quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Corrupção e o mecanismo psicológico da negação

Publicado por Luiz Flávio Gomes - 10 horas atrás




Dilma disse a um jornal chileno: “O Brasil não vive crise de corrupção nem tem intocáveis”. Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, deixou o cargo dizendo: “(…) nós não somos ladrões”; alguns “tombaram”, mas não vão levar “desaforo para casa”.



Para o ministro da Justiça a corrupção é cultural: “os mesmos que criticam atos da classe política “são aqueles que quando um guarda de trânsito para e quer multar pensam numa ”propininha’; “O mesmo empresário que por vezes protesta, e com razão, dos desmandos dos nossos governantes é aquele que quando chega um fiscal de rendas diz ”bem, como podemos acertar isto?””, criticou Cardozo. “Vivemos numa sociedade que até o síndico de prédio superfatura quando compra o capacho”, completou.



Todos os políticos acusados de envolvimento no escândalo da Petrobras (de todos os partidos: PT, PMDB, PP, PSDB etc.) negam, em seguida à revelação do seu nome, ser corrupto. Como entender o fenômeno humano da negação?

 
Negar um problema social grave ou diminuir a importância dele constitui uma das reações mais usuais do humano, especialmente quando ocupa algum cargo público (que envolve o poder e a dominação).



De muitas maneiras isso pode ser explicado. Uma das possibilidades reside nomecanismo psicológico da negação. Como funciona? A negativa de um fenômeno real (ou a diminuição da sua relevância ou a atribuição à esfumaçada cultura do povo) serve de muleta (psicológica) para a pessoa (num determinado momento) não ter que tomar providências concretas desagradáveis ou não ter que fazer dolorosas revisões de sua identidade ameaçada (de pessoa impoluta, honesta, escorreita) (veja F. Gil Villa, La cultura de la corrupción: 19).





A negativa do problema ou mesmo sua projeção (os outros são corruptos, eu não), anula o custoso processo de escutar a voz da nossa consciência. Nos exime do trágico exercício de “revisão moral pessoal”. Nega-se a existência de um problema para não se ter o trabalho de lidar com ele (de enfrentá-lo).

 
Psicologicamente, como se vê, a negação (ou justificação) de um problema nos traz conforto (ainda que momentâneo). Ela é feita, portanto, para nos liberar do peso da reprovação social.


Também para não afetar nossa crença (nossa autoimagem) de que somos íntegros, honrados, honestos etc.; para não nos obrigar, ademais, a um exame de consciência. Mas tudo isso, no entanto, não passa de uma mentira. Mentimos para os outros e, sobretudo, para nós mesmos (para não afetar nossa autoimagem, que é geradora de um autoengano – veja E. Giannetti, Vícios privados, benefícios públicos?).


Ocorre que enquanto não reconhecemos o problema assim como o tamanho dele, nunca vamos encontrar as soluções. A corrupção é sim cultural, mas isso não exime de responsabilidade quem a pratica. A cultura não é justificativa suficiente. Aliás, a rigor, nem pode ser justificativa.
Corrupo e o mecanismo psicolgico da negao
Refutar a corrupção no Brasil é contrariar o óbvio (seria negar que a Terra gira em torno do Sol). Para os que não querem mirar o lado trágico da História brasileira (de corrupção, cleptocracia, plutocracia, parasitismo, escravidão e violência), que contemple então a genialidade do compositor Bezerra da Silva (1927-2005), que deu a senha: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”.


Para essa espiritualidade crítica olhava? Para um pagode para o qual ele fora convidado e onde não havia pobre (diz a letra da canção). Nesse ambiente, logo percebeu, “pisa-se de mansinho, especialmente quem é da cor, escurinho”. Lá estava reunida toda a nata: doutores, senhores e até magnata. Com a bebedeira e a discussão (e só depois disso!), ele acrescenta, tirei a minha conclusão: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”.


A alta ladroagem (a que tem acesso e possibilidade de dividir o orçamento do Estado) possui um nome: se chama cleptocracia, que vem do grego (“klépto” + “cracia”), ou seja, governo de ladrões ou “Estado cogovernado por ladrões”. O Brasil não é, com toda certeza, a única (talvez nem a maior)cleptocracia no mundo, mas não há dúvida de que é um dos mais cobiçados paraísos dela (em virtude de todas as circunstâncias favoráveis: históricas, sociológicas, psicológicas, antropológicas e jurídicas). Como assim?



É que aqui (como em tantos outros lugares) sempre houve corrupção, patrimonialismo (confusão entre o patrimônio público e o privado), ladroagens, extorsões, roubos… e tudo transcorre sob o manto da quase absoluta impunidade (em razão da fraqueza institucional sistêmica, que nunca fez do império da lei uma realidade perceptível por todos – o emblemático caso Maluf não deixa margem à dúvida).


A solução desse problema passa, em primeiro lugar, pelo reconhecimento dele de forma clara e inequívoca. Sobretudo os que governam não podem jogar essa sujeita para debaixo do tapete. Joaquim Levy (ministro da Fazenda) foi explícito: “É preciso acabar com o patrimonialismo no Estado” (patrimonialismo significa a confusão entre o público e o privado, a usufruição da coisa pública como se fosse coisa privada). 
 
 
Em lugar de esconder o problema, se faz necessário dizer o seu nome, o seu formato, a sua dimensão. Assim se inicia o processo de cura (que será longo e penoso).


Mas a doença da corrupção tem cura. Outras nações conseguiram dominá-la. Há saídas para o problema (outros países – os melhores colocados no ranking da Transparência Internacional – já a encontraram).

GOVERNO FEDERAL E POLÍTICOS ESTÃO PREOCUPADÍSSIMOS COM UMA GRANDE MOBILIZAÇÃO QUE COMEÇA A TOMAR VULTO NA INTERNET.

Nossa logomarca

REPASSANDO:
Mobilização começa a tomar vulto na Internet

GOVERNO FEDERAL E POLÍTICOS ESTÃO PREOCUPADÍSSIMOS COM UMA GRANDE MOBILIZAÇÃO QUE COMEÇA A TOMAR VULTO NA INTERNET.

É, o clima lembra o período que antecedeu a revolução francesa. O terceiro estado (povo esclarecido) clama por justiça. Há uma enorme movimentação pela internet para reunir um milhão de pessoas na Avenida Paulista pela demissão de toda a classe política (ainda sem data marcada). Este e-mail de convocação já começou a circular e está sendo lido por centenas de milhares de pessoas. É importante que você repasse para todos os seus contatos. A guerra contra o mau político, e contra a degradação da nação está começando. Não subestimem o povo esclarecido que começa a sair da inércia e de sua zona de conforto para lutar por um Brasil melhor. 

Todos os ''governantes'' do Brasil, até aqui, falam em cortes de despesas - mas não CORTAM despesas - querem o aumentos de impostos como se não fôssemos o campeão mundial em impostos. A história nos mostra que muitos governantes caíram e até perderam suas cabeças exatamente por isto.

Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, 14º e 15º salários etc.) dos poderes da República.
2. Redução do número de deputados da Câmara Federal, e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países sérios. Acabar com as mordomias na Câmara, Senado e Ministérios, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do povo;
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de reais/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Acabar com as Câmaras Estaduais, que só servem aos seus membros e aos seus familiares.
6. Redução drástica da quantidade de vereadores, acabar com os salários de vereadores, diminuir os gastos das Câmaras Municipais e das Assembleias Estaduais.
7. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas atividades; Aliás, 5 partidos apenas, seria mais que suficiente.
8. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc., das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;
9. Acabar com os motoristas particulares 24 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, as ex-famílias.
10. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;
11. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.;
12. Acabar com o vaivém semanal dos deputados e respectivas estadias em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes;
13. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós que nunca estão no local de trabalho). HÁ QUADROS (diretores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE CONSULTORIAS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES.
14. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir aos apadrinhados do poder - há hospitais de cidades com mais administradores que pessoal médico. Às oligarquias locais do partido no poder.
15. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.
16. Acabar com as várias aposentadorias por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Legislativo.
17. Pedir o pagamento da devolução dos milhões dos empréstimos compulsórios confiscados dos contribuintes, e pagamento imediato dos precatórios judiciais.
18. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os ladrões que fizeram fortunas e adquiriram patrimônios de forma indevida e à custa do contribuinte, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controle, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efetivamente dela precisam.
19. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efetivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas valem e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;
20. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
21. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu patrimônio antes e depois.
22. Pôr os Bancos pagando impostos e, atendendo a todos nos horários do comércio e da indústria.
23. Proibir repasses de verbas para todas e quaisquer ONGs.
24. Fazer uma devassa nas contas do MST e similares, bem como no PT e demais partidos políticos.
25. Rever imediatamente a situação dos Aposentados Federais, Estaduais e Municipais, que precisam muito mais que estes que vivem às custas dos brasileiros trabalhadores e, dos Próprios Aposentados.
26. Rever as indenizações milionárias pagas indevidamente aos "perseguidos políticos" (guerrilheiros).
27. Auditoria sobre o perdão de dívidas que o Brasil concedeu a outros países.
28. Acabar com as mordomias (que são abusivas) da aposentadoria do Presidente da Republica, após um mandato, nós temos que trabalhar 35 anos e não temos direito a carro, combustível, segurança, etc.
29. Acabar com o direito do prisioneiro receber mais do que o salário mínimo por filho menor, e, se ele morrer, ainda fica esse beneficio para a família. O prisioneiro deve trabalhar para receber algum benefício, e deveria indenizar a família que ele prejudicou.

Já que esses nossos políticos e governantes não querem fazer reformas de fato, não querem passar o Brasil a limpo, cabe a nós, povo esclarecido, fazer isto através da mobilização em massa e ir para as ruas (sem vandalismo, sem black blocs, que são contra a sociedade) manifestar a nossa insatisfação.

Vamos juntos, vamos mostrar que no Brasil o povo esclarecido pode realmente mudar o rumo da história, já que pelas urnas vai ser difícil, por motivos óbvios.
Encaminhe este email para todos os seus contatos, até cair no computador dos políticos que você votou nas últimas eleições...!

Vamos embora gente!

Fonte: https://www.facebook.com/winston.ling/posts/10152649963571089

Ministro reconhece o fracasso da educação pública brasileira e atropela falsa profecia de Lula

UCHO

cid_gomes_04Tiro ao alvo – O resultado da edição 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não foi uma surpresa para os leitores do UCHO.INFO, pois o site alerta, há anos, para o fato de jovens e adolescentes terem conhecimento raso e desconhecerem até mesmo os assuntos corriqueiros do cotidiano. Sem contar a dificuldade para ler e escrever, o que não é privilégio das camadas sociais menos favorecidas. Tudo isso é fruto da pasteurização da informação, cada vez mais oportunista e vazia em termos de conteúdo. Fora isso, causa espécie o movimento crescente que incensa o “ter” e sepulta o “ser”.




No momento em que 529 mil alunos que participaram do Enem tiraram nota zero em redação, fica claro que há na educação, como um todo, algo muito mais grave do que se imaginava. Muitos justificaram o resultado assustador alegando que o tema da redação foi inusitado, mas é preciso estar preparado para os imprevistos que a vida oferece. O caos que surgiu na prova de redação reforça a tese antiga de que aos políticos brasileiros interessa a ignorância do eleitorado, pois só assim os chamados representantes do povo se perpetuam no poder.





O contribuinte brasileiro enfrenta a maior carga tributária do planeta, mas não recebe a devida contrapartida por parte do Estado. A situação torna-se mais grave quando em cena entra a educação privada. As escolas particulares cobram verdadeiras fortunas, sem que os alunos aprendam em proporção correspondente ao valor das mensalidades. Ou seja, paga-se muito e tem-se pouco.




Quadro que antecipa a mediocridade intelectual dos próximos anos.
O maior problema nesse cenário de perplexidade e indignação é de responsabilidade do Estado, que na rede pública de ensino oferece algo pífio àqueles que não têm motivação para aprender. Vale salientar que o então presidente Luiz Inácio da Silva, agora um bem sucedido lobista de empreiteira, disse certa vez que o “companheiro” Fernando Haddad foi o maior ministro da Educação da história nacional.




É verdade que Lula queria emplacar na prefeitura de São Paulo o seu ex-colaborador, mas colocar Haddad no Olimpo da Educação foi uma temeridade. O resultado da passagem de Fernando Haddad pelo Ministério da Educação começa a aparecer.




Escolhido pela reeleita Dilma Rousseff para comandar a pasta em seu novo governo, Cid Gomes mal foi empossado e já encontrou um enorme problema para destrinchar. Ex-governador do Ceará e sem experiência para cuidar de tão importante ministério, até porque o futuro depende da educação púbica ou privada, Cid Gomes empurrou o problema para os antecessores. Aos jornalistas, o ministro disse que a educação pública brasileira está devendo. “O diagnóstico que se faz do ensino público brasileiro é de que deixa muito a desejar”, disse Cid Gomes.




A declaração do ministro atropela a afirmação do apedeuta Lula, que para fincar um dos seus postes políticos na maior cidade brasileira se valeu de mais uma mentira. A de que Haddad fora o maior ministro da Educação de todos os tempos. O prefeito paulista foi tão bom quanto ministro quanto a excelência da saúde pública do País, que um dia o ex-metalúrgico disse estar a um passo da perfeição.




Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=88443

ALHEIA AOS ESCÂNDALOS, DILMA LOTEIA O 2º. ESCALÃO


 



Pepe Vargas é o 'filtro' do segundo escalão

Em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, Dilma Rousseff decidiu preencher os cargos do segundo escalão da máquina federal guiando-se pelo mesmo espírito de privatização que levou a Petrobras ao balcão. Autorizado pela presidente, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais da Presidência) pede aos partidos que participam do empreendimento governista que lhe encaminhem sugestões de nomes para as poltronas mais cobiçadas. Exatamente como fizeram, por exemplo, PP, PT e PMDB no rateio de diretorias da maior estatal brasileira.

As legendas aquinhoadas com ministérios desejavam ocupar os postos das respectivas pastas de cabo a rabo. Dilma mandou avisar que não dará ministério de “porteira fechada” a nenhum partido. Há dois dias, numa conversa com jornalistas, o negociador Pepe enumerou os critérios que, segundo diz, serão observados nas nomeações: competência, capacidade de gestão e probidade. Dizia-se o mesmo na época em que, sob Lula, politizaram-se as nomeações na Petrobras.

