quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Práticas sustentáveis são estimuladas em centro de referência na Ceasa. Próxima atividade aberta será no sábado (15)

Projeto do governo tem o objetivo de fortalecer a agroecologia para produtores familiares e o público em geral. Próxima atividade aberta será no sábado (15)

Desde que foi inaugurado, em junho, o Centro de Referência em Agroecologia e Tecnologias Sociais oferece ao público ações de fomento às políticas sustentáveis no Distrito Federal. Localizado em um polo de distribuição da produção agrícola — as Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) —, o espaço foi concebido para atender a população em geral e para apresentar e apoiar temáticas ligadas à agroecologia e às metodologias que favoreçam a economia rural e dar orientações sobre elas, com foco nos pequenos produtores.

Beatriz Domingues e Árina Costa, responsáveis pelo Centro de Referência em Agroecologia e Tecnologias Sociais.
Árina Costa e Beatriz Domingues, responsáveis pelo Centro de Referência em Agroecologia e Tecnologias Sociais. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
 
 
“Queremos fortalecer ações que integrem a agricultura familiar, o público consumidor e as políticas públicas”, explica Beatriz Domingues, uma das coordenadoras do centro, gerido por comissão executiva formada por oito servidores. As atividades depois da inauguração consistem em recrutar agricultores diversos para apresentar novas perspectivas de produção por meio do projeto Ideias



Práticas Sustentáveis, que já chegou a aproximadamente 600 pessoas desde junho, e mais de 3 mil somando ações fora da unidade. “Fazemos a interlocução direta com cerca de 40 agricultores agroflorestais”, destaca.


Embora focado nos agricultores, o público-alvo vai além. Todos os interessados em sistemas agroflorestais ou em sustentabilidade são bem-vindos às atividades. “Trazemos temas de interesse até mesmo do público da cidade, como as hortas urbanas e formas de aproveitamento da água da chuva”, ressalta Beatriz.
“É uma forma de humanizar o trabalho do agricultor para além da produção. Tratamos de segurança alimentar, de direitos trabalhistas e da relação com o campo.” Árina Costa, uma das responsáveis pelo Centro de Referência em Agroecologia e Tecnologias Sociais
“É uma forma de humanizar o trabalho do agricultor para além da produção. Tratamos de segurança alimentar, de direitos trabalhistas e da relação com o campo”, acrescenta Árina Costa, responsável pelo centro ao lado de Beatriz. Ela explica a importância das tecnologias estratégicas que abrangem toda a biodiversidade do ecossistema em que está inserido. “Na agrofloresta, consideramos a produção diversa, o uso da água, da iluminação natural, da vegetação nativa e dos animais existentes no bioma”, exemplifica Árina.


Por meio de combinações pensadas com base na ciclagem de nutrientes no solo, é possível estabelecer composições naturais em que as próprias espécies restaurem a área degradada ou espantem as chamadas “pragas” no sistema convencional. “É uma forma equilibrada e sustentável de conceber o plantio, o que tem consequências na distribuição, na segurança alimentar e na economia colaborativa”, define a coordenadora.

 

Estrutura do Centro de Referência em Agroecologia e Tecnologias Sociais

O prédio onde funciona o centro conta com, além de duas salas de escritório, auditório e dormitório, ambos com capacidade para 80 pessoas, para o caso de agricultores da área rural precisarem de um ponto de apoio central na cidade.


A unidade faz parte do complexo do Centro de Capacitação e Comercialização da Agricultura Familiar, inaugurado em 2015, em frente ao Mercado da Agricultura Familiar, onde ocorre a feira todos os sábados, das 6 horas ao meio-dia.



O local também promove atividades culturais como danças típicas e campanhas de doação e descarte de lixo na feira. Outra vertente é o calendário colaborativo, por meio do qual cooperativas, agricultores, organizações não governamentais, associações, entidades e a população em geral podem solicitar apoio para fomentar ações ligadas à temática.



Além de atividades apoiadas em assentamentos e em eventos específicos, como a Virada do Cerrado e o Dia Mundial sem Carro, a equipe do centro participou da implementação de uma agrofloresta em um condomínio em São Sebastião, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) e distribuiu cerca de 800 mudas de árvores cedidas pelos Viveiros Comunitário do Lago Norte, da Granja do Ipê e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).



