segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Presença do tatu-de-rabo-mole-grande, espécie de raro avistamento e pouco conhecida pela ciência, é confirmada no Pantanal

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Presença do tatu-de-rabo-mole-grande, espécie de raro avistamento e pouco conhecida pela ciência, é confirmada no Pantanal

Presença do tatu-de-rabo-mole-grande, espécie de raro avistamento e pouco conhecida pela ciência, é confirmada no Pantanal

Até bem pouco tempo, a maior espécie de tatu do gênero Cabassous, o tatu-de-rabo-mole-grande (Cabassous tatouay) tinha ocorrência confirmada em quatro biomas brasileiros, a Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pampa. Não é fácil o trabalho de estudo desses animais, um dos grupos de mamíferos mais antigos e pré-históricos do planeta. De hábitos noturnos, eles vivem a maior parte do tempo dentro dos imensos túneis que cavam. Além disso, são seres solitários, diferente de outras espécies que precisam de um grupo.

Todavia, graças ao monitoramento feito por armadilhas fotográficas, pesquisas de campo e análise de carcaças , descobriu-se a presença do tatu-de-rabo-mole-grande também no Pantanal. É a primeira vez que o fato é confirmado.

A revelação inédita foi divulgada em um artigo científico da Edentata, publicação do grupo de especialistas em tamanduás, preguiças e tatus da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN SSC, da sigla em inglês). 

Os autores do artigo são pesquisadores do Projeto Tatu-Canastra do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), entre eles, Gabriel Massocato, que no ano passado recebeu um prêmio internacional por sua carreira pela proteção do tatu-canastra no Pantanal.

Agora que já se sabe que o tatu-de-rabo-mole-grande pode ser encontrado nessa região, os cientistas defendem que a espécie seja incluída na lista de mamíferos de Mato Grosso do Sul e sejam traçadas estratégias de conservação da área de transição entre os biomas Cerrado e Pantanal, onde parte dos registros foi feita, entre 2013 e 2021.

Os pesquisadores explicam que o tatu-de-rabo-mole-grande, raramente avistado e por isso mesmo, pouco conhecido pela ciência, “costuma viver em ambientes florestados, tendo raras ocorrências em áreas degradadas”. 

Presença do tatu-de-rabo-mole-grande, espécie de raro avistamento e pouco conhecida pela ciência, é confirmada no Pantanal

Um dos registros feitos pelas pesquisadores: tatu a caminho da toca
(Foto: ICAS)

O tatu-de-rabo-mole-grande é uma das cinco espécies do gênero Cabassous e a maior delas, chegando a medir quase 50 cm e pesar cerca de 5 kg. Ele tem esse nome porque sua cauda não é completamente coberta pelos escudos dérmicos que geralmente formam as carapaças desses animais. Além disso, é orelhudo.

“[O padrão] de escamas na testa, orelha grande, o tamanho do corpo são as diferenças mais básicas para a gente observar o tatu-de-rabo-mole-grande”, ressaltou Massocato, em entrevista ao (o)eco.

Além da degradação ambiental, uma das principais ameaças aos tatus são os atropelamentos em rodovias.

Presença do tatu-de-rabo-mole-grande, espécie de raro avistamento e pouco conhecida pela ciência, é confirmada no Pantanal

As diferenças morfológicas entre as diversas espécies de tatu do gênero Cabassous
(Foto: divulgação ICAS)

*Com informações do site do ICAS

Leia também:
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Fotos: divulgação ICAS

Raposa com duas patas mostra adaptação impressionante da vida selvagem

 Bichos  

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Raposa com duas patas mostra adaptação impressionante da vida selvagem

Raposa com duas patas mostra adaptação impressionante da vida selvagem

Quando viram a raposa em seu quintal, a princípio Phil e Jane Carter acharam que fosse uma ilusão de ótica. Talvez a luminosidade estivesse atrapalhando a visão dos dois. Afinal o casal que vive em Ilkeston, Derbyshire, na Inglaterra, costuma receber a visita frequente desses animais. Mas nunca antes tinham visto uma com apenas duas patas.

O vídeo, que viralizou nas redes sociais, foi compartilhado pelos Carters e mostra a imagem impressionante da raposa que vai de um lado ao outro do gramado, sem parecer estar nada incomodada com sua condição.

