quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Água: mentiras e verdades, artigo de João Ricardo Raiser

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Água: mentiras e verdades, artigo de João Ricardo Raiser

Segundo Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade.”




Domingo, dia 1 de outubro, enquanto preparava o café da manhã, ouvia as chamadas de um programa de TV voltado para assuntos do campo. Entre as reportagens uma iria tratar da situação do principal afluente do rio São Francisco, o rio Paracatu (MG), que se encontra praticamente seco.






Nos últimos tempos, muitas matérias tem tratado da crise hídrica pela qual passa a região central do Brasil, algumas inclusive como se fosse uma novidade, com repórteres, gráficos e especialistas apontando causas, efeitos e reflexos que são sentidos em todo o Brasil. Entre os problemas apontados estão sempre os ambientais, ligados à biodiversidade e peixes, ao usos da água, como abastecimento humano, irrigação, indústria, geração de energia, turismo, entre outros.




Mas a reportagem sobre o Paracatu chamou-me atenção especial por acompanhar a história do amigo Antônio Eustáquio, o Tonhão, do Movimento Verde Paracatu, que há muito fala e trata da agonia do rio Paracatu, diretamente ligada à situação e condição de toda a bacia do Velho Chico.




A reportagem, composta por entrevistas com representantes de vários setores, realizadas até no leito ressequido e magoado do rio, abordou as variações do ciclo hidrológico, as redução das precipitações nos últimos anos, os problemas de uso e ocupação do solo, a dificuldade de infiltração da água na terra, seu principal reservatório, os impactos no ambiente, produção o economia, a articulação e contribuições dos produtores rurais e da sociedade. Em determinado momento foram questionadas as ausências ou falhas na gestão das águas, política pública que permeia, ou deveria permear, grande parte destas questões, não somente para evitá-las, mas também para remediar seus impactos, desde que fosse implementada da forma prevista e tivesse capacidade de atuação.



Crendo que o tema é relevante e de impacto nacional, divulguei a notícia a alguns grupos de amigos, colegas de trabalho e de estudo. Após a sua conclusão da reportagem, copiei aos mesmos grupos o endereço de acesso a ela. Não sei se por ímpeto, ou por estar coando o café, não percebi que um amigo já havia encaminhado o link de acesso a um dos grupos, e então pedi desculpas pelo ocorrido.





O que gerou a vontade de contar esta história e refletir sobre ela, começa aqui. Após o pedido de desculpas pela redundância da mensagem, outro amigo, um entusiasta das águas, pesquisador e coordenador de um Mestrado Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, reagiu de forma enfática: “-Não há que pedir desculpas. Temos que repetir isso 1 milhão de vezes! O Velho Chico perece e nada é feito!”




Imediatamente lembrei da frase de Goebbles, e veio a pergunta: quantas vezes essa verdade precisa ser repetida para que valha? Para que se converta em realidade?



Quando eu, você, eles, nós, seja lá qual for nossa ocupação, interesse ou responsabilidade, sejamos produtores rurais, irrigantes, industriais, lavadeiras, pescadores, funcionários de empresas de saneamento, de geração de energia, estudantes, professores, servidores públicos, ou mesmo cidadãos, vamos tomar esta decisão? Sim, decisão! Tomar a decisão e cobrar que a água seja tratada como ela precisa, ou melhor, como nós precisamos que ela seja tratada, pois nós é que dependemos dela.




Seja qual for o meu ou o seu interesse ou responsabilidade, seja como produtor rural, industrial, pescador, serviço de saneamento, empresas de geração de energia, estudante, professor, ou mesmo cidadão, todos tem parte na decisão de tratar da água como ela precisa, ou melhor, como nós precisamos, pois nós é que dependemos dela.






É uma decisão. Quer exemplos? Em 1800, Nova York enfrentou problemas ligados à água, com mortes, doenças e prejuízos, e decidiu cuidar de suas fontes, suas bacias hidrográficas. Alguns especialistas acreditam que sem essa segurança hídrica, talvez a cidade não fosse que é hoje. Em 1861, no Rio de Janeiro, Dom Pedro II criou uma “Floresta Protetora”, visando recuperar as bacias que davam suporte ao abastecimento, da degradação ocorrida entre 1600 e 1700, atual Parque Nacional da Tijuca.




E nós, quando acolheremos esta realidade e daremos resposta efetiva ao que são fatos, não mais meras especulações ou alarmismos.





