domingo, 18 de outubro de 2015

Nem que a vaca tussa? Seguro-desemprego já caiu 8% com novas regras do governo Dilma

18 de outubro de 2015


Mesmo com o aumento das demissões, o número de trabalhadores que o recebem é o menor desde 2011.

por Marlos Ápyus
 
Efetuando cortes que negava durante toda a campanha, Dilma tentou aumentar de 6 para 18 meses o período de trabalho mínimo para se receber o seguro-desemprego.

Essa regra funcionou de março a junho, quando o Congresso sugeriu um meio termo: 12 meses.

De qualquer forma, é menos grana no bolso do trabalhador desempregado. Mesmo com o aumento no desemprego, o seguro-desemprego distribuído é o menor desde 2011.

O que não quer nem dizer que o governo está pagando menos, já que repõe aos que o recebem o gordo aumento de salário do início do ano. E, se menos pessoas recebem mais grana, temos mais uma ferramenta estatal funcionando para concentrar renda. Parabéns aos envolvidos.
Foto: Programa Eleitoral 2014
Leia também | Lula recebeu da Odebrecht R$ 4 milhões como “palestrante”

Confira em vídeo: MST vandaliza prédio da TV Gazeta em protesto contra a… Rede Globo?!

18 de outubro de 2015

Protesto ocorria na avenida Paulista quando os baderneiros resolveram invadir as instalações do canal de TV.

 
O Portal Vox encontrou no YouTube o vídeo que mostra um protesto do Movimento Sem Terra na avenida Paulista. Nele, manifestantes vandalizam a entrada do prédio da TV Gazeta. Enquanto um grupo bate tambor, outro picha as instalações e prega cartazes. Mas, para a surpresa de todos, os panfletos lá grudados faziam crítica à Rede Globo, que fica na zona sul de São Paulo, bem longe do centro. Para conferir o absurdo, clique no player abaixo.

A rainha Dilma II ou a espátula de cozinha que custa quase dois salários mínimos.


A rainha Dilma II



Dilma Rousseff gasta duas vezes mais do que a rainha Elizabeth II.


José Casado levantou alguns dados em O Globo:

- Em 2014, a Presidência da República custou para os contribuintes 9,3 bilhões de reais - um aumento real de 210% em dez anos.

- A irrigação e a jardinagem do Palácio do Alvorada consomem 4 milhões de reais anuais.

- Os assessores contratados e a mão de obra alugada de secretárias, telefonistas, vigilantes, faxineiros e garçons, entre outros, somam 220 milhões de reais por ano.

- Vigilância e limpeza custam 5,7 milhões de reais.

- 1 milhão de reais para a contratação permanente de um empresa especializada na montagem e desmontagem de paredes divisórias.

- Nas 28 copas, a prestação de serviços custa 7,4 milhões de reais. Por elas circulam 88 garçons, sempre em camisa branca, calça, paletó de dois botões e cinco bolsos, gravata-borboleta e sapatos pretos. Há 58 copeiras em calças sem pregas, blusa de mangas três-quartos, em microcrepon, sob avental xadrez preto e branco, com viés nas laterais. Os uniformes são exigência contratual.

Paga-se 9 mil reais por banho restaurador dos utensílios em prata 925 (esterlina, com 92,5% de pureza).

- Os gastos com alimentação no Planalto somam 16 milhões de reais anuais.

- Custa 2 milhões de reais anuais o serviço de comida a bordo do avião presidencial.

- O custo médio das diárias em sua última viagem aos Estados Unidos foi de 36 mil reais.

- Para servi-la durante a viagem, foram contratados 19 limusines, 15 motoristas, dois ônibus e um caminhão para transportar bagagens. Custou 360 mil reais (o pagamento atrasou dois meses).

- Em Atenas, em 2011, a presidente gastou 244 mil reais numa “escala técnica" de 24 horas — mais de 10 mil reais por hora.

Lembram dessa mensagem?

A vida está fácil? O governo está gastando R$ 215 mil na cozinha de Dilma

Para cortar bolo, foram compradas espátulas ao custo de R$ 1.166,00 cada.


A informação chega pela colunista predileta do Planalto. Monica Bergamo informa que serão objetos de prata como 22 “réchauds” – o quê?! – orçados em mais de R$ 4.300 cada, além de 10 colheres ao custo de R$ 303 por unidade e 5 espátulas para bolos calculadas em R$ 1.166 cada uma. Além do Palácio do Planalto, receberam os mimos as residências oficiais do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto.
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Para mais informações:
Governo federal vai gastar R$ 215 mil em utensílios de cozinha para palácios

"Eu não trato mais desse assunto".A explicação do "Excitadissimo"?

Dilma Rousseff, relata o Estadão, negou enfaticamente que Joaquim Levy vá deixar o governo.

"Irritada com as perguntas, Dilma quis colocar um ponto final nas questões sobre o tema. 'Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto", afirmou. 'Qualquer coisa além disso está ficando especulativo. Vocês não farão especulação a respeito do ministro da Fazenda comigo.'"

Ela também disse que Lula não pediu a cabeça de Joaquim Levy.

A verdade é que ninguém com alguma credibilidade quer substituir Joaquim Levy. Henrique Meirelles tentou autoemplacar-se (daí a mensagem do dia 16 publicada pelo Antagonista dizendo que ele estava "excitadissimo"?N.B.), mas Dilma Rousseff tem ojeriza do ex-presidente do Banco Central de Lula.

Leiam:

Excitadíssimo

Henrique Meirelles deve estar excitadíssimo neste momento.

Defina abuso de poder, Fernandinho.

O que é abuso, FHC?

FHC deu entrevista ao jornal argentino Clarín, que destacou a seguinte frase sobre Dilma Rousseff:

"Não acho que ela tenha cometido abuso de poder em benefício próprio. Mas o sistema em que ela está foi organizado a partir desses jogos de manipulação que são corruptos."

FHC continua a agir como se não existissem fortíssimas evidências de que Dilma Rousseff foi eleita e reeleita com dinheiro roubado da Petrobras. Isso é ou não é abuso de poder em benefício próprio?

"Permanente mal-estar"


De acordo com O Globo, Michel Temer "se impôs um distanciamento do centro do poder, mantendo-se há semanas em reserva quase absoluta.

Além de ouvir conselhos de seus aliados, que recomendavam que ele se resguardasse exatamente por ser a alternativa direta de poder em caso de impeachment, Temer percebeu os sinais da presidente Dilma Rousseff e de ministros petistas de que sua presença deixou de ser considerada importante para a garantia da governabilidade, passando a ser um incômodo."


