segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Coluna Claudio Humberto

  • 8 de setembro de 2014 
     
    Sempre que Aécio Neves (PSDB) critica Marina Silva, o comitê de Dilma (PT) celebra. E não é porque ajuda a “desconstruir” a candidata do PSB, mas porque torna mais distante a possibilidade de um acordo que tira o sono da cúpula do PT: Aécio desistindo da candidatura, ainda no primeiro turno, para apoiar Marina. Projeções do PT indicam que o impacto dessa aliança poderia levar Marina a vencer no primeiro turno.
  • Mesmo em dificuldades nas pesquisas, e com a tendência de perder ainda mais eleitores para o “voto útil”, Aécio Neves não cogita desistir.
  • Esta semana, mesmo sem que isso tenha sido anunciado ou noticiado, Aécio negou que pretenda desistir. Disse estar na briga “para ganhar”.
  • PT e PSDB se uniram na pancadaria contra Marina, na tentativa de estancar seu crescimento. O excesso poderá “vitimizar” a candidata.
  • Político experiente e avesso a baixarias, o vice-presidente Michel Temer diverge da estratégia da porrada: “Não vejo necessidade disso”.
  • Entre os documentos apreendidos pela Polícia Federal no escritório da Arbor, de Meire Pozza, a contadora, há dezenas de contratos do mega-doleiro e lobista Alberto Youssef com empresas das áreas imobiliária e hoteleira. 

    Chama atenção a “consultoria” contratada pelo Moinho Cearense, no valor de R$ 1 milhão. A certa altura, o Moinho desiste da pretensão (obter mudanças na tributação do trigo) e comunica que não vai pagar os mais de R$ 600 mil restantes ao lobista.
  • Ao romper seu contrato com Youssef, a Moinho alega que, primeiro, nada conseguiu e depois porque não tinha mais interesse no assunto.
  • A Lava Jato investiga quais benesses os dezenas de contratantes de Alberto Youssef conseguiram junto ao governo e ao Congresso.
  • Diante do volume de documentos, de revelações e de dinheiro “lavado”, não resta dúvida: vêm aí as operações Lava Jato II, III, IV, V…
  • Há momentos curiosos, nas escutas da Operação Lava Jato. Como o dia em que um integrante da quadrilha não conseguia encontrar um endereço no exterior, onde pegaria dinheiro sujo, sem entender o idioma local. Desesperado, entupiu o SMS de Youssef de mensagens.
  • O PSDB tem tudo para eleger os candidatos a governador Cássio Cunha Lima (PB) e Expedito Jr (RO) e reeleger os atuais governadores Marconi Perillo (GO), Beto Richa (PR) e Geraldo Alckmin (SP).
  • O PT lidera as pesquisas em quatro estados: Acre, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Piauí. Em Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) está à frente, mas Pimenta da Veiga (PSDB) se aproxima velozmente.
  • O senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que apóia Aécio Neves (PSDB), também se recusou a participar da pancadaria contra a conterrânea. Até pelos adversários Marina é considerada honesta e incorruptível.
  • Apesar dos supostos “compromissos com a educação”, os estados governados pelo PT não atingiram a meta fixada pelo Ministério da Educação. À exceção do DF, declarado território livre do analfabetismo.
  • Projeto secreto da estatal EBC, ex-Radiobrás, pretende implementar uma ideia de jerico: a “Voz do Brasil” na TV. Não seria rede obrigatória. O programa ficará restrito à TV Brasil. A emissora parece não se contentar com audiência zero; agora busca audiência negativa.
  • Na campanha para o governo do DF, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) não tem sido indagado sobre seu suplente, que já foi acusado de abuso sexual. Helio Lima (PSD) poderá ser senador por quatro anos.
  • Entre as mais irremovíveis malquerências de Dilma atende pelo nome de Rui Falcão, presidente do PT. Lula também não dá a ele qualquer importância, mas se diverte utilizando-o como uma espécie de bobo da corte, para atormentar a presidenta, brincando com sua repulsa.
  • A Câmara dos Deputados comprou R$ 20 mil para comprar grama e insumos de jardinagem. Suas excelências cogitam mudar o cardápio?

Argentino é estrangulado com bandeira do Brasil


UOL Portal A Tarde

Publicado em 08 de Setembro de 2014 às 08h04min

Corpo do idoso foi localizado na casa dele, na Vila Brasília...
O corpo de um idoso foi localizado na tarde de ontem (07), dentro da casa dele na Rua Manoel Bandeira, na Vila Brasília, em Foz do Iguaçu. O vizinho estranhou a ausência do morador e entrou na residência, o encontrando morto.

A polícia foi acionada e o perito criminal informou que a vítima, que tem nacionalidade argentina, foi morta estrangulada com a bandeira do Brasil. O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal).

O nome do idoso não foi divulgado. A polícia investiga o homicídio.

No Rio, carteiros relatam medo de trabalhar: "Já fui assaltado 20 vezes"



Marcelo Carnaval/Agência O Globo



Silvia Baisch
Do UOL, no Rio
Em março do ano passado, trabalhadores dos Correios em Riachuelo, zona norte, decidiram paralisar as atividades devido aos assaltos na região


  • Em março do ano passado, trabalhadores dos Correios em Riachuelo, zona norte, decidiram paralisar as atividades devido aos assaltos na região


Durante um dia de semana, bandidos armados colocaram um capuz sobre a cabeça de A., amarraram-no e o trancaram na parte de cargas da Fiorino que dirigia. Um deles assumiu o volante e parou o veículo numa favela na zona norte do Rio de Janeiro. Após roubarem toda a mercadoria, os bandidos fugiram ameaçando atear fogo no carro. A. foi libertado pela polícia, acionada após moradores da região ouvirem seus gritos de socorro.