Os recursos são escassos, e há muitas preocupações e questões que requerem especial atenção da sociedade, como o famoso tripé “saúde-educação-segurança”, mas a disponibilidade hídrica, ou segurança hídrica, apresenta reflexos diretos inclusive nestes eixos, ao afetar a saúde e o desenvolvimento econômico e social, tanto no curto, quanto no médio e longo prazo.


Quando daremos atenção à gestão das águas e políticas públicas relacionadas?




Precisamos repensar, mudar a forma de agir, e estes esforços devem ser de todos que tem interesse ou são impactados pela água, seja por seu uso ou por sua falta.




Esta verdade não pode esperar ser repetida 1 milhão de vezes para se tornar realidade, sob pena de inviabilizarmos a nossa própria sobrevivência e atividades.




João Ricardo Raiser. Poeta. Administrador. Mestrando em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (PROFÁGUA), na UNESP – Ilha Solteira, membro de Comitês de Bacia Hidrográficas Federais e Estaduais, representante no Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Gerente de Planejamento e Apoio ao Sistema de Gestão de Recursos Hídricos da SECIMA/GO. Atua na gestão das águas desde 2002. jrrgestor@gmail.com




Fonte: EcoDebate

Brasileiro “consome” em média 5 kg de agrotóxicos por ano, alerta endocrinologista

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Brasileiro “consome” em média 5 kg de agrotóxicos por ano, alerta endocrinologista

Endocrinologista e nutrólogo aponta formas diretas e indiretas de ingestão de substâncias tóxicas.

Campeão mundial do uso de agrotóxicos, o Brasil vai na contramão do mundo, que reduz progressivamente o uso de substâncias tóxicas nos alimentos e no meio ambiente. O alerta foi feito pelo endocrinologista e nutrólogo Leonardo Higashi em palestra na Vila Verde Catuaí, feira de produtos naturais e orgânicos realizada em Londrina, no Paraná.


O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou um alerta em que mostra os riscos a que os brasileiros estão expostos. Em média, cada cidadão “consome” 5,2 kg de agrotóxicos por ano, veja aqui.



Existem inúmeras substâncias nocivas à saúde no meio ambiente, como os agrotóxicos, produtos de plásticos, conservantes, solventes industriais, metais pesados, produtos de combustão e outros. A contaminação se dá de inúmeras formas, segundo o especialista londrinense. Tanto pela ingestão de produtos presentes nos alimentos, na água, no ar que respiramos, e pela pele ou mesmo pelo uso diário de produtos com poder de toxidade, e que utilizamos sem nos dar conta.


“São, por exemplo, os recipientes plásticos em que resfriamos e aquecemos a comida, repletos de BPA (Bisfenol A) e ftalatos, que se desprendem e contaminam o alimento. A recomendação é substituir esse tipo de utensílio por vidro”. O médico explica: “Os elementos tóxicos ligam-se a receptores hormonais em nosso corpo, modificando o metabolismo e desencadeando doenças para as quais estamos predispostos”.



“Podemos dizer que cada organismo tem naturalmente predisposição genética para algumas patologias. As toxinas ‘jogam lenha na fogueira’, compara o médico. São pesticidas, herbicidas, fungicidas, solventes industriais e uma enormidade de substâncias presentes no dia a dia das pessoas. Câncer, obesidade, doenças cardiovasculares, autoimunes, infertilidade, diabetes e tantas patologias são desencadeadas pelo uso constante de elementos tóxicos, alertou.



Nem sempre é possível ter consciência do risco presente em nossa rotina, como usar excessivamente desodorantes com alumínio ou repelentes, cremes com parabenos, amálgama nos tratamentos odontológicos, cosméticos e tantas outras substâncias. “Em geral as pessoas sabem que não é saudável ingerir alimentos enlatados, por exemplo. Mas desconhecem os perigos que estão também em outros itens do seu dia a dia”.



Até mesmo o arroz, base da dieta da maioria dos brasileiros, pode implicar riscos. Higashi afirmou que pesquisas mostram a presença de arsênio nesse alimento, um metal pesado que não é eliminado no processo de preparo”.


O médico ainda alertou para a exposição a que os bebês estão sujeitos ainda na barriga da mãe. “Vemos crianças nascendo com uma programação de risco por conta da contaminação das mães, transferida a elas durante a gestação. As mulheres que planejam engravidar devem adotar práticas saudáveis com antecedência para resguardarem a saúde dos filhos”, indicou.