O espaço é coordenado pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, mas a gestão é uma parceria com a Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural, a Ceasa-DF, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e a Fundação Banco do Brasil.



Neste sábado (15), o calendário de ações do projeto iniciado em julho será encerrado com uma série de atividades. Na programação, há ioga, bate-papo sobre hortas urbanas, oficina de reciclagem de pneus, mesa sobre políticas sustentáveis e espaço de economia solidária, para venda de produtos artísticos artesanais.


Centro de Referência em Agroecologia e Tecnologias Sociais em 2017

Para as coordenadoras, 2016 foi o ano para aproximar o público, captar parcerias e refletir sobre a pauta sustentável no DF. “Em 2017, traremos a discussão para o âmbito político”, adianta Beatriz. “Vamos mostrar como a aparelhagem pública pode tornar acessível as necessidades dos produtores agrícolas”, acrescenta. Para o próximo ano, está previsto um novo ciclo do projeto Ideias & Práticas Sustentáveis e trabalhos que culminarão com o 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia, que ocorrerá em Brasília em setembro de 2017.



Encerramento do projeto Ideias & Práticas Sustentáveis em 2016


Programação 



Das 8 às 9 horas
Aula aberta de ioga


Das 9 às 10 horas
Diálogos Hortas urbanas – compartilhando territórios verdes


Das 10h30 às 12 horas
Mesa Políticas para uma Brasília mais sustentável


Das 10 às 13 horas
Oficina Reciclagem: transforme pneus em pufes


Das 8 às 13 horas
Espaço Organização das Cooperativas do Distrito Federal — Serviço de atendimento ao público sobre cooperativismo


Das 8 às 13 horas
Divulgação e venda da produção artística e artesanal de comércio solidário
No Centro de Capacitação e Comercialização da Agricultura Familiar — Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) — Setor de Indústria e Abastecimento, Trecho 1, Lote 5


Aberto ao público


Edição: Raquel Flores

Metrô-DF receberá doação de bicicletas na sexta (14) e no sábado (15)


Iniciativa da ONG Rodas da Paz repassa as bikes a instituições sociais. Peças também são aproveitadas para montar veículos adaptados a pessoas com deficiência

A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) e a ONG Rodas da Paz promovem, nesta sexta-feira (14) e no sábado (15), na Estação Central (Rodoviária do Plano Piloto), campanha para doação de bicicletas, que serão entregues a instituições sociais do DF.


O Metrô doará cinco bicicletas que ficaram por mais de 180 dias no setor de achados e perdidos da Estação Galeria. “Estamos fazendo a nossa parte e queremos incentivar que a população também contribua durante todo o ano”, diz o presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado.


O uso da bicicleta é incentivado pela Companhia do Metropolitano. Desde o ano passado, o último carro do trem é reservado a passageiros que usam esse meio de transporte. São permitidas cinco bicicletas por carro no horário de pico durante a semana. Aos domingos, a quantidade é ilimitada. “Além de ajudar instituições sociais, estimulamos o transporte sustentável e não poluente, assim como é o Metrô”, destaca Dourado.

Doe Bicicleta

Há mais de 10 anos, a ONG Rodas da Paz promove a campanha de doação. Nesse período, foram recebidas cerca de 5 mil bicicletas. Parte da arrecadação é voltada a alunos da área rural e a instituições sociais diversas; outra parte é encaminhada para os Correios, que as entregam a crianças que enviam cartas ao Papai Noel no fim do ano.

Algumas delas têm as peças aproveitadas para a criação de bicicletas adaptadas a pessoas com deficiência ou destinadas a projetos de criação de renda, como cursos de mecânica básica em comunidades carentes.