O relato poderia ser mais um dentre tantos de pessoas assaltadas e sequestradas por criminosos na capital carioca não fosse o fato de ter sido apenas um dos 20 casos ocorridos durante o exercício de trabalho de um único carteiro.

A. tem 51 anos e há 25 trabalha como motorista de Sedex na mesma rota. Dos 20 roubos que sofreu enquanto estava a serviço, quatro foram no último ano. O mais recente foi há dois meses.



Violência no Rio de Janeiro em 2014



28.ago.2014 - Carolaine de Augusto Souza, 17, beija o filho Kayzo, de apenas 17 dias de vida, que havia sido sequestrado em Campo Grande, no Rio de Janeiro, na tarde de terça-feira (26). 
A criança foi localizada por policiais dentro de uma casa no Largo do Aarão, em Santa Cruz, também na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira Uanderson Fernandes/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Carteiros de diversos bairros da capital, especialmente das zonas oeste (Bangu, Senador Câmara e Realengo) e norte (Pilares, Rocha Miranda, Madureira, Irajá, Penha, Olaria, Ramos e Osvaldo Cruz) do Rio e da Baixada Fluminense têm histórias do tipo pra contar.


Os alvos são os profissionais "motorizados" e que levam, em caminhões, veículos comerciais leves e motos, encomendas feitas pela internet (como televisores, tablets, celulares e eletrodomésticos), após triagem nos CEEs (Centros de Entrega de Encomendas) e CDDs (Centros de Distribuição Domiciliar) dos Correios. Os assaltos acontecem a caminho dos endereços dos destinatários.

O Sintect-RJ (Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro) não tem um banco de dados informatizado e, por isso, alegou não possuir o número de ocorrências.

Mas a diretora executiva da Secretaria de Patrimônio do Sintect-RJ, Rosemeri de Farias Eleodoro, afirmou que o clima é tenso entre os trabalhadores. "Os carteiros de determinadas áreas saem pra trabalhar sem saber se vão voltar", disse.

Rosemeri conta que sempre ocorreram assaltos a carteiros, mas de forma "precária", visando talões de cheque e cartões de crédito. "Há cerca de um ano e meio a situação piorou, porque aumentou muito o número de entregas de encomendas devido às compras pela internet", explicou. De acordo com os Correios, a empresa entrega cerca de 45% dos produtos vendidos no comércio eletrônico.

Devido à insegurança, funcionários já paralisaram este ano o trabalho de CEEs e CDDs em bairros como Pilares, Irajá e Bangu, e fizeram passeatas com carta aberta à população explicando a razão do movimento na Penha, Olaria e Ramos. "Queremos que as pessoas entendam o que estamos passando. Alguns chegam revoltados para pegar suas mercadorias, já que pagaram para receber em casa", conta Rosemeri.

É o caso do músico Élcio Monteiro de Souza, 32, morador do bairro de Bangu, que fez uma compra pela internet e solicitou a entrega por Sedex. Mas, devido a uma "restrição" na área de entrega, teve que buscar a mercadoria em Campo Grande, no dia 29 de agosto.

"Só descobri porque estava demorando a receber e procurei o rastreamento no site dos Correios. Chegando lá, a funcionária informou que estavam acontecendo muitos assaltos na rota e pararam de fazer entrega. Isso deveria ser informado ao cliente no momento da compra", afirmou. "Pagamos pelo Sedex, eles continuam lucrando com um serviço mais caro e o destinatário não só não recebe no prazo como precisa se deslocar para pegar a encomenda."

Segurança e responsabilidades

 

A categoria reclama de descaso por parte dos envolvidos no caso: os Correios, por fornecerem escoltas insuficientes para os carros de entrega; a Polícia Federal, responsável pela investigação das ocorrências, já que os Correios são uma empresa pública federal; e a Polícia Militar, que cuida do policiamento ostensivo.


O Sintect-RJ acusa a PF de não repassar para a PM os dados das ocorrências, para que possa ser feito reforço nas áreas mais afetadas. O diálogo com os militares fica a cargo do sindicato.
Por meio de nota, a Polícia Federal limitou-se a dizer que "vem atuando na identificação de pessoas e quadrilhas envolvidas nos fatos relacionados ao roubo de remessas postais", não revelando qualquer dado referente ao número e áreas de ocorrência.


Recente matéria do jornal "O Globo", no entanto, aponta um aumento de 122% no número de assaltos a carteiros no Rio nos primeiros sete meses deste ano (1.149 casos) em relação ao mesmo período de 2013 (517).


Também em nota, a PM confirma que os comandantes de batalhões reforçam o policiamento nos locais de acordo com informações repassadas pelo Sintect-RJ e também seguindo números da mancha criminal, reforçando que "as investigações desses crimes são de alçada federal".


Os Correios informaram que, "por se tratar de assunto relacionado à segurança, não divulgam estatísticas ou detalhes das ações preventivas". Com relação à saúde dos funcionários, a empresa afirma prestar assistência médica e acompanhamento psicológico aos profissionais vítimas de violência.


A recorrência dos assaltos afeta não só os carteiros como também os clientes, já que os funcionários precisam se afastar do trabalho sucessivas vezes. "É um trauma psicológico muito grande", disse o carteiro A., sem conseguir conter o choro. "Já perdi as contas de quantas vezes me afastei do trabalho [por licença]. Não sou mais o mesmo no serviço, não tenho o mesmo ritmo, fico assustado com qualquer pessoa ou carro que se aproxime de mim, mesmo que seja apenas para pedir uma informação. Gosto tanto do que faço, mas não tenho mais ânimo."




