A Petrobras calcula em US$ 14,3 bilhões (R$ 44,8 bilhões) o prejuízo
mínimo que terá com o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj),
em Itaboraí (RJ). No cálculo estão investimentos que não poderão ser
recuperados e gastos com manutenção durante a paralisação da obra. A
estimativa está em documento apresentado pela estatal, em fevereiro, ao
Tribunal de Contas da União (TCU) ao qual o jornal O Globo teve acesso.
Um processo no TCU examina irregularidades no Comperj, empreendimento
no qual, segundo a Operação Lava Jato, houve participação de cartel de
empreiteiras e pagamento de propina a diretores e políticos em troca de
contratos. O projeto é considerado o maior do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
A previsão inicial da Petrobras era que as obras custassem US$ 6,1
bilhões. Com esse valor, a companhia pretendia construir uma unidade de
gás natural, duas refinarias e uma petroquímica. Só a unidade de gás
está em andamento, com previsão de término em 2017. A primeira
refinaria, com 82% das obras concluídas, foi suspensa em dezembro por
causa de restrições orçamentárias. A segunda não saiu do papel. Já o
projeto da petroquímica foi cancelado em julho do ano passado.
De acordo com o Globo, a Petrobras discute com o TCU o
destino do Comperj: a desistência de parte do projeto ou seu andamento.
Técnicos da estatal estimam que a retomada da primeira refinaria geraria
um prejuízo menor (os US$ 14,3 bilhões). Já a desistência traria
prejuízo de US$ 17 bilhões (R$ 53,1 bilhões). Segundo os repórteres
Patrícia Cagni e Eduardo Bresciani, a planilha apresentada pela
Petrobras revela que, qualquer que seja a opção, a empresa não tem como
recuperar os US$ 13 bilhões (R$ 40,7 bilhões) já investidos. Procurada
pelo Globo, a Petrobras não se manifestou sobre o assunto.
Segundo publicado no site do programao Humaniza Redes – Pacto Nacional de Enfrentamento às Violações de
Direitos Humanos na internet é uma iniciativa do Governo Federal de
ocupar esse espaço usado, hoje, amplamente pelos brasileiros para
garantir mais segurança na rede, principalmente para as crianças e
adolescentes, e fazer o enfrentamento às violações de Direitos Humanos
que acontecem online.
O movimento, coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República em parceria com a Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Políticas para as Mulheres,
Ministério da Educação, Ministério das Comunicações e Ministério da
Justiça será composto por três eixos de atuação: denúncia, prevenção e
segurança, que garantirá aos usuários brasileiros, priorizando as
crianças e adolescentes, uma internet livre de violações de Direitos
Humanos.
No entanto, uma peça opinativa, sem nenhuma base técnica, sem nenhuma
relação com o objetivo do programa, ataca a redução da maioridade penal
que, neste momento, está sendo discutida por Comissão Especial na Câmara
dos Deputados, após aprovação por 42 votos contra 17 na Comissão de
Constituição e Justiça. É mais um desrespeito ao Legislativo. É mais um
exemplo de utilização de dinheiro pública para defender posicionamentos
ideológicos.
A produção
industrial despencou em 12 das 15 regiões pesquisadas. Só em São Paulo, o
maior centro fabril do país, a queda foi de 8,5 por cento:
Ao todo,
12 dos 15 locais pesquisados tiveram redução na produção em fevereiro
ante fevereiro de 2014. Apesar de uma leve alta na produção industrial
em fevereiro ante janeiro, de 0,3%, São Paulo, o principal parque fabril
brasileiro, registrou queda de 8,5% nessa atividade na comparação com
fevereiro de 2014, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi menos intenso do que a
perda observada na média nacional (9,1%) na comparação anual, divulgada na semana passada.
O
instituto ressalvou que fevereiro de 2015 teve dois dias úteis a menos
(18 dias ao todo) do que igual mês do ano anterior (20 dias), e isso
pode ter influenciado também no resultado. Nesta comparação, os recuos
mais intensos foram registrados por Bahia (23,2%), pressionada pelo
setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, e
Amazonas (18,9%), influenciado por equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (principalmente televisores).
