sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Correio Braziliense – Poluição mata 633 crianças por ano no Brasil, aponta OMS

Correio Braziliense – Poluição mata 633 crianças por ano no Brasil, aponta OMS


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Pelo menos 633 crianças menores de 5 anos morrem por ano no Brasil vítimas de complicações relacionadas à poluição, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira, 29, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com dados de 2016. Em todo o mundo, o número de crianças dessa faixa etária vítimas do problema chega a 543 mil.

De acordo com a OMS, 93% das crianças e adolescentes do mundo (o equivalente a 1,8 bilhão de pessoas) respiram diariamente ar com nível de poluição capaz de colocar a saúde em risco. As partículas tóxicas provocam ou agravam problemas respiratórios que, em alguns casos, podem ser fatais.

Segundo especialistas, o impacto do ar de má qualidade tem início já na gestação, com o aumento da probabilidade de mulheres darem à luz prematuramente. "Desde o desenvolvimento fetal, a criança já sofre os efeitos da poluição. O poluente é muito nocivo para a saúde, porque o efeito não é só respiratório, é sistêmico, entra na árvore respiratória, chega ao alvéolo, onde tem a troca gasosa, e entra na circulação, causando efeitos nas artérias e no coração, principalmente. Na gestação, leva a enfartes na parte circulatória da placenta, o que diminui o aporte do oxigênio, podendo causar partos prematuros e até morte fetal", explica a patologista clínica Evangelina de Araújo Vormittag, que é diretora de responsabilidade social da Associação Paulista de Medicina e diretora do Instituto Saúde e Sustentabilidade.

Outro aspecto que prejudica nessa fase da vida, especialmente entre as crianças mais novas, é o fato de o sistema imunológico ainda estar em formação. "Com isso, tem menos chances de se defender contra esse mal tóxico", afirma a médica.

Doenças como alergias, asma, pneumonia e câncer infantil estão entre os problemas de saúde citados pela entidade que podem ter como causa o contato com os poluentes. Com 1 ano e 10 meses, Arthur já sente os efeitos nocivos da poluição. Diagnosticado com rinite alérgica, o menino, morador da zona leste da capital paulista, tem crises no período de clima seco, quando os poluentes ficam mais concentrados. "Na última crise, o problema evoluiu para infecção na garganta e no ouvido. Ele teve de tomar antibiótico 15 dias", conta a mãe do menino, a advogada Monyse Tesser, de 32 anos.

Independentemente do clima, a mãe estabeleceu uma rotina de cuidados para evitar complicações na saúde do filho. "Faço lavagem nasal duas vezes por dia nele. Temos inalador, vaporizador, tiramos tapetes de casa e não deixamos bichos de pelúcia no quarto dele."

Outros riscos

A exposição aos altos níveis de poluição também aumenta os riscos de doenças crônicas, como as cardiovasculares, e pode afetar o neurodesenvolvimento e as habilidades cognitivas.

Segundo a OMS, peculiaridades das crianças fazem com que elas se tornem mais vulneráveis aos efeitos da poluição, como respirar mais rápido do que os adultos, fazendo com que a absorção de poluentes seja maior, e viver mais perto do chão, onde essas partículas se concentram. Isso em um momento em que seus cérebros e corpos estão em desenvolvimento.

O contato com a poluição dentro de casa, por meio de fogões a lenha e equipamentos de aquecimento e iluminação que utilizam combustíveis poluentes, como o querosene, foi lembrado pela entidade, que defende que sejam criadas políticas para que a população utilize tecnologias livres de poluentes para cozinhar, iluminar e aquecer suas casas.

"Claramente precisamos acelerar a mudança para fontes de energia mais limpas. Precisamos fazer com que a população tenha acesso a combustíveis limpos. Provavelmente o mundo precisa reduzir drasticamente a grande dependência de combustíveis fósseis", declarou nesta segunda-feira a diretora do Departamento de Saúde Pública da organização, Maria Neira.

Para proteger os filhos dos efeitos da poluição, as recomendações para os pais são evitar andar em casa com calçados usados na rua, umidificar o ambiente e hidratar as vias aéreas das crianças, segundo Marcelo Otsuka, infectologista pediátrico do Hospital Infantil Darcy Vargas, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

"E o aleitamento materno é fundamental. É um dos grandes mecanismos de defesa na primeira infância, porque melhora a imunidade e ajuda no desenvolvimento da criança. Os pais também devem garantir uma dieta saudável, com alimentos de boa procedência e evitar os produtos industrializados." A OMS orienta que escolas e playgrounds sejam instalados longe de locais como vias movimentadas e fábricas.

