch CT, Anand M (2018) Global land use implications of dietary trends. PLoS ONE 13(8): e0200781.
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0200781

* Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/08/2018


ONU Meio Ambiente promove debate em Brasília sobre consumo consciente

ONU Meio Ambiente promove debate em Brasília sobre consumo consciente


O estudo mais importante sobre os hábitos de consumo dos brasileiros será apresentado na Casa da ONU, em Brasília (DF), na quinta-feira (26).

O evento, promovido pela ONU Meio Ambiente, reunirá especialistas e representantes de diversos setores da sociedade para discutir o grau de consciência dos brasileiros sobre seu comportamento de consumo, além de apontar desafios, motivações, gatilhos e barreiras.
Poluição por plásticos. Foto: pixabay/meineresterampe (CC)
Poluição por plásticos. Foto: pixabay/meineresterampe (CC)


O estudo mais importante sobre os hábitos de consumo dos brasileiros será apresentado na Casa da ONU, em Brasília (DF), na quinta-feira (26). O evento, promovido pela ONU Meio Ambiente, reunirá especialistas e representantes de diversos setores da sociedade para discutir o grau de consciência dos brasileiros no comportamento de consumo, além de apontar desafios, motivações, gatilhos e barreiras.


A série histórica desenvolvida pelo Instituto Akatu está em sua quinta edição e, desta vez, incluiu dados segmentados por região do país. A pesquisa também apontou as percepções e expectativas do consumidor quanto às práticas de sustentabilidade e de responsabilidade socioambiental das empresas, bem como as preferências individuais em relação aos caminhos para a sustentabilidade ou para o consumismo.


“Mapear de que forma os brasileiros e brasileiras percebem a sustentabilidade no seu dia a dia e comparar esta percepção com os hábitos de consumo é um passo fundamental para entendermos como as mensagens estão chegando até as pessoas, quais perfis estão mais ou menos engajados no assunto e onde ainda é preciso avançar e melhorar em termos de sensibilização e de políticas públicas”, afirmou a representante da ONU Meio Ambiente, Denise Hamú.


“Por ser um estudo amplo e complexo, que também funciona como um termômetro para mensurar o alcance no país do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, que visa assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis até 2030, achamos importante promover este debate com a sociedade na capital federal”, complementou.


De acordo com o diretor-presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, a pesquisa apontou que empresas que cuidam das pessoas, tanto dentro quanto fora, são mais respeitadas. O estudo também apontou um desejo por um estilo de vida mais saudável.


Segundo ele, outro ponto relevante é a confiabilidade. Em tempos de notícias falsas, a fonte da informação é tão relevante quanto qual é a empresa ou marca que está divulgando ações. “A fonte pode colocar em xeque a marca, em especial entre os menos conscientes, sendo imprescindível que a informação de fontes confiáveis para os consumidores confirme a reputação de sustentabilidade da empresa”, disse.


Para a realização da pesquisa, o Instituto Akatu contou com o patrocínio institucional da ONU Meio Ambiente.

O que as empresas estão fazendo para frear a torrente de plásticos?


Diante das consequências inegáveis da poluição por plásticos, pessoas de todo o mundo estão rejeitando os produtos descartáveis e se comprometendo com estilos de vida mais sustentáveis.
Os governos também estão atuando: mais de 50 países se uniram à campanha Mares Limpos da ONU Meio Ambiente, o maior movimento mundial de luta contra o lixo marinho.


As empresas não podem ignorar esse protesto público. Muitas indústrias estão elaborando planos para eliminar os plásticos de uso único, utilizar mais plástico reciclado em suas embalagens e trabalhar em uma reciclagem mais efetiva. O relato é da ONU Meio Ambiente.
Voluntária ajuda em coleta de plástico numa praia de Watamu, no Quênia. Foto:
Voluntária ajuda em coleta de plástico numa praia de Watamu, no Quênia. Foto:


Diante das consequências inegáveis da poluição por plásticos, pessoas de todo o mundo estão rejeitando os produtos descartáveis e se comprometendo com estilos de vida mais sustentáveis.
Os governos também estão atuando: mais de 50 países se uniram à campanha Mares Limpos da ONU Meio Ambiente, o maior movimento mundial de luta contra o lixo marinho.


As empresas não podem ignorar esse protesto público. Muitas indústrias estão elaborando planos para eliminar os plásticos de uso único, utilizar mais plástico reciclado em suas embalagens e trabalhar em uma reciclagem mais efetiva.


A pressão não provém apenas dos consumidores. Segundo a agência Bloomberg, um grupo de 25 investidores que administra mais de 1 trilhão de dólares em ativos exigiu que Nestlé, PepsiCo, Procter & Gamble e Unilever reduzam seu uso de embalagens plásticas.


A solicitação, apoiada pela organização sem fins lucrativos As You Sow, pede que as empresas divulguem o uso anual de embalagens plásticas, estabeleçam metas de redução e facilitem a reciclagem e a transição para embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis o mais rápido possível.