 

Veja 10 profissões em baixa por causa das novas tecnologias 

 

Estudo divulgado pelo site norte-americano CareerCast revela profissões que devem perder vagas nos próximos anos por causa das inovações tecnológicas. A projeção de retração das vagas de carteiro, por exemplo, é de 28% até 2022 Leia mais Paulo Pampolin/Hype

Mais de 30 bilhões de dólares em dinheiro sujo ligado ao crime, à corrupção e à evasão de impostos sai do Brasil todos os anos, o dobro de uma década atrás

Mais de US$ 30 bi deixam o Brasil de forma ilícita por ano, diz estudo


Mais de 30 bilhões de dólares em dinheiro sujo ligado ao crime, à corrupção e à evasão de impostos sai do Brasil todos os anos, o dobro de uma década atrás, mostrou um estudo.

A precificação comercial irregular é o modo principal como esse dinheiro deixa o país, respondendo por 92,7 por cento dos 401,6 bilhões de dólares que saíram do Brasil entre 1960 e 2012, de acordo com a Global Financial Integrity (GFI), um grupo de pesquisa baseado em Washington que defende a transparência financeira.

As perdas anuais são equivalentes a 1,5 por cento da produção econômica brasileira, com média de 33,7 bilhões de dólares por ano no período de 2010 a 2012, um aumento em relação aos 14,7 bilhões de dólares na primeira década do século 21.

Mas as perdas são provavelmente anda maiores, disse a GFI, considerando que suas estimativas não incluem grandes quantias de contrabando de dinheiro, um método favorito de movimentar dinheiro por parte de traficantes de drogas e outros criminosos, ou em negociações por serviços ou transferências financeiras entre ramificações de corporações multinacionais.

?O Brasil tem um sério problema com fluxos financeiros ilícitos, e combatê-lo deve ser uma prioridade para qualquer administração que vencer as próximas eleições?, disse Raymond Baker, presidente da GFI.

Relembre as CPIs que abalaram o Congresso

CPI do PC Farias - Em maio de 1992, a revista "Veja" publicou uma entrevista com Pedro Collor de Mello, irmão do então presidente da República, Fernando Collor de Mello, em que ele aponta o tesoureiro de campanha do chefe do Executivo como o "testa de ferro" de um esquema de corrupção que ficou conhecido como Esquema PC. As acusações geraram a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que tinha como relator o senador Amir Lando (PMDB-RO), cujo relatório serviu de fundamento para o processo de impeachment contra Fernando Collor de Mello, o primeiro caso do gênero na América Latina Leia mais Luiz Carlos Murauskas / Folhapress
 
A presidente Dilma Rousseff adotou uma postura firme publicamente contra a corrupção, removendo ministros e outras autoridades acusadas de atitudes irregulares. Mas os esforços de seu governo foram ofuscados por denúncias de suborno corporativo, especialmente durante a construção de projetos da Copa do Mundo.

A Petrobras, por sua vez, está envolvida em um caso de suborno envolvendo contratos para plataformas de produção que o Brasil, a Holanda e os Estados Unidos estão investigando.

Além disso, a economia tem patinado sob o governo de Dilma, que enfrenta uma dura eleição presidencial em outubro. Fluxos ilícitos de saída de dinheiro enfraqueceram ainda mais a economia, ao drenar recursos do Brasil que poderiam, de outra forma, ser utilizados no crescimento nacional.

O dinheiro é movimentado internacionalmente através de precificação comercial irregular, ao cobrarem a menos ou a mais por bens e produtos. No mundo todo, isso representa cerca de 80 por cento dos fluxos financeiros ilícitos, embora no Brasil a taxa seja ainda maior.

No Brasil, a economia informal encolheu para 21,8 por cento do PIB oficial, à medida que a economia regular do país cresceu, em comparação ao pico de 55 por cento nos anos 1970, de acordo com a GFI. Apesar desta melhora, a receita alta nos fluxos de dinheiro sujo é uma preocupação.

?Por muitos anos, temos observado a reticência do Brasil de se dirigir a problemas de fuga de capital e fluxos ilícitos?, disse Baker.

Ele recomendou mais cooperação entre governos para encerrar os canais de lavagem de dinheiro e maior transparência em transações financeiras internacionais.

Empreiteiras são as principais financiadoras de campanha e quem paga a conta é o meio ambiente!


As empreiteiras foram as principais financiadoras das campanhas presidenciais de PT, PSB e PSDB até o fim de agosto, com R$ 63,1 milhões em doações. O valor leva em conta as 20 maiores quantias doadas a Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).


O levantamento foi feito pelo Estadão Dados com base nos registros apresentados pelas campanhas à Justiça Eleitoral.


Dilma é a que mais recebeu das construtoras: R$ 41 milhões. Entre as maiores doadoras estão OAS (R$ 20 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 11 milhões), UTC Engenharia (R$ 5 milhões) e Triunfo (R$ 5 milhões).

Em segundo lugar nas doações desse segmento, com praticamente metade do valor arrecadado pelo PT, aparece Aécio. O tucano recebeu R$ 12 milhões da Andrade Gutierrez e R$ 3 milhões da OAS. Outras quatro empresas - UTC, MRV, CR Almeida S.A. Engenharia de Obras e Norberto Odebrecht - doaram R$ 1 milhão cada. A construtora Barbosa Mello S.A. contribuiu com R$ 750 mil e a Via Engenharia, com R$ 500 mil. O total chega a R$ 20,25 milhões.


A campanha do PSB recebeu R$ 800 mil da Andrade Gutierrez, R$ 600 mil da OAS e R$ 500 mil da Lidermac Construções e Equipamentos, num total de R$ 1,9 milhão, um décimo do arrecadado por Aécio no mesmo setor.