O jornal descreve a relação entre a petista e o peemedebista como de "permanente mal-estar".


Ótimo.

Em defesa da Policia MILITAR.

Procurador sugere e população já começa a tratar Dilma como 'ex-presidente do Brasil'


18/10/2015   

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O que está acontecendo nas ruas, silenciosamente, e sendo repercutido nas redes sociais é uma verdadeira revolução em prol de um Brasil melhor. 

O Procurador da Fazenda Matheus Faria, como cidadão que deseja o bem de seu povo, e que tem se dedicado a esclarecer aos que se interessam de verdade por um país mais justo, contra a corrupção e toda a bandidagem que se apoderou do poder, recentemente sugeriu que o povo 'declare vaga a presidência da república'.

REVEJA: Procurador diz que o povo deve declarar 'vaga' a presidência da república
A repercussão foi e ainda é enorme em todo o país, onde o povo está conectado via mídia livre através de milhares de sites e blogs independentes como o FCSBR, e que está ligado no que acontece nesse momento tenso da vida pública brasileira.

A coisa pegou e agora, além de também sugerir um funeral simbólico de Dilma e Lula,  Matheus sugeriu que tratem de Dilma ,que está na Suécia e vai para a Finlândia, não mais como presidente, e sim como 'ex-presidente'.
                
A coisa já está pegando e se espalhando por todo o país.
E com toda a razão e fundamento, afinal, 'a ex-pesidente', não tem sequer 5% de aprovação, ou seja, mais de 95% do povo não a vê mais como presidente, e, por isso, a partir de hoje começa a ser tratada pela maioria esmagadora da população como 'ex-presidente Dilma', muito embora ela ainda não tenha largado o osso.   (Emerson Rodrigues, editor, para os blogs da Mídia Livre FCSBR)



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Tão fofinhos, tão inocentes esses Di Menores!!Por que será que os reaças implicam tanto com esses anjinhos?


Aluno de 16 anos agride professora com socos e golpes de caneta em Sergipe

Paulo Rolemberg
Do UOL, em Aracaju

  • Reprodução
"Ele veio cantando uma música violenta. Falou eu saio, mas eu lhe mato". O relato é da professora Carla Valéria de Oliveira, 41 anos, diretora da Escola Estadual Senador Lourival Fontes, localizada na zona norte de Aracaju (SE), ao narrar a agressão sofrida por ela na tarde da última quinta-feira (2) por um aluno de 16 anos que, utilizando uma caneta, desferiu golpes contra a professora. O adolescente foi apreendido pela Polícia Militar de Sergipe.


A professora contou que na última quarta-feira (1º), alunos utilizando uma bomba de festa junina quebraram um mictório do banheiro masculino da escola. A diretora então iniciou a apuração para descobrir quem foram os autores e acabou identificando os alunos responsáveis pelo ato, entre eles estava o adolescente de 16 anos acusado pela agressão.


Segundo a diretora, diante da gravidade decidiu dar uma suspensão aos alunos. Ao saber que seria punido, o aluno que estava matriculado no EJA (Educação de Jovens e Adultos) resolveu agredi-la. "Ficou sabendo que ia ser expulso. Ele veio cantando uma música violenta. Falou eu saio, mas eu lhe mato. Partiu para cima. Deu o primeiro murro e eu caí. E me socou, vários murros. A cabeça batia muito na parede. Eu só gritava pedindo socorro", detalhou Carla Valéria, ao programa Hora da Verdade da 103FM, que foi agredida em um dos corredores da escola.


A diretora contou que funcionários e professores foram socorrê-la e um deles teria ouvido do adolescente que Carla estaria morta. "Uma colega passou por ele, e ele falou: a diretora está lá morta. Essa era vontade dele. Dá medo [ser professor] hoje em dia", disse emocionada.


Enquanto a diretora era socorrida, alunos da escola acionavam uma viatura da PM que passava pelo local. Ao perceber a presença da polícia, o adolescente tentou fugir por um terreno existente ao fundos da escola, mas acabou apreendido. Ele foi encaminhado a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. A professora foi atendida por uma equipe do SAMU e levada ao um hospital onde foi medicada e liberada.

 

Diálogo

"O mais revoltante é que eu não vinha batendo de frente com ele. Vinha conversando, dialogando. Conversei com a mãe dele: a senhora precisa acompanhar mais, preste atenção", disse a diretora agredida, ao relatar que no mês passado foi ameaçada com uma faca por outro aluno.


A diretoria foi enfática ao falar sobre o consumo de drogas dentro da unidade de ensino. Segundo ela, o banheiro é o local utilizado pelos adolescentes para manter o vício. "O problema dali [escola] é a droga. Os alunos têm se drogado dentro do banheiro. Meu objetivo é conscientizar esses alunos que a escola é um ambiente de estudo", comentou.
Com medo, a diretora já avisou que pedirá transferência da escola. "Não vou voltar para lá mais não. Quero criar meus dois filhos", finalizou.


Em agosto do ano passado, o professor de biologia Carlos Christian de Almeida Gomes foi ferido com cinco tiros disparados também por um aluno de 16 anos, na Escola Estadual Olga Barreto, no município de São Cristóvão. O professor ainda se recupera e o adolescente encontra-se cumprindo medida socioeducativa. 

Êta racinha irresponsável!! Mercemos MESMO ser exterminados!Tragédia no Pará (embarcação afunda com 5 mil cabeças de gado)

 
Além de desmatarem a Amazônia p/ fazer pasto p/ o gado, ainda transportam pelos rios e agora contaminaram a região de Barcarena/PA com as 5.000 mil carcaças em decomposição e milhares de litros de óleo e toda população da região prejudicada etc ... quanta irresponsabilidades....
Tragédia no Pará (embarcação afunda com 5 mil cabeças de gado)

 
O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e a Defensoria Pública do Estado pediram à Justiça Federal em Belém a paralisação total do Porto de Vila do Conde, em Barcarena. A ação judicial ocorre após o naufrágio do navio Haidar, de bandeira libanesa, que carregava cinco mil bois vivos. Se acatada, a suspensão das atividades do porto terá caráter temporário, mas afetará embarques de grãos e minérios. A Companhia Docas do Pará (CDP), a Global Norte Trade e a Minerva Foods são réus na ação judicial.
As entidades pedem que a paralisação seja mantida até que responsáveis apresentem um plano para a remoção total das carcaças e do óleo do navio. Parte do combustível vazou no incidente e centenas de carcaças escaparam à barreira de contenção do porto e foram parar em praias turísticas nesta semana. As instituições também pedem que sejam distribuídas máscaras contra o odor, água potável e ajuda financeira para os moradores afetados e que seja acertado um cronograma para remoção do óleo e das carcaças presas na embarcação.
Em nota, o MPF no Pará relata que diversas famílias se recusaram a deixar suas casas e a buscar abrigo no ginásio de esportes de Barcarena porque temem furtos em suas residências. Desse modo, os habitantes têm de conviver com o mau cheiro. 