A necessidade de atuar urgentemente é inegável: os humanos produziram cerca de 8,3 bilhões de toneladas de plástico desde a década de 1950 e a previsão é de que esta cifra aumente para cerca de 34 bilhões de toneladas em 2050. Estima-se que a produção de plástico cresça 40% na próxima década, com companhias de combustíveis fósseis investindo milhões de dólares em novas indústrias de fabricação de plástico nos Estados Unidos.


As empresas que usam plásticos claramente têm um papel fundamental a desempenhar para mudar essa dinâmica insustentável. A indústria de bens de consumo é particularmente consciente de que os clientes já estão rejeitando os produtos das empresas que não evitam o uso de plástico descartável.
A esperança é que esta nova realidade possa gerar inovação e oportunidades. Muitas empresas, grandes e pequenas, estão promovendo mudanças.


Em abril, a gigante suíça dos alimentos Nestlé disse que suas embalagens plásticas seriam 100% recicláveis ou reutilizáveis até 2025. A empresa quer fomentar o uso de plásticos que permitam melhores taxas de reciclagem e eliminem ou mudem as combinações complexas que dificultam a reciclagem.


A Unilever também se comprometeu a garantir que todas suas garrafas plásticas sejam totalmente reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025. A empresa apoia a iniciativa para uma Nova Economia do Plástico da Fundação Ellen MacArthur e pretende publicar até 2020 toda a gama de materiais plásticos utilizados em seus processos de produção de embalagens para ajudar a criar um protocolo para a indústria.


No marco do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Volvo anunciou que ao menos 25% dos plásticos utilizados em seus novos modelos de automóveis a partir de 2025 serão fabricados com materiais reciclados.


A gigante de bebidas Coca-Cola, que utiliza cerca de 120 bilhões de garrafas por ano, lançou em janeiro sua campanha World Without Waste, e se comprometeu a reciclar uma garrafa ou lata utilizada para cada nova vendida a partir de 2030. Para este ano, também prometeu aumentar em 50% a quantidade de conteúdo reciclado em garrafas plásticas e está testando diferentes técnicas de coleta para reciclar seus produtos, incluindo o apoio aos esforços dos governos e da indústria.


O McDonald’s disse que produzirá todas as suas embalagens a partir de fontes renováveis e recicláveis até 2025.


A Dell disse que suas embalagens não gerarão nenhum tipo de rejeito até o ano de 2020, utilizando materiais de fontes sustentáveis. A empresa de equipamentos de informática já utiliza lixo marinho plástico reciclado e outros materiais como o bambu, e pretende que todas suas embalagens estejam finalmente aptas à compostagem ou coleta doméstica.


A marca de água mineral Evian, da Danone, disse que fabricará todas as suas garrafas com plástico reciclado até 2025.


A rede britânica de supermercados Iceland prometeu eliminar as embalagens plásticas de seus produtos próprios até o fim de 2023.


A Procter & Gamble, que fabrica o xampu Head & Shoulders, produziu no ano passado a primeira garrafa de xampu reciclável, fabricada com até 25% de plástico recuperado de praias. Além disso, se comprometeu a fazer com que todas as suas embalagens sejam recicláveis ou reutilizáveis até 2030. Sua marca de detergente Fairy Liquid já produziu uma nova garrafa de plástico, feita com material 100% reciclado e 10% de lixo marinho plástico. As garrafas foram produzidas em associação com a empresa de soluções para resíduos de difícil reciclabilidade TerraCycle.


A rede de móveis sueca IKEA se comprometeu a eliminar gradualmente os produtos de plástico de um só uso de suas lojas e restaurantes até 2020. A empresa disse estar comprometida com a eliminação dos plásticos a base de petróleo e quer garantir que todos seus produtos de plástico sejam feitos com materiais reciclados.


Na Grã-Bretanha, o Pacto de Plásticos do Reino Unido busca aproveitar este movimento a favor da mudança. Cerca de 60 empresas, entre elas Coca-Cola, Pepsi, P&G, Unilever e Nestlé, aderiram ao pacto, que inclui metas para eliminar embalagens problemáticas ou desnecessárias mediante redesenho, inovação ou modelos alternativos de entrega, e garantir que 70% das embalagens plásticas efetivamente sejam recicladas ou compostadas.


Em colaboração com a Fundação Ellen MacArthur, a organização de sustentabilidade WRAP lançou o pacto em abril, com a esperança de criar um impulso para uma mudança sistêmica na forma com a qual utilizamos o plástico.


Alguns ativistas argumentam que pelo fato de os objetivos de reciclagem serem voluntários, é necessária legislação para obrigar as empresas a usar plásticos de forma mais sustentável. Peter Skelton, que lidera o pacto por parte da WRAP, disse que a legislação é uma parte importante do quebra-cabeças, e que o apoio do governo pode ser uma ferramenta poderosa, mas que não é a solução definitiva.


“As empresas estão sob tanta pressão dos acionistas, sócios, consumidores e ONGs que só querem saber qual é a melhor solução. Não precisam de mais pressão em termos de legislação, porque veem que os plásticos estão sob ameaça”, disse Skelton.


Uma forma na qual os governos poderão ajudar a explorar essa consciência corporativa seria oferecendo incentivos financeiros para as empresas que exploram alternativas ao plástico. Isso poderia incluir reembolsos de impostos, fundos de pesquisa e desenvolvimento, incubação de tecnologias, alianças público-privadas e apoio a projetos que reciclem artigos de um só uso e convertam os resíduos em recursos. O objetivo seria impulsionar a inovação empresarial.