Alimentos
Depois das construtoras, o setor de alimentos foi o que mais contribuiu com os três candidatos. O setor doou R$ 46,7 milhões. Dilma arrecadou R$ 29 milhões, praticamente o triplo de Aécio e Marina.

Só o JBS contribuiu com R$ 26 milhões para os três candidatos. Se for considerado o valor doado pela Flora Produtos de Higiene e Limpeza, outra empresa do grupo, o montante sobe para R$ 31 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dilma tem 'responsabilidade política' no caso Petrobras, diz Marina Silva


08/09/2014 12h13 - Atualizado em 08/09/2014 13h13


Ex-diretor da estatal denunciou que havia pagamento de propina a políticos.
Candidata do PSB afirmou que atual governo foi conivente.

 Do G1, em São Paulo
Marina Silva visitou uma creche em São Paulo (Foto: Tahiane Stochero/G1)Marina Silva visitou uma creche em São Paulo


A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (8) que a presidente Dilma Rousseff tem "responsabilidade política" sobre suposto caso de corrupção na Petrobras. 


Marina deu a declaração ao ser questionada por jornalistas sobre depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que falou ao Ministério Público que havia pagamento de propina a políticos em contratos fechados pela Petrobras.


Costa foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de lavagem de dinheiro em todo o país. Ele fez acordo de delação premiada com a PF e tem prestado depoimentos diários sobre os supostos casos de corrupção na Petrobras.


Marina, além de dizer que Dilma tem "responsabilidade política", afirmou também que o governo foi "conivente" com as eventuais irregularidades. A candidata participou de um ato de campanha

"Quem manteve toda essa quadrilha que está acabando com a Petrobras é o atual governo, que, conivente, deixou que todo esse desmande acontecesse em uma das empresas mais importantes do nosso país [...] A presidente [Dilma Rousseff] tem responsabilidade política. Eu não seria leviana de dizer que ela tem responsabilidade direta. Eu prefiro que as investigações aconteçam. Eu não vou querer ganhar uma eleição a qualquer custo e a qualquer preço", afirmou a candidata.


Suposto envolvimento do PSB
Reportagem da revista "Veja" desta semana disse que, nos depoimentos, Costa afirmou que estão envolvidos no suposto esquema três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais.



Segundo a publicação, o ex-dirigente citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC).


Marina foi questionada sobre como o suposto envolvimento de Campos, que era presidente do PSB, pode afetar a campanha dela. A candidata disse que o partido quer que As investigações "sejam feitas com todo rigor".


“Estamos preocupados com a verdade. Queremos que todas as investigações sejam feitas com todo o rigor, doa a quem doer, seja o que for que tenhamos nestas investigações. Eu confio no trabalho da Polícia Federal, a Polícia Federal me ajudou muito quando eu era ministra do Meio Ambiente, me ajudou a desbaratar verdadeiras quadrilhas”, disse Marina, referindo-se a apurações que culminaram com a prisão de suspeitos envolvidos em crimes ligados ao desmatamento da Amazônia.
O suposto esquema
Integrante da diretoria da Petrobras entre 2004 e 2012, Costa foi preso pela Polícia Federal duas vezes - em março, sob a acusação de destruir provas - posteriormente, foi libertado, por decisão do Supremo - e em junho, depois que autoridades da Suíça informaram sobre supostas contas secretas mantidas por Costa naquele país.

Os depoimentos dele, dentro do acordo de delação premiada, têm ocorrido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A PF não revela o conteúdo dos depoimentos.


Reportagem da revista "Veja" desta semana diz que, pelo acordo firmado com o Ministério Público Federal, o ex-dirigente teria se comprometido a detalhar o envolvimento de cada um dos políticos no esquema. A reportagem também afirma que os policiais federais e procuradores da República estimam que levará mais três semanas para o ex-diretor da Petrobras esgotar o que tem a dizer.


Outra informação relatada pela revista é de que Paulo Roberto Costa teria admitido pela primeira vez, durante os depoimentos da delação premiada, que as empreiteiras contratadas pela Petrobras tinham, obrigatoriamente, de contribuir para um caixa paralelo que era distribuído a partidos e políticos da base governista. 


O ex-diretor teria dito, informou "Veja", que cada partido tinha seu encarregado de fazer a intermediação com o esquema de corrupção.

'Se virem. Não colaboro com inimigo', diz militar à Comissão da Verdade


08/09/2014 13h22 - Atualizado em 08/09/2014 14h00


Tenente que atuou na Guerrilha do Araguaia se recusou a dar depoimento.
Comissão pedirá que Ministério da Defesa apure a ausência do militar.



Prisicilla Mendes Do G1, em Brasília


O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, durante entrevista (Foto: Priscilla Mendes / G1)O coordenador da Comissão Nacional da
Verdade, Pedro Dallari, durante entrevista

Convocado para depor à Comissão Nacional da Verdade, o tenente do Exército José Conegundes do Nascimento se recusou a comparecer a audiência, sob alegação de que não colabora “com o inimigo”. O coordenador do grupo, Pedro Dallari, disse nesta segunda-feira (8) que pedirá investigação do Ministério da Defesa e classificou a atitude do militar como uma “afronta”.

O tenente da reserva do Exército José Conegundes do Nascimento, que atuou na repressão à Guerrilha do Araguaia, foi convocado no último dia 29 a prestar depoimento na sede da Comissão da Verdade, em Brasília.


 Ele, porém, devolveu o ofício em 3 de setembro com um recado escrito de próprio punho: “não vou comparecer. Se virem. Não colaboro com o inimigo”. (Veja a íntegra do documento abaixo)


Além de Conegundes, o general do Exército José Brandt Teixeira também se recusou a comparecer alegando que, “segundo orientação do Comando do Exército, as convocações devem partir daquela autoridade”.


