A
Transparência Internacional, coalizão global anticorrupção, lançou hoje (27), em Berlim, a 21ª edição do
Índice de Percepção da Corrupção (IPC).
Enquanto a maioria dos países aumentou sua pontuação, o Brasil foi o
que apresentou a maior queda entre os 168 países avaliados, com apenas
38 pontos.
A pontuação vai de 0 (considerado o mais corrupto) a 100
(considerado o menos corrupto). O Índice baseia-se em opiniões
especializadas sobre a corrupção do setor público, e tem sua
metodologia ancorada em diversos estudos comparativos.
O Brasil divide o 76º lugar com mais seis países: Bósnia e
Herzegovina, Burquina Faso, Índia, Tailândia, Tunísia e Zâmbia.
Em 2014 o
Brasil obteve 43 pontos, em 2013, 42, e em 2011, 43. É a primeira vez
que o país sofre uma queda tão relevante (cinco pontos) de um ano para o
outro. Para a Transparência Internacional, uma alteração de mais de
quatro pontos de diferença de um ano para o outro é muito
significativa.
Em 2014, o Brasil aparecia na 69ª colocação, ou seja,
perdeu sete posições de um ano para o outro.
Segundo o IPC 2015, a Dinamarca é o país menos corrupto do mundo, com
91 pontos, seguida pela Finlândia, Suíça, e Nova Zelândia.
Nenhum país
recebeu a pontuação máxima. Um recorte voltado para os países da América
Latina coloca o Uruguai, com 74 pontos, e o Chile, com 70 pontos, no
topo da região. Na lanterna do ranking global estão a Somália e a Coréia
do Norte, apenas com oito pontos cada.
Os países com melhor desempenho compartilham características de
democracias fortes: alto nível de liberdade de imprensa; amplo acesso à
informação sobre orçamento público, para que a população saiba de onde
vem e como é gasto o dinheiro, e sobre as ações do governo, para que a
população seja capaz de responsabilizar seus representantes; altos
níveis de integridade entre as pessoas no poder; e sistemas judiciários
que não diferenciam ricos e pobres, e que são realmente independentes
das outras esferas de governo.
Do outro lado, os países que ocupam as
posições mais baixas são caracterizados, para além dos conflitos e
guerras, por possuírem fragilidades em sistemas de governança;
instituições públicas débeis – como a polícia e o judiciário – e que não
atendem às necessidades dos cidadãos; falta de independência da mídia e
prevalência de subornos, envolvendo tanto agentes públicos como
privados.
Essa análise pode ser aprofundada comparando os resultados do IPC com
outro ranking mundial publicado na semana passada, no qual o Brasil,
classificado como “democracia falha”, também sofreu uma queda
significativa, o
Índice de Democracias 2015 – ID, realizado pela
Economist Intelligent Unit, ligada à revista
The Economist.
De acordo com a metodologia do estudo, os países são classificados como
“democracias completas”, “democracias falhas”, “regimes híbridos” e
“regimes autoritários”.
Quanto mais escura a cor, maior a percepção de corrupção. Clique na imagem para ampliá-la
Quase todos os países classificados como “democracias completas”
estão na parte mais alta do IPC, ou seja, demonstram serem menos
corruptos. Na outra ponta, a maioria dos países classificados como
“regimes autoritários” no ID estão na parte mais baixa do IPC, com menos
de 30 pontos, classificados como altamente corruptos. Ou seja, pra quem
ainda não sabia, regime autoritário e intervenção militar não são
(nunca foram e nunca serão) solução para a corrupção, muito pelo
contrário.
Apesar dos resultados, o Brasil demonstrou alguns esforços para
combater a corrupção nos últimos anos, como a aprovação, via iniciativa
popular, da
Lei da Compra de Votos e da
Lei da Ficha Limpa; também possuímos
Lei de Acesso à Informação; somos signatários da
Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção; participamos da
Parceria pelo Governo Aberto (OGP) e aprovamos a
Lei Anticorrupção Empresarial. O que estamos fazendo de errado, afinal?
Todos esses esforços são muito positivos, porém, tudo isso ainda é
muito pouco. São avanços que se resumem em pequenas reformas, muito
específicas e pontuais, até mesmo frágeis, como a participação no OGP,
que servem para dizer que estamos avançando, mas que ainda não tocam em
questões fundamentais.
O Brasil precisa de reformas profundas e sistêmicas, começando, por
exemplo, pelo nosso modelo atual de financiamento político. Os cidadãos
precisam conhecer quem financia os políticos e com quanto, sendo capazes
de saber para quem eles estão, de fato, votando. Nosso sistema atual
demonstra fortes sinais de colapso e é elaborado para manter toda essa
situação que estamos vivendo, com um processo eleitoral totalmente
dominado pelo capital. Campanha eleitoral e corrupção são sinônimos no
país. As grandes empreiteiras e o sistema financeiro interferem
diretamente nos resultados das eleições, ao direcionarem montanhas de
dinheiro para os principais candidatos. Se não mudarmos esse sistema,
não avançaremos na luta anticorrupção.
Paralelamente, repensar o Poder Judiciário, sua independência e a
influência política que este sofre é fundamental para garantir o fim da
impunidade. A credibilidade na política e nos políticos precisa,
urgentemente, ser resgatada. As pessoas precisam confiar nos partidos e
nos políticos novamente. Para isso, também devem ser criados mecanismos
que protejam e permitam que as pessoas possam denunciar e agir contra a
corrupção de forma segura, confiando nas instituições responsáveis por
fazerem as leis serem cumpridas.