Em um relatório recente, a ONU Meio Ambiente examinou o potencial de substituir os plásticos convencionais com uma gama de materiais naturais, como papel, algodão, madeira, algas e fungos, e tecnologias alternativas, e biopolímeros de nova geração, fabricados a partir de fontes de biomassa. Também destacou empresas, de multinacionais a pequenos empreendimentos, que estão inovando nesse campo.


Por exemplo, uma empresa com sede em Nova Iorque desenvolveu garrafas compostáveis que utilizam rejeitos orgânicos e micélio fúngico. O material pode ser modelado e usado para enviar produtos de alto valor, incluindo computadores Dell.


O relatório concluiu que as empresas devem incluir a sustentabilidade em seus modelos comerciais, às vezes inspirando-se nas comunidades locais, para encontrar alternativas ao plástico disponíveis a partir de plantas e animais. A inovação e o espírito empresarial são fundamentais. Sem dúvida, este é precisamente o domínio no qual devem brilhar as empresas líderes do mundo.

ONU lança plataforma com dados da NASA para monitorar biodiversidade


Organismos da ONU lançaram em julho (5) o Laboratório de Biodiversidade, uma plataforma online que combina mapas geoespaciais com informações sobre conservação ambiental. Cruzando dados da NASA, de agências das Nações Unidas e institutos de pesquisa, o projeto é uma ferramenta de uso gratuito para quem tem interesse em monitorar e conhecer o estado de preservação dos ecossistemas e da vida silvestre.
Donzelinha, espécie de inseto. Foto: Flickr (CC)/budak
Donzelinha, espécie de inseto. Foto: Flickr (CC)/budak


Organismos da ONU lançaram em julho (5) o Laboratório de Biodiversidade, uma plataforma online que combina mapas geoespaciais com informações sobre conservação ambiental. Cruzando dados da NASA, de agências das Nações Unidas e institutos de pesquisa, o projeto é uma ferramenta de uso gratuito para quem tem interesse em monitorar e conhecer o estado de preservação dos ecossistemas e da vida silvestre.


A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a ONU Meio Ambiente e o Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica. O portal recebeu recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e também tem o suporte da plataforma de mapeamento e monitoramento MapX.


Atualmente, muitos países não têm acesso a informações geoespaciais sobre o meio ambiente por causa da falta de dados ou de capacidade técnica. O Laboratório preenche essa lacuna, apoiando as nações signatárias da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB) no relato de avanços e problemas relativos à preservação de seu patrimônio natural vivo. Planejadores de políticas públicas poderão fazer upload de novos dados na plataforma e utilizar estatísticas nacionais em suas análises.


O administrador do PNUD, Achim Steiner, lembra que “até 2030, a demanda por comida poderá crescer em 35%, por água, em 40%, e por energia, em 50%”. Na avaliação do dirigente, o futuro exigirá soluções capazes de atender a essas necessidades, mas sem comprometer o bem-estar e o funcionamento sustentável dos ecossistemas.


“Ao proporcionar acesso a dados espaciais – incluindo áreas protegidas, espécies ameaçadas, impacto humano em sistemas naturais, bacias hidrográficas para cidades estratégicas e muito mais –, a plataforma empodera formuladores de políticas com as informações necessárias para enfrentar os desafios prementes da conservação da biodiversidade e do desenvolvimento”, acrescenta Steiner.
Para o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, “o Laboratório de Biodiversidade da ONU é parte vital de nossos esforços contínuos para construir um ecossistema digital de dados planetários, que tenha precisão e seja de fácil uso para países, empresas e cidadãos”.


“Para avançar na agenda do desenvolvimento sustentável, será essencial prover acesso simples e em tempo real aos melhores dados e análises disponíveis para as pessoas e o planeta.”


O acesso ao “big data” para o desenvolvimento sustentável é tema da Declaração sobre Dados Espaciais da iniciativa Natureza pelo Desenvolvimento. O documento, lançado em junho (27), é aberto para endosso público. Até agora, 20 instituições já apoiam o texto. A expectativa é de que um número expressivo de países, agências da ONU, ONGs, instituições acadêmicas e organizações de povos indígenas também subscrevam à declaração.


ONU lança desafio de biodiversidade para países

 

 

Em celebração ao lançamento da Declaração de Dados e do Laboratório de Biodiversidade, o PNUD e a ONU Meio Ambiente lançaram um desafio global para os 196 países da Convenção sobre Diversidade Biológica — dobrar o número de mapas utilizados em seus relatórios de progresso nacional para cumprir as metas do documento internacional.


A secretária-executiva da convenção, Cristiana Pasca Palmer, lembrou que os países signatários do mecanismo já reconheceram a necessidade de ferramentas inovadoras para monitorar tendências ambientais e compreender as causas da perda de biodiversidade. A dirigente disse ainda que novas tecnologias, como o laboratório online, ajudarão governos a avaliar as implicações socioeconômicas de diferentes estratégias de conservação.