Pedro Dallari disse que vai pedir para que o Ministério da Defesa apure eventual infração disciplinar por parte dos dois oficiais da Reserva, mas ponderou que ambos possam estar passando por “desequilíbrio” devido à idade avançada.


“É uma afronta à comissão, que foi constituída por lei e tem o direito de colher esses depoimentos. Optamos por informar o ministro da Defesa para que a pasta apure, até porque estamos diante de uma infração disciplinar e terá que se verificar se isso não está decorrendo até de problemas de saúde, tal a gravidade da afronta, já que são pessoas idosas”, afirmou o coordenador.


A resistência de muitos oficiais a comparecer aos depoimentos, segundo Dallari, está sendo “estimulada” pela atitude das Forças Armadas em não reconhecer que houve violações aos direitos humanos em suas dependências durante a ditadura.


“Há uma resistência por parte desses depoentes em colaborar com a comissão e nós temos absoluta clareza de que eles, de certa maneira, estão sendo estimulados pelo fato de que até hoje as Forças Armadas se recusam a reconhecer que houve tortura e graves violações aos direitos humanos, na qual tiveram papel protagonista”.


O colegiado tenta durante esta semana convocar novamente oito militares que já se recursaram a prestar esclarecimentos sobre eventuais episódios de tortura cometidos por agentes do Estado. 


Três deles – o coronel Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido por Major Curió, o coronel Leo Frederico Cinelli e o sargento Ênio Mandetta – alegaram problemas de saúde, por isso a comissão está negociando colher os depoimentos em casa.


Estavam marcadas para esta segunda-feira (8) as oitivas de cinco testemunhas, mas apenas o general de brigada Ricardo Agnese Fayad compareceu. Ele, porém, permaneceu em silêncio e não respondeu a nenhum dos questionamentos feitos pela comissão.


Folhas de alteração
O coordenador da CNV, Pedro Dallari, disse que a comissão conseguiu obter junto aos comandos do Exército, da Aeronáutica e da Marinha as folhas de alteração de 115 militares – documentos que mostram o histórico da vida funcional dos oficiais, desde diárias pagas pela corporação até o registro de viagens.



O documento vai ajudar a cruzar informações colhidas em depoimentos com os registros oficiais dos comandos militares. Entre os 115 oficiais, estão o tenente-coronel Paulo Malhães – que foi encontrado morto após prestar informações à comissão – e o coronel Wilson Machado – acusado de participação no atentado do Riocentro, em 1981.


Há um ano a comissão tentava ter acesso às folhas de alteração. “É muito importante porque registra passo a passo toda a trajetória funcional de um militar”, explicou Dallari. “Havia sistematicamente uma resistência ao fornecimento, recorremos então ao ministro da Defesa, que nos forneceu”.



Documento com a convocação do tenente da reserva José Conegundes do Nascimento e a resposta, dele, manuscrita, informando que não compareceria (Foto: Reprodução / Comissão da Verdade)Documento com a convocação do tenente da reserva José Conegundes do Nascimento e a resposta, dele, manuscrita, informando que não compareceria

Dilma pode não ter a mesma sorte de Lula, diz revista


A presidente Dilma Rousseff (PT) pode não ter a mesma sorte do ex-presidente Lula (PT), que saiu "ileso" do escândalo do mensalão, diz a revista britânica The Economist, em artigo publicado em sua edição online. A publicação compara o mensalão às denúncias de um esquema de propina na Petrobras e diz que a delação do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa pode afetar o resultado das eleições.

"Lula teve um ano para sacudir a poeira, enquanto desta vez Dilma tem somente um mês até o dia do pleito", afirma a Economist, destacando que vencer Marina Silva (PSB) já era um forte desafio para a petista. O artigo aponta que o nome de Eduardo Campos também foi citado por Costa, mas argumenta que nenhum outro nome ligado ao PSB foi envolvido e que Marina é vista como uma pessoa "ética" pela maioria dos brasileiros.

A revista destaca que a delação de Costa precisará ser "cuidadosamente corroborada". "Mas a questão deve despertar memórias de deslizes do PT que a presidente vem tentando arduamente colocar para trás", diz a publicação.


 "Não ajuda a presidente o fato de que, se forem verdade, os desvios alegados na Petrobras aconteceram debaixo do seu nariz, primeiro como ministra de Minas e Energia de Lula, depois como presidente do conselho administrativo da companhia."


Segundo a Economist, a campanha eleitoral, que já havia recomeçado do zero após a morte de Eduardo Campos, foi "sacudida" novamente.



Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília

Candidatos fazem de tudo para aparecer em propaganda eleitoral


Com tempo escasso, candidatos usam martelo, burca, rimas e levam até a família para a TV

carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br


Com tempo de rádio e televisão limitado - entre cinco e 20 segundos - os candidatos a deputado federal e distrital ficam diante de duas opções. Podem perder-se entre as dezenas que se limitam a proclamar fidelidade a causas como  educação, saúde e  segurança ou podem apelar para algo chamativo. Nesse caso, já identificaram regras básicas. Não podem ter medo do ridículo, nem precisam fazer algo compreensível. O importante, afirmam, é serem lembrados.


“O brasileiro é criativo por natureza, o dinheiro para campanha está curto e tempo é dinheiro. Então, pensei numa maneira de chamar a atenção. Quando bato o martelo, as pessoas olham para a TV. Com meu martelo,  mostro também a força do trabalho, a seriedade da política. É um aviso: 'Ó, o tempo é curto, presta atenção'”, explica a candidata a distrital Telma Gomes (DEM).


