Por Rhona Melsky / Tradução de Alice Wehrle Gomide Fotos: Judy Obregon
Judy Obregon conhece um gambá quando ela vê um. Um deles visita sua varanda regularmente.
Enquanto ela dirigia pelo seu quarteirão no dia 20 de
fevereiro, a caminho da casa de sua sogra, ela parou quando viu o que
imaginava ser um gambá morto na rua.
Até que o pequeno ergueu sua cabeça. E olhou na direção de Obregon.
Era como se o gambá soubesse que Obregon estava lá para ajudar.
“Eu sabia que não podia virar as costas”, ela disse.
Como fundadora do grupo de resgate animal The Abandoned
Ones "Saving Animals in Danger" em Forth Worth, Texas, Obregon vem
resgatando cães principalmente de uma área bem conhecida pela rinha de
cães em sua cidade. Entretanto, se um animal precisa de ajuda,
independentemente da espécie, Obregon entra em ação, assim como ela fez
com o gambá.
A gambá no começo tentou ir embora antes de Judy Obregon ter conseguido colocá-la na beira da estrada.
Obregon saiu de seu carro e andou até o gambá e viu uma
trilha de sangue desde a calçada até o animal, com uma vara
ensanguentada no chão perto dele. Sua intuição disse que o animal não
tinha sido atropelado por um carro e que o gambá era “uma gambá”
carregando bebês.
Ajudando os desamparados
A gambá continuou se esforçando para levantar sua cabeça e
tentou andar, então Obregon gentilmente empurrou o animal para a beira
da estrada para prevenir um acidente com um carro. Obregon correu até
seu carro para pegar uma camiseta para aquecer a gambá.
Obregon encontrou uma camiseta em seu carro e conseguiu enrolar a gambá para aquecê-la.
Ela então pegou seu telefone e começou a tentar encontrar
alguém que pudesse ajudar. Após ligar para a DFW Wildlife Coalition, ela
recebeu uma lista de telefones de reabilitadores locais de vida
selvagem e finalmente conseguiu falar com Tabatha, que morava somente
alguns minutos longe do local.
Enquanto ela aguardava Tabatha, Obregon sabia que era muito importante encontrar uma caixa e manter a gambá segura e aquecida.
Como ela estava somente a um quarteirão da casa de sua
sogra e seu marido estava lá, ela pediu que ele cuidasse da gambá
enquanto ela corria para pegar uma caixa.
Obregon queria garantir que não machucaria o animal.
A gambá era tão pequena. Tão frágil.
E tão assustada.
“Eu coloquei a caixa no chão para ver se a gambá iria
entrar sozinha”, ela disse. “Eu coloquei na frente dela e usei minhas
mãos para guiá-la para dentro da caixa”. A gambá teve dificuldade, mas
conseguiu se arrastar para dentro, como se ela soubesse que estava sendo
resgatada, de acordo com Obregon, que então carregou a caixa até a casa
de sua sogra, onde ela sentou na frente e esperou.
“Eu estava tão emotiva”, Obregon disse. “Eu faço resgate
todo o tempo, mas ver outra resgatista fazer o que eu faço foi
emocionante”.
Tabatha, a reabilitadora de vida selvagem, avaliou Angel na primeira noite que ela a levou para casa. (Fotos: Tabatha)
Tabatha é uma reabilitadora de vida selvagem que está em
seu quarto ano no trabalho de ajudar a reabilitar uma variedade de
animais, desde gambás (os únicos marsupiais da América do Norte) e
esquilos, até visons e guaxinins.
Ela e seu marido Ronnie possuem uma
sublicença (eles trabalham para alguém que é licenciado) pelo estado do
Texas, onde eles aprendem tudo que precisam para reabilitar os animais,
desde alimentação, triagem e como determinar se um animal precisa de
cuidado veterinário, até nutrição, como arrumar uma gaiola e libertar um
animal novamente na natureza. Tabatha está no processo de solicitar sua
própria licença.
Os ferimentos de Angel eram extensos, e Tabatha acredita que eles foram infligidos por humanos.