O engenheiro Paulo Roberto Costa, hoje um delator incômodo, preenchia todos esses requisitos quando Lula permitiu que o PP se apoderasse da alma dele para fazer negócios na Petrobras. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, o próprio Paulo Roberto resumiu, em 8 de outubro, a metamorfose que o transformou de funcionário exemplar em corrupto confesso:

“Eu trabalhei na Petrobras por 35 anos. Vinte e sete anos do meu trabalho foram trabalhos técnicos, gerenciais. E eu não tive nenhuma mácula nesses 27 anos. Se houve erro —e houve, não é?— foi a partir da minha entrada na diretoria por envolvimento com grupos políticos, que usam a oração de São Francisco, que é dando que se recebe. Eles dizem muito isso. Então, esse envolvimento político, […] que tinha em todas as diretorias da Petrobras, é uma mácula dentro da companhia.”

O que Paulo Roberto disse, com outras palavras, foi que os apadrinhados dos partidos políticos devem obediência aos seus padrinhos, não aos contribuintes que lhes pagam o salário. O mesmo fenômeno produziu escândalos em série no conturbado início do primeiro mandato de Dilma, forçando-a a se livrar de sete ministros em 2011. A despeito de tudo, ela repete a fórmula surrada. Planta agora os escândalos que irá colher até 2018 nas reparticões, nas autarquias e nas estatais vinculadas a cada pasta. Depois que estourarem novos escândalos, Dilma repetirá o mantra do “eu não sabia'', defenderá a realizacão de uma reforma política e proporá um pacto nacional contra a corrupção.

14 de janeiro de 2015
Josias de Souza

Governo e Petrobras encenam uma tragédia de erros


Murillo de Aragão





Temos algumas opções para avaliar as reações do governo em torno dos escândalos de corrupção na Petrobras. A primeira é a de que o governo tenta empurrar o problema com a barriga, na esperança de que o tema faça parte da paisagem e todos se acostumem.




A segunda hipótese é a de que o governo não sabe o que fazer, por isso teme dar um passo adiante e piorar tudo. Além disso, teme que um simples mexer nas peças do tabuleiro possa desencadear novas investigações. Como se, ao abrirmos o armário, caíssem dezenas de esqueletos.




A terceira hipótese é a de que o governo está dividido sobre o que fazer. Caso se leve ao pé da letra o que a presidente Dilma Rousseff disse em sua posse sobre o combate à corrupção, não ficará pedra sobre pedra, e o PT, entre outros partidos, vai sangrar muito. Haverá também gente muito importante sangrando.
Considerando o governo, sua competência política e sua estratégica e, ainda, a fratura em sua base política, onde se inclui o próprio PT, a hipótese mais provável é uma quarta que junta todas as três anteriores.





Vamos à quarta: o governo espera que o tema deixe as páginas principais dos jornais ou seja relegado a espaços menos nobres. Até lá, confia em conseguir juntar sua base política para impor uma estratégia que reduza os danos causados pelos escândalos. Porém, não sabe como fazer isso e tampouco tem competência para tal.




Além do mais, está dividido sobre o que fazer. Teme que mais ex-diretores da Petrobras resolvam confessar outros crimes; assim como teme os acordos de delação premiada e os acordos de leniência que estão a caminho.




GRAÇA DESMORALIZADA
Dilma insiste em manter como presidente da empresa Graça Foster, que está completamente desmoralizada. Sobretudo após a acusação do Tribunal de Contas da União de que a estatal criou empresas de fachada com laranjas para operar a construção de gasodutos no Nordeste.




Considerando as opções mencionadas, a reação do governo é equivocada. O certo, neste momento, é demitir toda a diretoria, profissionalizar a escolha e empreender uma ampla limpeza na empresa. O governo comete um grave erro, pois demonstra ser conivente com os malfeitos que ocorreram no interior da maior empresa da América Latina. O entorno político do governo se fecha para ver se o tsunami passa. Mas não vai passar.




O potencial destruidor do caso Petrobras é monumental. E não apenas em nível nacional. Internacionalmente, o tema já está fora de controle. Existe quase uma dezena de ações contra a empresa, além das investigações que correm na Securities and Exchange Commission (SEC) e no Departamento de Justiça dos Estados Unidos.




DILMA SERÁ INVESTIGADA?
Todos os conselheiros da Petrobras, inclusive Dilma Rousseff, podem ser investigados e, eventualmente, punidos criminalmente pelo ocorrido. Tempos atrás, quando ainda era ministra da Casa Civil, Dilma disse, em uma declaração à televisão (que circula na internet), que a empresa seguia padrões SOX de legislação anticorrupção.




Fica patente que ela tinha completa noção das consequências de eventuais malfeitos na empresa. Portanto, salvo a proteção diplomática de ser presidente da República do Brasil, tudo conspira a favor de uma punição exemplar para diretores e conselheiros. Imaginem o vexame para o país.




Sem uma reação digna e corajosa, a tragédia de erros vai continuar e pode levar o governo para um beco sem saída. (transcrito de O Tempo)

Hackers tiram a Tribuna do ar para esconder a briga de Dilma e Lula


Carlos Newton



Está ficando cada vez mais emocionante. A Tribuna da Internet deve ser o blog mais atacado por hackers neste país. Pode haver muitos motivos, é claro, em função da diversidade dos assuntos abordados. Pelas matérias postadas nos últimos dias, o mais provável é que os ataques sejam represálias a dois assuntos exclusivos: as denúncias sobre a concessão ilegal dada à TV Globo de São Paulo no regime militar e as notícias exclusivas sobre o rompimento entre Lula e Dilma Rousseff.



Mas a evolução da série de investidas piratas revela que existe uma preferência desses hackers. Nosso blog tem sido sistematicamente atacado sempre que divulga, com absoluta exclusividade, notícias sobre os gravíssimos desentendimentos entre o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff, que agora passaram a ser de conhecimento público depois da explosiva entrevista da senadora Marta Suplicy ao jornal Estadão. As matérias sobre a TV Globo não têm coincidido com os ataques, mostrando que os filhos de Roberto Marinho são muito mais democratas do que o PT.




BRIGA DE LULA E DILMA
O que nós temos publicado (e os hackers fazem tanta questão de tentar esconder) é que essa briga já é antiga e começou no final do segundo ano da gestão de Dilma, quando ela passou a se julgar capaz de conduzir o governo sozinha, sem se subordinar a Lula. Com assim, mas depois que houve a Operação Porto Seguro, com a Polícia Federal provando o envolvimento de Rosemary Noronha em atos de corrupção, Dilma aproveitou a oportunidade para enfrentar Lula e evitar a pré-candidatura dele, que crescia avassaladoramente dentro do PT.




Era uma espécie de repetição do caso Erenice Guerra, que galgou posições no governo e chegou a ministra simplesmente por ser ligadíssima a Dilma, digamos assim. Como todos sabem, Erenice transformou a Casa Civil num balcão de negócios de sua família, mas, em respeito a Dilma, o então presidente Lula não fez a menor carga contra Erenice, que deixou o Ministério sem receber qualquer punição, podendo inclusive ser novamente nomeada para o governo, se Dilma quiser. Mas não é preciso, porque Erenice Guerra imitou Dirceu, Palocci, Pimentel e Delúbio, abrindo também uma consultoria, que hoje é a mais próspera de Brasília, onde se tornou uma especialista em tráfico de influência no governo federal.