Segundo a instituição, a água da região pode estar contaminada e ribeirinhos que vivem dos recursos pesqueiros não podem trabalhar. "As medidas até aqui tomadas pelos responsáveis não surtiram efeito, seja quanto ao óleo já derramado, seja quanto ao óleo ainda existente na embarcação ou, ainda, quanto aos animais", avaliam as três entidades na ação judicial.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) também notificou a Minerva, a CDP e a Global para que retirem e deem fim ao material orgânico, para evitar uma maior contaminação das águas superficiais e dos lençóis freáticos da região por necrochorume - líquido gerado na decomposição das carcaças. O Ibama estima que a carga total do Haidar possa gerar mais de 1 milhão de litros da substância. O instituto demanda que as carcaças sejam incineradas, opção que tem encontrado resistência de outras autoridades locais, como o Corpo de Bombeiros.
A CDP buscou incineradores no Pará e no Amazonas, mas as alternativas não dariam fim ao material orgânico no curto prazo. O equipamento mais potente poderia descartar apenas dez animais por dia.
A autoridade portuária emitiu nota de esclarecimento na quinta-feira, 15, sobre o incidente, indicando que a responsabilidade integral pelos acontecimentos é da Tamara Shipping, proprietária do navio que afundou, e reiterando que a remoção dos 650 mil litros de óleo e dos 4,9 mil bois mortos (100 teriam sido resgatados) está a cargo da Mammoet Salvage. A multinacional holandesa também trabalha no plano de salvamento, que atende parte das reivindicações da ação judicial. A operação de retirada do Haidar do porto deve levar quatro meses.
A CDP diz que, embora não seja responsável pelo caso, providenciou quatro quilômetros de barreiras de contenção, a coleta de 120 mil litros do óleo que vazou no rio e retirada de 120 toneladas de feno do local e de praias da região. A CDP também diz que resgatou 100 animais vivos e definiu uma área portuária para o depósito temporário das carcaças. Em outro comunicado, a companhia diz que instaurou inquérito administrativo para apurar as causas do naufrágio e integra o gabinete de gestão de crise que tomou providências para o contingenciamento da situação. Segundo a empresa, o caso é atípico e há limitações "quanto à oferta de serviços especializados para atender emergências desta natureza".
Gado em pé
A exportação de carga viva em Barcarena já foi suspensa por decisão da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), mas outras operações seguem normalmente. Ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o secretário Luiz Fernandes Rocha disse que só deve liberar embarques de animais quando a CDP preparar um plano de contingenciamento para acidentes com carga viva e o óleo do Haidar for retirado - procedimento que só deve acabar em novembro.
A Semas também diz que multa diariamente as empresas responsáveis em R$ 1 milhão por não regularem as condições hídricas no local, embora a Minerva negue que a penalidade seja aplicável. Como antecipou o Broadcast na quinta, o frigorífico diz que há apenas um auto de infração que data de 7 de outubro, com período de 15 dias para resposta.
A companhia também se declara parte prejudicada no acidente e informa que enviou a Barcarena uma equipe para auxiliar autoridades no contingenciamento, além de distribuir cestas básicas à população. Fontes afirmam que a Minerva busca dar seguimento à exportação de gado em pé, procurando opções para embarcar 20 mil bois por meio dos portos de Santarém (PA) e Itaqui, em São Luís (MA).
Fonte: AE
 
Comentário
A "escolha de Sofia" atualmente se resume a isso: ou nós, humanos, ou o Planeta Terra.Qualquer convivência sustentável, qualquer parceria, tornou-se impossível graças à nossa BURRICE! 
Anonimo

Populismo deixa rastro de ruínas no continente - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 18/10

Na alternância cíclica entre autoritarismo e abertura política, o nacional-populismo aparece como atalho perigoso, que impede a reconstrução democrática
 
A América Latina, como mostra a História, é marcada por ciclos alternados de autoritarismo e abertura política. Infelizmente, não é raro que, ao sair de um regime ditatorial, o caminho à democracia plena se veja desviado perversamente por atalhos populistas, também autoritários, interrompendo o processo de reconstrução das instituições fundamentais da república.  
 
Em nome de uma ideia difusa de “libertação” ou da “defesa nacional" contra um inimigo externo, adultera-se a democracia, intervém-se na economia, personaliza-se o que é público, apadrinham-se segmentos da sociedade e corrompem-se agentes do Estado e atores da sociedade, com alto custo para o desenvolvimento político, econômico e social.

Argentina e Venezuela são hoje exemplos bastante típicos desse processo. Bolívia e Equador também, mas sem ainda enfrentar tantas dificuldades econômicas.

Com os bons ventos da economia internacional, expressos sobretudo na valorização dos preços das commodities, Buenos Aires e Caracas falaram grosso em nome do bolivarismo, categoria política incensada por Hugo Chávez, supostamente a favor do povo e contra o capital e o mercado. O kirchnerismo é da mesma família do bolivarianismo. Os dois países recorreram à retórica nacionalista dos regimes militares para intervir na economia: a Venezuela desapropriou e estatizou empresas; ambos controlaram preços e o câmbio; destruíram institutos de estatística econômica; se isolaram da economia global com políticas protecionistas; cortaram juros a canetadas; subsidiaram setores específicos; e aumentaram salários acima da produtividade real da economia.

Quando estourou a crise internacional em 2008 e os desequilíbrios de suas políticas econômicas bateram firme no bolso da sociedade, o lado autoritário desse nacional-populismo tomou a forma visível da repressão, para conter revoltas e coibir a decepção generalizada. 
 
 
No caso venezuelano, vê-se um país à beira de uma ditadura formal, com a prisão de líderes da oposição, repressão violenta contra manifestantes, cerceamento da imprensa, desequilíbrio entre os poderes, e todo tipo de coerção contra candidatos às eleições parlamentares, cujo realização é incerta. Na Argentina, assiste-se ao ataque contra a imprensa profissional e até mesmo à morte mais que suspeita do procurador que investigava a presidente Cristina Kirchner.