Primeiro, Tabatha verificou que a gambá era mesmo uma fêmea
e que ela tinha joeys (bebês de marsupiais) em sua bolsa. Joeys nascem
cegos, carecas e completamente indefesos; eles pesam cerca de 3 a 4
gramas e se desenvolvem na bolsa de sua mãe por 60 dias. Tabatha cobriu a
gambá, que Obregon chamou de Angel, com um cobertor e a colocou em
segurança em uma caixa de transporte e a levou para casa.
“Eu diria que ela não tinha sido atropelada por um carro
devido à evidência do sangue e pela situação que ela estava”, Tabatha
disse. “Eu diria que ela foi atingida por algo”.
Um plano para Angel se recuperar
Chegando à sua casa, Tabatha pegou Angel para avaliá-la por
completo e não encontrou nenhum osso quebrado ou sangramento profundo.
“Eu pude ver na avaliação que ela foi atingida, e eu tenho quase certeza
que era uma arma de chumbinhos”, Tabatha disse. Havia cerca de quatro
dentes que foram danificados e uma ferida no céu de sua boca onde o
chumbinho atingiu. Como não tinha nenhum ferimento de saída,
provavelmente Angel engoliu o chumbinho.
Na segunda noite, Angel começou a melhorar.
Tabatha ligou para um veterinário de vida selvagem, o qual
ela sempre consulta, e falou sobre o caso, determinando que Angel não
precisava ir até a clínica. Pelo conselho do veterinário, Tabatha
administrou medicamentos para dor e líquidos, limpou os ferimentos de
Angel e a colocou em uma gaiola, alimentando-a com vegetais, frutas e
frango. “Você pode dizer que sua boca estava dolorida, mas ela está
comendo e bebendo sozinha, o que é uma excelente notícia”.
Ela também verificou os bebês de Angel, que estavam bem.
Entretanto, ela não podia removê-los, pois isso seria perigoso para
eles.
Gambás frequentemente possuem uma má reputação, mas um pouco de educação pode ir além.
Angel ama ser abraçada e se aconchegar com Ronnie, o marido de Tabatha, que também é um reabilitador de vida selvagem.
Para começar, é muito improvável que eles sejam portadores
da raiva, de acordo com Tabatha, já que sua temperatura é muito baixa
para sustentar o vírus. Na maioria das vezes eles tem medo dos humanos e
não são agressivos.
Tabatha vem avaliando Angel à noite porque os gambás são
animais noturnos. Ela quer garantir que Angel esteja calma e que não
haja ruídos altos. “Neste momento ela está assustada e dá para ver que
ela está sofrendo”, ela disse. “Ela é muito doce. Gambás possuem uma
personalidade tímida”.
Quando assustados, os gambás silvam e abrem bem suas bocas.
“Se isso não funcionar, eles se fingem de mortos e eles realmente
possuem glândulas em seus ânus que secretam um fluído com odor horrível
para fazer parecer que eles cheiram como um animal morto”. Normalmente,
se você os deixar quietos, eles irão embora, a não ser que haja comida.
Aceitando ajuda de humanos
Apesar de Tabatha saber que Angel foi ferida por humanos,
“ela não tentou me morder nenhuma vez”, ela disse. “Ela sabe que estou
aqui para ajudar, e não machucá-la. Eu acho que ela tem uma ótima chance
de ficar bem”.
Angel continua a se recuperar, e Tabatha espera poder libertá-la em algumas semanas.
“Meu objetivo é garantir que ela não pegue nenhuma
infecção, fazer com que ela ganhe mais peso, e libertá-la com seus bebês
assim que possível”, o que certamente será em uma semana ou duas,
contanto que Angel continue a se recuperar. Tabatha conhece um homem que
ama vida selvagem. Ele possui 60 acres e a caça é proibida, então ela
irá libertar Angel em sua propriedade.
Resgatar Angel “não foi um dos meus típicos resgates porque
eu resgato cães e gatos”, Obregon disse. “Isto é fora do comum para
mim, mas eu não iria evitá-la só por causa disso. Ela ainda é um animal
com um coração batendo, e ainda estava batendo quando eu cheguei a ela”.
Se você encontrar um animal selvagem ferido, a Humane
Society of the United States tem informação para ajudar. Você também
pode entrar em contato com parques e organizações locais de vida
selvagem para informação e uma lista de reabilitadores em sua região, ou
ligar para a unidade de controle animal. Se você levar um animal
selvagem para um reabilitador, lembre-se de deixar uma doação já que
eles são autônomos.