O que se recomenda, disse o especialista, é o uso racional dos alimentos porque as substâncias tóxicas são nocivas com a exposição crônica, o uso cumulativo. É importante a adoção de hábitos que ‘trabalhem’ a favor do organismo, como ingestão de alimentos orgânicos, especialmente crucíferas (couve-flor, espinafre, brócolis, nabo, rúcula, agrião e outros), alho, chá verde, além da prática de exercícios regulares. “São alternativas para a redução dos impactos das toxinas no organismo”.



A Vila Verde Catuaí é realizada toda quarta-feira no estacionamento do Shopping, das 17h às 22h, em frente à entrada principal do Catuaí Londrina.
Fonte: Ciclo Vivo

Empresas internacionais apoiam o desmatamento zero no Cerrado

Empresas internacionais apoiam o desmatamento zero no Cerrado

24.10.2017Notícias
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Empresas líderes no mercado internacional lançaram nesta quarta-feira (25) uma carta com o objetivo de reconhecer a importância do Cerrado por seu papel na mitigação da mudança climática, por ser fonte de muitos dos sistemas de água doce do Brasil, e por ser uma região de produção para as commodities agrícolas. A carta apoia o Manifesto do Cerrado, um documento divulgado em setembro por organizações ambientalistas, que pede para as empresas que compram soja e carne do Cerrado defendam o bioma.


Na carta, 23 empresas, entre elas Carrefour, McDonald’s, Nestlé, Unilever e Walmart, afirmam que estão empenhadas em deter a perda de vegetação nativa associada à produção de produtos agrícolas e se comprometem em trabalhar com a indústria, produtores, governos e a sociedade civil para proteger paisagens naturais de importância mundial dentro de um cenário de boa governança e políticas de planejamento de terras.


Entre 2013 e 2015 o Brasil destruiu 18.962 km² de Cerrado. Isso significa que a cada dois meses, neste período, perdeu-se no bioma o equivalente à área da cidade de São Paulo. Este é um ritmo cinco vezes mais rápido que o medido na Amazônia, o que torna o Cerrado um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta.


Para Tiago Reis, pesquisador de políticas ambientais do IPAM, o apoio das empresas é um passo importante, já que a principal causa de desmatamento no Cerrado é a expansão do agronegócio sobre a vegetação nativa.


Retirar essa cobertura vegetal coloca em risco o equilíbrio do sistema e afeta diretamente todos os biomas interligados, como a Amazônia e a caatinga. “Além disso, esse desmatamento ameaça o equilíbrio ambiental que garante a produção agrícola no Brasil, uma vez que a perda de vegetação nativa do Cerrado compromete a formação de chuvas por evapotranspiração”, explica Reis.


O Cerrado estoca o equivalente a 13,7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa. Isso representa quase onze vezes o volume total do que o Brasil poderá emitir em 2030, de acordo com sua NDC. Se esta conversão acelerada do Cerrado para a agricultura continuar, o cumprimento dos compromissos internacionais do Brasil nas Convenções do Clima e de Biodiversidade será afetado.


Segundo Edegar Rosa, coordenador do programa Agricultura e Alimentos do WWF-Brasil, o Cerrado é extremamente importante sob o ponto de vista de regulação climática e hídrica, além de ser a savana com maior biodiversidade do planeta. “Partindo de referências de sucesso na Amazônia, um maior compromisso da iniciativa privada será chave para a proteção do bioma”, explica.


Para Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace, as empresas deram um importante passo ao apoiar o pleito da sociedade civil expresso no Manifesto do Cerrado. “Trata-se de uma clara sinalização que essas empresas dão aos seus fornecedores de que o mercado não aceitará mais produtos com origem no desmatamento, seja na Amazônia ou no Cerrado. Esperamos que o próximo passo seja o anúncio de políticas concretas de compra alinhadas com o critério do desmatamento zero no Cerrado.”


Para ler a carta assinada pelas empresas, acesse: http://ipam.org.br/bibliotecas/empresas-internacionais-apoiam-o-desmatamento-zero-no-cerrado/



Sistema mede nível de tranquilidade de ambientes urbanos

Sistema mede nível de tranquilidade de ambientes urbanos

Sistema mede nível de tranquilidade de ambientes urbanos
O sistema foi aferido em várias situações, da percepção em ambiente de laboratório até a observação de locais caracteristicamente tranquilos.[Imagem: Greg Watts]


Índice de tranquilidade
Cientistas da Universidade de Bradford, no Reino Unido, desenvolveram um sistema para medir o nível de tranquilidade de ambientes urbanos e espaços públicos.