Manifesto

Na semana passada, cerca de 30 mil médicos da Associação Paulista de Medicina lançaram o manifesto Um Minuto de Ar Limpo para abordar a necessidade de reduzir a poluição no ar para frear o aumento de doenças ligadas ao problema em São Paulo. Os médicos demonstram preocupação com a saúde da população, pois, de acordo com uma projeção do Instituto Saúde e Sustentabilidade, se a poluição se mantiver a mesma deste ano até 2025, na região metropolitana de São Paulo, são estimadas 51.367 mortes e 31.812 internações públicas por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão.

O documento brasileiro deverá ser apresentado nesta terça-feira, 29, durante a realização da primeira Conferência Global da OMS sobre Poluição do Ar e Saúde, em Genebra, na Suíça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Terra perdeu 60% de seus animais silvestres em 44 anos


Relatório Planeta Vivo 2018 revela um grau impressionante de impacto humano no planeta.

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30 de outubro de 2018


Terra perdeu 60% de seus animais silvestres em 44 anos
Relatório Planeta Vivo 2018 revela um grau impressionante de impacto humano no planeta.

A forma como alimentamos, abastecemos e financiamos nossa sociedade e economia está levando a natureza e os benefícios que ela nos fornece ao limite. É o que diz o Relatório Planeta Vivo 2018 divulgado hoje pelo WWF. O documento apresenta uma imagem preocupante do impacto da atividade humana sobre a vida selvagem, florestas, oceanos, rios e clima do mundo, destacando que a janela de tempo para tomar uma atitude está se fechando rapidamente.

Um dos indicadores usados no relatório, o Índice Planeta Vivo (LPI), fornecido pela Zoological Society of London (ZSL), que acompanha as tendências na abundância global de vida selvagem, indica que as populações de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis diminuíram em média 60% entre 1970 e 2014. As principais ameaças às espécies identificadas no relatório estão diretamente ligadas às atividades humanas, incluindo perda e degradação de habitats e exploração excessiva da vida selvagem.


“A ciência está mostrando a dura realidade que nossas florestas, oceanos e rios estão sofrendo em nossas mãos. Centímetro por centímetro, espécie por espécie, a redução do número de animais e locais selvagens é um indicador do tremendo impacto e pressão que estamos exercendo sobre o planeta, esgarçando o tecido vivo que nos sustenta: natureza e biodiversidade “, disseMarco Lambertini, diretor-geral do WWF Internacional. O Brasil no cenário global de degradação Neste cenário, o Brasil merece atenção especial. Além da comprovada importância da Amazônia para a regulação do clima da Terra, nosso país concentra a maior biodiversidade do planeta e uma enorme disponibilidade de recursos hídricos.

Ao mesmo tempo, estamos na região que mais sofre com a perda de biodiversidade. A estimativa é que desde a década de 1970 o tamanho das populações das espécies que habitam as Américas do Sul e Central tenha sido reduzido em 89%. A maior causa desta perda de espécies é o desmatamento e, no nosso caso, ainda somos a maior fronteira de desmatamento do mundo – mais de 1,4 milhões de hectares de vegetação natural são perdidos por ano. Nos últimos 50 anos, 20% da Amazônia já desapareceu. Especialistas indicam que se o desmatamento total alcançar 25%, esse bioma chegará ao “ponto de não retorno”, podendo entrar em colapso.


O relatório aponta também a região do Cerrado como uma das maiores frentes de desmatamento no mundo. Além de um golpe em nossa biodiversidade, o desmatamento no Cerrado atinge diretamente nossa capacidade hídrica, uma vez que as águas que nascem neste bioma alimentam alguns dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo, além de seis das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras. A mudança de uso do solo, principalmente o desmatamento, também é o maior fator de emissão de gases de efeito estufa do Brasil. Entre 1990 e 2013, a mudança de uso do solo foi responsável por 62.1% do total de emissões do país, segundo o Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).


As ameaças às espécies estão presentes em vários biomas brasileiros. A Jandaia-amarela (Aratinga solstitialis), o Tatu-bola (Tolipeutes tricinctus), o Muriqui-do-sul (Brachyteles aracnoides) e o Uacari (Cacajao hosomi) são exemplos de espécies em perigo de extinção em função da perda de seu ambiente natural. O Boto (Inia geoffrensis) é uma espécie em perigo de extinção devido à tendência de redução populacional no futuro, em função da degradação de seu ambiente.