Semestralmente são selecionadas iniciativas que contribuam com a conservação da natureza
Pode ser para proteger o mico-leão-dourado ou outras espécies
ameaçadas, desenvolver alternativas que diminuam a pressão da pesca
sobre a vida marinha ou criar unidades de conservação em ecossistemas
únicos como a Caatinga.
Qualquer projeto que tenha por objetivo
contribuir para a conservação da natureza em todas as regiões do Brasil
pode ser inscrito no Edital de Apoio a Projetos da Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza.
As inscrições estão abertas até 31 de março e a submissão das propostas é realizada exclusivamente pelo site www.fundacaogrupoboticario.org.br.
Para concorrer ao apoio é preciso que a iniciativa seja realizada por
instituições privadas sem fins lucrativos, como fundações ligadas a
universidades e organizações não governamentais.
O edital é dividido em três linhas temáticas. Uma delas objetiva a
criação ou ampliação de Unidades de Conservação de Proteção Integral e
Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), além de executar
ações prioritárias indicadas em seus planos de manejo.
Outra linha prioriza iniciativas para as espécies brasileiras
ameaçadas de extinção. Esses projetos devem ter como objetivo a execução
das ações previstas nos Planos de Ação Nacional (PANs), buscando
melhorar os seus status de conservação. Também são previstas ações
emergenciais para aquelas que ainda não possuam PANs ou que enquadrem
uma espécie em listas oficiais de ameaças.
O terceiro foco do edital é voltado para iniciativas que visem
minimizar as ameaças à biodiversidade dos ecossistemas costeiros e
marinhos, que estão longe da meta de proteção da Convenção da
Diversidade Biológica – que indica a necessidade de conservar 10% desses
ambientes, sendo que o Brasil conserva atualmente apenas 1,57%.
“Esse edital público prioriza projetos que busquem resultados
efetivos para a conservação da nossa biodiversidade. Outro fator que
consideramos relevante é a geração de informações importantes para a
execução de medidas conservacionistas ou que ampliem o conhecimento
sobre espécies e seus ambientes naturais”, afirma Malu Nunes, diretora
executiva da Fundação Grupo Boticário.
Por meio de seus editais, a
instituição já apoiou quase 1.500 iniciativas em 25 anos.
Em caso de dúvidas sobre a inscrição, os interessados podem entrar em
contato pelo e-mail edital@fundacaogrupoboticario.org.br. Para iniciar o
processo, acesse a área “Quem Somos
[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado,
reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à
Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim
diário, basta enviar um email para
newsletter_ecodebate+subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será
incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a
inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail
de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por
terceiros.
Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para
newsletter_ecodebate+unsubscribe@googlegroups.com ou
ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá
uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática
mas não é instantânea.
Ao analisar as gravações dos sons emitidos pelas baleias,
investigadores conseguiram criar um algoritmo que distingue o dialecto
de cada espécie.
O programa ouve os registos de cada grupo de animais e examina as
frequências. "Não estamos à procura de cada som, estamos à procura do
conjunto de sons", explicou à revista New Scientist Sarah Hallerberg do
Instituto Max Planck na Alemanha. "É como olhar para todo o texto e não
apenas para uma palavra".
Investigadores do grupo ecologista Ocean Sound gravou os sons de seis
grupos de baleias-piloto ao longo da costa da Noruega. Ao utilizar o
algoritmo, a equipa de Sarah Hallerberg conseguiu provar que cada
família de baleias tem o seu próprio dialecto.
Por Sarah V Schweig / Tradução de Alice Wehrle Gomide Fotos: Claudia Lifton
Quando uma amante dos animais viajou para a Tailândia para
ajudar elefantes explorados pela indústria do turismo, ela nem imaginava
que viria uma história incrível sobre a mudança de vida bebê macaco
órfão muito sortudo.
Claudia Lifton, que agora vive em Denver, nos EUA, e
trabalha para a Factory Farming Awareness Coalition (Coalisão para
Conscientizar sobre Fazendas Industriais), estava indo da Tailândia para
Laos para renovar seu visto em 2013, quando ela estava passou por um
pequeno vilarejo rural chamado Pak Bang. Durante sua parada, ela decidiu
explorar.