A estratégia deu certo, avalia Telma. Quando faz caminhadas pelo DF, “a candidata do martelo”, como diz, é lembrada pela população. “São sete segundos e ainda assim as pessoas lembram”, comemora.


Durante as gravações, é tão enfática que chegou a machucar o próprio dedo com as marretas. “Olha aqui. Fui bater bem forte na mesa e rasguei meu dedo”, aponta.

Islâmica
Outra  que aposta na autenticidade  é Sandra Leite, do PCB. Vidente e adepta da religião islâmica, em seus 20 segundos de horário eleitoral, ela aparece vestida com um “hijab”, usado por mulheres árabes. “Eu não podia esconder a minha fé dos eleitores”, afirma a candidata a distrital.
Sem medo de parecer estranha, ela diz que a vestimenta não tira a seriedade da propaganda. Pelo contrário. Ela adotou a religião islâmica  depois de adulta e acredita que parece até séria demais. “Sou despachada, carioca. Nosso país que não é sério. Aqui, o certo é errado e o errado é certo”, critica Sandra, enquanto ajeita o hijab na cabeça.

Slogan até no nome
E se propaganda é a alma do negócio, por que não fazer do próprio nome político o slogan da campanha? Daniel Xavier, ou melhor, “Agora é Daniel”, do PROS chama atenção do eleitor não só pela auto-alcunha, mas também pelas palmadas no fim do acelerado tempo na TV. “Tenho nove segundos apenas e eu tinha que arrumar um jeito de fazer o eleitor lembrar de mim. E como trabalho com política há mais de 30 anos, nos bastidores, pensei que agora era minha vez, minha única chance. Aí, ficou 'Wel, Wel, Wel, Agora é Daniel'”, canta, ao telefone, o candidato a distrital.

Com a família
Há ainda quem prefira um tom mais calmo, com discurso em prol da família. Não basta mostrar o rosto sozinha, Gizeli Nicoski, do PSC, vai para a frente das câmeras junto com o marido e a filha mais nova, de cinco meses. “A gente faz tudo junto, não temos babá nem nada disso, então, achamos que seria legal mostrar que estamos juntos também na campanha”, explica.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Comentário


albertani

não dá para competir com os poderosos, é preciso uma reforma eleitoral com urgência, mudar esse sistema que privilegia apenas quem tem dinheiro ou é financiado por grandes grupos econômicos

Delator da Petrobras deixou Dilma sem sentido


Josias de Souza


Dilma Rousseff acredita que a delação do ex-diretor preso da Petrobras Paulo Roberto Costa não abala a sua administração. 

“Eu acho que não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado”, disse ela, em timbre enfático. 


Perdidos em meio às perversões que o aparelhamento do Estado produz, a presidente e seu governo inocente lembram muito as virgens de Sodoma e Gomorra.


“O governo tem tido em relação a essa questão uma posição extremamente clara”, Dilma prosseguiu. Muito clara, de fato. Tão clara quanto a gema. “Foram órgãos do governo que levaram a essa investigação. Foi a Polícia Federal, não caiu do céu. 

Foi uma iniciativa da PF e também de outros órgãos, como Ministério Público e Judiciário. O governo está investigando esta questão.” Isso é que é governo eficiente.


 Ele mesmo desvia, ele mesmo investiga. E a presidente se autoabsolve.


Recordou-se a Dilma que o nome de um de seus ministros, Edison Lobão, consta da lista de supostos recebedores de propinas prospectadas na Petrobras. E ela: “Eu preciso dos dados que digam respeito, ou que tenham alguma interferência no meu governo. Enquanto não me derem os dados oficialmente, não tenho como tomar uma providência. Ao ter os dados, eu tomarei todas as providências cabíveis, inclusive se tiver de tomar medidas mais fortes.”

Pode-se acusar Dilma de muita coisa, menos de incoerência. Xerife do setor energético desde o primeiro reinado de Lula, ela sempre foi 100% fiel aos interesses de José Sarney. Em 2004, ainda ministra de Minas e Energia, levou ao microondas um respeitado presidente da Eletrobras, Luis Pinguelli Rosa, para acomodar no lugar dele Silas Rondeau, afilhado político de Sarney.


Em 2005, alçada à Casa Civil pela queda do companheiro José Dirceu, Dilma cacifou o nome de Rondeau para substituí-la no comando da pasta de Minas e Energia. Com isso, forneceu matéria-prima para que a Polícia Federal comprovasse sua eficiência. 


Decorridos dois anos, o ministro de Sarney foi pilhado pela PF na Operação Gautama.


Acusado de apalpar um envelope contendo propina de R$ 100 mil, Rondeau deixou o cargo para se defender. E foi substituído, com o aval de Dilma, por Edison Lobão, outro ministro da cota de Sarney. Eleita presidente, em 2010, Dilma manteve Lobão na Esplanada. Demitindo-o agora, cutucaria o morubixaba maranhense. Algo que nem Lula jamais ousou fazer. Melhor negociar.


No início do ano, quando Dilma promoveu sua última reforma ministerial, eufemismo para troca de cúmplices, o PMDB guerreava por um sexto ministério. E o presidente do PT federal, Rui Falcão, tratou de acomodar as coisas em pratos pouco asseados: “Não vamos ceder um novo ministério para o PMDB. Agora, concessão para discutir projeto de lei, espaço em estatal, para isso estamos abertos à negociação.”


O delator Paulo Roberto Costa é resultado desse tipo de arranjo que levou os governos do PT a abrigar as “indicações partidárias''  nos “espaços” de empresas estatais. 