A ferramenta, batizada de TRAPT - Tranquillity Rating Prediction Tool), ou Sistema de Previsão de Nível de Tranquilidade - tenta medir o quão relaxante é cada lugar, atribuindo um escore que permite que os diferentes locais sejam comparados entre si.

O professor Greg Watts, idealizador da ferramenta, acredita que o sistema pode ajudar os planejadores urbanos, arquitetos e ambientalistas a entender os impactos das medidas de "ecologização" das cidades, como a introdução de árvores, cercas vivas, vegetação adicional ou pinturas e murais.

Com isso, torna-se possível otimizar os espaços verdes ou rejuvenescer os subúrbios degradados e os centros da cidade, tipicamente abandonados conforme o crescimento desloca os centrais comerciais, financeiros e habitacionais para outras regiões de menor custo imobiliário.

Ecologização
O professor Watts argumenta que diversos estudos têm mostrado uma ligação clara entre ambientes tranquilos e a redução do estresse, o bem-estar e até o alívio da dor. Introduzir vegetação em um ambiente para torná-lo mais agradável - um processo chamado ecologização - é uma maneira de melhorar a tranquilidade, mas até agora arquitetos e planejadores só podiam se basear em seus próprios pressupostos sobre o impacto de suas intervenções.

"Atualmente, os arquitetos projetam ambientes urbanos para fornecer espaços abertos onde as pessoas podem relaxar. Embora sejam guiados por certos princípios, não é científico. O sistema TRAPT fornece uma medida robusta e testada de quão relaxante um ambiente realmente é, ou poderia ser uma vez construído," disse o professor Watts.

O sistema usa três medidas de avaliação de um ambiente urbano, incluindo o nível de ruído, a paisagem e fatores moderadores - a quantidade de elementos naturais como árvores, arbustos, flores ou água na linha dos olhos, por exemplo. O sistema dá então ao ambiente uma pontuação entre 0 e 10, um índice descrito como "percepção de tranquilidade".

"Estamos confiantes de que nossos testes nos ajudaram a criar uma ferramenta que fornece uma medida realista e confiável de relaxamento," acrescentou o pesquisador, salientando que foram mais de 10 anos de testes em laboratório e em campo para aferir a confiabilidade dos resultados do seu programa.

Bibliografia:

The effects of "greening" urban areas on the perceptions of tranquillity
Greg Watts
Urban Forestry & Urban Greening
Vol.: 26, August 2017, Pages 11-17
DOI: 10.1016/j.ufug.2017.05.010

Roupas elétricas esquentam de verdade

Roupas elétricas esquentam de verdade

Roupas elétricas esquentam de verdade
A luva mantém a mão quente por igual usando uma bateria tipo botão. [Imagem: UMass Amherst]

Roupa com aquecimento
Logo, logo, a expressão "Essa roupa esquenta" deixará de ser uma mera figura de linguagem.
Lushuai Zhang, da Universidade de Massachusetts, nos EUA, desenvolveu uma técnica para incorporar finas resistências elétricas nas fibras dos tecidos, que são usadas para aquecer levemente as vestimentas.

O protótipo é uma luva que mantém as pontas dos dedos - as extremidades sofrem mais com o frio - com uma temperatura ligeiramente acima da temperatura da palma das mãos.
Uma bateria do tipo botão, pesando 1,8 grama, manteve as mãos aquecidas por oito horas - usando uma bateria de 6 volts, a temperatura da luva chegou a 45º C, o que pode ser quente demais.

O material de aquecimento é um polímero condutor conhecido como PEDOT (poli[3,4-etilenodioxitiofeno])).

Ele foi depositado sobre as fibras de tecido usando a técnica de deposição de vapor químico, que aos poucos vem passando dos laboratórios para a indústria. Essa técnica é muito precisa e garante que as fibras permaneçam flexíveis e possam ser costuradas, mas até há pouco tempo era cara demais.


Biocompatibilidade e segurança
A equipe encomendou um teste de biocompatibilidade em um laboratório independente, onde células do tecido conjuntivo de camundongos foram expostas a amostras do tecido elétrico. Os resultados sugerem que o material revestido com PEDOT é seguro para o contato com a pele sem causar reações adversas aos produtos químicos utilizados.