“Eu subi uma colina e cheguei a uma área bem rural aonde os
ocidentais quase nunca vão”, Lifton disse ao The Dodo. Quando ela
chegou ao topo, bem ao lado de fora de uma loja de bicicletas, ela viu
algo que sabia que não conseguiria deixar para trás: um macaco de 3
meses de idade amarrado pelo pescoço em uma gaiola.
Ela tentou dizer aos donos da loja que o macaco parecia
terrivelmente doente – e essa foi somente a primeira de suas
dificuldades. “Ninguém falava inglês, então eu simplesmente sentei no
chão e não ia embora”.
Finalmente, os aldeões trouxeram um homem do vilarejo, uma
das poucas pessoas em toda a região que falava inglês. Acontece que a
família na realidade tinha resgatado o macaco de um destino muito pior
do que o que ele estava enfrentando no momento.
A família disse que eles
resgataram o bebê de caçadores que iam vendê-lo para o comércio de
animais exóticos. “Eles o compraram para que ele não fosse enviado para a
Tailândia e se tornar um macaco dançarino ou animal de estimação de um
americano estúpido”, Lifton disse.
Lifton implorou para que a família a deixasse levar o bebê,
explicando que ele iria morrer se não recebesse cuidado médico, mas
eles se recusaram. “Eu ofereci a eles todo o dinheiro que tinha comigo,
minha câmera e meu iPod, mas eles disseram não”.
Finalmente, ela teve uma ideia interessante: dar uma de
louca. Desde as 9 da noite até meia-noite, Lifton fez um escândalo.
“Todas as pessoas vinham para a loja de bicicletas e viam esta pessoa
louca chorando na frente da loja. Eles provavelmente pensaram que eu era
uma lunática, o que eu meio que era”.
Por fim, os donos da loja ficaram tão envergonhados pelo
episódio, que concordaram que Lifton levasse o macaco em troca de sua
câmera de $300.
Mas isso era somente o começo.
O que Lifton faria com esse bebê macaco, ela ainda tinha
que descobrir. A primeira coisa que ela fez foi chamá-lo de Nahuglai,
que significa “eternamente amado” em Laos. “Mas nós todos o chamávamos
de Hug (Abraço)”, ela disse.
Após passar a noite com o macaco do lado de fora do único
albergue da cidade (que não permitiu que ela entrasse com o pequeno
macaco agarrado em seu pescoço), ela ligou para sua mãe que estava nos
EUA e pediu ajuda. “Eu disse a ela que se nós não encontrássemos um
santuário para ele, eu provavelmente teria que ficar em Laos para
sempre”.
Mas finalmente, Lifton soube do ACRES Wildlife Sanctuary,
uma organização que transformou um zoológico em um lugar que ajuda, em
vez de ferir, os animais. O santuário também tinha um gruupo de macacos
resgatados dispostos a receber o pequeno em sua família.
Enquanto isso, Nahuglai estava se tornando cada vez mais
apegado a ela. Andando em um barco por 10 horas, ele conseguiu jogar os
fones e ambos os sapatos de Lifton para a água. E durante uma viagem
noturna de ônibus de 10 horas, Nahuglai estava grudado no rosto de
Lifton. “Toda vez que eu tentava tirá-lo, ele gritava e as pessoas
ficavam bravas porque elas estavam tentando dormir”.
Quando Lifton finalmente chegou ao santuário, ela estava
descalça e coberta de bananas, fezes e urina. Ela também não tinha
dormido por 5 dias. “Mas tudo isso valeu a pena”, ela disse. Lifton
ainda recebe notícias de Nahuglai, que vive muito feliz com sua mãe e
irmãos adotivos no santuário. De acordo com as pessoas lá, ele se tornou
o líder mais corajoso de todos eles.
Agora o pequeno Hug está recebendo todos os abraços possíveis.
“E eu ainda verifico com o homem que fala inglês naquele
vilarejo para garantir que as pessoas não tenham obtido mais nenhum
macaco”, Lifton disse.
Direção discorda sobre largura de pista três vezes maior do que previsto. Moradores dizem que 'não há programação'
Auditores do Instituto Brasilia Ambiental (Ibram) e a direção do órgão
discordam sobre supostas irregularidades nas obras da orla sul do Lago
Paranoá, no Distrito Federal. Os fiscais apontaram que a pista, prevista
para 1,5 m de largura, está sendo construída em espaço de quatro
metros.