Paraná
(15,0%), Rio Grande do Sul (13,7%), Rio de Janeiro (11,8%), Região
Nordeste (11,1%) e Minas Gerais (10,6%) também apontaram taxas negativas
de dois dígitos, enquanto Santa Catarina e Ceará (ambos com 9,5%)
completaram o conjunto de locais com recuos mais acentuados do que a
média. Outros resultados negativos foram registrados em Goiás (4,4%) e
no Mato Grosso (1,5%), além de São Paulo.
Por outro
lado, Espírito Santo (25,6%) assinalou o avanço mais intenso nesse mês,
impulsionado principalmente pelo comportamento positivo vindo dos
setores extrativos e de metalurgia. Os demais resultados positivos foram
observados no Pará (9,4%) e em Pernambuco (2,3%). (Veja.com).
Lula, Dilma e Erenice: um escândalo atrás do outro
Que país é esse?
Que Semana Santa foi essa?
Documentos obtidos por IstoÉ, VEJA e Época
mostram, respectivamente, a assinatura de Dilma Rousseff no Petrolão; a
atuação de sua amiga e assessora Erenice Guerra em parceria com um dos
chefes da quadrilha do Carf; e as irregularidades de uma operação do
BNDES arranjada na Venezuela por Lula, o lobista da Odebrecht com a
turma do Foro de São Paulo.
Vamos por partes:
1) Dilma no Petrolão
Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil e presidente do
Conselho de Administração da Petrobras, assinou em 17 de agosto de 2006
o contrato de implementação do Estaleiro Rio Grande – o mesmo por onde
escoaram propinas de 100 milhões de reais para os cofres do PT e de
aliados a partir de 2010, segundo a Operação Lava Jato.
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras hoje preso, também
assinou o documento apresentado à IstoÉ por um ex-funcionário da
estatal, segundo o qual o contrato é fruto de uma “licitação
fraudulenta, direcionada pela cúpula do PT para favorecer a WTorre
Engenharia”.
Após a assinatura, segundo ele, servidores da Petrobras “foram
pressionados a aprovar uma sucessão de aditivos irregulares e a
endossarem prestações de contas sem nenhuma comprovação ou visivelmente
superfaturadas”. Um mecanismo que lesou a estatal em mais de 500 milhões
de reais, segundo a revista.
Quem era mesmo que não sabia de nada?
2) Erenice na Receita
Erenice Guerra, quando ainda era a principal assessora de Dilma
Rousseff na Casa Civil, indicou para o conselho do Carf o mesmo advogado
José Ricardo que atuaria com junto com ela em favor de uma empresa
multada pelo próprio Carf.
O prêmio de Erenice para aliviar o débito de 705,5 milhões de reais
da Huawei, resultante de cobranças efetuadas pela Receita Federal,
era de 1,5% do valor que a empresa deixaria de recolher aos cofres
públicos. Ou seja: 10 milhões de reais, caso a cobrança fosse
integralmente anulada, conforme revelou VEJA com base nos documentos
apreendidos pela Operação Zelotes.
Será que Erenice abre multas de trânsito também? Estou pensando em enviar algumas.
3) Lula no lobby
Lula era o principal lobista da Odebrecht na Venezuela.
Em junho de 2011, esteve em Caracas “oficialmente” para dar palestras
como contratado da empresa, mas Época descobriu que a agenda era outra:
“cobrar o pagamento de parte dos empréstimos concedidos pelo BNDES ao
governo venezuelano e tratar da expansão das obras da empreiteira no
país”.
Para encontrar o companheiro Hugo Chávez, Lula viajou acompanhado
de Alexandrino Alencar, o lobista da Odebrecht responsável pelos
pagamentos de propina no exterior, de acordo com os depoimentos do
doleiro Alberto Youssef e de seu operador.
Dois anos antes, Lula e Chávez haviam negociado, no hotel Pestana, em
Salvador, um empréstimo de 747 milhões de dólares do BNDES para
financiar o metrô de Caracas, com obras tocadas pela Odebrecht.