A equipe também avaliou as questões de calor, umidade e estabilidade de contato com a pele para evitar que o usuário experimente qualquer choque elétrico de um elemento condutor úmido. "Quimicamente, o que usamos para envolver o tecido condutor parece poliestireno, o material usado para fazer embalagens. Ele envolve completamente o material condutor para que o condutor elétrico nunca seja exposto," garantiu a professora Trisha Andrew.

"Esperamos que isto chegue aos consumidores como um produto real nos próximos anos. Talvez sejam dois anos para um protótipo e cinco anos até o consumidor. Eu acho que este é o dispositivo mais preparado para o consumidor que temos. Está pronto para ir para a próxima fase," completou Andrew.

Além do conforto para o inverno, roupas com aquecimento terão certamente aplicações médicas. E, com a onda de mobilidade, incorporar os aparelhos eletrônicos nas próprias roupas parece ser o próximo passo natural para quem não consegue - ou não pode - mais viver sem seus equipamentos. A inserção de fiações elétricas seguras é um passo importante para isso.

Bibliografia:

Transforming Commercial Textiles and Threads into Sewable and Weavable Electric Heaters
Lushuai Zhang, Morgan Baima, Trisha L. Andrew
ACS Applied Materials & Interfaces
Vol.: 9 (37), pp 32299-32307
DOI: 10.1021/acsami.7b10514

13º Fórum Interamericano de Turismo Sustentável na Adventure Sports Fair

13º Fórum Interamericano de Turismo Sustentável na Adventure Sports Fair

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No dia 28/10, a Adventure Sports Fair, principal feira da América Latina dedicado ao mercado de esportes e turismo, terá um espaço dedicado ao 13º Fórum Interamericano de Turismo Sustentável (FITS), evento que discute o desenvolvimento das boas práticas e da sustentabilidade do turismo ecológico no país.
Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da ONG SOS Mata Atlântica, um das organizadoras do Fórum, afirma que o evento será uma boa oportunidade para mostrar a importância dos parques para a manutenção do contato das pessoas com a natureza e, também, como fonte de turismo, renda e desenvolvimento para o Brasil.

O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) divulgou recentemente um estudo que mostra como o país ainda tem potencial para crescer no segmento turístico. Foram 6,8 milhões de turistas estrangeiros em 2016 e a expectativa chega a 7,4 milhões de visitantes até 2020. O México, cujo território é 4,3 vezes menor do que o do Brasil, tem resultados e expectativas com o Turismo bem superiores: cerca de 34 milhões de turistas em 2016, pretendendo chegar a 40,5 milhões daqui a três anos.

A ideia do Fórum Interamericano de Turismo Sustentável surgiu em 2002, com a criação do Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável (CBTS), durante o Ano Internacional de Ecoturismo. O Fórum saiu do papel em 2004, com o objetivo de disseminar as boas práticas de sustentabilidade.


O encontro também contará com a participação de especialistas nacionais e internacionais que discutirão a importância das unidades de conservação para estimular o turismo local. Entre os participantes, estão: Kika Bradford, da Confederação Brasileira de Montanhismo; Angela Kuczach, da Rede Pró-UC; Ricardo Soavinski, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Kelen Leite, chefe do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (SP); Roberto Ibrahim, do hotel Nau Royal e associado da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association); além da diretora de Uso Público do Parque Nacional de Galápagos, Veronica Santamaria.

Também participarão do evento a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA), Instituto EcoBrasil, WWF Brasil, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A programação completa do Fórum pode ser conferida no link: http://www.adventurefair.com.b r/pagina/fits.
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*Com informações da Comunicação SOS Mata Atlântica

Incêndio no Parque das Várzeas do Rio Ivinhema já atingiu 27 mil hectares

Incêndio no Parque das Várzeas do Rio Ivinhema já atingiu 27 mil hectares

As chamas já consumiram cerca de 27 mil hectares do Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul
As chamas já consumiram cerca de 27 mil hectares do Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. 
Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul

O incêndio que, desde a última sexta-feira (13/10), atinge o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (MS) consumiu cerca de 27 mil hectares de vegetação em áreas de várzea e antigas pastagens. O combate ao fogo na unidade de conservação está sendo feito de forma a preservar as áreas de Mata Atlântica em processo de reflorestamento e a região próxima às estruturas da sede do parque.


