sábado, 15 de abril de 2023

População de tigres na Índia mais do que dobra em 17 anos

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População de tigres na Índia mais do que dobra em 17 anos

População de tigres na Índia dobra em pouco mais de 15 anos

No século passado, a população de tigres na Índia beirava os 40 mil indivíduos. Pouco a pouco eles foram desaparecendo, vítimas da caça e da perda de habitat. Todavia, há 50 anos o governo indiano lançou o “Project Tiger”, uma iniciativa de conservação para tentar evitar a extinção da espécie no país.

E décadas de muito trabalho, unindo esforços públicos e de organizações não-governamentais se provaram bem-sucedidos. Em 17 anos, a população de tigres dobrou na Índia. Eram 1.411 animais em 2016 e no último censo, realizado no ano passado, foram contabilizados 3.167.

“Já se passaram 50 anos do Projeto Tigre. Seu sucesso tem sido motivo de orgulho não apenas para a Índia, mas para o mundo inteiro. A Índia não apenas salvou o tigre, mas também deu a ele um grande ecossistema para florescer. Isso foi possível graças aos esforços de todos”, celebrou o primeiro-ministro Narendra Modi.

Segundo o WWF-Internacional, 70% da população global de tigres, aproximadamente 4.500 indivíduos, está na Índia.

O tigre é o maior animal dentre todas as espécies de felinos da Ásia e considerado um dos grandes da natureza. Há um século havia cerca de 100 mil deles na vida selvagem.

Hoje eles ainda são vistos, em números muito menores do que no passado, em países como Butão, Bangladesh, Malásia, Nepal, Rússia e Tailândia.

De hábitos solitários, tigres caçam sozinhos e dependem principalmente da visão e da audição para encontrar suas presas. Um macho pode chegar a pesar quase 300 kg. Assim como outras espécies de animais, marcam seu território através da urina, fezes e vocalizações.

Em geral, as tigresas têm entre dois a quatro filhotes a cada dois anos. Caso todos os filhotes morram, ela pode ter uma nova gestação depois de cinco meses.

Filhotes ficam ao lado da mãe até, em média, os dois anos de vida. A mortalidade juvenil é alta e estima-se que 50% não sobreviva esse período inicial.

*Com informações dos sites CNN Internacional The Indian Express

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Foto de abertura: Syna Tiger Resort on Unsplash

Novo satélite de parceria Brasil e China será mais um aliado no monitoramento da Amazônia

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Novo satélite de parceria Brasil e China será mais um aliado no monitoramento da Amazônia

Novo satélite de parceria Brasil e China fará monitoramento da Amazônia com mais precisão

Entre os 15 acordos comerciais e parcerias assinados nesta sexta-feira entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Xi Jinping, durante encontro em Pequim, está o desenvolvimento e uso conjunto de um novo satélite, de uso não militar, que servirá como mais um instrumento para o monitoramento da Amazônia.

Segundo informações divulgadas inicialmente, o CBERS-6 terá “aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço”.

Ainda de acordo com reportagem publicada pela coluna Tilt, do portal UOL, o novo satélite terá um custo de US$ 140 milhões, cerca de R$ 752 milhões, que será dividido entre os dois países. A assinatura do acordo entre os governos brasileiros e chinês retoma a parceria já existente do Programa de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, que existe há mais de 30 anos.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) explica que o CBERS-6 será um satélite de monitoramento por radar. A grande diferença é que atualmente o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) utiliza satélites ópticos, que captam imagens da floresta. Acontece que, quando há uma grande quantidade de nuvens ou por exemplo, durante a noite, o monitoramento fica comprometido.

Com a nova ferramenta, será possível coletar informações adicionais da Amazônia e ter melhores dados sobre índices de desmatamento, queimadas, mudanças de solo e áreas de garimpo.

“Empregamos hoje a tecnologia óptica, que na verdade, é a captação de imagens. Com o radar, o satélite vai nos permitir observar objetos sem necessariamente ter a visão ou luminosidade do Sol. Poderemos fazer imagens em condições noturnas e com coberturas de nuvens e de florestas para enxergar o solo. Na Amazônia, existem meses com bastante cobertura de nuvens. É difícil monitorar essas áreas com satélites de tecnologia óptica. O radar vem complementar por passar a radiação através das nuvens”, afirmou Carlos Moura, presidente da AEB ao UOL.

Todas as imagens coletadas pelo CBERS-6 serão públicas.

“O objetivo não é defesa. A ideia é fazer imagens de grandes áreas. Vamos monitorar grandes áreas de preservação ambiental, assim como observação de agricultura e outras aplicações relacionadas”, garante Moura.

Desde o início do programa CBERS, Brasil e China já desenvolveram seis satélites juntos. O primeiro deles foi lançado em 1999. A previsão é que este novo fique pronto em quatro anos. O lançamento será feito de uma base chinesa.