Campanha Doe Bicicleta
Pontos de recolhimento
14 de outubro (sexta-feira)
Das 9 às 17 horas
Na Estação Central do metrô (Rodoviária do Plano Piloto)
15 de outubro (sábado)
Das 10 às 18 horas
Na Estação Central do metrô (Rodoviária do Plano Piloto)

Jardim Botânico de Brasília JBB


O Jardim Botânico de Brasília (JBB) foi inaugurado em 1985, tendo como missão a conservação, a pesquisa, a educação ambiental e o lazer contemplativo. Possui uma área de 500 hectares disponíveis à visitação o que o coloca entre os maiores Jardins Botânicos do mundo. Está vinculada ao JBB uma estação ecológica, de 4.500 hectares, reservados à preservação do Cerrado e à pesquisa, não estando aberta à visitação. 

Nos 5.000 hectares que compreendem o complexo ecológico Jardim Botânico de Brasília já foram identificadas 1.300 espécies vegetais, e em relação à fauna foram registradas 89 espécies de mamíferos, 63 de répteis e anfíbios, 270 de aves e 500 de borboletas. O que mostra a biodiversidade da área. 


Este complexo ecológico compõe a Área de Vida Silvestre da Reserva da Biosfera do Cerrado, criada pela UNESCO no âmbito do projeto Homem e Biosfera. Na estação ecológica, estão as nascentes do córrego Cabeça de Veado, do qual é captada água para abastecimento de parte da população do Lago Sul e da Região Administrativa do Jardim Botânico. 

O Cerrado é um Bioma heterogêneo, formado por um mosaico de fitofisionomias vegetais que apresentam gradiente que vai de campo aberto até floresta densa. O Cerrado é um dos Biomas terrestres de maior endemismo e diversidade de espécies. Além disso, devido à sua distribuição conecta-se com os demais Biomas brasileiros e é considerado, também, o berço das águas, pois abriga nascentes das três principais bacias da América do Sul. 



Devido à sua riqueza e à alta pressão antrópica a que vem sendo submetido, o Cerrado foi incluído entre as 25 áreas consideradas críticas para conservação da biodiversidade biológica do mundo (hotspots). Apesar disso, apenas 20% de sua área total está preservada e, destes, apenas 1,5% são protegidas sob alguma forma de unidade de conservação, como a Estação Ecológica do JBB.



Regras de Conduta:
Não alimentar, perseguir, caçar, pescar ou capturar animais da fauna silvestre;


Não extrair madeira, coletar plantas, frutos, sementes, ou qualquer tipo de material botânico.


Não trazer animais domésticos, pois podem transmitir doenças aos animais silvestres.


Levar o lixo gerado para casa, ou utilizar as lixeiras disponíveis. 
O JBB não é beneficiado por serviço de coleta.


Não acender fogueiras ou churrasqueiras tendo em vista o risco de incêndios florestais.

Respeitar a sinalização. Nas vias internas do JBB a velocidade máxima é 40km/h.

Respeitar os pedestres e ciclistas.

Comentários ou sugestões podem ser registrados no livro de visitas do Centro de Visitantes 
ou através de e-mail à direção. 


Trilhas:
Labiata – 0,3 km
Matter – 4,4 km
Ecológica – 3,5 km

Trilha Matter:

Trilha afastada, de 4,5km de extensão, leva aos principais espaços de visitação.

Área de Piquenique:

O espaço conta com mesas, redários e parque infantil.

Jardim de Contemplação:

Apresenta espécies vegetais dos Biomas brasileiros.

Centro de Visitantes:

Recepção aos visitantes, espaço para realização de exposições, e eventos em geral.



Bistrô Jardim Bom De Mais:

Aberto de terça a domingo de 9 às 17h. Serve café da manhã, lanche e almoço.

Jardim Evolutivo:

Apresenta a evolução das plantas segundo seu sistema reprodutivo.

Orquidário Margareth Mee:

Abriga a coleção de orquídeas do JBB.

Jardim de Cheiros:

O visitante encontrará ervas medicinais e temperos utilizados tradicionalmente no Brasil.

Biblioteca da Natureza:
Possui acervo literário infanto-juvenil, brinquedoteca e a Sala Verde onde são apresentados 

vídeos ambientais.

Cactário Gilberto Campello Brasil:
Expõe ao público, parte da coleção de cactos do JBB.

Casa de Chá:
Abrigará o restaurante Acquavit.