O GRANDE AMOR DE LULA
No episódio envolvendo Rosemary Noronha, que não é um simples caso, mas o grande amor da vida de Lula, Dilma agiu implacavelmente. Sabia que Lula e Rose vivem um tórrido romance há mais de 20 anos, desde quando se conheceram no Sindicato dos Bancários de São Paulo, onde ela era secretária de João Vaccari Neto, que hoje é Tesoureiro do PT e está envolvido nos escândalos da Petrobras.




Lula esperava que Dilma fizesse como ele e simplesmente deixasse o caso esfriar, mas ocorreu exatamente o contrário. A presidente mandou a Controladoria-Geral da União e a Comissão de Ética do Planalto devassarem as atividades de Rose e ordenou que o Planalto “vazasse” pesadas notícias contra Rose aos repórteres Vinicius Sassine e Robson Bonin, que publicaram matérias exclusivas no Globo e na Veja, respectivamente.




CARTÃO CORPORATIVO DE ROSE
No ano passado, quando o movimento “Volta, Lula” ganho força e Dilma ficou isolada no PT, ela então jogou a última cartada. Ameaçou Lula com a divulgação dos abusivos gastos que Rose fez no cartão corporativo que recebera ao se tornar Chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo. Acuado, Lula então desistiu da pré-candidatura e Dilma foi confirmada na Convenção do PT.




São essas informações, exclusivas e absolutamente verdadeiras, que os hackers não querem ver publicadas. E tiram nosso Blog do ar com uma insistência que já se tornou monótona. Sonham em nos calar, como se isso fosse possível. Bem, todos sabem que sonhar ainda não é proibido. Mas enquanto não conseguem aprovar no Congresso a tal regulação da mídia, para transformar em realidade o sonho de cercear a liberdade de expressão, eles vão continuar nos aturando.




Temos outras notícias muito interessantes sobre Rosemary Noronha, Lula e Dilma, sempre com total exclusividade. Depois a gente conta, como dizia nosso genial amigo Maneco Müller, criador da crônica social brasileira, quando usava o pseudônimo de Jacinto de Thormes.

Com medo de novas revelações, Lula age para que Marta saia do PT numa boa.


 
 
 
 
(Estadão) Em férias com a família desde o final do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mantido silêncio sobre as críticas feitas pela senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao PT e ao governo Dilma Rousseff. No entanto, segundo interlocutores do ex-presidente, Lula estaria disposto a atuar como articulador de uma saída de Marta do partido para evitar que a ex-prefeita e ex-ministra da Cultura provoque danos ainda maiores ao governo e ao PT.  
 
 
 
 
Em outra frente, o PT escalou o presidente do diretório estadual do partido, Emidio de Souza, para conduzir formalmente o diálogo com Marta. Emidio, que também está de férias, já procurou interlocutores de Marta para tentar uma aproximação, com aval do presidente nacional do PT, Rui Falcão. De acordo com um colaborador de Lula, o motivo do incômodo não é o conteúdo da entrevista de Marta publicada domingo pelo Estado, mas a forma como a senadora expõe sua versão dos acontecimentos, em especial do movimento “Volta Lula”, do qual foi uma das expoentes. 
 
 
 
 
Segundo interlocutores do ex-presidente, “Marta não disse nada sobre Lula que já não fosse do conhecimento de Dilma”. Um exemplo é o relato da senadora sobre um jantar com empresários, na casa de Marta, no qual Lula teria concordado com críticas sobre a falta de disposição de diálogo da presidente. Na ocasião, o ex-presidente teria dito que o “empresariado está desgarrando”. “Eles (empresários) fizeram muitas críticas à política econômica e ao jeito da presidente. E ele (Lula) não se fez de rogado, entrou nas críticas”, afirmou a senadora na entrevista. 
 
 
 
 
Conforme uma pessoa próxima de Lula, o ex-presidente teria feito um alerta com o mesmo teor à própria Dilma, ainda em 2013, aconselhando a presidente a “não olhar apenas para a gestão e cuidar da política”. O entorno do ex-presidente também não nega as articulações pela volta de Lula que, no auge, “pareciam uma romaria” na porta do Instituto Lula, mas nega que ele tenha incentivado a movimentação, embora nunca tenha escondido a preocupação com o cenário eleitoral e com os rumos da economia. 
 
 
 
 
Um colaborador de Lula, que participou de uma das reuniões com Marta, relatou que Lula teria sido enfático ao rejeitar a possibilidade de entrar em uma disputa com Dilma. Ele teria alegado que a presidente tinha direito à reeleição. A entrevista de Marta não abalou “em um milímetro sequer” o elo entre ele e a presidente, sustenta uma fonte do entorno do ex-presidente. Outro colaborador do ex-presidente resumiu a relação entre Dilma e Lula como “de independência de um lado e respeito do outro”, na qual Lula tem liberdade para emitir suas opiniões sobre o governo sem interferir nas decisões da sucessora, a não ser quando é consultado. 
 
 
 
 
Holofotes. Embora não haja contestação dos pontos fundamentais da entrevista, lulistas enxergaram na “narrativa criada” por Marta um cálculo político com intuito de chamar atenção no momento em que se prepara para deixar o PT, além de indícios de mágoa pessoal em relação a alguns personagens do partido, em especial o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com quem a senadora travou (e perdeu) disputas pelo direito de disputar o governo de São Paulo em 2006 e 2010. Outro alvo do rancor de Marta, segundo lulistas, é Rui Falcão, que foi um de seus principais assessores na Prefeitura (2001-2004) e hoje se tornou desafeto da senadora. 
 
 
 
 
13 comentários

Aneel avisa que conta de luz vai subir até 40% em 2015. Dilma aprova o "tarifaço".


O blog pede desculpas pelo erro cometido em abril do ano passado: em vez de 30%, a conta vai aumentar 40%.
 
 
 
 
(Valor Econômico) As tarifas de energia podem subir até 40% em média este ano para compensar o fim dos repasses do Tesouro Nacional para o setor e a redução de subsídios anunciada ontem. O custo do "realismo tarifário" foi feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e apresentado à presidente Dilma Rousseff durante a reunião feita na segunda-feira com os ministros Eduardo Braga, de Minas e Energia, e Joaquim Levy, da Fazenda.
 
 
 
 
No encontro, a presidente decidiu abandonar o pilar do "novo modelo do setor elétrico", criado pelo próprio governo em 2012, que foi baseado em subsídios do Tesouro Nacional à tarifa de energia. A ordem agora é que os custos sejam repassados às contas de energia de todos os consumidores, mesmo depois de a presidente dizer durante a campanha eleitoral que não faria um "tarifaço".
 
 
 
 
O percentual de 40% é uma média do que deve acontecer com as tarifas no setor. Isso quer dizer que em muitos mercados os reajustes serão ainda mais elevados, enquanto em outras regiões o percentual pode acabar sendo mais baixo. O aumento final dependerá também da revisão dos subsídios que o governo já anunciou e que pode reduzir os gastos do setor. "A presidente, na verdade, aceitou aumentar a inflação este ano", diz uma fonte do governo.
 