Documentos do TCU, obtidos pela revista, revelam que “a construtora e
o governo venezuelano receberam do BNDES mais dinheiro do que
precisavam para executar as obras, sem apresentar as garantias
necessárias para cobrir o risco de calote”.
Em
novembro passado, o juiz Sergio Moro determinou a prisão de executivos
de oito empreiteiras acusadas de saquear os cofres da Petrobras e, com o
dinheiro roubado, pagar propina a políticos alinhados ao governo,
sobretudo do PT, PMDB e PP. Se o mensalão resultara na prisão da antiga
cúpula petista, o petrolão levava à cadeia, sob a suspeita de
corromperem agentes públicos, destacados financiadores de campanhas
eleitorais. Batizada de Juízo Final, essa etapa da Operação Lava-Jato
era a aposta dos investigadores para chegar ao comando do maior esquema
de corrupção do país.
Em depoimentos formais, delatores e operadores já
haviam dito que os cofres da empresa eram surrupiados como forma de
levantar recursos para comprar apoio partidário ao governo. O
quebra-cabeça estava quase montado. Faltava, no entanto, que um grande
empreiteiro informasse quem ordenara essa transação criminosa. Faltava a
identificação do chefe, do cabeça, do responsável pelo desfalque
bilionário. Para esclarecer essa dúvida, o Ministério Público começou a
negociar acordos de delação premiada com executivos de construtoras. Já o
governo colocou ministros em campo a fim de mantê-los em silêncio.
Essa queda de braço se desenrola há quase cinco meses. Investigadores
e advogados de defesa compartilham da mesma análise: quanto mais o
tempo passa, maior a probabilidade de um empreiteiro de primeira linha
contar o que sabe e, portanto, maior a agonia do governo. Mas essa
agonia, ao que parece, está perto de acabar.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff disse a
interlocutores, numa conversa reservada no Palácio do Planalto, que o
Supremo Tribunal Federal (STF) começará a libertar os executivos
encarcerados na Lava-Jato. Se essa previsão se confirmar, a tendência é
que os empresários abandonem as negociações com os procuradores,
tornando praticamente nula a possibilidade de colaborarem com as
apurações. Dilma fez tal prognóstico ao falar do julgamento que a
Segunda Turma do STF fará, nos próximos dias, do pedido de libertação do
empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Amigo do
ex-presidente Lula e considerado o chefe do clube que fraudava contratos
na Petrobras, Pessoa ameaçou contar às autoridades detalhes do petrolão
se não deixasse a carceragem da Polícia Federal.
Conforme VEJA revelou, ele disse a pessoas próximas que pagou
despesas pessoais do ex-ministro José Dirceu e deu 30 milhões de reais,
em 2014, a candidaturas do PT, incluindo a presidencial de Dilma
Rousseff - tudo com dinheiro desviado da Petrobras. Pessoa também
garantiu ter na memória detalhes da participação dos ministros Jaques
Wagner (Defesa) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social),
tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, na coleta de dinheiro para
candidatos petistas.
"O Edinho está preocupadíssimo", escreveu num
bilhete, em tom de ameaça, ainda no início de sua temporada de cárcere. A
Segunda Turma do STF é formada por cinco ministros: Teori Zavascki,
Celso de Mello, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Apesar de
Zavascki ser o relator do caso, as atenções estarão voltadas para
Toffoli. Ex-funcionário da liderança do PT na Câmara, ex-assessor do
mensaleiro José Dirceu e advogado-geral da União no governo Lula,
Toffoli se mudou da Primeira Turma para a Segunda Turma a fim de
completar o quórum do colegiado e afastar o risco de que os julgamentos
do petrolão terminem empatados, o que beneficiaria os investigados. O
currículo do ministro e seus sucessivos votos pela absolvição no
processo do mensalão sugerem um ponto a favor dos investigados. Só
sugerem.