Os servidores do Ibram detectaram a suposta irregularidade na manhã
desta terça (1º de março). Segundo os auditores, a Novacap deve ser
notificada por crime ambiental.
Durante a tarde, a direção do Ibram informou que a obra está regular e o
serviço deve continuar. A previsão de conclusão do projeto é para o fim
de 2017.
A reportagem da TV Globo foi ao local e constatou que os serviços foram
interrompidos. A Secretaria de Infraestrutura disse que as obras estavam
paradas por causa das chuvas.
O superintendente de Áreas Protegidas diz que a obra da orla está
correta e de acordo com a legislação. O projeto apresentado não
especifica os quatro metros de largura da orla, mas tem as coordenadas
geográficas.
“Totalmente de acordo com o projeto que foi feito pelos órgãos do
próprio governo. Foi dada uma autorização do Ibram que limita as obras
ao que diz o projeto. Então está tudo sob controle. Tudo muito bem
coordenado e as obras estão caminhando muito bem", afirma o
superintendente de áreas protegidas, Leonel Generoso.
Para o superintendente de fiscalização do órgão, Ramiro Hofmeister, a
equipe técnica pode ter se apressado em divulgar que a obra está em
desacordo com o projeto. “Podem até existir entendimentos diversos
dentro do órgão. E talvez isso tenha levado ao anseio de alguém que não
concorde com o entendimento de uma legislação. Mas isso não autoriza
ninguem a falar em nome da fiscalização.”
A derrubada de obras na orla do Lago Paranoá começou no ano passado. A
associação de moradores da região afirma que a obra da nova pista de
caminhada tem sido feita sem planejamento.
“Na verdade, não existe projeto. O que está acontecendo hoje é o que
estávamos prevendo: não tem programação”, afirma o presidente da
Associação de Amigos do Lago Paranoá, Marconi de Souza.
Escolher que cão adotar em um canil pode se provar uma tarefa
difícil. Mas Danielle Eden teve um momento especialmente difícil ao
visitar um abrigo em Israel. Todo os animais viviam em condições tão
ruins e entristecedoras que ela não conseguia escolher apenas um. Então
ela decidiu comprar todos os 250 cachorros do local.
Eden é co-fundadora do santuário Dog Tales Rescua and Santuary, um
centro de resgate de animais em Ontario (EUA), e já salvou cachorros nos
mais diferentes países ao redor do mundo.
Ela conta que o canil que visitou em Israel estava infestado de ratos
e abriga 250 cães, todos sujos e famintos, em um espaço onde deveriam
apenas caber 70. Desde então, ela conseguiu realocar 90 cachorros em
Israel e 25 foram levados para seu abrigo em Ontario, mas seu desejo é
levar todos os animais de volta com ela para o Canadá.
Manuela tinha uma vida normal de jabuti. Acordava, passeava pelo
jardim, comia suas folhas e adorava se esconder pela casa. Um belo dia
resolveu se esconder muito bem e ficou sumida por 30 anos.
Aconteceu em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A jabuti da
família Almeida foi reencontrada numa caixa de som após 30 anos sumida
dentro da própria casa da rua Padre Sabóia de Medeiros.
No início da década de 1980, durante uma reforma da casa, os Almeida
deram por falta do animal. “Eu achei que ela tinha fugido, porque o
pedreiro que fazia a obra da casa deixava o portão aberto”, disse a
tutora da jabuti, Sueli de Almeida. A família perguntou para a
vizinhança, mas ninguém encontrava uma ‘tartaruga fugitiva’ por
Realengo. Até que Manuela foi esquecida.
Divulgação
No início de 2013, o patriarca da família, Leonel Almeida, morreu.
Ele tinha a mania de acumular objetos e equipamentos eletrônicos dentro
da própria casa. Esse hábito era tão arraigado que chegou a ocupar um
quarto e o segundo andar da residência.
“Tudo que ele achasse que dava para consertar na rua, ele pegava. Se
achasse uma televisão velha, pensava que no futuro poderia usar alguma
peça para consertar uma nova e, assim, foi acumulando as coisas”,
explica a filha Lenita de Almeida.
Após a morte de Leonel, o filho começou a desobstruir as áreas
intransitáveis da casa. Até que veio a surpresa dentro de um dos sacos
de lixo.