 
 
 
O impacto sobre o IPCA, índice usado como referência pelo governo para a meta de inflação, não será desprezível. Indicadores usados pelo setor privado mostram que a inflação de 2015 pode subir em cerca de 1,2 ponto percentual por causa da correção nos preços da energia.
 
 
 
 
O novo cenário de aumento das tarifas de energia está bem distante do que previu o Banco Central (BC), responsável por manter os preços sob controle. No último relatório de inflação, de dezembro do ano passado, ele projeta um aumento de 17% nas tarifas de energia, bem abaixo do que foi estimado nas discussões do governo. Usando esse percentual como referência, o BC projetava uma inflação apertada para este ano: 6,1%, o que quer dizer que o realismo tarifário colocará mais pressão sobre a inflação e sobre a política de juros do BC.
 
 
 
 
 
Além do reajuste anual a que todas as distribuidoras têm direito em seus contratos de concessão, o cálculo do aumento de 2015 está levando em conta pelos menos outros quatro fatores. O primeiro deles é a energia contratada pelas distribuidoras que são atendidas pela hidrelétrica de Itaipu. O preço é cotado em dólar e o aumento de 46% neste ano implicará gastos de R$ 4 bilhões, segundo estimativa da Aneel. Os mercados mais afetados serão das distribuidoras do Sul e Sudeste, como Eletropaulo, em São Paulo, e Copel, no Paraná.
 
 
 
 
Outra despesa que será incluída nas tarifas é o início do pagamento do empréstimo de R$ 17,8 bilhões feito nos bancos no ano passado para cobrir o custo da energia mais cara gerada pelas termelétricas. As distribuidoras começarão a cobrar de seus clientes em fevereiro e espera-se que arrecadem este ano R$ 1,2 bilhão apenas em 2015.
 
 
 
 
A Aneel também terá que achar espaço nas tarifas para arrecadar recursos que cubram o déficit acumulado na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia os subsídios dados ao setor elétrico. A estimativa é de um saldo de R$ 3 bilhões.
 
 
 
 
Do outro lado, há a expectativa do governo de que haja espaço para redução de gastos da CDE, o que será um sinal de baixa nas tarifas. O ministro Eduardo Braga disse que o governo vai rever os subsídios concedidos pela CDE, preservando o Luz para Todos, a tarifa reduzida para consumidores de baixa renda e as compras de carvão mineral. Os demais benefícios serão "analisados".
 
 
 
 
Outro alívio no aumento de preços é o vencimento das concessões de usinas da Cesp, Cemig e Copel, que juntas somam cerca de 5 mil MW, equivalente a cerca de 8% da demanda atual. Essa energia custará às distribuidoras cerca de R$ 40 por MWh, muito abaixo dos atuais R$ 140 por MWh dos contratos em vigor. Para isso, no entanto, o governo tem que obter uma vitória jurídica no Superior Tribunal de Justiça onde a Cemig, estatal de Minas Gerais, ainda ganha uma ação em que adia o prazo de devolução à União das usinas concedidas.
 
 

Dilma nomeia uma aliada da foragida Sininho e dos assassinos de Santiago Andrade como secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC.


Primeiro, assistam ao vídeo acima, que mostra Sininho, foragida da Justiça, incitando a violência nas manifestações de rua em 2013. A seguir, há um longo discurso de Ivana Bentes, que está sendo nomeada para o MinC. Atentem para a linguagem. Para o incentivo à violência que, segundo ela, não pode ser "monopólio" da polícia. Entende-se porque as manifestações acabavam em quebra-quebra e pancadaria. Observem o incentivo à "politização" da violência. E, especialmente, os ataques à liberdade de imprensa. Vimos no que deu. Deu no martírio de Santiago Andrade.

Agora assistam a este vídeo, que mostra a morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade. Esta morte, sem duvida alguma, é fruto de discursos de ódio como o de Ivana Bentes, que passa a ser, a partir de agora, uma autoridade de governo deste governo cúmplice da violência e corrupção de Dilma Rousseff.



A MATÉRIA ABAIXO É DE O GLOBO.
O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, que chegou à pasta na última segunda-feira, enviou à Casa Civil o nome de seus dois primeiros secretários: a amazonense Ivana Bentes, que assumirá a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, e o carioca Vinícius Wu, que ficará na Secretaria de Articulação Institucional. Em comum, os dois têm um histórico de defesa do ativismo cultural e de ataques à grande imprensa.



Até o ano passado, Ivana dirigia a Escola de Comunicação da UFRJ, e fazia uma defesa contundente do jornalismo independente, com críticas às maiores empresas de comunicação do país. Em junho de 2013, ela também somou vozes aos que se manifestavam abertamente contra os rumos do governo da presidente Dilma Rousseff. Em sua página no Facebook, Ivana escreveu que o projeto de governo era “limitado e nacional-desenvolvimentista” e que havia “um fosso entre o discurso e as políticas” adotadas. Dessa forma, Ivana defendeu que os manifestantes continuassem tomando as ruas, uma vez que “governo é que nem feijão: só funciona na pressão”.




Nesta terça-feira, ao ser confrontada com as críticas que fez à Dilma no passado, a professora negou que haja uma contradição entre o que disse e o posto que ocupará no Ministério da Cultura. Para ela, essas diferenças são, na verdade, um sinal de “amadurecimento político”. — Sou filiada ao PT. Votei e fiz campanha pela eleição da presidente Dilma. Estamos na ponta esquerda do time que joga com ela, o que não me exime de ter um pensamento crítico e construtivo de dentro do próprio PT e do governo e apontar retrocessos. — disse Ivana. — É nossa contribuição para uma renovação e reconfiguração do campo político no Brasil e de uma esquerda global.



Ivana não esconde, no entanto, sua preferência pelas políticas adotadas no governo Lula. Promete lutar pela implementação da Lei Cultura Viva, que busca desburocratizar a prestação de contas dos Pontos de Cultura e dos agentes culturais — causa alinhada com as bandeiras de movimentos sociais como os coletivos Fora do Eixo e Mídia Ninja, que se tornaram conhecidos durante as manifestações de 2013.



Na época, a nova secretária chegou a dividir o microfone com Elisa Quadros, black-bloc popularmente conhecida como Sininho e que está foragida da Justiça. Num encontro que reuniu as duas, Ivana defendeu uma nova narrativa midiática e enalteceu o “momento extraordinário” que o Rio de Janeiro vivia, em que “a gente tem junto professores, estudantes, black blocs, sindicalistas.”



Em entrevista à revista “Cult”, em março do ano passado, Ivana disparou contra a mídia. Disse que ela “negocia denúncias, pessimismo e otimismo, reputações” e “mal disfarça a editorialização dos fatos”. O ponto mais grave, no entanto, era “interferir e direcionar fatos e investigações”.



Admiradora de Juca, Ivana também nunca poupou críticas às ex-ministras da Cultura. Para ela, Marta Suplicy e Ana de Holla se equivocaram na pasta: — (Houve) Falta de uma política de participação e cogestão das políticas públicas. (Houve) Redução dos investimentos no Programa Cultura Viva e falta de sensibilidade em relação às dificuldades burocráticas enfrentadas pelos agentes culturais diante de uma máquina estatal burocratizada e que criou um clima de insegurança jurídica.