Para caminhar, ela se apoia sobre as patas dianteiras e quando para, descansa o resto do corpo traseiro no chão. Parece realmente a apresentação de uma exímia equilibrista.

Entrevistado pela rede britânica BBC, o especialista em vida selvagem Mike Dilger afirmou que provavelmente o animal nasceu com a deformidade, que não parece ser resultado de nenhum acidente ou ferimento. Para ele, a raposa é uma mostra de como a natureza consegue tudo e como essa é uma “história incrível de sobrevivência”.

“A razão pela qual eu acho que é algo de nascença é porque ela é muito habilidosa. Sua postura, equilíbrio e controle são surpreendentes – a maneira como ela pode subir naqueles dois membros anteriores e realmente ainda comer”, diz Dilger.

Além disso, ele afirma que pelas imagens é possível ver que a raposa mostra uma saúde muito boa, sem sinal de nenhuma doença.

Já a organização ambiental Derbyshire Wildlife Trust também acredita que o animal parece muito bem. “Nunca vimos nada assim na natureza antes, mas o animal parece relativamente saudável e parece ter se adaptado à vida sobre duas pernas”, declarou em nota.


Em geral, as raposas vermelhas (Vulpes vulpes) têm hábitos noturnos, mas principalmente em áreas urbanas, também podem ser vistas durante o dia. Com cerca de 70 centímetros de comprimento e pesando entre 5 e 7 kg, elas se alimentam de pequenos mamíferos, roedores, lebres, aves e sapos, assim como frutas diversas, entre elas, as vermelhas.

Pertencente à família dos canídeos, no Reino Unido as raposas vermelhas não possuem predadores naturais. Entre suas principais ameaças estão colisões com veículos e conflitos com proprietários rurais. Sua expectativa de vida é de dois a três anos.

*Com informações adicionais do Woodland Trust The Wildlife Trusts

Leia também:
Misteriosas raposas
Raposinha-do-campo: a rara moradora do Cerrado

Imagem de abertura e vídeo: The Telegraph

Descoberto primeiro organismo que se alimenta apenas de vírus

 

05/01/2023

Descoberto primeiro organismo que se alimenta apenas de vírus

Redação do Diário da Saúde


Ciliados podem se alimentar de vírus que vivem na água - eles prosperam e aumentam a população com uma dieta apenas de vírus.
[Imagem: Proyecto Agua]

Viróvoro

Cientistas descobriram o primeiro animal viróvoro, um animal que se alimenta de vírus.

Durante três anos, John DeLong e seus colegas da Universidade Nebraska-Lincoln (EUA) se debruçaram sobre um organismo unicelular observando como milhões de partículas de vírus entravam no pequeno ser similar a uma bactéria, que nada graças aos pequenos pelos em seu corpo, ou cília.

Só depois de muito estudar é que eles se deram conta que os vírus não eram uma fonte de infecção, mas de nutrição.

Pertencente a uma espécie de Halteria - ciliados planctônicos microscópicos que povoam a água doce em todo o mundo - o animal ingere um grande número de clorovírus infecciosos que compartilham seu habitat aquático.

Pela primeira vez, os experimentos de laboratório comprovaram que o animal pode viver com uma dieta composta apenas por vírus.

É o primeiro caso de uma dieta virogênica, mostrando que ela é suficiente para alimentar o crescimento fisiológico e até mesmo o crescimento populacional de um organismo.


Partículas de clorovírus infectando algas verdes microscópicas.
[Imagem: Kit Lee/Angie Fox]

Vírus como alimento

Os clorovírus são conhecidos por infectar algas verdes microscópicas. Eventualmente, os clorovírus invasores estouram seus hospedeiros unicelulares como balões, derramando carbono e outros elementos que sustentam a vida no mar aberto. Esse carbono, que iria para os predadores das algas, passa então a ser aspirado por outros microrganismos, um programa de reciclagem em miniatura e, aparentemente, perpétuo.

"Isso está de fato apenas mantendo o carbono baixo neste tipo de camada de sopa microbiana, evitando que os herbívoros levem energia para cima na cadeia alimentar," disse DeLong.