No futuro, a plataforma da ONU poderá incorporar monitoramento automatizado, utilizando inteligência artificial para apoiar o planejamento ambiental voltado para a saúde humana e planetária. O projeto já reúne dados espaciais do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial da ONU Meio Ambiente, da Base de Dados sobre Recursos Globais (GRID-Geneva), da NASA, de agências da ONU e de outros centros de pesquisa.



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Produção agroecológica de alimentos já é realidade no Brasil

Produção agroecológica de alimentos já é realidade no Brasil



10 Agosto 2018   |   0 Comments
 
Debates sobre a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos mostram que agricultura orgânica e sustentável é economicamente viável em pequenas, médias e grandes propriedades

Por Bruno Taitson


Já existem diversos exemplos de produção de alimentos em larga escala a partir da agricultura orgânica no Brasil. Os debates em torno do Projeto de Lei 6670/2016, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), têm evidenciado experiências de produção sustentável em diversos contextos: assentamentos rurais, pequenas, médias e grandes propriedades, além de grandes indústrias.

Esta semana aconteceram duas audiências públicas na Câmara dos Deputados, em Brasília (7 e 8/8), e um seminário em São Paulo (9/8) para discutir a PNARA. Nos três debates ficou claro que o argumento comumente apresentado pela bancada ruralista, de que é impossível alimentar a população sem o aumento do uso de agrotóxicos, não corresponde à realidade.

Segundo Roberto Carneiro, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), o modelo de agricultura altamente dependente de insumos químicos deve ser superado. “Precisamos buscar processos produtivos pensando-se no solo, em cultivares mais resistentes e em sistemas mais diversificados, em que os processos ecológicos entre predadores e pragas possa acontecer naturalmente”, afirmou.

Roberto Carneiro lembrou que, para esta transição acontecer, é fundamental prover ao agricultor assistência técnica pública voltada para a produção agroecológica, gerando um processo gradual de mudança nas propriedades rurais. “Aqui no DF, a produtividade média do morango orgânico já é maior que a da produção convencional. Estamos falando da produção de frutas sem uma gota de agrotóxicos, com altíssima produtividade”, exemplificou.

A representante da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, Araci Kamiyama, destacou que, dos 645 municípios paulistas, 257 (40%) têm projetos de agricultura orgânica. Já são mais de 2 mil unidades produtoras em todo o estado. “Temos que sair do modelo da monocultura, que causa erosão, contaminação de alimentos e outros danos, e passar para o manejo ecológico de pragas e doenças”, opinou.

Araci Kamiyama destacou a importância da PNARA, que propõe incentivos fiscais e acesso ao crédito barato para produção de alimentos orgânicos. “O modelo atual tornou-se dominante de forma intencional, com muito incentivo e vontade política”, lembrou.

Outro importante caso de sucesso, que demonstra a viabilidade econômica da produção de alimentos orgânicos, foi descrito por Fátima Cabral, presidente da Associação de Produtores Agroecológicos Alto São Bartolomeu (Aprospera). A entidade tem 45 associados e fornece mais de 40 variedades de alimentos sem agrotóxicos a cerca de 500 famílias no Distrito Federal, por meio de sistemas agroflorestais (SAFs) que conservam matas e rios da região.

Os produtores são remunerados no sistema denominado Comunidades que Sustentam a Agricultura, um modelo que surgiu nos EUA e no Canadá nos anos 1980, em que cidadãos adquirem alimentos diretamente com os agricultores. Isso elimina os atravessadores, que via de regra achatam os ganhos de quem produz e aumentam o preço para o consumidor.

“Com a CSA, o cidadão financia a agricultura limpa e sustentável, mantendo o agricultor na terra sem contaminar o solo, a água e o ar. Na medida em que isso ganha escala, cada vez mais pessoas vão se alimentar melhor e se desintoxicar. Não se trata de uma proposta de algo que ainda pode acontecer. É presente, é atual, é real”, relatou Fátima Cabral.

O WWF-Brasil apoiou em 2016 a criação da Aprospera e é parceiro da associação na criação de CSAs e na busca de parceiros. De acordo com Vinícius Pereira, analista de conservação do programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, a agroecologia e as CSAs são um importante contraponto real ao modelo de produção dominante.

“São iniciativas que promovem a reconexão entro campo e a cidade, aproximando as pessoas da terra e do alimento. Temos um alimento que traz consigo os conceitos de economia solidária, reforma agrária, agricultura familiar, alimentação saudável, saúde, nutrição e conservação ambiental”, observou Vinícius Pereira.

Também na cafeicultura a produção orgânica em grande escala já é uma realidade. Cássio Franco Moreira, secretário-executivo da Associação dos Cafés Orgânicos e Sustentáveis do Brasil (ACOB), salientou algumas vantagens da produção orgânica. “Muitos mercados internacionais que compram café do Brasil, como Japão e União Europeia, têm níveis altíssimos de exigência em relação a resíduos de agrotóxicos nos grãos. O Brasil deixa de atingir muitos desses mercados devido à contaminação”, relatou.

Cássio Franco Moreira mostrou diversas propriedades apoiadas pela ACOB, nas quais o café é produzido com adubações orgânicas e controle biológico de pragas e doenças, tanto em assentamentos de reforma agrária, como por pequenos, médios e grandes produtores, com excelentes resultados. “Não é porque é orgânico que não pode ser em larga escala, mecanizada e eficiente”, acrescentou.