 
No Brasil, as instituições republicanas mostraram até agora boa resistência às tentativas de hegemonização política do lulopetismo, representante deste nacional-populismo. Mas, no campo da economia, a adoção da “nova matriz macreconômica” empurrou o país para o mesmo caminho de infortúnio dos vizinhos bolivarianos.

 
O resultado, uma grave crise sem perspectiva de solução a curto prazo, cobra seu preço sobretudo da população mais pobre, inclusive aquele segmento que deixara estatisticamente a pobreza absoluta e corre agora o risco de retroceder. Por ironia, em nome de quem opera o populismo.
 

Cunha sequestrou o governo e a oposição - ELIO GASPARI


O GLOBO - 18/10

O Planalto acha que precisa de Eduardo Cunha para segurar o impeachment e a oposição acha que precisa dele para consegui-lo. Já o doutor acha que o Planalto e meia dúzia de notáveis de Brasília podem livrá-lo dos efeitos da Lava Jato. É engano.

De acordo com a documentação bancária conhecida, desde o dia 23 de abril de 2014 Eduardo Cunha sabe que a Lava Jato chegaria a ele. Foi quando fechou sua conta Orion no banco suíço Julius Baer, onde ficavam os cofrinhos de Renato Duque, Jorge Zelada e Paulo Roberto Costa.

A Lava Jato tinha um mês de existência e já haviam sido presos Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. No dia 20 de maio, no mesmo banco, Cunha fechou a conta Triumph, aberta em 2007. Nenhuma delas era facilmente identificável a partir de seu nome. Tanto era assim que deixou outras duas em atividade.

Em 2011 a Orion recebera um depósito de 1,3 milhão de francos suíços saídos de uma conta Acona, do BSI. Ela pertencia ao engenheiro João Augusto Henriques, um ex-diretor da BR Distribuidora que quase chegara a diretor internacional da Petrobras, mas indicara o doutor Zelada para o lugar.

Em novembro do ano passado a conta Acona foi bloqueada a pedido do governo brasileiro. Nessa época poucas pessoas falavam de Henriques. O governo, a Petrobras e Cunha preferiram esquecer o que ele dissera ao repórter Diego Escosteguy em 2013: "Do que eu ganhasse (nos contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio".

A notícia do bloqueio da conta de Henriques no BSI chegou a Cunha, que se inquietou. Descobriu que a iniciativa partira de autoridades brasileiras. Calado, o Ministério Público estava atrás do poderoso Henriques.

Cunha foi eleito presidente da Câmara em fevereiro, entrou atirando e anunciou que convocaria os 39 ministros da doutora Dilma para sabatinas. Onze dias depois, colocou em votação e viu aprovada a imposição do orçamento impositivo. Surgira a expressão "pauta-bomba".

Em março o doutor entrou na lista do Janot e passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Uma semana depois, outra bomba: a Câmara aprovou uma mudança no cálculo do salário mínimo.

No dia 17 de abril o banco Julius Baer fechou as duas outras contas ativas (Netherton e Kopek), que Cunha talvez tenha suposto serem inalcançáveis. Bomba de novo: menos de um mês depois a Câmara aprovou mudanças no cálculo do fator previdenciário.

Em agosto o juiz Sérgio Moro aceitou uma denúncia do Ministério Público contra Henriques. Bomba: a Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional que vincula os salários de advogados públicos e policiais aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Em setembro, como era de se prever, Henriques foi preso. Desde o bloqueio da conta Acona isso era pedra cantada.

Todas as bombas aprovadas pela Câmara, bem como aquelas que estão guardadas no paiol podem ser defendidas em discussões pontuais. O problema é que, no conjunto, simplesmente destroem as finanças do país. Custam R$ 284 bilhões ao longo dos próximos anos.
O governo e a oposição acham que podem fazer acordos com Eduardo Cunha. Deixando-se de lado o fato que um acerto serviria para derrubar a doutora Dilma e o outro para preservá-la, o que há de mais intrigante nessas operações é que nem Cunha, nem a oposição e muito menos o Planalto, controlam o Ministério Público e a Lava Jato. Se controlassem, ela já teria acabado há muitos meses.

Trata-se de um caso de contaminação voluntária de reputações, algumas até boas.

Uma alma danada vem chamando o presidente da Câmara de "Al Pacino". Fica a dúvida do que isso significa. Na vida real Al Pacino é um grande profissional, com um Oscar no papel de Serpico, um corajoso policial honesto. Esteve também em filmes como "Um Dia de Cão" (baseado numa história verdadeira) e "O Poderoso Chefão".


VAZAMENTOS

Eduardo Cunha tinha toda razão quando se queixava de que seu nome vazava seletivamente nas denúncias de malfeitos.

A entrada na roda de Renan Calheiros e Delcídio Amaral mostra que havia macumba na encruzilhada.

MALUQUICE

A ideia é maluca, mas tratando-se do comissariado, tudo é possível.

O Planalto estaria interessado em vincular juridicamente à Advocacia Geral da União as agências reguladoras de telefonia, energia e saúde.

Tradução: se a AGU der um refresco aos concessionários, as agências, que nasceram para ser autônomas, devem baixar a cabeça e acompanhar o corneteiro.


SETE BRASIL

A Sete Brasil esclarece: suas negociações com a Petrobras para a construção de 14 sondas de perfuração não incluem a discussão de multas para casos de atraso na entrega dos equipamentos.

O que as duas empresas ainda negociam são as penalidades decorrentes de eventuais descumprimentos das cláusulas que determinam o conteúdo nacional na construção das sondas.


REFRESCO

Depois de ralarem mais de um ano apanhando do Ministério Público na Lava Jato, alguns escritórios de advocacia acreditam que abriu-se uma pequena brecha para futuros litígios nos tribunais superiores.

Na variação ocorrida nos depoimentos do lobista Julio Camargo que, de início, não falou em Eduardo Cunha, teriam entrado mais argumentos do que simples ameaças ou temores.

Se ficar comprovado que houve troca-trocas nesses tipos de depoimentos, mesmo que não se abale a estrutura jurídica das denúncias, tisna-se a moralidade das confissões.


FALAR MAL DO SUS É UM VÍCIO IRRACIONAL (Irracional???60% consideram ruim e 54% acham péssimo, isso é irracional?NB)

Há dois anos, o Conselho Federal de Medicina divulga uma pesquisa que mostra a avaliação da saúde pública e privada pelos brasileiros. O resultado de 2015 foi óbvio: para 60% dos entrevistados ela é ruim, e para 54% o Sistema Único de Saúde não presta.

Veio embutida nessa pesquisa uma informação menos óbvia e mais relevante.