A VEJA, ministros do STF afirmaram que Pessoa e os demais executivos
presos - como o presidente da OAS, Léo Pinheiro, outro amigo de Lula -
devem ser soltos. "Em alguns casos, já reputo exagerado o tempo de
prisão, tendo em vista que as investigações estão realizadas", disse um
ministro da corte. Esse foi o mesmo argumento esgrimido por Dilma no
Planalto. Advogados de defesa alegam que o juiz Sergio Moro mantém as
prisões como forma de obrigar os presos a fechar acordos de delação
premiada.
Não haveria base jurídica para que eles continuassem na
cadeia. O ex-ministro do STF Carlos Velloso discorda dessa avaliação e
lembra que decisões monocráticas de integrantes de tribunais superiores
têm ratificado a atuação de Moro. "Ele não está cuidando de ladrões de
galinha. O que tem feito se compara ao que os juízes fizeram contra a
máfia na Itália."
Apesar de afirmar que a tendência do STF é libertar os executivos, um
ministro admite que o caso de Ricardo Pessoa tem um complicador: ele
foi preso, entre outras razões, por tentar intimidar a contadora Meire
Poza, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do
petrolão. Para a pressionarem a não contar o que sabia, representantes
de Pessoa insinuaram que poderiam fazer mal à filha dela. Houve uma
tentativa clara e cristalina de atrapalhar a investigação, o que afronta
regra básica do Código Penal. "Ameaça a testemunhas é, realmente, um
problema", declarou o ministro.
Até agora, as investigações já resultaram na abertura de inquéritos
no STF contra cerca de cinquenta políticos e dirigentes partidários.
Entre eles, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Homem da confiança de
Lula, Vaccari é acusado de receber propina em nome do partido. Na
semana passada, Alberto Youssef disse em depoimento que um de seus
empregados entregou 400 000 reais, em propina paga pela empresa Toshiba,
na sede do PT em São Paulo. O destinatário do dinheiro, afirmou o
doleiro, era o tesoureiro.
A revelação dos detalhes do esquema de
corrupção tem desgastado a imagem de Lula e a de Dilma, que, por
enquanto, não estão sob investigação. Uma pesquisa para consumo interno
do PT mostrou que a popularidade do ex-presidente também está em queda
livre. Numa conversa recente, o chefe petista, preocupado, desabafou:
"Não aceito ser chamado de ladrão. Não sei como reagiria se fosse
chamado de corrupto na rua ou num restaurante". Por isso, as atenções
dele também estão voltadas para a decisão do Supremo.
No tripé que
constituiu a base do lulopetismo (partidos, sindicatos e organizações
sociais), a debandada é geral. Para sorte do país, já podemos vislumbrar
o fim do nefasto populismo, renovado aqui por Lula e seus asseclas:
Partidos, sindicatos e organizações sociais. É com base nesse tripé e
em políticas econômica e social populistas que o PT tem conseguido até
agora se manter no poder. Enquanto uma conjuntura internacional
favorável ajudou e o governo tinha gordura para queimar, foi tudo festa.
Mas depois que o mundo mudou e Dilma não percebeu, mantendo escancarada
a cornucópia do Estado-provedor, a nau lulopetista, que a essa altura
já não fazia distinção entre governo e partido, começou a fazer água. Os
indicadores econômicos e sociais despencaram, carregando junto a
credibilidade e a popularidade da presidente. Eram os primeiros sintomas
do esgotamento do modelo lulopetista. Hora da debandada dos partidos,
sindicatos e organizações sociais.
Depois da pesquisa CNI/Ibope que na semana passada confirmou a
tendência e revelou que 74% dos brasileiros não confiam na presidente da
República, multiplicaram-se na mídia manifestações de líderes
partidários, de dirigentes sindicais e de organizações sociais fazendo
críticas e sinalizando a disposição de manter distância do Palácio do
Planalto.
Na área política, a dissolução da "base aliada" é consequência menos
da crise econômica do que da incompetência política de Dilma, que
iniciou o segundo mandato imbuída da determinação de consolidar sua
hegemonia pelo enfraquecimento da força política de seu mais importante
aliado, o PMDB. Deu no que se vê. A tal base aliada continua, no papel, a
mais ampla de que um governo jamais dispôs na história da República.