 Paulinho, como Lula o chamava, foi indicado em 2004 pelo PP do mensaleiro morto José Janene. Nomeado diretor de Abastecimento, passou a servir a uma joint-venture partidária que reunia, além do PP: PT, PMDB e alas do PTB. Deixou a Petrobras em 2012, já sob Dilma. Era um escândalo esperando para acontecer.


Ao dizer que a delação de Paulinho “não lança suspeita nenhuma sobre o governo”, Dilma fica desobrigada de fazer sentido. Candidata à reeleição, ela enfrenta a crise ética que engolfa alguns dos principais acionistas do conglomerado governista à maneira do avestruz. Foge da realidade enfiando a cabeça na ilógica: “Ninguém do governo foi oficialmente acusado.” Então, tá! Ficamos assim. Não se fala mais nisso.



Como diferentes países respondem à ameaça do Estado Islâmico

BBC

 


Atualizado em  7 de setembro, 2014 - 12:59 (Brasília) 15:59 GMT

Militantes do EI. Credito: AP
Estado Islâmico é inimigo comum, mas países lidam com ameaça de formas diferentes


A ascensão relâmpago do Estado Islâmico (EI), o grupo jihadista que conquistou grandes partes da Síria e do Iraque, teve impacto não só em toda a região como também além dela, levando aliados e rivais a ter que decidir como lidar com a ameaça.

Em entrevista à rede americana NBC divulgada neste domingo, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que lançará seu "plano de ação" contra o Estado Islâmico em um discurso na quarta-feira, um dia antes do aniversário dos atentados de 11 de setembro.
Ele afirmou que os EUA irão diminuir o território dominado pelo EI e derrotá-lo.


Mas, apesar de o EI ser visto como um inimigo comum, as inimizades históricas e a complexa situação no Oriente Médio significam que elaborar uma estratégia única para diversos países enfrentarem o Estado Islâmico está longe de ser simples.
Veja como se posicionam os países-chave no conflito:

Estados Unidos

Os Estados Unidos expressaram abertamente sua preocupação sobre EI dizendo que o grupo estava "além de qualquer coisa" que tenham visto antes. Os EUA iniciaram ataques aéreos contra o EI no norte do Iraque em 9 de agosto - a pedido do governo iraquiano -, mas disseram que será necessária uma "ampla coalizão internacional" para derrotá-lo.


Embora tenha se comprometido a intensificar o apoio ao Iraque se o país formar um governo unificado e inclusivo, o presidente Obama tem repetido que não vai mandar tropas terrestres.


Além de não querer repetir os erros de 2003, quando os EUA invadiram o Iraque, Obama sabe que mandar tropas terrestres poderia agravar a precária situação política do Iraque e arriscar uma piora da relação com os árabes sunitas. Muitos deles apoiaram a rebelião liderada pelo EI contra o ex-governo.


Em vez disso, os EUA têm mostrado vontade de trabalhar com o seu inimigo histórico, o Irã.
O general americano Martin Dempsey alertou que o EI não pode ser derrotado sem que suas fortalezas na Síria sejam atacadas.


Isso levou a um questionamento sobre uma possível cooperação com o presidente sírio, Bashar al-Assad, que se ofereceu para auxiliar a comunidade internacional na luta contra o EI.


Obama em reunião com líderes. Credito: Getty
Barack Obama diz que o EI só pode ser derrotado por uma coalizão internacional


No entanto, Washington ainda quer Assad fora do poder. Obama autorizou voos de reconhecimento sobre a Síria para monitorar o EI, mas até agora não autorizou ataques aéreos por causa do risco representado pelo avançado sistema de defesa aérea sírio, pelo direito internacional e pelo fato de que esses ataques podem beneficiar Assad.


Em vez disso, o presidente parece estar contando com rebeldes sírios para lutar com o EI.

Irã

O ramo dominante de fé islâmica no Irã é o xiita, e o Irã viu o EI - cujos combatentes veem os xiitas como hereges que deveriam ser mortos - avançar a 40 quilômetros de sua fronteira.


Apesar de, em relação à Síria, o Irã estar do lado oposto de grande parte da comunidade internacional, ele defende a cooperação contra a EI.


O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse que a ameaça do EI "nos obriga a trabalhar em conjunto e buscar soluções comuns". Ele estendeu a mão a Arábia Saudita - potência sunita líder e rival regional do Irã - e fez vista grossa para as ações dos EUA no Iraque, às quais se opõe historicamente.


No Iraque, os próprios iranianos têm desempenhado um papel fundamental na luta contra o EI. Guardas Revolucionários Iranianos têm aconselhado as forças de segurança iraquianas, pilotos iranianos realizaram ataques aéreos, milícias xiitas apoiadas pelo Irã se mobilizaram e o Irã diz que tem enviado armas e conselheiros para o Curdistão iraquiano.


O rompimento do cerco de Amerli viu aviões dos EUA agindo em aparente coordenação com combatentes xiitas em solo, apesar da inimizade profunda e antiga entre os EUA e o Irã.


Teerã também se juntou a Washington em retirar o apoio ao premiê iraquiano, Nouri Maliki, em agosto, obrigando-o a se demitir e permitir que um candidato de consenso fosse nomeado para substituí-lo.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, já disse que o Irã "não hesitará em proteger santuários xiitas" no Iraque, que o EI ameaçou destruir, embora ele tenha dito que seria "muito improvável" que o Irã envie suas forças para o local.

Turquia

A Turquia tem sido um dos maiores críticos do presidente sírio Assad. Tornou-se a principal porta de entrada para os estrangeiros que querem ir para a Síria lutar ao lado dos rebeldes, muitos deles jihadistas. No entanto, o rápido avanço do EI no território ao longo das fronteiras turcas com a Síria e o Iraque levou Ancara a tentar conter o fluxo de jihadistas.

