A luta contra a crise climática precisa ser mundial. Enquanto isso, o Brasil ainda segue na direção contrária

O presidente dos EUA, Joe Biden, assinando os primeiros atos executivos, na quarta-feira (20/01/21) — Foto: AP Photo/Evan Vucci

Um dos primeiros atos oficiais de Joe Biden foi assinar o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, o tratado mundial que tem como objetivo combater a crise climática. 

Esta é uma das relevantes medidas de reversão das ações de Donald Trump, uma vez que o país segue com uma lista extensa de pendências com o mundo: é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, multiplicou sua produção de petróleo na última década – uma das fontes de energia mais poluentes – e até então, enquanto sob o comando de um presidente negacionista da ciência, tinha virado as costas para os quase 200 países que se comprometeram a reduzir a emissão de gases de efeito estufa. 

As questões relacionadas ao meio ambiente e à crise climática são urgentes. Estamos destruindo nossas florestas e promovendo um desequilíbrio que só traz perdas à toda sociedade, impactando também na saúde das pessoas. Infelizmente, o Brasil segue regredindo nesse sentido e todos pagam um preço alto pelas ações de um governo que incentiva queimadas e desmatamento na Amazônia, que promove o desmonte de estruturas e políticas ambientais construídas ao longo de décadas, ameaça  povos e terras indígenas, entre muitos outros retrocessos, inclusive com ameaças ao sistema democrático brasileiro

Sai de cena um negacionista do clima e da ciência, mas permanece uma das trágicas nuances deste roteiro, o preço da desigualdade.  Tanto no que diz respeito à pandemia de Covid-19 que assola o mundo como à crise climática, as pessoas que são afetadas primeiro e que mais sofrem são  aquelas em condições de maior vulnerabilidade, que estão à margem dos privilégios e do acesso a direitos básicos.

“O Brasil, que poderia ser um dos líderes no combate à crise climática, é visto cada vez mais como um vilão do clima, e a pressão sobre nós só vai aumentar. Precisamos escolher se queremos ser um exemplo positivo para o mundo ou o pária internacional. Para o bem dos brasileiros e do mundo”, diz Thiago Almeida, representante da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.

Se você também quer fazer parte da mudança, junte-se ao movimento que está cobrando ações mais ousadas de empresas e governos pelas pessoas e pelo clima: https://www.greenpeace.org.br/emergencia-climatica