Mas Dilma é refém dos presidentes peemedebistas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados e sofre derrotas sucessivas no Congresso.
A base sindical é um dos esteios do PT desde sua origem. Concentra-se
principalmente na maior central, a CUT, que leva seus filiados às ruas
em manifestações "espontâneas" de apoio ao governo que a manipula. Mas
até a CUT já não é mais a mesma. Além de ter sido incapaz de evitar a
desfiliação de sindicatos importantes nos últimos meses - como o dos
professores de Porto Alegre -, a central, que jamais disfarçou sua
condição de braço sindical do PT, já registra o surgimento de um
movimento oposicionista interno. São dirigentes jovens que percebem o
risco que significa, em termos de fidelidade de seus filiados, manter-se
incondicionalmente atrelada aos interesses do governo. De acordo com
dados do Ministério do Trabalho, quando Dilma assumiu o governo, a CUT
representava 38,2% do total de trabalhadores registrados. Hoje são
33,6%.
Para manter o apoio "das ruas", os dirigentes petistas sempre
contaram com o apoio de toda sorte de organizações sociais, até porque
muitas delas constituíram o núcleo fundador do partido. Mas hoje até as
organizações sociais mais politicamente ativas, como o Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto (MTST), formulam críticas pesadas ao governo petista. (Continua no Estadão).
"Vivemos um impasse", afirma o historiador Marco Antônio Villa em artigo publicado no jornal O Globo,
" e não nenhum paralelo com qualquer outro momento da história
republicana". O fato é que o governo perdeu a legitimidade. "Protestar,
ocupar as ruas é a tarefa que se coloca". O objetivo é derrotar o
"projeto criminoso de poder" do lulopetismo. Esta é a hora das pessoas
que têm compromisso com o Brasil:
Nunca na
história recente do Brasil o interesse por política foi tão grande como
agora. Fala-se de política em qualquer lugar e a qualquer hora. O chato
é, neste momento, o brasileiro que não está nem aí para os rumos do
nosso país. Esta sensação perpassa as classes sociais, as faixas etárias
e as diversas regiões do país. É um sentimento nacional de ódio aos
corruptos, ao seu partido e a suas lideranças, especialmente aquela que
se apresentou durante anos como salvadora da pátria e, hoje, não tem
coragem de caminhar, sem segurança, por uma simples rua de alguma
cidade. Transformou-se em um espantalho. Só assusta — se assusta — algum
passarinho desavisado.
Vivemos
um impasse. E não há nenhum paralelo com qualquer momento da história
republicana. O governo perdeu a legitimidade e mal completou três meses.
E ainda faltam — impensáveis — 45 meses. Se as eleições fossem
realizadas hoje, Dilma Rousseff sequer chegaria ao segundo turno. E o
que fazer? É necessário encontrar uma saída para a greve crise que
vivemos. Não cabe dar ouvidos aos covardes de plantão, aqueles que dizem
que temos de tomar cuidado com a governabilidade, que não podemos
colocar em risco a estabilidade econômica e que o enfrentamento aberto
do projeto criminoso de poder é um perigo para a democracia.
Devemos
silenciar frente a tudo isso? Não, absolutamente não. Esta é a hora
daqueles que têm compromisso com o Brasil. Protestar, ocupar as ruas é a
tarefa que se coloca. É seguir a lição de Mário de Andrade. Não sejamos
“espiões da vida, camuflados em técnicos da vida, espiando a multidão
passar. Marchem com as multidões.” E no dia 12 as ruas estarão tomadas
por aqueles que não querem simplesmente espiar a vida, mas desejam mudar
a vida.