Orçamento modesto
Ivana ocupará, no entanto, uma secretaria criada em maio de 2012, por Ana de Hollanda. Com um orçamento modesto, de R$ 60,8 milhões para 2014, a Secretaria de Cidadania e Diversidade tem como principal programa o Cultura Viva, que foi criado em 2004 pelo então ministro, Gilberto Gil. Desde aquele ano, de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, R$ 563 milhões foram investidos na criação de 4.376 Pontos de Cultura e em 172 Pontões.



— A secretaria é estratégica nesse novo entendimento expandido da cultura pensado pelo ministro Juca Ferreira. (Ele) Pensa a cultura como um direito, e na sua dimensão simbólica e econômica. Elabora políticas, programas e ações que incluem desde os povos de terreiro até a cultura digital — defende.



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Construção da Arena Corinthians será investigada pelo MP



Promotores de Defesa do Patrimônio Público e Social querem saber se houve propina para realocação dos dutos da Petrobras
Publicado: 14 de janeiro de 2015 às 15:01 - Atualizado às 15:02
Arena Corinthians Foto Alex SilvaEstadão
Dutos da Petrobras passavam no local onde o estádio foi construído e foram realocados (Foto: Alex Silva/Estadão)



O Ministério Público de São Paulo vai apurar se houve utilização indevida de verba da Petrobras na construção da Arena Corinthians, em São Paulo. O estádio foi construída pela Odebrecht (uma das empresas investigadas envolvidas no Petrolão) em Itaquera, numa área por onde passavam dutos da Petrobras, que foram removidos em fevereiro de 2012. A realocação dos dutos foi realizada pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, e pela Sacs Construção e Montagem Ltda.



Parte da obra foi financiada pelo BNDES. A Caixa Econômica Federal foi a intermediária da liberação do valor de R$ 400 milhões para o estádio, que recebeu a abertura da Copa de 2014. O Corinthians precisa começar a pagar em junho – a primeira parcela é de R$ 100 milhões. Mas o clube tem encontrado dificuldade para levantar essa quantia.


O jornal informou que a promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social fará ao menos cinco investigações sobre possível pagamento de propina em obras em São Paulo por meio de repasses a empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato. Os inquéritos civis que investigarão improbidade administrativa serão instaurados em até 30 dias. A Polícia Federal apura desvios de recursos em contratos com a Petrobras.


A Transpetro teria informado em nota que o “remanejamento dos dutos e seu custo foi de responsabilidade do consórcio construtor” e que “não fez ou recebeu qualquer pagamento”. Já a Odebrecht informou que precisaria de mais informações para se manifestar. A Sacs não respondeu ao questionamento da reportagem do Valor Econômico.


A investigação foi motivada por informações divulgadas pela imprensa sobre planilha de Alberto Youssef que sugere atuação do doleiro em 747 obras no país.

E agora Temer? PMDB declara apoio a Eduardo Cunha para presidência da Câmara Apesar da atuação de Michel Temer partido vai apoiar desafeto de Dilma



Publicado: 14 de janeiro de 2015 às 14:26 - Atualizado às 14:34

Foto: Wilson Dias/ABr
Temer agora tem que se explicar para a chefe. Foto: Wilson Dias/ABr



Brasília - Preocupados com a investida do Palácio do Planalto, a Executiva Nacional do PMDB decidiu nesta quarta-feira, 14, declarar apoio à candidatura do líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), à presidência da Casa. A decisão foi formalizada esta manhã em reunião comandada pelo presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer.



Em um documento divulgado ao final do encontro, a direção do partido declarou, por unanimidade, apoio a Cunha e também ao candidato do PMDB a presidência do Senado. O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve buscar a reeleição, mas resiste de se lançar candidato no momento para não virar “vitrine”.



Cunha e Renan não participaram do encontro. A decisão da Executiva do PMDB é uma reação à articulação do Palácio do Planalto de tentar desidratar a candidatura de Cunha e eleger o petista Arlindo Chinaglia (SP). Os presentes queixaram-se da atuação em favor de Chinaglia e também da articulação dos ministros Gilberto Kassab, das Cidades, e Cid Gomes, da Educação, para criar novos partidos que poderiam enfraquecer o PMDB no Congresso.



A manifestação da Executiva é um gesto raro, não realizado há pelo menos 15 anos. O PMDB também tomou tal posição uma semana depois de serem veiculadas denúncias que envolveram Cunha com suposto recebimento de propina no curso da Operação Lava Jato. O peemedebista nega e classifica as notícias de “alopragem” para prejudicar sua candidatura.



No início da semana, a defesa do doleiro Alberto Youssef isentou Cunha de envolvimento com seu cliente. Em rápido pronunciamento após o encontro, Michel Temer disse que a declaração de apoio tem por objetivo “revelar a unidade do PMDB”.



Um dos presentes ao encontro, o ex-ministro Geddel Vieira Lima – que fez campanha para o tucano Aécio Neves em outubro – foi o que deu o recado mais direto ao governo. Disse que o PMDB vai olhar “com lupa” se o governo vai tratar o partido como aliado ou não.



“O governo tem que tomar cuidado para que isso (apoio ao candidato do PT) não represente uma divisão que lhe possa ser prejudicial em um futuro próximo, quando reabrir o Congresso”, afirmou. Para Geddel, o governo terá “maturidade” para não se envolver numa disputa como essa.



O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) defendeu a candidatura do líder do seu partido. “Nos tempos do Arlindo como presidente, a Câmara era um puxadinho do Planalto”, afirmou Perondi.



Os presentes não comentaram, durante o encontro, sobre a prisão do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró hoje de madrugada. Cerveró seria indicação do PMDB. “Cerveró é assunto da Polícia Federal”, resumiu Geddel. (Ricardo Brito, Ricardo Della Coletta e Isadora Peron/AE)

Se Cerveró está preso, Graça Foster também deveria estar', diz advogado

FOLHA

 



O advogado Edson Ribeiro, que representa o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, afirmou que a justificativa para o Ministério Público Federal ter pedido a prisão preventiva de seu cliente "não tem cabimento" e que, se fosse válida, "Graça Foster [presidente da Petrobras] também deveria ter tido a prisão decretada".



Ribeiro diz, ainda, que, se a justificativa não vale para a executiva, "o Ministério Público Federal está prevaricando".



A presidente da Petrobras, no entanto, não é alvo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Cerveró é réu em uma ação penal pelas acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.



O ex-diretor da estatal foi preso na madrugada desta quarta-feira (14) no Rio, enquanto desembarcava de Londres, onde passou o fim de ano. Cerveró já está na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde ficará detido.



A Procuradoria justificou o pedido de prisão pelo fato de Cerveró ter transferido imóveis no Rio de Janeiro para os filhos, em 2014, e por ter tentado transferir R$ 500 mil para a filha, em dezembro.



"Não estou imputando culpa a Graça Foster, mas, se o critério para a prisão de Cerveró foi ter transferido bens para filhos, o critério tem que valer para Graça, que também doou imóveis para os filhos. Ela também era da diretoria da Petrobras na época da compra dos 50% restantes da refinaria de Pasadena, assim como Cerveró era diretor na compra dos 50% iniciais. As decisões são tomadas pela diretoria. Se não vale para Graça, o Ministério Público está prevaricando."



Procurada por meio da Petrobras, Graça Foster ainda não comentou as declarações.