Quem recorre ao SUS (o andar de baixo) é mais benevolente com seus serviços do que aqueles que não o usam. Treze por cento desses usuários acham-no bom ou excelente e 53%, péssimo ou ruim. Quem não usa o SUS e paga plano privado tende a vê-lo com maus olhos, pois do contrário admitiria que está fazendo mau negócio. Só 8% avaliam-no como bom e 60% como ruim.

Metade dos entrevistados que pagam planos usaram o SUS para consultas e exames e 20% internaram-se na sua rede. Entre os que fizeram cirurgias no SUS (16%), metade achou o serviço bom ou excelente. Não é um número que mereça ser festejado, mas sugere que o SUS vai melhor do que se pensa. Seus gargalos estão nas esperas e na gestão.

Em novembro o Conselho divulgará outra rodada da pesquisa, fechando o foco nos planos privados.
 

A sem-vergonhice sentou praça - EDITORIAL O ESTADÃO "O panorama de ampla, geral e irrestrita sem-vergonhice escancarado pela divulgação diária de novas e escandalosas roubalheiras, conchavos e chicanas coloca o País diante do risco da banalização de uma rotina que pode acabar transformando em conformismo a indignação que hoje assalta a consciência cívica nacional".


O Estado de São Paulo - 18/10

O panorama de ampla, geral e irrestrita sem-vergonhice escancarado pela divulgação diária de novas e escandalosas roubalheiras, conchavos e chicanas coloca o País diante do risco da banalização de uma rotina que pode acabar transformando em conformismo a indignação que hoje assalta a consciência cívica nacional. 
 
Afinal, se todo mundo é ladrão, se é impossível associar política a princípios morais, se a regra é o salve-se quem puder, dane-se o resto, que eu vou cuidar da minha própria vida. Foi algo assim – no caso, o processo de conversão ao “pragmatismo” – que abriu a Lula e a seu PT o caminho de acesso ao poder e à insensibilidade moral.

Passou a valer o debochado aforismo: “Instaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos”, sendo apenas para constar a primeira alternativa do brocardo. É a lógica dos safados, a desculpa dos picaretas, o refúgio da bandidagem engravatada. É a motivação oculta dos idealistas de fôlego curto que acabaram descobrindo que é muito mais fácil e proveitoso desfrutar do poder do que usá-lo para promover o bem geral.

Só que Lula e sua tigrada não consideraram que no clube do “locupletemo-nos todos” teriam de dividir espaço com gente de larga experiência na matéria, velhos e astutos coronéis e capas pretas da política. 
 
E, quando os petistas tentaram transformar esses “aliados” em meros coadjuvantes na cena política, deu-se o desastre: surgiu um Eduardo Cunha para mostrar que Lula, Dilma & Cia. eram pouco mais que aprendizes afoitos e desastrados em matéria de malandragem, dissimulação e falta de escrúpulos.

Misturada a sem-vergonhice com a incompetência, o País mergulhou na atual crise, cuja marca mais perniciosa tem sido a falta de esperança numa solução de curto ou de médio prazo.

Os brasileiros não podem, no entanto, simplesmente dar as costas àquilo que repudiam e renunciar ao direito de lutar pela construção de seu próprio destino. O primeiro passo é identificar com clareza as figuras que, por nefastas, merecem ser punidas com a expulsão da vida política. É uma punição para a qual a democracia oferece a todos uma arma poderosa: o voto.

É mais do que óbvio que, depois de 12 anos no governo, a irresponsabilidade do populismo lulopetista é a principal culpada pelas agruras que maltratam hoje os brasileiros, de modo especial os mais pobres, em nome dos quais o PT reclamou o poder. E quem personifica, desde sempre, a imagem do PT? Não é, certamente, a presidente Dilma Rousseff, que já está com prazo de validade vencido. O PT é Lula. E a grandeza de Lula se mede por um de seus últimos atos na Presidência da República.

Em dezembro de 2010, Lula ordenou a seu chanceler, Celso Amorim, que ignorasse o regulamento do Itamaraty e contemplasse com passaportes diplomáticos os petizes Da Silva, que estavam, já então, destinados a iniciar prósperas carreiras como empresários. Que mal há nisso? O mal, na questão dos passaportes, é que está errado, não pode, a lei não permite, nem mesmo um presidente que deixa o cargo desfrutando de altíssima popularidade está acima da lei. Em resumo, é imoral.
Exatamente porque não hesitou em beneficiar a filharada com favores indignos, Lula demonstrou que não teria dúvidas em fazer o mesmo em outras circunstâncias, digamos, menos triviais. O noticiário recente exibe o elenco de possibilidades que se abriram à sortuda prole.

Tudo passa, para recorrer ainda à sabedoria popular de que Lula se vangloria de ser guardião. Dilma, por exemplo, passará. Mas Lula acha que ficará – e mexe os pauzinhos para chegar a 2018 como o salvador da pátria, a mesma que ajudou a enfiar neste buraco fundo em que estamos.

Mais cedo ou mais tarde, Lula terá de se haver ou com a ação conjugada da PF com o MPF ou com as urnas. Da condenação destas últimas só escapará se os brasileiros perderem a fé em que podem ser sujeitos e não meros objetos da História.
 
 

A escolha de Sofia - FERNANDO GABEIRA--"Enquanto os atores institucionais e seus cronistas nos reduzirem apenas a espectadores, esse filme de quinta categoria não acaba nunca. Não quero dizer com isso que precisamos fazer manifestações cada vez maiores, para os jornalistas medirem, fita métrica na mão, o nosso avanço".

domingo, outubro 18, 2015


O GLOBO - 18/10

Quem cai primeiro: Dilma ou Eduardo Cunha?


Quem cai primeiro: Dilma ou Eduardo Cunha? Essa, para mim, é uma escolha de Sofia, a personagem que teve de decidir qual dos dois filhos seria sacrificado. Sofia queria que ambos sobrevivessem, daí a angústia de sua escolha. No caso brasileiro, gostaria que os dois caíssem e, se possível, levassem também o Renan Calheiros.

Para o ex-ministro Joaquim Barbosa, o impeachment de Dilma é uma bomba atômica. 
Mesmo discordando de sua conclusão, acho que a imagem é útil e nos remete ao período da Guerra Fria, no qual a ameaça de uma hecatombe nuclear se tornou um fator de equilíbrio.

