sábado, 23 de outubro de 2021

As duas leituras da Agenda 2030



Na página inicial do PDOT, o GDF enfatiza a importância das dimensões "articuladoras e norteadoras" da Agenda 2030 para a promoção de um Desenvolvimento Sustentável, compromisso global assumido em 2015 por 193 paises e coordenado pela ONU, com o objetivo principal de restaurar o meio ambiente de forma a garantir a sobrevivencia da raça humana.


Na mesma página, o GDF informa que o Distrito Federal aderiu à Agenda 2030 em outubro de 2016, considerando -se, aparentemente, habilitado a estabelecer regras e a propor ações com vistas "à preservação ambiental em todo o DF".
 

De fato, a preocupação com o meio ambiente é tema constante das reuniões da ONU , organização que, inclusive , no âmbito do ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), criou metas com instruções claras sobre como deveria ser feita a recuperação ambiental em nivel global.
 

A meta 6.6, por exemplo, estabelece que, até 2020, os países deverão proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, com as florestas, zonas úmidas, córregos, aquíferos e lagos.


A meta 15.2 determina que até 2020, os países deverão promover a implementação de uma gestão que detenha o desmatamento, restaure as florestas degradadas, aumente substancialmente o florestamento e o reflorestamento.


 

Ao ler as determinações da Agenda 2030 não pude deixar de notar a discrepância entre as determinações da Agenda 2030, voltadas para a preservção ambiental  e as ações do GDF. 

 


Recordo que, ultimamente, o GDF encontra -se empenhado, não em restaurar alguma área degradada, mas em convencer os moradores dos únicos bairros ecológicos do DF  que promover a destruição ambiental desses bairros faz parte da Agenda 2030, faz parte dos "Objetivos de Desenvolvimento Sustentáavel".


 

Não, GDF, não faz parte. A preservação de um bairro que tenha vocação ecológica exige a limitação do número de habitantes para evitar a erosão, a diminuição da oferta de recursos hidricos, o desmatamento e a contaminação dos córregos que alimentam o Lago Paranoá. 


 

Nenhuma das metas da ONU propõe a destruição das últimas áreas urbanas do cerrado nativo, a morte ou a fuga  de animais em perigo de extinção  e o desequilibrio ambiental do cerrado 


 

Os bairros ecológicos foram criados para preservar a biodiversidade do cerrado, nosso patrimonio natural.Esses bairros excluvamente residenciais devem ser respeitados tambem por servirem de pulmão de Brasilia , de Ilhas Verdes em oposição ao calor e à baixa umidade da época de seca.


 

A destruição desses bairros, cuja importância fez com que fossem considerados Reservas da Biosfera do Cerrado pela UNESCO- não consta de nenhuma das metas da Agenda 2030. Não tente se justificar dessa forma.