O modelo de produção orgânica também tem se mostrado economicamente viável para grandes indústrias. É o caso da Native, sediada no município de Sertãozinho, em São Paulo. Com 6 mil funcionários e seis empresas, o grupo produz 100 mil toneladas de produtos orgânicos para o Brasil e mais 60 países, a partir de 22 mil hectares de áreas certificadas.

Fernando Alonso, gerente de desenvolvimento agronômico da Native, explicou o funcionamento das lavouras e usinas de cana-de-açúcar orgânica do grupo, relatando a altíssima produtividade do modelo. Adicionalmente, relatou os impactos socioambientais da produção, como aumento do número de espécies de fauna, inclusive algumas ameaçadas de extinção, e da conservação de nascentes e rios na região, beneficiando inúmeras comunidades.

“Para nós, torna-se cada dia mais evidente que o sistema orgânico é mais produtivo que o convencional, inclusive quando comparamos os mesmos tipos de solo.  Estamos produzindo mais cana e mais água. Estamos mitigando emissões de carbono. É possível produzir muito bem sem uso de agrotóxicos e de fertilizantes químicos sintéticos”, finalizou Fernando Alonso.

O PL 6670/2016, que institui a Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos, está em análise na Câmara por uma comissão especial, presidida pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) e sob relatoria do deputado Nilto Tatto (PT-SP). Segundo Tatto, é fundamental inverter a lógica que elevou a monocultura com uso intensivo de agrotóxicos à condição de modelo dominante no país. “A cadeia do agrotóxico recebeu R$ 9 bilhões de isenções fiscais nos últimos sete anos. É preciso deslocar parte desses incentivos para a agricultura orgânica e sustentável”, defendeu o parlamentar.

Filhotes de onças no Iguaçu trazem esperança para a conservação

Filhotes de onças no Iguaçu trazem esperança para a conservação



09 Agosto 2018   |   0 Comments
Por Taís Meireles

Podem homens e onças conviver em harmonia? Esta é a questão que o WWF-Brasil está ajudando a responder em Foz do Iguaçu, divisa entre Brasil e Argentina. Uma das áreas mais críticas para a conservação de onças-pintadas (Panthera onca), a região do Parque Nacional do Iguaçu, conhecida como Alto Paraná, é um pedaço de Mata Atlântica, o bioma onde os cientistas estimam viverem hoje apenas cerca de 200 onças-pintadas, menos de 1% da população original da espécie.

Isso vem acontecendo devido ao desmatamento, ocupação humana e outras ameaças ao animal. Para ajudar a proteger a onça pintada, o WWF-Brasil e a Fundación Vida Silvestre Argentina têm trabalhado junto com o WWF-Paraguai e instituições locais como o projeto Onças do Iguaçu e o Instituto de Biologia Subtropical da Argentina, nucleado no Projeto Yaguareté.

Recentemente, o programa trinacional da Mata Atlântica comemorou um aumento de cerca de 30% em indivíduos de onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu. Em 2014, a quantidade de onças-pintadas na região era estimada em 51 a 84 indivíduos. Agora, um novo estudo de 2017 estima entre 71 e 107 animais. O monitoramento foi baseado em meses de análise fotográfica de imagens de armadilhas fotográficas coletadas em 2016 na floresta.

O Parque Nacional do Iguaçu é uma área protegida que atravessa o território brasileiro e argentino. É um parque aberto ao público, que recebe quase 2 milhões de visitantes por ano apenas no Brasil. É considerado Patrimônio Natural Mundial da Humanidade por causa das incríveis Cataratas do Iguaçu, uma paisagem de tirar o fôlego no meio de uma incrível área de Mata Atlântica conservada – uma das poucas que ainda existem.

Visitantes de 166 países visitaram o lado brasileiro do parque em 2017, sem contar com pesquisadores que vão até lá para ver a incrível fauna e flora. Apenas de borboletas, os cientistas estimam cerca de 800 espécies diferentes no parque! Outro mérito incrível dessa área protegida é a geração de renda. Mais da metade dos empregos da cidade de Foz do Iguaçu (PR) estão relacionados às atividades de visitação.

Agora, em agosto de 2018, o parque ganhou mais um motivo para comemorar: o Projeto Onças do Iguaçu acaba de registrar três novos filhotes vivendo por lá. As adoráveis fotos das pequenas onças-pintadas foram publicadas no Facebook, logo após o WWF-Brasil e o projeto lançarem juntos um guia para os produtores rurais lidarem melhor com o animal.

A parceria entre o WWF-Brasil e o Projeto Onças do Iguaçu serve justamente para promover a coexistência entre onças e homens. Isso inclui ações de educação ambiental com a comunidade local, apoio à equipe do projeto e materiais de comunicação, como a cartilha.

Com os três novos filhotes, o projeto está fazendo um esforço grande de envolver a comunidade do parque, incluindo turistas, trabalhadores e produtores rurais, para dirigir com mais cuidado nas vias que cercam a área onde as oncinhas foram vistas. Sinais e cones foram colocados na pista e o projeto publica diariamente mensagens nas redes sociais e grupos de WhatsApp.