O controle das chamas é realizado pelas equipes de combate formadas por militares do Corpo de Bombeiros, funcionários da equipe do Parque e da prefeitura de Taquarussu. As prefeituras dos municípios que são abrangidos pela unidade apoiam o trabalho com fornecimento de alimentos estão apoiando o trabalho, fornecendo alimentação.

Fogo no Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul
Fogo no Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul

De acordo com Reginaldo Oliveira, guarda-parque do Imasul responsável pela equipe que atua na Unidade de Conservação, toda área queimada está localizada no município de Jateí. “A vegetação queimada é basicamente de brachiaria. A perda mesmo é de fauna, pois atinge répteis, roedores e aves que estão nidificando (formando ninho). O incêndio foi provocado por um raio e há três anos não tínhamos queimada. Como este ano foi muito seco e teve geada, o material combustível era muito grande”, afirmou.

O trabalho de controle do incêndio continua, mas a distância, o difícil acesso e o vento forte ainda dificultam o trabalho. Com previsão de chuva para os próximos 4 dias em Mato Grosso do Sul, a expectativa é de que haja precipitação na região do Parque em quantidade suficiente para contribuir com a extinção dos focos de incêndio.


Fogo no Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul
Fogo no Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul
Fogo no Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul
Fogo no Parque das Varzeas do Rio Ivinhema. Foto: Reginaldo Oliveira/Imasul

*Com informações do Imasul


Começa a época da desova de tartarugas no Parque Nacional do Jaú

Começa a época da desova de tartarugas no Parque Nacional do Jaú

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Desova de tartarugas. Foto: Rosinaldo Machado/Divulgação

A época seca muda a paisagem amazônica. As margens dos volumosos rios se esvaziam e se transformam em praias fluviais. As extensões de areia reveladas nesse período são os locais escolhidos por quelônios – a grande família das tartarugas que inclui cágados, jabutis e tracajás -, para realizar sua desova. A época, portanto, exige atenção especial nas unidades de conservação da Amazônia, como o Parque Nacional do Jaú (AM), onde a visitação nas praias passa a ser restrita ao horário de 07h00 às 18hoo. Normalmente a visita pode se estender até 20hoo da noite, mas, neste período, as praias são exclusivas das tartarugas.


Entre os quelônios que farão desova nas areias do parque está o irapuca (Podocnemis erythrocephala), espécie de tartaruga ameaçada de extinção e consumida indiscriminadamente como alimento na região. A época da desova deixa os animais vulneráveis à caça e coleta de ovos, considerados iguarias, portanto o alerta do parque está no máximo para impedir ações de traficantes e proteger os quelônios que vivem no ecossistema de águas negras do Jaú, um dos afluentes do rio Negro.

Oportunidade: Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação

Oportunidade: Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação

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Banner divulgação/Inea

Estão abertas as inscrições para o Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação, com início em 2018, no Rio de Janeiro. O curso é voltado para profissionais de nível superior que atuam com unidades de conservação públicas ou privadas e buscam qualificação técnica para avaliação, monitoramento e consequente gestão da biodiversidade.


O curso é oferecido pela Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT), do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). São oferecidas 25 vagas para a turma de 2018, 6 das quais estão reservadas aos servidores do órgão ambiental, em função do convênio – durante a inscrição, estes devem se identificar como “servidor do Inea”.


As inscrições são feitas online (aqui), e estão abertas até o dia 24/11. Para mais informações acesse o edital.

*Com informações do Inea

Baleia devolvida ao mar em Arraial do Cabo é encontrada morta

Baleia devolvida ao mar em Arraial do Cabo é encontrada morta

Por Daniele Bragança
Corpo da Juju presa nas pedras. Foto: Divulgação/INEA.
Corpo da Juju presa nas pedras. Foto: Divulgação/INEA.


A baleia Jubarte que ficou encalhada na Praia Grande, em Arraial do Cabo (RJ), no sábado foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (24), quase dois dias após ser resgatada por uma operação de salvamento que envolveu mais de 30 pessoas e vários órgãos governamentais, como o Corpo de Bombeiros, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Defesa Civil


O corpo da baleia jubarte (Megaptera novaeangliae), de quase 7 metros e pesando 4 toneladas, ficou preso nas pedras, no costão do Praia onde encalhou. De novo, a equipe do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) teve que realizar uma nova operação para resgatar animal, desta vez sem vida, que foi descartado num ponto considerado seguro para a navegação, após a Marinha indicar o local.