  


Informações úteis:
Endereço: Setor de Mansões Dom Bosco- Área Especial
Dias e Horários de funcionamento: de terça a domingo de 9h às 17h
Linhas de Ônibus a partir da rodoviária: 147.3 e 197.3


ascom@jbb.df.gov.br

O setor florestal brasileiro obtém nova prorrogação da certificadora de produtos florestais FSC para utilizar agrotóxicos ‘altamente perigosos’ no controle de formigas cortadeiras até 2021


 (Blog Vida em Sauveiro, 12/10/2016)

A certificadora internacional de produtos florestais FSC, Forest Stewardship Council, anunciou sua decisão favorável sobre os pedidos de renovação da derrogação para uso de sulfluramida, fipronil e deltametrina no controle à formiga cortadeira em plantações florestais certificadas no Brasil, renovando assim a autorização de seu uso nas cadeias florestais certificadas pela FSC no país para o período de 2016 a 2021.


Esses três produtos são considerados pelo próprio FSC como ‘pesticidas altamente perigosos’ à saúde humana  e ao meio ambiente, e constam da lista de produtos proibidos para uso em florestas nativas ou plantadas certificadas pela organização em todo o mundo. A autorização de uso se dá em caráter de exceção e vem acompanhada do compromisso do setor produtivo de banir seu uso nos empreendimentos certificados num prazo de 5 anos – entretanto, essa é a 2ª vez que a instituição autoriza a utilização desses produtos no país, a 1ª ocorreu em 2012.


A sulfluramida está sendo banida em todos os processos produtivos agrícolas e industriais do mundo, em função da sua inclusão entre as 23 substâncias listadas como Poluentes Orgânicos Persistentes-POP na Convenção de Estocolmo, da qual o Brasil é signatário e, assim, responsável pela sua proibição no país.


O certificado de bom manejo florestal do FSC atesta que os plantios certificados seguem os princípios e critérios globais da organização que buscam garantir salvaguardas ecológicas, benefícios sociais e viabilidade econômica do setor. Sem a renovação da autorização do uso desses formicidas altamente perigosos, havia o risco de todo o setor florestal brasileiro perder a certificação de florestas sustentáveis fornecida pelo FSC, o que causaria significativo prejuízo para a exportação de produtos madeireiros do setor.

Acesse o artigo completo no link:

Por que não existem pingüins no hemisfério norte?

Por Fernando Fernandez
O que os olhos não lêem, o coração não sente.
Provérbio popular (versão)



Você já pensou por que não existem pingüins no hemisfério norte?


Todos nós aprendemos que pingüins são encontrados apenas no hemisfério sul, na Antártida e adjacências. Implicitamente, isso nos é passado como sendo um fato da natureza - como se sempre tivesse sido assim. Mas não é o caso. A resposta para a nossa questão é muito mais interessante que isso, e ao mesmo tempo desconcertante e perturbadora.



Não existem pingüins no hemisfério norte porque o homem os extinguiu em 1844. 


A ave que foi originalmente chamada de pingüim é hoje conhecida – menos do que deveria ser - pelo nome de grande alca (“great auk”). Seu nome científico – Pinguinus impennis - foi baseado em seu primeiro nome vulgar. Os pingüins do hemisfério sul, aves pertencentes a outra família e descobertos depois, receberam o seu nome exatamente por que se assemelhavam às grandes alcas.



As alcas eram aves de grande porte, que viviam no Atlântico norte, em volta do círculo polar ártico, e que eram caçadas em imensa quantidade entre os séculos XVI e XIX – enchiam os porões dos navios para servir de alimento, e também eram usadas como isca para a pesca de bacalhau e lagostas. Sob essa imensa pressão, as alcas declinaram inexoravelmente até uma situação desesperadora. Então, no dia 3 de junho de 1844, um grupo de marinheiros avistou o último casal de grandes alcas, denunciados por sua grande estatura em meio às aves marinhas menores, na pequena ilha de Eldey, ao largo da Islândia.