Junior Pinheiro/Folhapress
Nestor Cerveró chega à sede do IML em Curitiba para exames de corpo de delito
Após ser preso, Nestor Cerveró chega à sede do IML em Curitiba para exames de corpo de delito



IMÓVEIS
No primeiro semestre de 2014, Cerveró transferiu três imóveis em Ipanema, zona Sul do Rio de Janeiro, para os filhos. Também nessa época, Graça Foster fez operação igual, ao doar três imóveis para os filhos, dois deles nos bairros da Ilha do Governador e do Rio Comprido e outro em Búzios, região dos Lagos.
Na época, a Petrobras justificou que a presidente havia iniciado as operações de transferência um ano antes e que não havia irregularidade nelas.


Ribeiro reafirmou que as operações são normais. "Não há ocultação porque não há laranja. São transferências para parentes, que poderiam ser revertidas caso fosse constatada fraude".



As transferências ocorreram antes de o TCU (Tribunal de Contas da União) ter iniciado o julgamento do caso da refinaria de Pasadena, que, segundo o tribunal, resultou em prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras. Cerveró foi apontado como um dos responsabilizados. Graça não o foi, mas o TCU já indicou que vai rever o caso para aumentar a lista de responsáveis.



O advogado afirmou ainda que a tentativa de Cerveró transferir os R$ 500 mil foi em dezembro, dias antes de o ex-diretor viajar para Londres, mas acabou não sendo efetuada -Ribeiro não sabe por qual motivo. "Ele estava com uma filha doente, ia viajar, e queria tirar o dinheiro de uma aplicação financeira para que ficasse disponível. É dinheiro proveniente de salários dele, declarado em imposto de renda. Qual é o crime nisso?"



PRISÃO
Ribeiro afirmou ainda não ter tido acesso ao teor do decreto da prisão, que, segundo ele, foi assinado pelo juiz Ricardo Rachid de Oliveira, no plantão da Justiça Federal em 1º de janeiro.



"Cerveró entrou em contato com o Ministério Público e a Polícia Federal desde o dia 1º de abril do ano passado e se colocou à disposição, mas nunca foi chamado para prestar esclarecimento. Se ele acabou de voltar de Londres, está claro que ele não queria fugir."



O advogado diz que havia sido acertado com a Justiça para que Cerveró fosse citado na ação penal nesta quinta-feira (15), em sua casa em Itaipava, na cidade de Petrópolis (RJ), região Serrana do Rio.



Ribeiro afirma que vai viajar para Curitiba no início da tarde e, quando ler o teor do decreto da prisão, entrará com pedido de Habeas Corpus em Porto Alegre, sede do Tribunal Regional Federal que atende a região.



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Roubalheira na Petrobras continua, diz MPF no pedido de prisão de Cerveró.

O ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró chega ao IML de Curitiba. Foto: Vagner Rosário/Futura Press
( Estadão, agora) O Ministério Público Federal sustenta que existem indícios de que o esquema de corrupção na Petrobrás continua funcionando. Ao requerer a prisão preventiva do ex-diretor de Área Internacional, Nestor Cerveró, capturado na madrugada desta quarta feira, 14, no Rio de Janeiro, quando desembarcava de viagem a Londres, os procuradores da República que integram a força tarefa da Operação Lava Jato são taxativos. “Não há indicativos de que o esquema criminoso foi estancado. Pelo contrário, há notícias de pagamentos de ‘propinas’ efetuados por empresas para diretores da Petrobrás mesmo em 2014.”

 
 
 
Os procuradores afirmam que Nestor Cerveró integra “a mais relevante organização criminosa incrustada no Estado brasileiro que a história já revelou”. Eles destacam que o ex-diretor é beneficiário de “um esquema de corrupção multibilionário na Petrobrás”. A Procuradoria anota que o esquema envolvia a indicação, por partidos políticos, de diretores da estatal, “os quais ficavam responsáveis por desviar dinheiro da estatal em benefício próprio, dos partidos e de agentes políticos”. 

 
 
 
“Note-se que uma das empresas, a Camargo Corrêa, havia sido investigada por fatos similares anos antes, na Operação Castelo de Areia, sem que o esquema por isso tenha se encerrado”, informam os procuradores. “Os agentes envolvidos nessa espécie de crime contam desde já com a impunidade alcançadas em outros casos e, no máximo, postergarão pagamentos, acumulando dívidas e saldos a liquidar com agentes públicos.”

 
 
 
No pedido de prisão de Cerveró, o Ministério Público Federal comparou sua situação à de outros personagens emblemáticos dos tribunais brasileiros, entre eles o ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996) e o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo – ambos acusados de manterem valores desviados do Tesouro em paraísos fiscais.

 
 
 
Os procuradores da República que integram a força tarefa da Operação Lava Jato destacaram a possibilidade de o ex-diretor da estatal ocultar dinheiro ilícito no exterior em nome de offshores, estratégia adotada por Maluf e Nicolau e também por um outro ex-diretor da própria Petrobrás Paulo Roberto Costa (Diretoria de Abastecimento), segundo acusações formais do Ministério Público.

 
 
 
“O que é certo, de tudo isso, é o enriquecimento espúrio e a falta de conhecimento por parte do Estado de onde estão as dezenas de milhões de reais que (Cerveró) recebeu criminosamente”, assinalam os cinco procuradores que subscrevem o pedido de prisão do ex-diretor da Petrobrás. Eles fazem referência à propina de US$ 30 milhões que Cerveró teria recebido para aprovar a contratação de sondas de perfuração de águas profundas na África e no Golfo do México, quando ele ocupava a Diretoria de Área Internacional da estatal.

 
 
 
“Sabe-se que o dinheiro não está com Cerveró, porque não está em suas contas no Brasil. Se fosse mantido sob seu nome, no exterior, provavelmente bancos e países já teriam comunicado. Como no caso de Paulo Roberto Costa, Paulo Maluf, Nicolau dos Santos Neto e tantos outros, o provável é que o dinheiro esteja sob o nome de empresas de fachada – offshores – no exterior, cujos proprietários beneficiários serão ele mesmo e parentes seus.”

 
 
 
Ao alertar sobre o risco de fuga de Cerveró, os procuradores alertam que ele mantém “vultoso patrimônio oculto do Estado, aproximadamente R$ 53 milhões só em propina” e relembram de outros personagens da crônica policial brasileira, como o médico Roger Abdelmassih, o ex-banqueiro Salvattore Cacciola e o ex-diretor do Banco do Brasil e réu do Mensalão Henrique Pizzolato – todos fugiram tranquilamente do País.

 
 
 
“Já tendo demonstrado praticar atos em busca de impunidade, não há como garantir que não fuja para o exterior e se esconda. A entrega de passaportes não basta em um país com amplas fronteiras territoriais desguarnecidas com outros países, como revelou o caso Pizzolato (com fuga para a Itália), o caso Cacciola (também com fuga para a Itália), o caso dos Rozemblum (com fuga para o Uruguai) e o caso de Roger Abdelmassih (com fuga para o Paraguai).”

 
 
 
O ponto crucial que levou à ordem de prisão preventiva de Cerveró foi uma operação bancária feita por ele no dia 16 de dezembro – um dia antes de se tornar réu em ação penal por suposto recebimento de US$ 30 milhões em propinas. Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência e transferiu o dinheiro para a conta de uma filha, mesmo advertido pela gerente do banco sobre a tributação de 20% na transação.