Eduardo Cunha tem contas na Suíça e foi detonado por quatro delatores. Hoje, conta com a simpatia da oposição. O líder do PSDB fez um discurso nauseante de apoio a Cunha na CPI. Fiquei tão chocado que escrevi mensagem de protesto para seu gabinete.
Mas Cunha floresceu no período do PT. Era líder de seu partido, o PMDB, comandava votações e nas questões econômicas fechava com o governo. O processo de degradação que o PT favoreceu acabou levando a uma consequência lógica na Câmara: o mais hábil e experimentado bandido acabaria ocupando a presidência.

A imagem de Barbosa serve, no entanto, para descrever o quadro. O impeachment tem valor para Cunha apenas como ameaça. Ele sabe que o impeachment de Dilma, imediatamente, levaria à sua própria queda. Dilma e Cunha necessitam um do outro e talvez evitem a guerra até que um deles caia por si próprio, derrubado pelos cupins que o consomem. Só existe um fator capaz de trazer alguma esperança: a participação popular. Sem ela, o Congresso fica perdido, os dramas vão se arrastar e reduziremos as chances de prosperidade das novas gerações.
Lula, por exemplo, escolheu um caminho de defesa: os fins justificam os meios. As pedaladas fiscais aconteceram para financiar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. É um argumento tenebroso porque engana os mais ingênuos e continua dando à quebra das regras do jogo um certo charme de Robin Hood. Acontece que o governo não pedalou apenas com os gastos sociais. Fez inúmeras despesas, em torno de R$ 26 bilhões, sem consulta ao Congresso. Em qualquer democracia do mundo, isso é crime bem mais grave do que comer um bombom na mesa do delegado da PF.

Não importam Teoris e Rosas e outros juristas vestidos de preto, com uma linguagem empolada. Nessa semana fizeram o que condenamos nos juízes de futebol: apitaram perigo de gol. O governo acentuou seus erros num ano eleitoral precisamente para dizer agora: esqueçam o passado, não sou responsável por ele. E, com esse argumento, pedalou até em 2015.

Enquanto potencialmente puder acenar com o impeachment de Dilma, Cunha ficará vivo. E enquanto tiver Cunha como seu grande oponente, o governo vai propor a ele um acordo de sobrevivência. É uma dádiva para o PT que ele tenha encarnado a oposição.
Dizer que nada vai se resolver enquanto for decidido por cima não é, necessariamente, pessimismo. Milhões de pessoas rejeitam Dilma e Cunha. Mas não podem apenas esperar que um destrua o outro. Ou supor que as instituições, por si próprias, encontrem a saída.  
O Brasil está vivendo, de novo, aquele dilema do personagem de Kafka que esperou anos diante da porta do castelo, para descobrir que ela sempre esteve aberta.
Nossa oposição é medíocre, o Supremo aparelhado pelo PT, que se gaba de ter pelo menos cinco ministros na mão. Os principais personagens, Dilma e Cunha se equilibram pelo terror.

Milhões de pessoas querem mudança. Mas esperam que aconteça num universo petrificado de Brasília. As coisas se parecem um pouco como aquele poema de John Donne sobre sinos dobrando. Não pergunte por quem dobram, pois dobram por você. De uma certa maneira, não será o Cunha, Congresso ou Supremo que resolverão essa parada. Ela depende de cada um.

Enquanto os atores institucionais e seus cronistas nos reduzirem apenas a espectadores, esse filme de quinta categoria não acaba nunca. Não quero dizer com isso que precisamos fazer manifestações cada vez maiores, para os jornalistas medirem, fita métrica na mão, o nosso avanço.
Com mais de meio século de experiência nas ruas, cheguei à conclusão de que nelas, como em outros lugares, não é só a quantidade que conta. Há um grande espaço para a qualidade e invenção. Mesmo sem nenhuma garantia de que esse caminho dê certo, ele tem, pelo menos, a vantagem de estar nas nossas mãos.

Da anistia às diretas, passando pela queda de Collor, as conquistas populares foram notáveis. Mas assim como na profissão de jornalista, o passado é muito bom mas não serve de consolo para os desafios do momento. O foco é sempre a próxima tarefa.

E o Brasil parece ter empacado na próxima tarefa. Ela não se resume na troca no poder, mas também na busca de um crescimento sustentável em todos os sentidos. Não podemos mais voar como galinha nem seguir, desvairadamente, destruindo recursos naturais.

Alguns amigos sonham com a garotada que vem aí. Mas os ombros dos jovens não precisam suportar o mundo. O futuro interessa também aos que não estarão vivos para presenciá-lo.
 

Por que Lula e Cunha não processam Fernando Baiano?


Pedro do Coutto


Trata-se de uma pergunta que se impõe diante do desenrolar dos fatos na sequência, cada vez mais veloz, da Operação Lava Jato. Afinal de contas, Fernando Baiano, um dos delatores confessos da corrupção que abalou a Petrobrás, formulou acusações a ambos, cujo conteúdo revela comportamentos ilegais.


Assim, se forem falsas, configuram prática de crime de calúnia por parte de quem as proferiu. E o caminho lógico dos que se sentem caluniados, claro, é recorrer à Justiça contra o caluniador. São duas reportagens na edição de O Globo de sexta-feira que destacam firmemente os fatos a que me refiro.



A primeira, de Jailton de Carvalho e Júnia Gama, página 3; a segunda, de Fernanda Krakovics e também Jailton de Carvalho, página 7. Nesta, o ex-presidente é acusado de haver pressionado a Petrobrás para incluir a empresa OSX, de Eike Batista, nos contratos de uso de sondas através da Sete Brasil.


Fernando Baiano disse também ter destinado 2 milhões de reais a uma nora de Luis Inácio da Silva para saldar dívida contraída por ela. Se as acusações não tiverem bases concretas, torna-se fácil para os acusados agirem judicialmente contra o acusador. Por qual motivo não o fazem?



DELAÇÕES PREMIADAS
Aliás, esta colocação estende-se a todos os acusados por intermédio dos autores das delações premiadas, como é o caso de Ricardo Pessoa, Júlio Camargo, Leo Pinheiro, Dalton Avancini, entre os mais votados. Pois o fato de trem participado da avalanche de corrupção não os desqualifica como capazes de transmitirem o conteúdo dos acontecimentos dos quais participaram intensamente.


A forma é uma coisa. O conteúdo outra. Dai, inclusive, pela lei, haver a figura dos delatores premiados com base – claro está – na verdade das delações praticadas.


Logo, elas se legitimaram, por elas mesmo, desde que tais versões sejam aceitas pelo Poder Judiciário. Porém, se mentirem, estarão praticando difamação ou calúnia. Crimes previstos no Código Penal. As ações contra essas investidas, se falsas forem, encontram-se à disposição dos difamados e caluniados.