Os marinheiros correram para as grandes alcas com porretes. As alcas tentaram desesperadamente alcançar a segurança da água, mas uma foi encurralada contra as rochas, e outra alcançada já à beira d’água. Ambas foram mortas a porretadas. Em seu ninho havia um ovo, que se acredita ter sido esmagado sob a bota de um marinheiro. 



É por isso que não existem (mais) pingüins no hemisfério norte. Não, não é um fato da natureza, infelizmente. Nós fizemos isso ser assim.

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As grandes alcas não estão sozinhas, longe disso. Há uma imensa coleção de espécies de animais que nós extinguimos nos últimos séculos. Na maior parte dos casos são extinções muito bem documentadas e conhecidas pela ciência, de espécies que todos nós deixamos de conhecer por muito pouco. Muitas delas eram animais maravilhosos, espetaculares, que fariam o mundo vivo parecer muito mais rico e maravilhoso do que já é.


Eu estou exagerando? Bom, que tal um peixe-boi de oito metros?


Havia, sim, um peixe-boi de oito metros. Um animal dócil, inteligente, com uma elaborada vida social. Nós acabamos com ele em 1768. A vaca marinha de Steller, Hydromadalis gigas, que podia alcançar umas dez toneladas, era o maior mamífero vivente nesse planeta em tempos históricos, fora as grandes baleias.

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A vaca marinha de Steller habitava as águas costeiras das desabitadas ilhas Commander, no extremo leste da Sibéria, onde foi descoberta pelo naturalista russo Georg Steller em 1741. Eram pacíficas comedoras de algas marinhas que raspavam das rochas. Steller escreveu que havia fortes laços sociais entre elas, incluindo uma espantosa solidariedade.


Al contrario que otros sirenios, la vaca marina de Steller era el único conocido que habitaba en aguas frías, aunque tenía el mismo temperamento excepcionalmente manso (hasta el punto de dejarse matar con facilidad).


Quando uma era arpoada, as outras tentavam impedir que ela fosse arrastada para a margem, fazendo um círculo à volta dela; várias colocavam a si mesmas nas cordas ou tentavam tirar o arpão do corpo daquela que havia sido ferida. Steller também observou que um macho voltou dois dias seguidos para junto de sua fêmea morta na costa.



Nada disso impressionou muito os pescadores russos, que após a descoberta da vaca marinha fizeram uma verdadeira corrida para caçar aquele animal tão rico em carne e óleo, e com uma pele valiosa. Em 1768 – apenas vinte e sete anos depois de ter sido descoberta! – a vaca marinha de Steller já estava extinta.


E que tal a ave mais abundante do Mundo? No século XIX, o naturalista John Audubon, um dos fundadores da ornitologia, ficou chocado com a abundância da pomba migratória, Ectopistes migratorius, na América do Norte.

pombo passageiro macho e fêmea
Os bandos eram tão numerosos que há relatos confiáveis de que obscureciam a luz do sol ao passar; dizia-se que passavam por vários dias seguidos. Colônias de nidificação chegavam a 160 Km de comprimento. Audubon estimou que devia haver entre cinco e dez bilhões de pombas migratórias na América do Norte – o que as fazia, de longe, as aves mais abundantes do planeta.


Mas aquele século, o da desenfreada expansão americana rumo ao oeste, foi também o do colossal massacre da pomba migratória. Elas foram caçadas aos milhões, para comida e por simples esporte. Caçar pombas migratórias e coletar seus ovos era um esporte de fim de semana para a família inteira, muito popular entre os americanos do século XIX. Havia matanças mais sérias: em uma competição de caça da época, o troféu seria do virtuoso caçador que primeiro matasse trinta mil pombas migratórias.


Você leu certo, trinta mil, só pelo vencedor. Com esse tipo de pressão, as populações da pomba migratória começaram a diminuir, e houve quem dissesse que era preciso limitar a caça, ou a espécie acabaria desaparecendo. Foram chamados de alarmistas, riu-se deles. Houve também quem dissesse da pomba migratória que era óbvio que havia tanto que nunca iria acabar – mais ou menos como alguns hoje dizem da Amazônia.