Mas se os ciliados estão comendo esses mesmos vírus, então a virivoria pode estar contrabalançando a reciclagem de carbono que os vírus perpetuam. A equipe levanta a hipótese de que a virivoria esteja ajudando e estimulando a fuga do carbono da escória da cadeia alimentar, concedendo-lhe uma mobilidade ascendente que os vírus de outra forma suprimiriam.

Balanço de carbono

"Se você multiplicar uma estimativa grosseira de quantos vírus existem, quantos ciliados existem e quanta água existe, vai chegar a uma quantidade enorme de movimento de energia (na cadeia alimentar)," disse DeLong, que estima que os ciliados em um pequeno lago podem comer 10 trilhões de vírus por dia.

"Se isso está acontecendo na escala que pensamos, deve mudar completamente nossa visão sobre o ciclo global de carbono," completou ele.

Além disso, tão logo se deram conta de que ciliados poderiam comer vírus, eles já começaram a estudar outros organismos, que também parecem apresentar o mesmo comportamento e a mesma dieta, mostrando que animais viróvoros estão por toda parte e comendo quantidades imensas de vírus. Isso deverá mudar por completo os cálculos de toda a cadeia alimentar terrestre.

Checagem com artigo científico:

Artigo: The consumption of viruses returns energy to food chains
Autores: John P. DeLong, James L. Van Etten, Zeina Al-Ameeli, Irina V. Agarkova, David D. Dunigan
Publicação: Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: 120 (1) e2215000120
DOI: 10.1073/pnas.2215000120

 

Por que alguns animais devem ser protegidos e outros comidos?

 06/01/2023

Por que alguns animais devem ser protegidos e outros comidos?

Redação do Diário da Saúde


Por que alguns animais devem ser protegidos e outros comidos?
Você prefere estes animais "abraçados" ou "assados"?[Imagem: Couleur/Pixabay]

Percepção sobre os animais

Um novo estudo científico promete lançar mais luz sobre um tema considerado um tabu tão forte que poucos se atrevem sequer a falar sobre ele, dado o risco de causar mal-estar ou mal-entendidos entre os mais diversos grupos da sociedade.

Mas Paul Patinadan e Denise Dillon, das universidades James Cook (Austrália) e Tecnológica Nanyang (Cingapura), decidiram enfrentar o desafio e estudar o que nos leva a ver algumas espécies de animais como "amigos", outros como "comida" e outros ainda como "pelos quais vale a pena lutar".

A pesquisa tentou avaliar as percepções sociais das pessoas sobre vários animais não humanos, que a ciência tem tipicamente classificado como menos sencientes e desprovidos de emoções ou sentimentos, o que lhes tiraria automaticamente do âmbito dos direitos e das preocupações morais.

As classificações nas escalas de carinho e habilidade para 16 animais foram submetidas a uma análise de escala multidimensional.

Entre os animais estudados estavam tubarão, jacaré, porco, cachorro, polvo, coelho, vaca e orangotango.

Os resultados confirmam que as pessoas têm diferentes percepções sociais em relação às várias espécies animais.

Por que alguns animais devem ser protegidos e outros comidos?
A ciência ignorou o livro de Darwin "A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais", e só recentemente passou a ser considerada a possibilidade de testar a consciência dos animais. O resultado é que há uma discrepância na visão científica sobre as emoções entre biólogos e psicólogos.
[Imagem: minka2507/Pixabay]

Amar e proteger ou "quero distância"

Os cientistas usaram um conceito, conhecido como Modelo de Conteúdo Estereotipado, para tentar replicar as percepções sociais em relação aos animais ao longo das dimensões carinho-habilidade entre grupos identificados como vegetarianos, ativistas pelos animais e pessoas que não se consideravam nenhum dos dois - todos os voluntários eram de Cingapura, onde o estudo foi realizado.

A análise identificou quatro grupos principais de animais, nomeados como "Amar", "Proteger", "Indiferente" e "Aversão", com base em como os participantes se sentiram em relação aos animais.

A ideologia ética dos participantes também foi medida, com vegetarianos e ativistas pelos animais mantendo crenças mais "absolutistas". Contudo, mesmo quando considerada no processo de dimensionamento, a ideologia ética teve pouco impacto nas percepções sociais dos participantes sobre os animais não humanos.

"Os participantes classificaram as 16 espécies de animais não humanos de maneira significativamente diferente nas dimensões de cordialidade e habilidade. As ideologias éticas das pessoas sobre os animais não humanos não parecem afetar as permutações sociais que concedem às diferentes espécies.