Não faz sentido, portanto, culpar-se Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, pelo pedido de abertura de inquérito junto ao STF. Ele verificou e encaminhou as denúncias, não as construiu ou montou. O difamador ou caluniador não é ele. Da mesma forma que o juiz Sérgio Moro nos seus despachos e sentenças, que se estenderam e incluíram até ladrões de casaca.


LULA: DEMITIR LEVY E PROTEGER CUNHA
Paralelamente, o ex-presidente Lula segue forte visando a demissão de Joaquim Levy e pressiona para que o PT adote uma política de não agressão a Eduardo Cunha. Deixou estes pontos claro durante reunião com os deputados da bancada do PT, como expôs a reportagem de Marina Dias, Gustavo Uribe, Débora Álvares e Ranier Bragon, Folha de São Paulo, edição de 16. Lula condenou a atuação de Joaquim Levy por considerar que o titular da Fazenda só faz acenos (e apelos) ao mercado financeiro, posicionamento que vem desagradando as bases do partido.


Para Lula – acrescenta a matéria – são necessárias mudanças na condução da economia para que o país saia da agenda do ajuste fiscal. É preciso destacar a esperança. Do contrário, o Brasil vai ingressar em cenário ainda mais difícil.


Com a nova investida de Lula – digo eu -, como primeiro-ministro do atual governo, o panorama à disposição de Dilma Rousseff retrai-se ainda mais. Se atender Lula, se enfraquece. Se não atender, eis aí um enigma dos mais complexos.

Enriquecimento ilícito de Eduardo Cunha é impressionante


Viagem oficial de cúpula do Congresso prevê turismo
O casal Cunha em Jerusalém, onde pediram perdão pelos pecados


Deu em O Tempo
Informações repassadas pela Procuradoria Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal) indicam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua mulher, Cláudia Cruz, movimentaram milhões em contas no exterior e ainda contam com uma frota de carros – que inclui veículo de luxo – avaliada em quase R$ 1 milhão à disposição no Rio de Janeiro.


Segundo o Ministério Público Federal, o deputado abriu conta nos anos 90 no exterior, que teria sido precedida de análise de risco apontando patrimônio de aproximadamente US$ 16 milhões (R$ 62 milhões) na época.


De acordo com a Procuradoria, Claudia e as empresas do casal (Jesus.com e C3 Produções) têm oito carros registrados, que teriam preço médio que variam de R$ 18 mil a R$ 430 mil (um Porshe Cayenne ano 2013). Os procuradores destacam que ao abrir conta em um banco da Suíça, a mulher do deputado afirmou que “era dona de casa”.


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
A evolução patrimonial do casal é um dos indícios apontados pelo Ministério Público Federal para justificar a investigação do deputado e familiares por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, fruto de desvios de recursos da Petrobras. A abertura de inquérito foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal e os dois serão investigados por corrupção e lavagem de dinheiro. Uma das filhas do deputado que é dependente de uma das contas na Suíça também é alvo de investigação.


“Há indícios suficientes de que as contas no exterior não foram declaradas pelas pessoas mencionadas, ao menos em relação a Eduardo Cunha, e de que são produto de crime”, diz o procurador-geral da República interino, Eugênio Aragão, em parecer ao STF para justificar a abertura de inquérito para investigar contas secretas na Suíça atribuídas a Cunha e a mulher.


DINHEIRO DEMAIS
O procurador enumera informações para ressaltar que apesar de declarar atualmente patrimônio de R$ 1,6 milhões, Cunha é beneficiário de contas no exterior que movimentaram valores bem mais expressivos do que esse.


“A análise de risco e perfil do cliente demonstram que Eduardo Cunha já mantinha conta junto ao banco Merril Lynch nos EUA há mais de 20 anos de perfil agressivo e com interesse em crescimento patrimonial. Sua fortuna seria oriunda de aplicações no mercado financeiro local e do investimento no mercado imobiliário carioca. Há também referências à sua antiga função de Presidente da Telerj. Seu patrimônio estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente US$ 16 milhões”, escreve o procurador.



MULHER E FILHA
O inquérito foi aberto contra Cunha, Cláudia Cruz e uma filha do primeiro casamento do peemedebista, Danielle Cunha. Aragão afirma ainda que na conta na Suíça atribuída à mulher de Cunha – que movimentou “despesas bastante consideráveis em cartões de crédito” e outros gastos – consta inclusive a assinatura de Cláudia Cruz. A essa conta está vinculada Daniella e a filha do primeiro casamento de Cruz, Ghabriela Cruz Amorim.


Eduardo Cunha tem negado reiteradamente envolvimento com desvio de recursos da Petrobras. De forma indireta, nega ter contas na Suíça. Mas afirma que somente seus advogados irão se manifestar, no momento adequado, assim que conhecerem o teor das acusações.

"Levy deve ser substituído", diz PT


O presidente do PT, Rui Falcão, pediu a demissão de Joaquim Levy.

Dessa vez, ele o fez publicamente, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Ele disse:

“É importante mudar a política econômica. É preciso que se libere crédito para investimento, para consumo. É uma forma de fazer a economia rodar. Da mesma maneira, é insustentável manter a atual taxa de juros”.

E acrescentou:

“Acho que Dilma vai determinar a liberação de crédito. Se Levy não quiser seguir a orientação da presidente, deve ser substituído”.

Muuuuuuu, uma lenda bovina


Os negócios de Lulinha com a JBS Friboi sempre foram tratados como uma lenda urbana.
Wesley Batista, recentemente, disse que só conhece Lulinha “por foto na internet”.


Mas se, como alega Fernando Baiano, Lulinha ganhou um apartamento da Immbrax, sociedade entre José Carlos Bumlai e o Grupo Bertin, a lenda urbana se tornou realidade, considerando que o Grupo Bertin foi absorvido pela JBS Friboi e que Wesley Batista virou sócio de José Carlos Bumlai numa usina de etanol.


Uma lenda bovina

A chave do cofre de Lula


Lula está preocupado com o surgimento do nome de José Carlos Bumlai na Lava Jato, diz o Estadão.


"Segundo um empresário que conversou com o ex-presidente, a proximidade entre ambos, intermediada, no início da relação de amizade, ainda em 2002, pelo senador Delcídio Amaral, é hoje um flanco de vulnerabilidade em relação a Lula e sua família".


Delcídio Amaral, José Carlos Bumlai, Lulinha: Fernando Baiano pode entregar a chave do cofre de Lula.

Você ainda pode fazer algo pelo Brasil, CUNHA, aceite a denúncia contra Dilma!