Do outro lado, os cidadãos não podem renunciar às suas reivindicações
de mudanças. Também temos nossa parcela de culpa. É culpado quem é
apático à política e se abdica de sua capacidade de realizar mudanças na
sociedade, simplesmente porque considera que a corrupção é inevitável,
cultural ou genética: “porque somos assim e não há o que possa ser
feito”.
A pressão em cima dos líderes deve continuar, exigindo instituições
fortes, independentes, responsáveis e eficientes como merecemos. Não
podemos deixar na mão de governantes, nos quais na maioria das vezes não
confiamos, a responsabilidade de realizar grandes reformas e ações
anticorrupção. Não dá para esperar que aqueles que se beneficiam com a
corrupção irão, de fato, realizar mudanças que possam eliminá-la. Sem
pressão e envolvimento popular não iremos avançar. Volto a dizer aqui,
não nos resta outra opção senão aprofundar nosso compromisso com a luta
anticorrupção.
“Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem”
Para saber mais sobre o trabalho da Transparência Internacional,
apoiar e saber como você pode participar escreva para: Bruno Brandao –
bbrandao@transparency.org
” Lula continua fazendo de conta que nada sabe sobre o triplex no Guarujá reformado de graça pela OAS, uma das empreiteiras afundadas no Petrolão. As investigações policiais já constataram que o ex-presidente e seus parentes inspecionaram as obras mais de uma vez. Como decifrar o claro enigma?
São três as explicações possíveis. Primeira: para os Lulas, visitar imóveis que não lhes pertencem é programa turístico. Segunda: já que os convites para palestras minguaram, o camelô de empreiteira se prepara para seguir ampliando a fortuna como corretor de imóveis. Terceira: Lula está mentindo de novo.
Examine as opções e responda: qual é a única que não parece absurda aos olhos dos investigadores da Lava Jato”?
” Ex-assessor de André Vargas é preso acusado de assalto com arma de plástico
Ricardo Chapola – O Estado de S. Paulo
28 Janeiro 2016 | 17h 14
Polícia de Puerto Iguazu, na Argentina, diz que André Alliana, ligado ao ex-deputado preso na Lava Jato, roubou a carteira de duas mulheres; PT pede apuração
SÃO PAULO – O ex-assessor do ex-deputado André Vargas (PT-PR), condenado a 14 anos de prisão na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, foi preso nesta quinta-feira, 28, na Argentina, acusado de assaltar duas mulheres portando uma arma de plástico. O nome do ex-assessor do petista é André Alliana. Ele foi detido na cidade de Puerto Iguazu, localizada a 1,2 mil quilômetros de Buenos Aires.
Alliana acabou de ser nomeado secretário parlamentar do deputado Zeca Dirceu (PT-PR). A nomeação foi publicada na edição do dia 12 de janeiro no Diário Oficial da União. Zeca Dirceu é filho do ex-ministro José Dirceu, que também foi preso durante a Operação Lava Jato. Dirceu cumpre prisão preventiva por tempo indeterminado. Ele já havia sido condenado no processo do mensalão do PT por corrupção ativa. Desde novembro do ano passado, ele cumpria a pena de 7 anos e 11 meses em regime domiciliar.
Segundo a polícia de Puerto Iguazu, Alliana teria abordado uma jovem com uma pistola 9mm de brinquedo e roubado a carteira dela. O crime aconteceu na quinta-feira passada. Após o incidente, a mulher relatou o caso para a polícia, que passou a procurar pelo suspeito.
Nessa quinta, os policiais localizaram Alliana, que tentou fugir e acabou fraturando o fêmur. O ex-assessor de Vargas tinha com ele, de acordo com a polícia, pertences de outras pessoas e a arma falsa. Alliana foi atendido no hospital da cidade e encaminhado para a cadeia. Depois de ter sido preso, Alliana ainda foi reconhecido por outras vítimas. A polícia investiga supostas participações do ex-assessor em pelo menos outros 10 crimes semelhantes que ocorreram em Puerto Iguazu.
A polícia informou ao Estado que Alliana permanecerá preso.
Procurado pela reportagem, Zeca Dirceu informou via assessoria de imprensa que Alliana “nunca trabalhou com o deputado”. Em nota, a assessoria do parlamentar comunicou ainda que Alliana não chegou a tomar posse do cargo, pois o deputado cancelou o efeito da nomeação após analisar “documentação e histórico” do ex-assessor de Vargas.
O diretório estadual do PT também divulgou nota e pediu que a justiça argentina tome providências cabíveis caso os crimes sejam efetivamente comprovados. No texto, o presidente do PT-PR, Enio Verri, escreveu também que Alliana é filiado ao PT, mas nunca ocupou cargos na direção no partido.
O Estado tentou entrar em contato com o pai de Alliana, mas ele não retornou às ligações até o fechamento dessa reportagem.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,ex-assessor-de-andre-vargas-e-preso-acusado-de-assalto-com-arma-de-plastico,10000013854#wrap-comments
Contratar advogados famosos, é sinal de que terá de se defender. E ser for acusado, é certo que está enrolado, com crimes nas costas!
Qual será o próximo pretenso trabalhador/sindicalista que se candidatará à presidência? O povo dirá: lá vem um novo Lulla.
Que Lulla prepare a malinha de roupa. A Papuda lhe espera, de braços abertos!
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/01/delator-admite-que-mentiu-sergio-moro-em-fala-sobre-jose-dirceu.html
Estou gostando muito de acompanhar o TI.
Bem entendido :
Bom exemplo. Simples, autêntico e HONESTO.
Quem nasceu para Lula e Dilma, nunca chega a ITAMAR.