Cada país será responsável por controlar o CBERS-6 por um determinado período de meses, ainda a ser definido no contrato. No Brasil, o Inpe fará sua operação.

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Foto de abertura: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas

Pesquisador brasileiro de 17 anos ganha prêmio internacional ao criar repelente e inseticida de baixo custo com fruto da Amazônia

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Pesquisador brasileiro de 17 anos ganha prêmio internacional ao criar repelente de baixo custo com fruto da Amazônia

O jovem pesquisador brasileiro Gustavo Botega Serra tem apenas 17 anos, mas já está brilhando lá fora. Esse maranhense, de Imperatriz, acaba de ganhar simultaneamente o Prêmio Weizmann, que inclui uma bolsa de estudos em Israel, e a oportunidade de participar da Regeneron ISEF, um dos maiores eventos de ciências do mundo, que esse ano acontecerá em Dallas, Texas.

O reconhecimento internacional se deu após ele ter conquistado este ano o 1° lugar nas categorias Inovação e Ciências Biológicas na Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia (Febrace), a maior feira brasileira pré-universitária de Ciências e Engenharia, promovida anualmente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Com a ajuda de seu orientador, Zilmar Timóteo, Gustavo que fez parte do Programa Cientista Aprendiz*, vinculado à Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), desenvolveu um larvicida, inseticida e repelente naturais, de baixo custo, feitos com os princípios ativos do tucum mirim (Astrocaryum acaule), um fruto encontrado em abundância na Amazônia e muito utilizado pelas comunidades rurais para prevenir e tratar picadas de insetos.

“Porém não havia nenhuma comprovação científica da eficácia desse fruto, era um conhecimento apenas empírico. Então visando transformar esse conhecimento empírico em um conhecimento científico, nós desenvolvemos um fármaco sustentável e de baixo custo, totalmente a base do tucum mirim, chamado PharmAcaule, dividido em repelente infantil, adulto, animal, e antipragas”, contou Gustavo ao Conexão Planeta.

Pesquisador brasileiro de 17 anos ganha prêmio internacional ao criar repelente de baixo custo com fruto da Amazônia

Segundo o pesquisador, o produto foi feito com uma fusão do álcool do tucum mirim como o óleo, extrato e polpa do fruto. Depois disso, realizou-se a identificação dos princípios ativos, nos quais foram encontrados os responsáveis pela repelência (Dilapiol, Icaridina, e Dietiltoluamida), e responsáveis pelos teores de inseticida (Cipermetrina)

“Então nós fizemos testes para comprovação da eficácia desse fármaco, utilizando tecido de porco, e todos os resultados foram excelentes, acima de 90% de eficácia, inclusive quando comparado a repelentes industrializados”, revela. “Além disso, nos testes como inseticida, percebeu-se a morte de 1, a cada 2 insetos, e larvas que entravam em contato o PharmAcaule antipragas morriam”.

O repelente não tem adicionado à sua formulação nenhum aditivo ou componente químico tóxico. A expectativa é que o fármaco ajude a combater a propagação de doenças como a dengue, chikungunya e zika, por exemplo, através do controle dos insetos vetores que as transmitem.

Pesquisador brasileiro de 17 anos ganha prêmio internacional ao criar repelente de baixo custo com fruto da Amazônia

Os repelentes e fármacos criados pelo projeto do jovem pesquisador
(Foto: arquivo pessoal)

Gustavo, que estudou como bolsista na Escola Santa Terezinha, em Imperatriz, concluiu o Ensino Médio no ano passado. Mas a paixão pela ciência já nasceu na infância.

“Assim como a grande maioria dos jovens cientistas, eu fui uma criança muito curiosa, fazia muitas perguntas pros meus pais e professores, e pude encontrar na ciência uma forma de responder essas perguntas”, diz.

O curso no Instituto Weizmann será em julho e terá duração de três semanas. Lá o brasileiro estará junto de outros 80 estudantes do mundo inteiro, que terão à disposição alguns dos mais modernos laboratórios nas áreas de bioquímica, biologia, química, matemática, ciência da computação e física.  

“Estou muito empolgado. Tenho certeza que será uma vivência transformadora. Eu já conhecia e admirava bastante a história de alguns dos outros brasileiros que já passaram por essa experiência, e poder viver isso é um sentimento de felicidade enorme. Sou muito grato por ter sido selecionado dentre tantos outros excelentes projetos, tenho certeza que essa experiência irá ser um divisor de águas em minha vida, poder trabalhar em alguns dos melhores institutos de ciência do mundo, com profissionais fantásticos e em um país de referência no meio científico como Israel, é um sonho para qualquer jovem cientista”, afirma Gustavo.

Na volta, ele pretende continuar investindo na carreira de pesquisador científico.

“Tenho certeza que voltarei com muitos aprendizados na bagagem, e sem dúvida compartilharei esses conhecimentos com a comunidade científica do Brasil, pois assim como eu tive aqueles jovens brasileiros como inspiração, espero um dia poder inspirar outras crianças curiosas a trilhar o caminho da ciência”.