17/10/2015


..O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve saber que não tem salvação. Se não for cassado pelos seus colegas, perderá o mandato porque condenado pelo STF. Se não der tempo de ser condenado neste, será no próximo se for reeleito.

Sim. É tudo verdade:
– ele certamente não é o chefe do petrolão;
– ele já foi denunciado duas vezes, e os demais políticos, nenhuma:
– quando a investigação diz respeito a ele, tudo anda mais depressa;
– ele se transformou na figura mais importante de um esquema que era liderado pelo PT;
– e, obviamente, isso não faz sentido.
Mas não é menos verdade que as evidências contra ele são devastadoras. É preciso saber a hora em que as coisas não têm retorno.


Se Cunha pode fazer por seu mandato (este ou o próximo), pode ainda prestar um favor ao país deixando que o Congresso decida o futuro do governo Dilma.


Enquanto for presidente da Câmara, está nas suas mãos — e exclusivamente nas suas mãos — deferir ou não a denúncia que será apresentada pela oposição na terça-feira. 


O Supremo cassou, como se sabe, o direito que tinha — e, segundo o Regimento Interno da Câmara, tem — a oposição de recorrer.


Lula se oferece para salvá-lo. Com os votos dos petistas, dos peemedebistas e de outros eventuais aliados, Cunha até pode se safar no Conselho de Ética e, eventualmente, em plenário, embora isso pareça a cada dia mais difícil.


Se a dinâmica dos fatos e da investigação vai escrever a sua biografia, que não seja ele o coveiro da possibilidade de Dilma responder por seus atos. Se alguém tem de enterrar essa possibilidade, que seja, então o Congresso — num primeiro momento, a Câmara.


Cunha foi um bom presidente da Casa até aqui e livrou o país de diabólicos pesares, como a possibilidade de Dilma indicar mais cinco ministros do Supremo caso fique até 2018. Também ajudou a sepultar a absurda reforma política do PT, que Roberto Barroso tenta levar adiante no Supremo, na base do tapetão.


Mas é preciso reconhecer o momento em que não dá mais. Ou as autoridades suíças estão mentindo, e os documentos que chegaram são todos falsos — não parece que seja o caso —, ou é o fim da linha, e a insistência em manter o atual status não só não o ajuda como faz mal ao país.


Parece que esse jogo ele perdeu. Que não contribua para uma derrota do país e da democracia e permita que o Congresso avalie a obra de Dilma. E isso, por vontade de ministros do Supremo, só ele pode fazer. E só ele pode fazer não porque seja Eduardo Cunha, mas porque é o presidente da Câmara.


Que Cunha acolha a denúncia contra Dilma e deixe que o Estado de Direito siga o seu curso.



Por Reinaldo Azevedo ( via Veja e Agência)

VERGONHA! LULA, DILMA, RENAN E CUNHA… A “NATA” POLÍTICA DO PAÍS SOB SUSPEITA!


17/10/2015


..POLÍCIA FEDERAL ABRE INQUÉRITO PARA INVESTIGAR CAMPANHA DE DILMA

Quase quatro meses após o ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinar abertura de inquérito para investigar suposta prática de atos ilícitos na campanha que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em 2014, a Polícia Federal instaurou a investigação. A primeira determinação do ministro é de junho; a segunda é de agosto.


Gilmar utiliza informações reveladas pelas investigações da Operação Lava Jato para dizer que a campanha foi supostamente financiada com recursos da Petrobras

Por ser uma empresa de capital misto (recursos públicos e privados) a petroleira é vedada de financiar campanhas eleitorais. “As doações contabilizadas parecem formar um ciclo que retirava os recursos da estatal, abastecia contas do partido, mesmo fora do período eleitoral, e circulava para as campanhas eleitorais”, escreveu o ministro.


O ministro também citou delação premiada do lobista Milton Pascowitch, que afirmou a investigadores que parte dos recursos de propina teria sido repassada a pedido do então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, hoje preso na Lava Jato, ao site Brasil 247, “simulando contrato de prestação de serviços”. “O objetivo seria financiar a propaganda disfarçada do Partido dos Trabalhadores e seus candidatos, além de denegrir a imagem dos partidos e candidatos concorrentes”, concluiu o ministro. “Em suma, há indicativos de que o partido recebeu auxílio por meio de sociedade de economia mista e publicidade”, resume.



As contas de campanha da presidente Dilma e do PT foram aprovadas com ressalvas pelo TSE em dezembro de 2014. A aprovação se deu na Corte por unanimidade após os ministros acompanharem o voto do relator, que foi o próprio Gilmar. No despacho ele justificou seu voto pela aprovação alegando que “apenas no ano de 2015, com o aprofundamento das investigações no suposto esquema de corrupção ocorrido na Petrobrás, vieram a público os relatos de utilização de doação de campanha como subterfúgio para pagamento de propina”.



Logo após o despacho do ministro, a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto emitiu nota afirmando que: “Todas as contribuições e despesas da campanha de 2014 foram apresentadas ao TSE, que após rigorosa sindicância, aprovou as contas por unanimidade”, diz a nota assinada pelo ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, que foi o tesoureiro da campanha de Dilma no ano passado.


Via Cristal e correiodopovo

Evangélico, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), registrou o seu carro mais caro em nome de uma empresa chamada Jesus.com, que tem como atribuições fazer propagandas e programas de rádio.

17/10/2015

O evangélico, pastor e Presidente da Câmara “CUNHA”, registrou PORSCHE CAYENNE DE 500 MIL em nome de Jesus.com


O Porsche Cayenne S, de 2013, avaliado em 429.000 reais, é apenas uma parte da frota de Cunha. 


Conforme pedido de investigação apresentado pela Procuradoria-Geral da República, o presidente da Câmara tem ainda um Ford Edge V6 e um Ford Fusion registrados em nome da Jesus.com, e outros cinco veículos vinculados a outra empresa e à mulher do peemedebista, a jornalista Cláudia Cruz. 


Ao todo, o patrimônio dele somente em carros é de 940.000 reais. 


No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a empresa Jesus.com aparece entre os bens de Eduardo Cunha no ano passado – as cotas do peemedebista foram estimadas em 47.500 reais


A vinculação de Cunha com questões religiosas não é novidade. Eduardo Cunha participa de um programa em uma rádio evangélica carioca, tem domínios religiosos na internet e diariamente publica em sua página virtual mensagens bíblicas. 


Mais: conforme as investigações do Ministério Público, parte da propina recebida no escândalo de corrupção na Petrobras era transferida a igrejas como falsas doações religiosas. (Marcela Mattos, de Brasília) Via Cristal Vox <= acesse