O projeto
criminoso de poder acabou transformando a corrupção em algo natural. E o
volume fabuloso de denúncias que horroriza a nação é visto
positivamente, pois as denúncias estariam sendo apuradas. É
inacreditável: em uma manobra orwelliana, o petrolão é definido como uma
ação saneadora do Estado, e não como o maior desvio de recursos de uma
empresa pública na história da humanidade. Seus asseclas — supostos
intelectuais — buscaram algum tipo de justificativa. Como se no Brasil
houvesse uma cultura da corrupção, um fator de longa duração. Erro
crasso: imaginam que os brasileiros são à sua imagem e semelhança. Não
são. Eles é que são corruptos — e nem precisam sair do armário. Já
assumiram e faz tempo.
Cabe
ressaltar que o movimento da História é surpreendente e imprevisível. No
início de junho de 1992, quando a CPMI sobre as atividades de Paulo
César Farias — denunciadas por Pedro Collor, irmão do presidente —
estava iniciando seus trabalhos, o senador Fernando Henrique Cardoso fez
questão de declarar que “impeachment é como bomba atômica, existe para
não ser usado.” O deputado peemedebista Nélson Jobim foi enfático: “O
Congresso não pode fazer uma CPI para investigar o presidente. Se vocês
insistirem nisso, eu vou ao Supremo.” Mais cordato, mas não menos
conciliador, o senador Marco Maciel (PFL-PE) declarou que a “CPI não vai
produzir sequelas, pois as acusações foram feitas sem provas.” Líderes
empresariais saíram em defesa do presidente. Emerson Kapaz, candidato a
presidente da Fiesp, disse que as denúncias eram “uma grande
irresponsabilidade.
As pessoas precisam medir seus atos para não causar
mais turbulência no Brasil, já tão afetado pela crise econômica.” E até
juristas criticaram Pedro. Um deles, Celso Bastos, declarou que o irmão
do presidente era de “um egoísmo elevado à última potência” e que ele
“nunca pensou nos interesses da nação.” Quatro meses depois, Fernando
Collor não era mais presidente do Brasil.
Hoje
vivemos uma situação muito distinta em relação a 1992. Entre outros
fatores, um é essencial: as ruas. Desta vez, são elas que estão
impulsionando o Parlamento, e não o inverso, como naquele ano. O que
ocorreu pelo Brasil, no dia 15 de março, é fato único na nossa história.
Eu testemunhei dezenas de milhares de pessoas se manifestando em
absoluta ordem na Avenida Paulista. Com indignação — e justa indignação —
mas também com bom humor. Foi um reencontro com o Brasil. A
auto-organização da sociedade civil é o novo, só não reconhece quem está
comprometido com o projeto criminoso de poder — e são tantos que
venderam suas consciências.
Esta será
uma semana de muita tensão. E isto é bom para a democracia. Ruim é o
silêncio ou o medo. As ruas voltaram a ser do povo, e não mais monopólio
daqueles que têm ódio à democracia. Nós temos tudo para construir um
grande país mas antes temos uma tarefa histórica: nos livrar dos
corruptos. E sempre dentro da democracia, da lei e da ordem. São eles — e
existem sim o nós e eles — que sempre desprezaram o Estado Democrático
de Direito. Nunca é demais lembrar que o PT votou contra o texto final
da Constituição.
Vivemos
uma quadra histórica ímpar. Não é exagero que nós teremos muito a contar
aos nossos filhos e netos. É aquele momento de decisão, de encruzilhada
do destino nacional. Para onde vamos? Continuaremos a aceitar
passivamente a destruição dos valores republicanos ou tomaremos uma
atitude cívica, de acordo com bons momentos da nossa história?
Eles não
passarão. E não passarão porque — paradoxalmente — uniram o Brasil
contra eles. Ninguém aguenta mais. É hora de dar um passo adiante, de
encurralar aqueles que transformaram o exercício de administração da
coisa pública em negociata, em mercadoria. E deixar duas saídas: a
renúncia ou o impeachment.
Comentário Ao dizer que o Brasil está "no tempo da cólera" o autor do texto acima faz uma comparação com o titulo de um livro muito famoso de Garcia Marquez intitulado o "Amor no tempo do cólera" .Só que, no livro, "cólera" era a doença, portanto substantivo masculino, e no caso do Brasil cólera é sinonimo de raiva, portanto substantivo feminino.N.B.