Cada novo animal oferece esperança para a conservação dessa espécie, fundamental para o meio ambiente. A onça-pintada é uma espécie prioritária para a conservação, pois é considerada um bioindicador do ecossistema. Ou seja, a conservação da onça influencia as suas presas e toda a cadeia alimentar. Portanto, a conservação da onça-pintada significa a conservação da própria Mata Atlântica, um bioma que detém 7% de todas as espécies de plantas do planeta e 5% de todas as espécies de vertebrados (Cullen Jr., Bodmer & Valladares Pádua, 2000).

Pesquisadores alertam para maior ocorrência de extremos climáticos

Pesquisadores alertam para maior ocorrência de extremos climáticos

Situação das florestas tropicais e energias renováveis foram discutidas na “Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas”

Renomados pesquisadores em mudanças climáticas alertam para a relação cada vez mais consistente entre as emissões dos gases de efeito estufa e o aquecimento global. Seca severa e duradoura e chuvas cada vez mais violentas, tidos como eventos extremos ou extremos climáticos, têm ocorrido em frequência cada vez maior em períodos muito curtos.
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O agravamento das mudanças do clima descortina a vulnerabilidade de cada região. Até pouco tempo, no glossário meteorológico, o foco esteve voltado para a ideia de mitigação, e, atualmente, a “adaptação” às mudanças climáticas passou a compor o repertório dos especialistas em clima. Principalmente em relação à resiliência das áreas urbanas. De acordo com Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências e referência nos estudos sobre floresta amazônica, a cidade de São Paulo é um laboratório, além de um exemplo dos prejuízos que o desequilíbrio ambiental traz para a cidade. “Nós deixamos de lado a preocupação às mudanças climáticas que já estão ocorrendo”, adverte.


Paulo Artaxo, do Instituto de Física (IF) da USP, que mudanças climáticas drásticas observadas nos ecossistemas amazônicos também têm ocorrido ao longo da costa brasileira. “O mesmo acontece no pampa gaúcho e no nordeste brasileiro, onde observamos a maior seca dos últimos 200 anos”, diz.


Estes temas, além da importância e situação das florestas tropicais e do uso de energias renováveis, foram discutidos na quinta Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas, no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, nos dias 5 e 6 de junho. O climatologista Tércio Ambrizzi, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), e um dos organizadores do evento, ressaltou a importância desse tipo de reunião. “Cabe a nós, cientistas, trazer os tomadores de decisão para que saibam o estado da arte das mudanças climáticas”, diz.


Cientistas buscam rocha para “enterrar” CO2 no subsolo por ao menos mil anos



Cientistas buscam rocha para “enterrar” CO2 no subsolo por ao menos mil anos

Pesquisadores trabalham em tecnologias para capturar gás na fonte – uma siderúrgica, por exemplo -, transportá-lo e estocá-lo em local adequado








Pesquisadores estão na fase de recolher amostras e observar as condições geológicas dos locais 
estudados. Depois de ensaios de laboratório e simulações computadorizadas, dados obtidos
 integrarão um atlas – Arte sobre foto/Divulgação Research Centre for Gas Innovation
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Pesquisadores que participam do Centro de Pesquisa para Inovação em Gás (RCGI, na sigla em inglês) estão procurando um método para reduzir consideravelmente a chegada à atmosfera do gás dióxido de carbono (CO2) emitido na região Sudeste do Brasil. A proposta é identificar quais rochas poderiam guardar de forma segura uma porção significativa do CO2 liberado pela indústria, retendo-o por pelo menos mil anos. A pesquisa engloba duas regiões onde há rochas que poderiam armazenar o gás: a Bacia Sedimentar do Paraná, cuja extensão vai do Mato Grosso até a Argentina, e a Bacia de Santos, de onde se extrai petróleo tanto no pré-sal quanto no pós-sal.


O projeto, que está sendo realizado no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, segue uma linha de pesquisa chamada de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS, do inglês carbon capture and storage). A CCS consiste em um conjunto de métodos e tecnologias para capturar o dióxido de carbono na fonte emissora – uma siderúrgica, por exemplo -, transportá-lo e estocá-lo em um local adequado.

Campos de petróleo


Bacia Sedimentar do Paraná e a Bacia de Santos analisadas na pesquisa – Foto: Wikimedia Commons
Soa curiosa a ideia de “enterrar” um gás no subsolo, mas a proposta não é ficção científica. As tecnologias de CCS são irmãs daquelas utilizadas pela indústria de petróleo e gás.
Segundo o geólogo Colombo Celso Gaeta Tassinari, diretor do IEE e coordenador do projeto, um tipo de reservatório geológico que costuma ser avaliado para armazenar CO2 é justamente a própria rocha que contém petróleo. Em alguns casos, um campo de petróleo desativado pode servir como reservatório do gás carbônico.


“O problema aqui no pré-sal é que o petróleo já tem muito CO2 naturalmente. Começar a reinjetar mais CO2 nessas rochas vai piorar cada vez mais a qualidade do óleo. Então, no caso específico da Bacia de Santos, não é recomendável fazer isso”, explica Tassinari. Problema semelhante ocorre com outro tipo de rocha encontrada na região, a do aquífero salino. Por também estar associada a uma camada de petróleo, a injeção de CO2 pode igualmente prejudicar a qualidade do óleo.