“Eu coloquei o saco de lixo no chão e o vizinho só me avisou ‘vai
jogar fora a tartaruga também?’. Nesse momento, eu fiquei branco e não
acreditei”, disse o filho Leandro.
A família toda ficou emocionada. Afinal, a querida ‘tartaruga’
Manuela tinha voltado. Mas como ela conseguiu viver dentro de um quarto
cheio de equipamentos eletrônicos durante anos? O professor e
veterinário Jeferson Pires explicou ao Fantástico como os jabutis são
resistentes.
“Apesar das situações adversas, eles podem ficar muito tempo sem
comer. Mesmo sem ter um dado cientifico comprovando, eles podem ficar de
dois a três anos sem comer. Na natureza, eles comem frutas, folhas,
fezes, animais mortos”, disse.
A família, apaixonada por animais, acha que a jabuti se alimentava de
cupins no local e, para eles, não há a possibilidade de alguém ter
colocado ela dentro do quarto.
Manuela é um jabuti da espécie Chelonoides carbonaria, conhecida como
jabuti piranga.
Mas, para os Almeida, não tem jeito, é a tartaruga da
casa. Agora, Manuela anda por toda a residência e diverte as gerações
que já conhecia e as novas da família Almeida.
O curso traz aulas teóricas sobre o cultivo de frutas e hortaliças e algumas práticas para viabilizar o seu manejo.
2 de March de 2016 • Atualizado às 10 : 08
A produção orgânica no Brasil estima crescer até 35% em 2016. |
Foto: iStock by Getty Images
A produção orgânica no Brasil estima crescer até 35% em 2016,
segundo dados recentes do projeto Organics Brasil. A expansão desse
mercado é bastante positiva do ponto de vista ecológico e social mas,
segundo o agrônomo Jackson Pontes Vasquez, o setor só vai cumprir o seu
papel socioeconômico e ambiental quando inserir ainda mais o pequeno
produtor, o que, segundo ele, só será possível a partir da sua
profissionalização e de uma nova relação com o consumidor.
“O mercado é solícito, mas ainda é muito pequeno, ficando num
universo de pessoas com maior poder aquisitivo ou que realmente são
conscientes da importância do alimento orgânico para o ecossistema. O
consumidor quer facilidade para encontrar o produto e, para isso, o
produtor precisa estar estruturado desde a produção até a entrega do
alimento”, afirma Jackson.
Para apoiar produtores e demais interessados na área, a ESCAS –
Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade do IPÊ
(Instituto de Pesquisas Ecológicas) lançou o curso Produção e
Comercialização de Orgânicos, que tem Jackson como professor. As
inscrições já estão abertas no site e as aulas acontecem de 08 a 10 de abril em Nazaré Paulista (a 70 km de São Paulo).
O fortalecimento do setor de orgânicos no Brasil, de acordo com o
professor, está baseado especialmente numa nova cultura de consumo,
orientada para o bem do planeta e da saúde das pessoas. Segundo ele, o
consumidor que entende o benefício dos orgânicos para o equilíbrio do
meio ambiente e para a sua própria saúde vai descobrir que o produto
vale a pena, e vai passar a demandar ainda mais do mercado. O que pode
indicar um bom horizonte no caminho de quem quer empreender no ramo.
“Tanto o produtor que opta pelo orgânico, como o consumidor não
retorna mais ao produto convencional (com uso de agrotóxicos). No curso,
vamos mostrar alguns caminhos para quem quer investir nesse mercado.
Não é fácil, é um setor que dá muito trabalho, mas se você tem a
consciência da importância disso para o bem estar humano e da natureza,
vai ver que compensa”, diz.
O curso traz aulas teóricas sobre o cultivo de frutas e hortaliças e
algumas práticas para viabilizar o seu manejo, além de algumas dicas de
comercialização. Acima de tudo, leva a uma discussão sobre a necessidade
urgente de mudança do conceito de alimentação, que reduza o impacto
sobre o equilíbrio ambiental.
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou, na última
semana, o projeto que permite o uso do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS) para a aquisição e a instalação de equipamentos de
geração elétrica em residências.