Os
deputados federais Vicente Cândido (PT-SP) e Sibá Machado (PT-AC)
pediram ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, "alinhamento do sistema
financeiro" para garantir o financiamento de bancos públicos às
empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras que fizerem
acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Depois de aguardar o ministro por mais de uma hora, o presidente da
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados e
o líder do PT na Casa foram recebidos no fim da noite de quarta-feira
para apresentar a proposta que beneficia empresas acusadas de formação
de cartel e corrupção pelos investigadores da Operação Lava Jato.
O governo e o PT tentam defender as empreiteiras com acordos de
leniência. Petistas alegam que as empresas não podem perder contratos
com a União, o que paralisaria obras pelo país.
"A gente levou para ele (Levy) a preocupação sobre a questão da Lava
Jato. Estamos batalhando pelo acordo de leniência", afirmou Cândido.
"Não adianta fazer acordo se não estiver alinhado com o sistema
financeiro para que os bancos voltem a aportar recursos nos projetos das
empresas. A gente quis dar uma alinhada com ele, entendendo que um dos
grandes problemas da retomada do crescimento econômico passa por retomar
o setor de óleo e gás", disse o deputado petista.
Desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada, há cerca de um ano, os
bancos estão mais cautelosos na concessão de crédito a empresas
envolvidas no esquema de corrupção. Das mais de duas dezenas de empresas
citadas, cinco negociam acordo de leniência na CGU . (com Estadão Conteúdo)
Por
ocasião da abertura da Colheita do Arroz Agroecológico, que aconteceu
na cidade de Eldorado do Sul – RS, Stedile, aproveitou seu discurso para
atacar o Juiz Sergio Moro, do caso Lava Jato, que desmantelou o
“Petrolão” e os ‘grandes’ políticos do governo e aliados, algumas
delações, inclusive, levam a crer que Dilma e Lula estariam diretamente
envolvidos com o esquema, e mais, que Lula seria o cabeça das operações,
como foi o caso da delação do Paulo Costa, ex-diretor da Petrobras, um
dos delatores do caso.
O líder do MST, grupo chamado por Lula de
exército de Stédile, criticou o juiz por não atuar em investigações do
caso HSBC, tentando desqualificar a conduta do Juiz que tem feito os
ânimos do alto escalão da política brasileira, sobretudo, do governo,
ferverem atuando com pulsos firmes no caso Lava-Jato.
Stedile
também fez questão de defender a reforma política que vem sendo a um bom
tempo defendida pelo governo petista, com financiamento de campanhas
políticas exclusivamente com verbas públicas.
Kim
Kataguiri, líder do movimento Brasil Livre, jovem de 19 anos que tem
ganhado fama nas redes sociais e em manifestos por liderar protestos
contra o governo é uma figura muito ativa em seu canal no youtube e,
após ser criticado pelo deputado Jean Wyllys por ser jovem demais e ser
taxado por Wyllys de analfabeto político, gravou vídeo desafiando o
deputado para um duelo de debates.
Confira o vídeo divulgado pelo jovem, em resposta ao ex bbb e atual deputado reeleito pelo PSOL do Rio de Janeiro:
A
informação em tom de alerta é do portal Contas Abertas, que informa
sobre gastos públicos divulgados em veículos oficiais do governo.
Segundo o CA, “Apesar
de estar em plena crise hídrica e financeira, a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) curiosamente não poupa recursos
para colaborar com o Instituto Projeto Neymar JR, a ONG do jogador
Neymar que oferece atividades esportivas a crianças de Praia Grande, na
Baixada Santista. A empresa é responsável por quase 40% do total de R$
1,4 milhão captado pela entidade. O percentual equivale a R$ 530 mil.”
Ainda
segundo informações do CA, a Sabesp, devido a crise financeira que vem
passando, tendo inclusive lucrado 50% a menos no ano passado em relação
ao ano anterior, a estatal vai aumentar a a conta de água dos
consumidores acima do teto de 13,8% autorizados pela agencia reguladora e
cortará drasticamente os investimentos com coleta e tratamento do
esgoto.