Gás bem guardado

Há um terceiro tipo de rocha com potencial para armazenar dióxido de carbono, presente em duas unidades geológicas da Bacia do Paraná. É o chamado folhelho negro – uma rocha sedimentar argilosa rica em matéria orgânica, que tem alta porosidade, mas não tem permeabilidade. Ao contrário do que ocorre nos outros tipos de rochas, nos folhelhos negros o gás e o óleo não conseguem migrar com facilidade pelos poros, pois as partículas de argila envolvem as moléculas dessas substâncias.


É desse tipo de rocha que, nos Estados Unidos, se extrai o shale gas, popularmente conhecido como gás de xisto – que é o metano, basicamente. A técnica de extração mais utilizada por lá é gerar pequenas fraturas na rocha com a força da água. O chamado fraturamento hidráulico é usado justamente porque as rochas são impermeáveis.


“Nós temos que fazer um poço, que normalmente começa vertical até atingir a camada que está a 2 mil metros de profundidade, por exemplo. Quando atinge essa camada, esse poço vira horizontal e entra por dentro da camada por até um quilômetro e meio. Depois, são feitas pequenas explosões na parte horizontal desse poço, dentro da camada de que se quer retirar o gás. Essas explosões é que vão gerar pequenas fraturas na rocha”, explica o diretor do IEE.


Após essas explosões, é injetada uma grande quantidade de água com areia. Quando essa água entra com grande pressão dentro do poço, ampliam-se as fraturas que foram geradas inicialmente. “Os grãos de areia vão impedir que essas fraturas se fechem pela pressão que vai estar lá embaixo. E por aí vai sair o metano”, detalha Tassinari, e acrescenta que o mesmo processo pode ser utilizado substituindo a injeção da mistura de água com gás pelo bombeamento de COem alta pressão.
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Próximos passos

Nesta etapa do projeto do RCGI, os pesquisadores estão recolhendo amostras e observando em campo as condições geológicas dos locais estudados. As amostras serão submetidas a ensaios de laboratório, cujos resultados serão utilizados para gerar simulações computadorizadas do fluxo de CO2 nas rochas e possibilidade de escape. Os dados obtidos integrarão um atlas, a ser publicado no final do projeto.

De acordo com Tassinari, o investimento em pesquisa para aplicação de CCS deve ser encarado como uma atitude ambientalmente correta, uma vez que abre uma saída sustentável para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

“Se uma usina termelétrica estiver situada em um terreno acima dessas rochas favoráveis, podemos pegar esse COemitido pela termelétrica e reinjetar lá embaixo. Ele nem vai para a atmosfera”, diz o docente. “Podemos fazer um sistema fechado, por exemplo. Se esse poço foi usado para a retirada do metano, está bom porque viabiliza economicamente essa injeção. Se não for, o lucro é gerado ao armazenar CO2, que é o lucro ambiental, em créditos de carbono”, completa.

A pesquisa do RCGI é financiada pela Fapesp e pela Shell.

EFE/La Vanguardia (Espanha) – Brasil dice haber anticipado cumplimiento de una de sus metas climáticas

MEIO AMBIENTE E ENERGIA


EFE/La Vanguardia (Espanha) – Brasil dice haber anticipado cumplimiento de una de sus metas climáticas


Río de Janeiro, 9 ago (EFE)- Brasil redujo sus emisiones de dióxido de carbono (CO2) en 2016 y 2017 en unos 2.600 millones de toneladas, con lo que cumplió por anticipadado la meta de disminución de emisiones de gases contaminantes que se había impuesto voluntariamente para 2020, informó hoy el Gobierno.

Los cálculos se refieren a las emisiones de gases contaminantes provocadas por la deforestación y los incendios forestales de la Amazonía y el Cerrado (Sabana), los dos mayores ecosistemas Brasileños, responsables por la mayor parte de las emisiones contaminantes del país.

La reducción alcanzada en 2016 y 2017 con las medidas de combate a la deforestación y la mejor gestión de las áreas ambientales protegidas es "suficiente para anticipar el cumplimiento de la meta" que el Gobierno se impuso de disminución de emisiones en la Amazonía y el Cerrado, según un comunicado divulgado por el Ministerio de Medio Ambiente.

El compromiso voluntario que el país asumió en 2015 en la Convención Marco de la ONU sobre Cambios Climáticos de París fue llegar hasta 2025 con emisiones anuales por 1.300 millones de toneladas de dióxido de carbono, el equivalente a una reducción de 36,1 % frente a las emisiones registradas en 2005.

Brasil también se comprometió a reducir sus emisiones contaminantes en 43 % en 2030, hasta cerca de 1.200 millones de toneladas de dióxido de carbono al año.

En cuanto a las metas para la reducción de la contaminación forestal el compromiso de Brasil fue disminuir sus emisiones de gases contaminantes en 668 millones de toneladas de dióxido de carbono hasta 2020 tanto en la Amazonía como en el Cerrado.