Mas as populações continuaram diminuindo, e o inacreditável aconteceu. Em 1900, a pomba migratória se extinguiu na natureza. No dia 1º de setembro de 1914, Martha, a última pomba migratória, morreu no Zoológico de Cincinnati. Estava extinta a espécie de ave mais abundante do planeta no século XIX.



E por que não um lobo marsupial? Quando falamos em marsupiais, a maioria das pessoas imediatamente pensa em cangurus, ou quem sabe nos gambás tão comuns em nosso país. Mas até há poucas décadas havia um lobo marsupial, ou tilacino, um dos mais espantosos seres que já se viu.




Poucos reparam no significado de um nome científico, mas raramente um nome científico é tão revelador quanto Thylacinus cynocephalus. “Thyla” quer dizer bolsa, “cinus” ou cynos” quer dizer cachorro, e “cephalus” quer dizer cabeça. Thylacinus cynocephalus, portanto, quer dizer “cachorro com bolsa com cabeça de cachorro”. Perdoe o pleonasmo do cientista que batizou o bicho, meu caro leitor. Experimente procurar por “thylacine” no Google Images.



O tilacino é tão parecido com um cachorro que qualquer leigo poderia facilmente confundi-los. A semelhança da cabeça é de fato tão extraordinária que apenas os dentes, uns dentes triangulares característicos de marsupiais, denunciam que se trata de um parente dos cangurus. Os quartos traseiros caídos e a cauda afinando gradualmente, como a de um canguru, também traem sua ancestralidade marsupial.



Mas não se trata simplesmente de um canguru com crise de identidade, que acha que é cachorro. Isso é o mais interessante de tudo: o tilacino é um espetacular exemplo do fenômeno que os biólogos chamam de convergência evolutiva, ou seja, animais de linhagens muito diferentes – no caso, os mamíferos placentários (como nós) e os marsupiais – evoluindo formas similares em lugares diferentes, como adaptação a papéis ecológicos similares.


O tilacino, comum na Austrália inteira até uns poucos milhares de anos atrás, sobreviveu na grande ilha da Tasmânia, ao sul do continente australiano, até bem dentro do século XX. Porém, foi impiedosamente perseguido pelos colonizadores australianos, em represália à predação sobre suas ovelhas.


A extinção do tilacino na natureza não teve nada de acidental, ao contrário, foi meticulosamente planejada, e levada a cabo como política oficial do governo da Tasmânia. Com o fim de erradicar a “praga”, recompensas foram pagas para cada pele de tilacino entregue. À medida que os animais começavam a escassear, o valor da recompensa foi aumentado cada vez mais. Em 1936, o governo da Tasmânia enfim mudou de política e decretou uma lei protegendo a espécie.



Tarde demais. Naquele mesmo ano, o último tilacino conhecido, uma fêmea, morreu no zoológico de Hobart, capital da Tasmânia. Por negligência de seus tratadores, o animal foi deixado na parte exposta de sua gaiola, sem acesso a seu ninho protegido, e morreu de hipotermia numa noite fria de setembro.



Há alguns registros não confirmados de tilacinos vistos na natureza nos anos seguintes; um dos mais confiáveis é o de uma fêmea que teria sido morta por um fazendeiro com seus cachorros por volta de 1940. Dentro da bolsa da fêmea havia três filhotes. Não houve mais registros depois disso.



Deixei para o fim o meu favorito, se é que pode haver um favorito numa lista dessas: o menor, o mais sutil, mas nem por isso o menos espetacular. Um animal tão fantástico que parece ter saído da mais imaginativa ficção, e que você e eu fomos privados de conhecer por poucas décadas. Morcegos voam, todos eles, certo? Claro. Sempre foi assim? Não. Em algumas ilhas do Pacífico, onde eram ausentes tanto grandes predadores como também roedores nativos, evoluíram várias espécies de morcegos terrestres.



Eram animais bizarros, que eram capazes de voar só uns poucos metros, mas que se moviam agilmente pelo chão da floresta nas patas de trás e nos cotocos das asas, exercendo o papel ecológico dos roedores. Eram tão bem adaptados à vida terrestre que alguns tinham bolsas ao lado do corpo onde recolhiam as asas. À medida que a colonização das ilhas do Pacífico avançava, animais introduzidos pelo homem, como ratos e gatos, foram extinguindo os morcegos terrestres em ilha após ilha.