 
 
 
“Em outras palavras, tudo indica que esse dinheiro está sendo ocultado, o que também caracteriza lavagem de dinheiro”, afirma a Procuradoria. “Prejuízo de mais de 20% do valor do investimento revela que a liberdade de Cerveró coloca em concreto risco a aplicação da lei penal. A transferência de recursos, por parte de Cerveró para a filha, é, sem dúvida, um estratagema espúrio para retirar recursos do alcance do Estado. De fato, por implicar perda de mais de 20%, para que a operação possa ser qualificada de racional, a justificativa que a ampara deve propiciar um benefício superior a 20% do valor da aplicação. Pois bem, o único benefício que supera esse valor, equivalente a aproximadamente R$ 100 mil reais, é colocar o dinheiro a salvo da apreensão por parte do Estado.”
 
 

Prisão de Cerveró gera apreensão no meio político em Brasília

Quarta-feira, 14/01/2015, às 11:32, por Gerson Camarotti




A prisão de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras , causou apreensão no mundo político em Brasília.


O temor entre os partidos da base aliada é que Cerveró, depois de um período na prisão, acabe colaborando com delação premiada, como fizeram Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal, o doleiro Alberto Yousseff e até mesmo alguns executivos de emepreiteiras.

A maior preocupação hoje é entre integrantes do PMDB, já que Cerveró é apontado nas delações premiadas já feitas até o momento como um operador do partido dentro da Petrobras.

No início de 2014, PT e PMDB chegaram a repassar um para o outro a responsabilidade pela indicação de Cerveró. À época, a própria presidente Dilma Rousseff havia responsabilizado a área internacional da Petrobras pelo parecer falho em que se baseou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Na ocasião, Cerveró era apontado como representante dos dois partidos dentro da estatal. Sentindo-se ameaçado, o ex-diretor chegou a dar sinais para integrantes da oposição de que não iria assumir sozinho a responsabilidade pela compra da refinaria, que deu prejuízo de quase 800 milhões de dólares.

Apontado como homem-bomba pela oposição, Cerveró foi blindado pela base governista e acabou recuando de suas ameaças. Nesse processo de reaproximação com o governo depois dos ataques pessoais de Dilma, Cerveró chegou a participar de um media training patrocinado pela estatal para se preparar para  depoimentos às CPIs da Petrobras no Senado e no Congresso Nacional.

No entanto, desde que foi apontado por Paulo Roberto Costa como o nome do PMDB dentro do loteamento político na estatal, e acusado de receber propinas, inclusive pela compra da refinaria de Pasadena, Cerveró passou a trabalhar sozinho pela sua defesa.

A prisão de Cerveró, por ter tentado transferir e repassar imóveis que estavam em seu nome para parentes, surpreendeu inclusive caciques peemedebistas, que nesta quarta-feira estão reunidos para prestar apoio a candidatos da legenda para as presidências da Câmara e do Senado.
Um integrante da cúpula do partido lembrou hoje que, antes do escândalo, Cerveró circulava com desenvoltura não só em Brasília, mas também no Congresso Nacional, por vários gabinetes de parlamentares.

"É preciso saber a capacidade de resistência do Cerveró. Se ele falar como Paulo Roberto Costa, será uma bomba", desabafou ao Blog esse integrante da cúpula do partido.

Presidente da Sabesp diz que 'é possível' Cantareira secar em março

 14/01/2015 16h53


Jerson Kelman diz que ordenou reduzir ainda mais retirada de água.


Sistema opera com 6,3% da capacidade nesta quarta-feira (14).

Do G1 São Paulo
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, admitiu em entrevista ao SPTV nesta quarta-feira (14) que “é possível” que o Sistema Cantareira seque em março deste ano. A afirmação foi feita após ele ser questionado sobre uma projeção do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres do Ministério da Tecnologia.


“É possível que sim [seque em março]. Se continuar assim [regime de chuvas], é possível, por isso que nós estamos fechando. Você tem que ir fechando as torneiras”, disse Kelman, que assumiu a presidência da companhia de abastecimento há menos de uma semana, no dia 9 de janeiro. Ao falar sobre a crise hídrica na cerimônia de posse, ele afirmou que "é preciso estar preparado para o pior".



A projeção da hidróloga Luz Adriana Cuartas, do Centro Nacional de Monitoramento, mostra que, se a chuva for somente 10% da média histórica durante o verão, a água do Cantareira pode se esgotar em março. O cálculo leva em conta o volume de captação atual para o abastecimento.


Caso a chuva mantenha a média de dezembro (74,9% do previsto para o mês), a água pode acabar em junho, segundo a projeção.


Chuvas
Desde 1º de janeiro até esta quarta-feira, as represas do Cantareira registraram 59,6 mm de chuva, o que representa 22% da média histórica do mês, que é de 271,1 mm.


Os meteorologistas não afirmam se as chuvas até o fim do verão ocorrerão acima ou abaixo do esperado, mas explicam que os temporais registrados desde o fim do ano não têm sido suficientes para aumentar o volume dos reservatórios.


A chuva que poderia ajudar na recuperação é formada por sistemas frontais (frentes frias) ou por corredores de umidade que saem da Amazônia com sentido à região Sudeste.


Segundo especialistas do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), vinculado à Prefeitura de São Paulo, e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), um bloqueio atmosférico impede que esses sistemas cheguem até o estado de São Paulo e não permite chuvas mais generalizadas e com tempo maior de duração.


Nível em queda
O Cantareira abastece 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e opera com 6,3% da capacidade nesta quarta-feira, considerando o volume útil e as duas reservas técnicas das represas. No mês de janeiro, o sistema ainda não registrou alta no nível das represas.


Kelman afirmou ainda que ordenou que a retirada de água do Sistema Cantareira diminua ainda mais, para 13 mil litros por segundo. Isso significa uma redução de 60% em relação aos 33 mil litros por segundo que eram retirados antes da crise hídrica.



Menos água nas torneiras de São Paulo (Foto: Arte/G1)
A redução é paulatina desde março do ano passado, quando a Agência Nacional de Águas (ANA) determinou a redução de 33 mil para 27,9 mil litros por segundo. Na terça-feira (13), a retirada já era de 16 mil litros por segundo, segundo Kelman.


A nova redução deve afetar ainda mais as manobras de diminuição de pressão que já acontecem em toda a Grande São Paulo e fazem com que vários consumidores fiquem sem água, especialmente durante a noite. Kelman disse ainda que a Sabesp tentará informar "com a maior precisão possível" a população sobre os cortes de água.


Racionamento
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), admitiu nesta quarta-feira que existe racionamento de água. Desde o início da crise hídrica, no começo de 2014, Alckmin jamais havia afirmado que os paulistas passam por racionamento.


A Sabesp também admitiu, pela primeira vez, que toda a Região Metropolitana está com redução de pressão na água. O governo assume o racionamento um dia após a Justiça proibir a cobrança de multa para quem consumir mais do que a média.


Alckmin afirmou que já há um racionamento desde o momento em que a ANA ordenou a diminuição na retirada de água do Sistema Cantareira. Foi no dia 13 de março do ano passado que a vazão captada passou de 33 metros cúbicos por segundo para 27,9, por determinação da ANA.