A morte do filhote, apelidado pelos moradores de Arraial do Cabo como "Juju", entristeceu as equipes de salvamento, mas resultou na primeira operação de salvamento de cetáceos usando um protocolo especialmente criado para isso. Há apenas dois meses, impulsionado pelo aparecimento repetido de vários cetáceos no litoral do Estado do Rio, o Inea criou um Protocolo de Salvamento de Baleias. Juju foi a primeira a ser salva usando o instrumento.


“Um grupo de trabalho criado recentemente, pelo Inea, com a participação de diversos órgãos e entidades, dentre eles a Defesa Civil Estadual, a UERJ, a Capitania dos Portos e o Aqua-Rio, tem se empenhado na criação de um protocolo que irá nortear as ações técnicas necessárias, como a identificação das baleias encalhadas, os procedimentos para mantê-las vivas e os casos pós-mortem. A união de todos em torno deste projeto já demonstrou resultados positivos no último episódio envolvendo o encalhe da baleia jubarte em Arraial do Cabo. Hoje, já temos uma situação bem diferente daquela ocorrida há dois meses. A partir de uma completa articulação, bem mais eficiente, entre os técnicos, apoiados pelos seus órgãos, agindo de forma rápida, e eficaz, levando à devolução da baleia ao mar”, afirmou o presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marcus Lima.


No sábado, a baleia de 7 metros encalhou na praia. O mutirão para tirá-la da areia começou de manhã e só teve fim às 15h da tarde deste domingo ensolarado. Foi necessário a ajuda de uma retroescavadeira para cavar um buraco por onde o animal de aproximadamente 4 toneladas recebeu água do mar.

http://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/baleia-jubarte-e-devolvida-ao-mar-em-arraial-do-cabo/ 

 http://www.oeco.org.br/noticias/populacao-de-baleia-jubarte-continua-crescendo/


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Incêndio criminoso em Veadeiros já atingiu mais de 62 mil hectares

Incêndio criminoso em Veadeiros já atingiu mais de 62 mil hectares

Por Duda Menegassi
Brigadistas combatem o fogo. Foto: ASCOM ICMBio.
Brigadistas combatem o fogo. Foto: ASCOM ICMBio.


O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) está em chamas e o fogo não dá sinais de arrefecimento. Com um rastro de mais de 62 mil hectares do parque queimados, o equivalente a cerca de 26% do total da unidade, o incêndio que começou no dia 17 de outubro já é o maior desde a ampliação da unidade, realizada em junho deste ano, e o pior desde 2010.


A operação já mobiliza mais de 200 profissionais, entre brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), além de bombeiros e voluntários. Hoje, a ação ganhou o apoio da aeronave militar Hércules, da Força Aérea Brasileira, que irá apoiar no lançamento de água em áreas prioritárias. Outros três helicópteros e cinco aviões-tanque já estão em uso no combate às chamas.



De acordo com o Coordenador Nacional de Prevenção e Combate à Incêndios do ICMBio, Christian Berlinck, que está à frente do combate ao incêndio em Veadeiros, o maior problema está no comportamento extremo que o fogo está tendo devido às condições climáticas favoráveis. “Estamos com ventos acima de 40 km/h, umidade do ar abaixo de 15% e temperaturas de 38 °C até domingo, isso favorece o deslocamento rápido do fogo e que ele ganhe grandes proporções. E para piorar, estamos em um momento de déficit hídrico, tem chovido menos na Chapada dos Veadeiros nos últimos três anos, então a vegetação está muito seca e propensa a queimar”, explica.


Apesar de causas naturais facilitarem o alastramento do fogo, sua origem não teve nada de natural. “Certamente os focos do incêndio são de origem criminosa”, sentencia o gestor do parque, Fernando Tatagiba. “Nós estamos encarando, desde o dia 10, uma sequência de incêndios dentro do parque e no entorno. O primeiro deles atingiu o Mirante da Janela, a Cachoeira do Abismo e o Mirante dos Saltos do Rio Preto e as trilhas, o que nos obrigou a suspender a visitação às vésperas do feriadão. Apesar de ter sido de menor extensão, ele atingiu uma área importantíssima para gestão do parque, que é a que recebe os visitantes. Outros focos surgiram depois, conseguimos controlar, até que, no dia 17, teve início esse incêndio, nas duas margens da rodovia GO-118, sendo que no lado oeste da estrada ele começou depois do aceiro, o que demonstra a má-fé da pessoa que iniciou esse fogo”, conta o gestor.