O Projeto de Lei do Senado (PLS) 371/2015, do senador Ciro Nogueira
(PP-PI), estabelece o benefício para energia a ser gerada a partir de
fontes hidráulica, solar, eólica ou de biomassa. A proposta segue para a
análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Os recursos poderão ser sacados uma vez com essa finalidade. Para
sacar, o interessado precisa comprovar pelo menos três anos com carteira
assinada. A casa em que os equipamentos serão instalados tem de ser do
beneficiado.
Segundo o autor, o objetivo é estimular a eficiência energética por
meio de fontes renováveis. Nos últimos anos, segundo o senador, o Brasil
tem sofrido com o desequilíbrio entre oferta e a demanda de energia
elétrica, por escassez de chuvas ou por deficiência no planejamento
setorial. A solução tem sido acionar as usinas termoelétricas, uma
produção mais cara e poluente. Ciro Nogueira disse, ainda, que sabe que
alguns setores do governo são contra o acesso ao FGTS para determinadas
coisas.
O senador José Pimentel (PT-CE) afirmou que investir na energia
eólica e na energia solar é muito importante principalmente para o
Nordeste. O senador, que também se preocupa com o uso dos recursos do
FGTS, disse ainda que o conselho curador do fundo ajudará a solucionar a
questão e manifestou o apoio do governo ao projeto.
“Temos poucos mananciais de água que podem gerar energia, mas temos,
nessa chamada energia limpa, um potencial muito forte. Todo o Nordeste
tem um potencial de energia eólica muito forte. Hoje o Ceará já produz
energia eólica para o seu abastecimento e na proporção do que está sendo
investido na região. Logo o Nordeste todo será superavitário na geração
de energia”, afirmou Pimentel.
Segundo um novo estudo publicado na sexta-feira pelo jornal eletrônico especializado em artigos científicos“Science Advances”, cerca de 71% da população mundial, ou seja, 4.3 bilhões de pessoas, vivem sob severa ou moderada escassez de água por um mês a cada ano. Dessas, 1 bilhão vivem na Índia e 900 milhões vivem na China.
O Brasil não está entre os países mais afetados, não há nenhum na América Latina. Quem encabeça a lista dos mais impactados pela seca é o Iemen, nação árabe que faz fronteira com a Arábia Saudita e Omã, é banhada pelo Mar da Arábia e, segundo o estudo, está prestes a ficar totalmente sem água dentro de poucos anos.Em Bangladesh, 130 milhões são afetados; nos Estados Unidos, sobretudo na região Oeste, também 130 milhões de pessoas estão sendo impactadas pela seca; no Paquistão são 120 milhões; na Nigéria são 110 milhõese no México, 90 milhões.
A pesquisa, divulgada pelo jornal britânico“The Guardian” mostra ainda que há 1,8 bilhão a quase 3 bilhões de pessoas que já estão passando por uma escassez severa de água pelo menos de 4 a 6 meses ao ano.Marrocos, Líbia, Somália, Jordânia, estão entre os países cuja posição é bastante vulnerável. A situação, segundo os pesquisadores (leia aqui a pesquisa na íntegra)é bem pior do que os estudiosos estavam imaginando até agora, o que faz supor que registros anteriores subestimaram os dados.A diferença é que até aqui a escassez de água estava sendo pesquisada ano a ano. Quando os pesquisadores decidiram aproximar mais a lupa do que realmente acontece no dia a dia dos cidadãos, a resposta foi a que se obteve.
Aqui no Brasil, com razão ficamos preocupados e monitoramos os registros de reservatórios, mas o país ainda tem 12% da água doce superficial do mundo (leia aqui).Nosso problema é a distribuição dessa água, mal feita, além da poluição dos rios. Duas questões que não dependem da natureza, como acontece nos países mais impactados, mas da ação humana, de vontade política e da (ir)responsabilidade de empresas que precisam da água para tocar seus negócios. Só para lembrar um caso, a bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, está poluída por causa do rompimento de barragens da mineração da Samarco e ainda corre risco de o acidente se alastrar (veja aqui).