Paradoxo, não? Por
um lado sobra dinheiro para doar à uma Organização Não Governamental,
por outro tem que cortar investimentos e aumentar a conta dos clientes
por problemas financeiros.
A
Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir
processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do ex-ministro
da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, no vazamento de
informações contidas em um documento interno do Palácio do Planalto.
O pedido de instauração do processo foi feito pelo presidente da
comissão, Américo Lacombe, que designou como relator o conselheiro Mauro
Menezes. A decisão de Lacombe foi provocada por um requerimento
apresentado à comissão pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
A decisão foi tomada na última reunião do colegiado, no último dia 19
de março. Após notificado, o ex-ministro tem inicialmente dez dias para
prestar esclarecimentos, podendo o prazo ser prorrogado.
O documento interno que vazou da secretaria, segundo informações
publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, fazia uma análise da
comunicação do governo. O texto faz uma avaliação da estratégia de
comunicação, classificando-a de "errática". O documento lista erros na
comunicação do governo após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff e
diz que seus apoiadores estão levando uma "goleada" da oposição nas
redes sociais.
Thomas Traumann deixou a Secretaria de Comunicação Social no dia 25
de março e foi substituído por Edinho Silva, que tomou posse no dia 31
de março.
O ex-ministro foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado para comentar a decisão da Comissão de Ética da Presidência.
O
Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu hoje (6) manter a prisão do
ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, investigado na
Operação Lava Jato. Na decisão, o desembargador convocado, Newton
Trisotto, entendeu que a decisão do juiz Sérgio Moro, que decretou a
prisão de Duque, está corretamente fundamentada no risco à ordem
pública.
Duque foi preso no dia 16 de março pela Polícia Federal por
determinação de Moro. Ele está sob custódia no Complexo Médico-Penal, em
Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Segundo o juiz, mesmo
após a deflagração da Operação Lava Jato, Duque continuou cometendo
crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propina
em contas secretas no exterior, por meio de empresas offshore.
Para Moro, os 20 milhões de euros que foram bloqueados em bancos na
Suíça e em Mônaco não são compatíveis com a renda do acusado. Duque
também é acusado dos crimes de corrupção e fraude em licitação durante
sua gestão na Petrobras.
A defesa de Duque alega que ele nunca cobrou propina e que a prisão é ilegal.
O governo garante que falta apenas o
resíduo de 13º salário dos servidores da Saúde. A previsão é que as
dívidas estejam todas quitadas no final de abril
O
GDF desembolsou R$ 280 milhões para pagar as dívidas dos servidores da
Educação e Saúde.
A Secretaria de Estado de Gestão Administrativa e
Desburocratização (SEGAD), assegura que a dívida de R$ 286 milhões com
férias, horas extras, 13º, e outros atrasados está quase quitada.
As despesas referentes aos servidores temporários da Secretaria de
Educação foram quitadas no último dia 20. No dia 31 de março, o GDF
pagou todos os atrasados da Educação. O restante do 13º, férias e horas
extras de dezembro da Saúde também foram pagos. Segundo a SEGAD, falta
apenas o resíduo de 13º salário dos servidores da Saúde que tiveram
aumento no período. A previsão é que as dívidas estejam todas quitadas
no final de abril.
Em janeiro foi depositado a primeira parcela, no total de R$ 61
milhões, para remunerar as férias dos funcionários da Educação e da
Saúde e as horas extras da Saúde referente a outubro de 2014. O mesmo
valor foi repassado em fevereiro para a segunda parcela dos atrasados.
Segundo o cronograma apresentado anteriormente, o governo pagaria as
obrigações em seis parcelas. O secretário da pasta, Antônio Paulo Vogel,
afirma: "O governo do DF buscou diversas alternativas para conseguir os
recursos. Com dinheiro em caixa, foi possível antecipar os pagamentos",
esclareceu o secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização,
Antonio Paulo Vogel.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília com agências