Incêndio em Veadeiros visto de cima. Foto Fernando Tatagiba.
Incêndio em Veadeiros visto de cima. Foto Fernando Tatagiba.


Aceiros são uma das estratégias utilizadas pela equipe do parque nacional para impedir que o fogo avance em direção à unidade, assim como o Manejo Integrado e Adaptativo do Fogo. As técnicas consistem em criar barreiras através da queima prescrita, feita com controle e durante a época de chuvas, para que durante a seca não haja combustível suficiente para o fogo se alastrar.
“A cada ano, é feita uma análise espacial do acúmulo de combustível na unidade e das áreas de cicatrizes, que foram queimadas no ano anterior e onde o risco de incêndio é menor, e com o cruzamento dessas áreas, nós conseguimos planejar um controle do combustível acumulado. Com isso reduzimos o risco de incêndios grandes e aumentamos a proteção de ecossistemas sensíveis e áreas-chave para espécies ameaçadas, e o patrimônio da unidade como um todo”, explica Tatagiba. Este, entretanto, foi o primeiro ano da técnica na Chapada dos Veadeiros e as áreas selecionadas para queima prescritas foram reduzidas para poder acompanhar o comportamento efeito do fogo nessas zonas.

Ecossistemas prioritários para a conservação
No caminho das chamas no parque nacional estão ecossistemas do Cerrado com menor resistência ao fogo, tais quais veredas e ambientes florestais, onde vivem animais ameaçados de extinção como o cachorro-vinagre (Speothos venaticus). O incêndio atingiu também as margens do rio Preto, um risco para uma das espécies de ave mais ameaçadas do planeta, o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus). Para piorar, é exatamente entre setembro e outubro que a espécie nidifica, deixando seus ovos em cavidades de árvores ou rochas na beira do rio.

Entre outros locais atingidos estão o Jardim de Maytreia, importante ponto turístico da região, o Morro da Baleia, o camping da Travessia das Sete Quedas, as Serras do Santana e do Ministro e o nordeste da área de ampliação do parque. As proximidades do Córregos dos Ingleses, onde estão localizadas as estruturas administrativas da unidade de conservação ficaram sob risco, mas o fogo na região já foi controlado. Moradias no entorno também chegaram a ser ameaçadas.


O rastro de destruição deixado pelo fogo na vegetação. Foto: ASCOM ICMBio.
O rastro de destruição deixado pelo fogo na vegetação. Foto: ASCOM ICMBio.

Há inúmeras frentes de fogo, o que dificulta o combate, que está sendo priorizado para proteção de alvos específicos e mais sensíveis. Apesar das condições adversas, o coordenador do combate conta que o planejamento é acabar com o fogo até sexta-feira (27/10). “Mas óbvio que depende do clima, porque se a temperatura continuar a subir e os ventos continuarem fortes, vai dificultar nosso combate”, pondera Christian. A boa notícia é que as temperaturas começaram a baixar nesta segunda-feira e há previsão de chuva para a noite de sexta.

Rede de voluntários no apoio ao combate
A luta contra as chamas em Veadeiros uniu órgãos das esferas federal, estadual e municipal. Na linha de frente, o ICMBio, órgão gestor do parque, comanda a ação junto com o IBAMA e o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. A operação conta ainda com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar do Distrito Federal.

Porém as equipes receberam um outro reforço importante no combate ao fogo no parque nacional: a solidariedade. Desde o início do incêndio, eles têm recebido doações de alimentos, combustível, equipamentos de proteção individual e equipamentos de combate. Além da disponibilização do tempo de voluntários para apoiar nas ações do comando e nas ações de campo, muitas vezes ex-brigadistas, capacitados, que se voluntariam para ajudar. “São cerca de 30 brigadistas voluntários, todos treinados, com curso de brigadista, e que têm atuado no campo junto com as nossas equipes”, acrescenta Christian. Alguns hotéis também têm oferecido hospedagem gratuita aos brigadistas que estão vindo de fora para apoiar no combate.

Desde o dia 11 de outubro, o parque permanece com a visitação suspensa por motivos de segurança. Um impacto direto ao principal motor de geração de renda dos municípios do entorno, o turismo.

Mapa com a área atingida por fogo no PNCV. Imagem: ICMBio.
Todos os focos de incêndios no parque nacional ao longo do ano, até a data do dia 22/10/17. 
Divulgação: ICMBio.