As ilhas Salomão e Big South Cape, que permaneceram livres de ratos domésticos até muito recentemente, foram seu último refúgio. Mas mesmo ali, os ratos chegaram em 1962 ou 1963, e em 1965 Mystacina robusta, a última espécie de morcegos terrestres, deixou de existir. É possível que ainda houvesse Mystacina quando você nasceu, ou pelo menos quando seus pais nasceram. Mas seus filhos não poderão mais vê-lo.

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Hora de desfazer uma ilusão bastante arraigada. Fala-se muito em espécies em extinção, mas muita gente acha que o homem extinguiu até agora relativamente poucas espécies, e que portanto nossa capacidade de extinguir espécies possa estar superestimada.



Não é o caso. Apenas de 1600 para cá, foram comprovadamente extintas pelo homem pelo menos umas 120 espécies de aves, umas 60 de mamíferos e pelo menos 25 de répteis, entre muitas outras. Muitos desses casos, inclusive os acima, são descritos em um livro maravilhoso, “A Gap in Nature”, de Tim Flannery e Peter Schouten, publicado em 2001.



Além disso, já extinguimos mais de 600 espécies de plantas, e provavelmente vários milhares de invertebrados, que são mais mal conhecidos. A lista continua crescendo: há apenas um ano foi a vez do baiji, o golfinho do Yang Tse. Isso tudo não inclui centenas de outras extinções de animais de grande porte causadas pelo homem muito antes da Idade Moderna - mas isso já é outra história.



Por que essas coisas ainda são tão pouco divulgadas e discutidas?



Eram animais espetaculares, fascinantes, são histórias que mexem com nossos sentimentos, mas nossa cultura não parece ter olhos para elas. Houve uma expressiva melhora nos últimos anos, mas ainda é raro encontrar sobre as extinções históricas em programas de televisão, livros e revistas, e portanto elas não atingem nossos corações e mentes. Acho que a melhor explicação para isso é mesmo a imensa capacidade que a nossa cultura tem de não olhar para aquilo que não lhe interessa – o que é ótimo para quem quiser manter o status quo, mas péssimo para quem queira virar o jogo.



Quando eu era criança, História me parecia fascinante, mas ao mesmo tempo o menos aplicado ou menos útil de todos os assuntos. Minhas professoras sempre tinham o mesmo argumento sobre a importância do estudo da História: é preciso estudar História para aprender com os erros do passado. Só agora sou capaz de perceber o quanto elas estavam certas.

Pinguins reabilitados voltam ao mar em Florianópolis


Por Sabrina Rodrigues
Pinguins
De volta ao mar depois de um bom regime de engorda. Foto: Fatma/Anne C aroline Anderson


Na segunda-feira (10), cerca de 16 pinguins foram devolvidos ao mar na praia de Moçambique, localizada em Florianópolis. Os animais foram submetidos a um tratamento de 45 dias, que envolveu medicação, alimentação e ingestão de vitaminas para eles até que engordassem e alcançassem o peso de 3,5kg. Os cuidados ocorreram no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Parque Rio Vermelho, coordenado pela Fundação Catarinense do Meio Ambiente (Fatma).


O trabalho é importante para a recuperação dos animais, uma vez que a chegada de pinguins no mar de Santa Catarina é comum nos períodos que vão de junho a outubro. Eles vêm da Patagônia, na Argentina e, no caminho, muitos se perdem e acabam adoecendo.