Pero, según el Gobierno, el país consiguió reducir sus emisiones en la Amazonía en 564,8 millones de toneladas en 2016 y en 610,6 millones en 2017, así como en el Cerrado en 183,5 millones de toneladas en 2016 y en 170,5 millones de toneladas en 2017.

"Con eso, Brasil anticipó en tres años el alcance de su meta internacional voluntaria sobre reducción de emisiones de gases contaminantes con el combate a la deforestación en la Amazonía y el Cerrado", según el comunicado ministerial.

"Los números representan una significativa contribución de Brasil al esfuerzo mundial para contener el calentamiento del planeta. La reducción total alcanzada por Brasil en esos dos años equivale a la suma de las emisiones de las cinco mayores economías europeas (Alemania, Reino Unido, Francia, Italia y España)", afirmó el Gobierno en su comunicado.

La mayor parte de la reducción se alcanzó gracias a la disminución de la deforestación de la Amazonía.

Según el Instituto Brasileño de Medio Ambiente (IBAMA), la Amazonía Brasileña perdió 6.624 kilómetros cuadrados de cobertura vegetal entre agosto de 2016 y julio de 2017, un área en un 16 % inferior frente al año anterior (2015-2016).

El Gobierno Brasileño prevé reducir el área devastada hasta 5.000 kilómetros cuadrados entre agosto de 2017 y julio de 2018 y cumplir su meta de reducir la deforestación en la Amazonía a un área inferior a 4.000 kilómetros cuadrados al año a partir de 2020.

Esa meta igualmente figura entre los compromisos que Brasil asumió en el Acuerdo de París para reducir las emisiones de gases contaminantes, ya que la tala y el incendio de bosques son los principales responsables por los gases emitidos por el país. EFE


O Estado de S. Paulo - Corrida ao ônibus elétrico/ Artigo/ Celso Ming

MEIO AMBIENTE E ENERGIA


O Estado de S. Paulo -  Corrida ao ônibus elétrico/ Artigo/ Celso Ming

O mundo está se encaminhando para uma rápida revolução da matriz energética, não só na substituição de energia de fonte fóssil por energia renovável, mas sobretudo na substituição dos combustíveis que movem os transportes urbanos.

Em abril, a Bloomberg publicou matéria que nos dá conta de que a China está substituindo rapidamente seus ônibus urbanos movidos a diesel por veículos a bateria elétrica. Lá, em apenas cinco anos, nada menos que 385 mil ônibus elétricos, 17% da frota nacional, vêm substituindo os ônibus convencionais a óleo diesel. A troca está sendo feita à proporção de 9,5 mil unidades a cada cinco semanas, o equivalente a toda a frota de ônibus de Londres.

A dispensa de queima de óleo diesel na China já sobe a 279 mil barris diários, incluído nessa conta o consumo da frota ainda incipiente de veículos elétricos. Esses 279 mil barris diários correspondem, anota a matéria da Bloomberg, ao consumo total de óleo diesel da Grécia ao longo de um ano.

Mas a China não está só. Neste ano, 40% dos veículos novos vendidos na Noruega são elétricos. A meta é venda zero de carros a gasolina ou diesel em 2025.

O governo do Reino Unido já avisou que até 2040 estará proibida a venda de carros zero a gasolina ou óleo diesel. Esse objetivo, também nessa data, foi anunciado pela França. A Índia tomou decisão ainda mais radical. A partir de 2030, não poderá ser mais vendido carro novo movido por combustível fóssil.

Relatório da Agência Internacional de Energia dá conta de que outros nove países passaram a adotar políticas de substituição de veículos de combustão convencional por energia elétrica: Áustria, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Japão, Holanda, Portugal, Coreia do Sul e Espanha.

As montadoras começam a tocar a mesma partitura. Scania, MercedesBenz, Volvo, Volkswagen e Fiat já anunciaram investimentos bilionários para desenvolver veículos elétricos e híbridos Demanda global por combustível substituída por ônibus elétrico como resposta à nova demanda.

Os objetivos imediatos são dois: correr para redução da poluição do ar e redução substancial da emissão de CO2 na atmosfera e, assim, tentar reverter o aquecimento global.

A consequência prática é a rápida redução do consumo de combustíveis fósseis. Os analistas já preveem que, entre 2030 e 2040, o consumo de derivados de petróleo, hoje de 100 milhões de barris diários, começará a diminuir. Ou seja, o fim da era do petróleo está à vista.

E agora vêm as consequências para o Brasil. Primeira, será inevitável a substituição também por aqui da frota de ônibus urbanos a óleo diesel por ônibus elétricos. A China está mostrando a direção. Isso implica completa revisão das políticas de mobilidade urbana, especialmente nas metrópoles.

Segunda consequência, não dá mais para perder tempo na área do petróleo. Se é para garantir a produção da riqueza do pré-sal, é inevitável apressar os leilões de área. O programa do governo PT quer o contrário. Quer diminuir a velocidade dos leilões, supostamente para dar tempo para que a indústria nacional de equipamentos para petróleo e gás consiga se desenvolver.

Esta é mais uma grande mudança a que o Brasil chega tarde demais, sob o risco de ficar definitivamente para trás.