Um estudo como esse que foi divulgado, onde a água aparece sendo, cada vez menos, um “recurso renovável”, mostra a exata proporção do crime ambiental que aconteceu em Minas Gerais. Desse, tivemos notícias por ter sido grandioso. Há outros menores que não têm tanta repercussão mas que são igualmente cruéis contra um bem em extinção. A mineradora Rolando Comércio de Areia, por exemplo, causou rompimento de barragemde mineração em Jacareí no dia 5 de fevereiro (leia aqui)e lançou todo o lixo que restava de sua produção no Rio Paraíba do Sul. O Ministério Público abriu inquérito, haverá processo na Justiça, alguma multa vai ser paga, mas... o dano a um rio que tem mais de mil quilômetros, banha três estados e pode ser a fonte de renda de muitos, já foi feito.
Assim sendo, não se trata, apenas, de diminuir o tempo de banho de cada cidadão, como muito bem lembrou Arjen Hoekstra, professor holandês que coordenou a pesquisa.
“O consumo doméstico é responsável por apenas 1 a 4% do gasto de água”, disse ele.
O holandês centra fogo em dois grandes vilões que estão provocando a seca: a agricultura, por conta da irrigação, e o consumo da carne, que se utiliza de 25% de toda a água do mundo. É preciso mais de 15 mil litros de água para preparar um quilo de carne bovina para servir como alimento aos humanos. Diminuir o consumo de carne vermelha, portanto, não é apenas bom para a saúde, como atestou o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado no ano passado (leia aqui).
Os efeitos da seca no mundo foram tema também do Forum Mundial Econômico que aconteceu em Davos em janeiro (leia aqui), razão que motivoua pesquisa do jornal.A escassez de água foi listada como um dos dez maiores impactos que o mundo já vem enfrentando, com consequências desastrosas, inclusive como fomentadora de violência. Basta lembrar o caso da Síria.
Situados na região conhecida como “Crescente Fértil” ou “Berço da civilização”, onde a humanidade começou a crescer graças à abundância de terras agricultáveis e água,os sírios viveram o horror da seca durante três anos a partir de 2006/2007. Consequência direta foi a migração de 1,5 milhão de pessoas das áreas agrícolas para os centros urbanos, em busca de água.Segundo estudo publicado no site da Academia de Ciências dos Estados Unidos (leia aqui, em inglês),em 2003, antes do início da seca, a agricultura representava 25% do Produto Interno Bruto sírio. Em 2008, após o inverno mais seco observado no país, essa porcentagem caiu para 17%.
Pequenos e médios agricultores perderam suas safras na Síria, o gado morreu à míngua, o país precisou importar trigo pela primeira vez em toda a sua história. O preço dos alimentos mais que dobrou, a desnutrição começou a ser um mal a atingir,sobretudo,as crianças.Tudo isso alinhado a uma liderança negligente, diz o texto dos pesquisadores, ao fracasso do governo para enfrentar e dar soluções ao sofrimento do povo, resultou em agitação, instabilidade, desemprego, corrupção e um aumento da desigualdade galopante.
O estudo do jornal “Science Advances” lista o aumento da população mundial como um dos fatores que está contribuindo para a escassez de água no planeta. Nesse ponto, há estudiosos que divergem, e tendo a concordar com eles. A pesquisadora alemã Barbara Duden, do Instituto de Estudos da Cultura em Essen, conta em seu artigo “Population” no “The Development Dictionary” (Ed. Zeed Books), que foi durante os anos 50, no pós-guerra, que pela primeira vez a superpopulação tornou-se uma ameaça iminente.
“Os estudiosos do crescimento populacional estavam começando a ter um discurso desenvolvimentista. E a redução na taxa do crescimento populacional passou a servista, a partir de então, como uma condição para que os países se desenvolvessem.Altas taxas criariam mais desemprego, aumentariam o número de bocas a serem alimentadas... E assim, acabariam pondo à prova as promessas feitas em nome do desenvolvimento e os políticos pagariam o preço do progresso”, conta ela.
Dudens traça a linha histórica e destrincha a questão-chave. Afinal, se os humanos virarem o problema crucial do planeta, quem vai dar a solução? Ou o que se quer é que sobre muito para os poucos que já estão aproveitando mais do que os outros?
Aqui vale registrar, para terminar a reflexão, que a mesma Índia que aparece na pesquisa com 1 bilhão de pessoas que vivem sem água pelo menos 1 mês no ano, também tem surgido nos noticiários econômicos como a nação líder em crescimento por conta da alta recorde, de 7,3%, do PIB. A era dos paradoxos.