Fonte: Estadão

Desmatamento do Cerrado


O Brasil é um país extremamente rico em natureza, biodiversidade, bichos e belezas naturais. Uma das maiores preciosidades que nosso país possui é a Amazônia, além de outras matas com grandes riquezas. Uma dessas riquezas que possuimos é o Cerrado.
Localizado no Brasil central, o Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, fazendo fronteiras com outros biomas bem importantes, como a Amazonia, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlantica. O cerrado é um lugar rico de espécies vegetais, tendo cerca de 10.000 espécies vegetais e uma grande variedade de veertebrados na terra e na água, além de grande variedade também de invertebrados.
Infelizmente, o Cerrado é um dos ambientes mais ameaçados do mundo pelo homem. De mais de 2 milhões de km² de vegetação, atualmente restam apenas 20% do total. Essa situação desperta a atenção e precupação da população para a conservação dos recursos naturais do nosso país. Precisamos entender que esta grande área está sendo desmatada e precisamos saber o tamanho e a importância que o Cerrado tem para o Brasil.
Muitos estudos foram realizados e chegaram a conclusão que se o desmatamento continuar no progresso que está, até o ano de 2030 não irá mais ter cerrado, pois dos 204 milhões de hectares, 57% já foram completamente destruídos, isso equivale a mais ou menos 3 milhçoes de hectares por ano ou 2,6 campos de futebol por minuto, e metade do que resta está bem alterada, capaz de não nos servir mais aos propósitos de conservação da biodiversidade.
Por isso, toda a população tem que se conscientizar e devem existir esforços de todos os setores da sociedade para que possamos reverter esse quadro.


O que é uma Reserva da Biosfera


Por ((o))eco
Mata Atlântica, a primeira Reserva da Biosfera do Brasil. Foto:
Mata Atlântica, a primeira Reserva da Biosfera do Brasil. Foto:


O termo "biosfera" se refere a todos os elementos naturais que fornecem e permitem a vida na Terra, como o solo, a água e a atmosfera. Por "reserva" tem-se uma determinada área de reconhecido valor que se pretende conservar para um uso sustentável. Uma Reserva da Biosfera pode ser entendida, então, como uma área especialmente designada para aliar a conservação ambiental e o desenvolvimento humano sustentável.


Cada Reserva da Biosfera é uma porção representativa dos ecossistemas característicos da região onde é estabelecida, sejam eles terrestres ou marinhos. Seu objetivo é otimizar a convivência homem-natureza em projetos que se norteiam pela preservação, convivência com áreas vizinhas e uso sustentável de seus recursos.


As Reservas funcionam como centros de monitoramento, pesquisa, educação ambiental e gerenciamento de ecossistemas. Como instrumento de conservação, favorecem a descoberta de soluções para problemas como o desmatamento das florestas tropicais, a desertificação, a poluição atmosférica e o efeito estufa.


Breve História
O conceito surgiu em 1968 na "Conferência sobre a Biosfera" organizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que foi a primeira reunião intergovernamental que buscou conciliar a conservação e o uso dos recursos naturais e fundou conceito moderno de desenvolvimento sustentável.


Em seguida, em 1971, a UNESCO lançou o "Programa Homem e Biosfera" (em inglês, MAB ou Man and Biosphere Programme) com o objetivo de organizar uma rede de áreas protegidas mundiais, designadas Reservas da Biosfera. Essas áreas devem preencher os critérios de classificação e serem propostas pelos países-membros da organização, para, assim, ganhar reconhecimento internacional. Até 2013, foram classificados como Reservas Mundiais da Biosfera 621 sítios distribuídos por 117 países


A Rede Mundial de Reservas da Biosfera (World Network of Biosphere Reserves, em inglês) é a estrutura coordenada de reservas da biosfera reconhecidas no âmbito do Programa Homem e Biosfera, exemplo de boas práticas na manutenção do equilíbrio entre a qualidade ambiental. Ela inclui 614 reservas da biosfera distribuídos por 113 Estados.


Região UNESCO Número de Reservas da Biosfera Número de Países
África 52 22
Estados Árabes  26 13
Ásia e Pacífico 130 23
Europa e América do Norte  289 34
América Latina e Caribe 117 21



No Brasil
Há 7 Reservas da Biosfera no território brasileiro. O espaço geográfico que ocupam corresponde aos objetivos de conservação e desenvolvimento propostos pelo governo brasileiro. A primeira foi criada em 1992 para proteger os remanescentes da Mata Atlântica.



Aprovadas pelo Programa Homem e Biosfera, em seguida vieram: Cinturão Verde de São Paulo (1993), Cerrado (2001), Pantanal (2000), Caatinga (2001), Amazônia Central (2001) e Serra do Espinhaço (2005).