"Estes resultados sugerem que os sentimentos humanos em geral em relação aos animais não humanos podem ser originados de atalhos mentais de julgamentos e permutações de valores sociais adaptativos. Entender o lugar de nossos próprios julgamentos morais entre os animais não humanos pode ajudar a finalmente definir a natureza nebulosa da interação humana com os seres que compartilham nosso mundo conosco," comentou Patinadan.

Outras culturas

Já Dillon ressalta que uma das limitações da pesquisa é que ela foi conduzida na cidade-estado de Cingapura, no sudeste da Ásia, e as respostas estão atreladas às idiossincrasias e relações únicas e específicas da cultura com os animais.

Pesquisas futuras usando o mesmo método, sugere ela, devem procurar determinar a percepção dos animais em pessoas de outras culturas, para verificar se as conclusões obtidas agora poderiam ser universalizadas.

Também seria interessante a inclusão de animais historicamente vítimas de aversão, desde mamíferos, como os ratos e os morcegos, até os insetos, como pernilongos e baratas, ou aqueles vistos apenas do ponto de vista da utilidade, como as cobaias usadas em pesquisas científicas.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Friends, food or worth fighting for? A proposed stereotype content model for nonhuman animals
Autores: Paul V. Patinadan, Denise B. Dillon
Publicação: Human-Animal Interactions
DOI: 10.1079/hai.2022.0023ouleur/Pixabay]

Começa teste de energia solar espacial

 

Começa teste de energia solar espacial

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/01/2023

Começa teste de energia solar espacial
Nesta primeira demonstração será testado apenas o suporte para os painéis solares, ainda sem os módulos fotovoltaicos flexíveis.

Coletar energia solar no espaço e enviá-la à Terra

Já está no espaço o primeiro satélite para ajudar a desenvolver um mecanismo de captar energia solar no espaço e enviá-la para o solo.

O projeto como um todo, desenvolvido no Instituto de Tecnologia da Califórnia, chama-se SSPP (Space Solar Power Project: Projeto Espacial de Energia Solar). Já o satélite que foi ao espaço chama-se SSPD (Space Solar Power Demonstrator: Demonstrador de Energia Solar Espacial).

O SSPD ainda não é um captador de energia solar espacial de pleno direito. Na verdade, seu objetivo é testar individualmente os diversos componentes necessários para viabilizar uma futura fazenda solar espacial.

A ideia de longo prazo é implantar uma constelação de espaçonaves modulares que coletem a luz do Sol, transformem-na em eletricidade e, em seguida, transmitam essa eletricidade sem fio por longas distâncias, sobretudo para locais que atualmente não têm acesso a energia confiável.

Embora promissora, essa técnica tem várias limitações de cobertura devido ao feixe de micro-ondas que será responsável por enviar a eletricidade para o solo, uma vez que ele não deve ser dirigido para áreas onde haja população, tráfego aéreo ou grandes concentrações de vida selvagem, sobretudo pássaros.

Começa teste de energia solar espacial
Diagrama mostrando os três módulos a serem testados.
[Imagem: SSPD/Caltech]

Três tecnologias a serem testadas

O satélite de 50 kg consiste de três experimentos, cada um voltado para testar um diferente aspecto da tecnologia de coleta de energia solar no espaço e sua transmissão para o solo.

O primeiro deles é o DOLCE, sigla em inglês para "Experimento Composto Ultraleve Implantável em Órbita". Trata-se da estrutura que deverá conter os painéis solares propriamente ditos, devendo subir dobrada e então abrir-se ao chegar ao espaço. O protótipo, que não tem painéis solares, mede 1,8 x 1,8 metros, e está sendo idealizado para ser o "ladrilho" de um painel solar em escala quilométrica.

O segundo experimento consiste nas células solares propriamente ditas. Em vez de um painel solar, contudo, a pequena caixa contém 22 tipos diferentes de células fotovoltaicas, permitindo fazer uma avaliação dos tipos de células que são mais eficazes e mais duráveis no ambiente agressivo do espaço. O nome do experimento é Alba.