Mais de 450 combatentes estrangeiros foram detidos ou deportados desde o início do ano e as forças de segurança turcas tentaram fechar as rotas de contrabando que permitiram que jihadistas evitassem pontos de checagem e vender petróleo a partir de territórios sob seu controle. No entanto, a capacidade da Turquia para reprimir o EI tem sido limitada pelo sequestro de 49 diplomatas turcos e suas famílias, em Mosul, em junho.

Enquanto isso, os membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), reconhecidos como um grupo terrorista por Ancara, a OTAN e a UE, devido à sua história de ataques contra a Turquia, têm lutado contra o EI no Iraque.

Arábia Saudita

Poder sunita regional, a Arábia Saudita tem sido uma das principais apoiadoras de forças rebeldes sírias, incluindo grupos islâmicos de linha dura, mas rejeitou a acusação iraniana de que tenha apoiado diretamente o EI. No entanto, sauditas ricos enviaram doações para o grupo e cerca de 2.500 homens sauditas viajaram para a Síria para lutar.

Militares em ação. Credito: Reuters
A Arábia Saudita mandou milhares de tropas para suas fronterias com o Iraque 


As autoridades sauditas estão preocupadas com a possibilidade de que o EI inspire jihadistas sauditas a contestar a legitimidade da monarquia e tentar derrubá-la. O rei Abdullah pediu uma ação "rápida" e alertou que "o terrorismo não conhece fronteiras".

Em julho, Riad usou 30 mil tropas para reforçar a segurança ao longo da fronteira com o Iraque, e no mês seguinte recebeu o vice-chanceler do Irã quando os dois rivais regionais concordaram em cooperar.

Jordânia

A Jordânia, aliada dos EUA, tem serviços de segurança e militares que poderiam apoiar os esforços para combater a EI. O grupo ameaçou "romper" as fronteiras da Jordânia, embora não seja provável que lancem um ataque tão cedo.
As forças militares jordanianas duplicaram, porém, sua presença militar ao longo da fronteira com o Iraque. O rei Abdullah 2 participou do encontro da OTAN no País de Gales, em setembro, onde a aliança discutiu como lidar com o EI.

Dentro da própria Jordânia, o EI conta com o apoio de um número crescente de pessoas -algumas organizaram manifestações na cidade de Maan, em junho, e acredita-se que mais de 2.000 cidadãos jordanianos viajaram para a Síria para lutar.

O rei há muito tempo pede que o presidente da Síria, Assad, deixe o governo, e já teria permitido que a Jordânia se tornasse uma plataforma para os rebeldes e seus apoiadores estrangeiros.

Líbano

O Líbano ficou profundamente dividida pelo conflito na Síria, e teve de lidar com um transbordamento da violência e um enorme afluxo de refugiados.

Protesto no Líbano
Mais de 20 membros das forças de segurança libanesas foram sequestrados pelo EI

Em agosto, militantes do EI baseados na Síria invadiram a cidade fronteiriça de Arsal, matando e sequestrando dezenas de agentes de segurança libaneses.

Militantes jihadistas também realizaram uma série de atentados mortais em Beirute e em outros lugares, principalmente visando o Hezbollah e as instalações iranianas.

O primeiro-ministro libanês, Tammam Salam, alertou que a propagação do EI representa "um grande teste do qual depende o nosso destino". Facções religiosas e políticas de seu país foram aconselhadas a deixar de lado suas diferenças para garantir que o grupo não estabelecerá um ponto de apoio no local.

Catar

O Catar rejeitou acusações de líderes xiitas do Iraque de que tenha fornecido apoio financeiro ao EI. No entanto, acredita-se que indivíduos ricos do emirado tenham feito doações e que o governo tenha dado dinheiro e armas para grupos islâmicos radicais na Síria.

Também acredita-se que Doha tenha ligações com a Frente al-Nusra, afiliada da Al-Qaeda.

Desde que o EI lançou sua ofensiva no norte do Iraque em junho, há relatos de que autoridades do Catar restabeleceram relações com outros países do Golfo que acusavam o país de ter se intrometido em seus assuntos.

Rússia

A Rússia é um dos mais importantes aliados do presidente Assad, dando-lhe apoio diplomático e militar. Vetou várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU condenando a repressão mortal à dissidência pacífica e continua a fornecer armas e aeronaves para militares sírios.
Ações de Moscou levaram lutadores do EI a prometem derrubar o presidente Vladimir Putin e "libertar" o norte do Cáucaso. Serviços de segurança russos acreditam que centenas de militantes da Chechênia e de outras repúblicas do Cáucaso se uniram ao EI, incluindo o proeminente comandante Omar al-Shishani.
Em julho, a Rússia entregou o primeiro lote de 25 caças Sukhoi para o Iraque para ajudar a aumentar o poder de fogo de sua força aérea.

União Europeia

Reino Unido, França, Alemanha e Itália têm enviado armas para as forças curdas Peshmerga, bem como ajuda para as centenas de milhares de pessoas deslocadas no norte do Iraque.
Protesto na França. Credito: AFP
A França é um dos países que envia armas para que curdos do Iraque lutem contra o EI

O governo alemão disse que tem uma "responsabilidade humanitária [...] de ajudar aqueles que sofrem e parar o EI".

O presidente francês, François Hollande, apelou pela união das potências do mundo frente à ameaça do EI e sugeriu que uma ação militar na Síria pode ser necessária.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que não descarta ataques aéreos contra o EI, que está com um refém britânico, mas disse que qualquer ação não deve ser "a intervenção ocidental passando por cima dos Estados vizinhos".