*O Cientista Aprendiz é um programa de pré-iniciação científica para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental até a 3ª série do Ensino Médio. O programa faz parte das atividades de extensão da UEMASUL e nasceu do interesse dos alunos pelas atividades de laboratório e pelas diferentes áreas da pesquisa científica.

Foto de abertura: divulgação Ascom/UEMASUL

O novo plano de controle do desmatamento da Amazônia está disponível para consulta pública até 26/4: participe!

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PPCDAM (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal), tão comentado por Marina Silva desde que foi escolhida pelo presidente Lula para ser ministra do meio ambiente e do clima, foi lançado por ela em 2004 como resposta governamental às crescentes taxas de desmatamento na Amazônia.

Seu objetivo era reduzir, de forma contínua, as taxas de desmatamento e criar condições para promover a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal. Ele se refere à criação pelo Inpe do sistema de monitoramento em tempo real que passou a fornecer diariamente alertas a partir da análise de imagens de satélite.

PPCDam foi o principal responsável pela redução de 63,5% da taxa de desmatamento até 2019, quando foi extinto pelo governo Bolsonaro. Com Lula, o plano voltou e está em sua 5ª fase.

Foto: MMA/divulgação

Desde 10 de abril, quando a ministra assinou a Portaria Nº 432 (foto ao lado) o novo PPCDAm (veja o documento completo) está disponível para consulta pública e receberá contribuições até 26 deste mês.

Até agora – às 17h05 do dia 14/4, foram registradas 88 contribuições.

Com o aumento recorde da taxa nos últimos quatro anos, o governo federal editou, em 1º de janeiro, o Decreto nº 11.367/2023, que instituiu a Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento (como contamos aqui), restabeleceu o PPCDAm e definiu novas estratégias para os Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado, na Mata Atlântica, na Caatinga, no Pampa e no Pantanal.

A elaboração do PPCDAm foi coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente – e a Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial -, com a participação direta de outros 12 ministérios e de diversos órgãos federais que compõem a Subcomissão Executiva instituída pelo Decreto nº 11.367/2023.

Após análise da dinâmica do desmatamento na Amazônia, foram detalhados 12 objetivos estratégicos, divididos em 4 eixos:

Eixo I – Atividades Produtivas Sustentáveis 

Objetivo 1. Estimular atividades produtivas sustentáveis 
Objetivo 2. Promover o manejo florestal sustentável e a recuperação de áreas desmatadas ou degradadas 
Objetivo 3. Fortalecer a articulação com os estados da Amazônia Legal nas ações de fomento às atividades sustentáveis 

Eixo II – Monitoramento e Controle Ambiental 

Objetivo 4. Garantir a responsabilização pelos crimes e infrações administrativas ambientais ligadas ao desmatamento e à degradação florestal 
Objetivo 5. Aprimorar a capacidade de monitoramento do desmatamento, de incêndios, da degradação e de cadeias produtivas 
Objetivo 6. Prevenir e combater a ocorrência de incêndios florestais
Objetivo 7. Fortalecer a articulação com os estados da Amazônia Legal nas ações de fiscalização ambiental 

Eixo III – Ordenamento Territorial e Fundiário 

Objetivo 8. Garantir a proteção das terras públicas não destinadas 
Objetivo 9. Ampliar e fortalecer a gestão das áreas protegidas 
Objetivo 10. Avançar na regularização ambiental com o aprimoramento do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural – SICAR  
Objetivo 11. Alinhar o planejamento dos grandes empreendimentos de infraestrutura com a meta de desmatamento zero até 2030 

Eixo IV – Instrumentos Normativos e Econômicos 

Objetivo 12. Implementar (criar, aperfeiçoar) instrumentos normativos e econômicos para controle do desmatamento 

Esta 5ª fase do plano apresenta 176 linhas de ação para 36 resultados esperados, com destaque para:
– o fortalecimento da bioeconomia; estímulos ao manejo florestal sustentável e restauração florestal;
– a garantia da responsabilização pelos crimes e infrações ambientais;
– o aprimoramento do monitoramento do desmatamento e de incêndios florestais;
– a garantia da proteção das terras públicas não destinadas e aprimoramento da gestão das áreas protegidas; avanço da regularização ambiental; e
– o aperfeiçoamento de instrumentos normativos e econômicos para implementação de medidas mais efetivas para o controle do desmatamento e fortalecimento institucional.

O governo federal determinou que as questões ambientais sejam tratados de forma transversal, com o objetivo de incentivar o uso sustentável da florestacombater a grilagem de terras públicas e atingir todos os elos das cadeias de ilícitos ambientais.

A meta para a Amazônia Legal é de desmatamento zero até 2030.

Foto: Neil Palmer/CIAT/Creative Commons/Flickr