O terceiro experimento é o MAPLE, sigla em inglês para "Experimento de Órbita Baixa para Transferência de Energia por Arranjo de Micro-Ondas". Trata-se de uma matriz de transmissores de energia leves e flexíveis com controle de tempo, concentrando a energia seletivamente em dois receptores diferentes para demonstrar a transmissão de energia sem fio à distância no espaço.

A estrutura DOLCE será testada já nas próximas semanas, com resultados imediatos. Já as células solares precisarão de meses de funcionamento para que se saiba quais são mais eficientes e mais duráveis. Os transmissores de micro-ondas também serão testados repetidamente em diferentes condições de órbita.

Começa maior busca já feita por sinais de vida extraterrestre

 

Começa maior busca já feita por sinais de vida extraterrestre

Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/01/2023

Começa maior busca já feita por sinais de vida extraterrestre
Impressão artística do telescópio MeerKAT, na África do Sul, escaneando o céu em busca de sinais de inteligência extraterrestre, representados pelos códigos binários.
[Imagem: Danielle Futselaar/Breakthrough Listen/SARAO]


Busca por tecnoassinaturas

Começou a funcionar nesta semana o mais amplo esforço em busca por tecnoassinaturas, sinais emitidos por tecnologia desenvolvida por inteligências extraterrestres.

O esforço, coordenador pelo Observatório de Radioastronomia Sul-Africano (SARAO) está usando o radiotelescópio MeerKAT.

Os astrônomos e engenheiros da equipe Breakthrough Listen (Audição reveladora, em tradução livre) passaram os últimos três anos desenvolvendo e instalando a instrumentação digital mais poderosa já implantada para a busca de assinaturas tecnológicas.

A etapa mais importante consistiu em integrar o equipamento com os sistemas de controle e monitoramento do radiotelescópio, para que ele possa continuar operando normalmente em suas outras observações científicas. Assim, a busca por inteligência extraterrestre funcionará no esquema 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana), analisando todos os sinais que as antenas captarem, sem qualquer prejuízo para as observações que os outros cientistas estiverem fazendo.

O novo hardware complementa as pesquisas também contínuas já feitas usando os observatórios Green Bank (GBT), nos EUA, Parkes, na Austrália, e vários outros telescópios ao redor do mundo. Contudo, enquanto os programas no GBT e no Parkes envolvem mover esses pratos de mais de mil toneladas para apontar para alvos específicos, o programa no MeerKAT não precisará mover as antenas mecanicamente.

"O MeerKAT consiste em 64 pratos, que podem ver de uma só vez uma área do céu 50 vezes maior do que o GBT consegue ver," explicou Andrew Siemion, coordenador do consórcio. "Um campo de visão tão grande normalmente contém muitas estrelas que são alvos de assinatura tecnológica interessantes. Nosso novo supercomputador nos permite combinar sinais dos 64 pratos para obter varreduras de alta resolução desses alvos com excelente sensibilidade, tudo sem impactar a pesquisa de outros astrônomos que estão usando a matriz," completou.

Começa maior busca já feita por sinais de vida extraterrestre
Recentemente a NASA propôs uma escala para avaliar a existência de vida extraterrestre.
[Imagem: NASA/Jay Freidlander]

Alvos

A capacidade de escanear 64 alvos simultaneamente dentro do campo de visão principal traz outro ganho essencial para buscas desse tipo: Eliminar sinais de interferência das tecnologias humanas, sobretudo dos satélites artificiais em órbita da Terra.

Um dos primeiros alvos a serem observados pela equipe será o sistema Alfa Centauro, que também é o objetivo de outro esforço, envolvendo enviar uma frota de naves espaciais em miniatura para este que é o sistema mais próximo de nós.

"Estou muito entusiasmado por poder realizar uma busca por assinaturas tecnológicas usando um dos telescópios mais sensíveis do mundo," comentou o Dr. Cherry Ng, membro da equipe. "Levaremos apenas dois anos para pesquisar mais de um milhão de estrelas próximas. O MeerKAT nos fornecerá a capacidade de detectar um transmissor semelhante aos feixes de rádio mais brilhantes da Terra a uma distância de 250 anos-luz em nosso modo de observação de rotina."

Este programa científico em busca de evidências de vida tecnológica no Universo planeja pesquisar um milhão de estrelas próximas, todo o plano galáctico e 100 galáxias próximas, em uma ampla gama de bandas de rádio e ópticas.