O Relatório Planeta Vivo 2018 também aborda a importância e o valor da natureza para o bem-estar social e econômico global. Além de ajudar a garantir o fornecimento de ar fresco, água potável, alimentos, energia, medicamentos e outros recursos,estima-se que a natureza forneça ao mundo serviços da ordem de 125 trilhões de dólares a cada ano.

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“Tudo está diretamente conectado. Dos insetos e pássaros que polinizam as lavouras que nos alimentam, passando pelo suprimento de água limpa da qual dependem todas as nossas atividades até o ar que respiramos a cada segundo. A proteção das florestas, dos recursos hídricos, da biodiversidade é também a proteção das pessoas e da nossa sociedade. Comprometer o meio ambiente é comprometer o nosso futuro”, afirma Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil. Isso pode mudar Embora o cenário apresentado no relatório mostre uma realidade aterradora, existe esperança. A natureza possui capacidade de regeneração, mas para reverter a situação atual será preciso muito trabalho e mudanças significativas na forma como nos relacionamos com o meio ambiente.


Em agosto deste ano, por exemplo, após mais de dez anos de ações de preservação e conscientização, pesquisadores do Parque Nacional do Iguaçu comemoraram o aumento de 30% na quantidade de Onças Pintadas (Panthera onca) na região do Parque Nacional do Iguaçu. Caso parecido é o das Baleias Jubarte (Megaptera novaeangliae) que já chegaram à beira da extinção por conta da pesca e hoje voltaram às dezenas de milhares.


O Brasil tem um papel decisivo na redução da degradação ambiental, com mais de 60% de seu território coberto por vegetação natural e com uma posição extremamente importante na produção de alimentos para o mundo, precisamos conciliar estas duas realidades. Estudos mostram que podemos atender as expectativas futuras de produção de alimentos sem derrubar mais nenhuma árvore. Temos 50 milhões de hectares de pastagens degradadas, áreas subutilizadas, perdendo solo, contaminando rios e emitindo mais gases do efeito estufa, que podem ser reabilitadas para a produção, evitando-se mais desmatamento e a consequente perda de biodiversidade e emissões de gases do efeito estufa.


O Relatório Planeta Vivo 2018 destaca a oportunidade que a comunidade global tem de proteger e restaurar a natureza até 2020, um ano crítico em que os líderes devem medir o progresso alcançado na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e no Acordo de Paris.


O Capítulo 4 do relatório é inspirado em um artigo científico intitulado “Mirando mais alto para dobrar a curva da perda de biodiversidade“, que sugere um roteiro para as metas, indicadores e métricas que os 196 Estados membros da CDB poderiam considerar para entregar um acordo global urgente, ambicioso e eficaz para a natureza (como o mundo fez pelo clima em Paris), quando se reunir na 14ª Conferência das Partes da CDB no Egito, em novembro deste ano.


“As estatísticas são assustadoras, mas nem tudo está perdido. Temos a oportunidade de projetar um novo caminho que nos permita coexistir de forma sustentável com a natureza da qual dependemos. Nosso relatório estabelece uma agenda ambiciosa para a mudança. Vamos precisar da sua ajuda para alcançá-lo”, disse o Prof. Ken Norris, Diretor de Ciências da ZSL. Veja aqui o relatório.


Você sabia?

Você sabia?

♦ A natureza fornece, globalmente, serviços que valem cerca de US$ 125 trilhões por ano.

♦ No século 20, os peixes de água doce tiveram a maior taxa de extinção entre os vertebrados do planeta.

♦ Cerca de 200 milhões de pessoas dependem dos recifes de corais para se proteger de tempestades e ondas.

♦ Florestas tropicais estão desaparecendo: quase 20% da Amazônia desapareceu em apenas 50 anos.

♦ Nos últimos 50 anos, a taxa de aumento médio da temperatura global foi 170 vezes maior que a variação do período anterior.

♦ Ao menos 70% das novas moléculas dos remédios introduzidos nos últimos 25 anos vieram de uma fonte natural.

♦ Quase 6 milhões de toneladas de peixes e outros frutos do mar foram retirados dos oceanos desde 1950.

♦ Atualmente, 90% dos pássaros marinhos têm fragmentos de plástico no estômago


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Faça escolhas sustentáveis – seja usando menos plásticos, reduzindo o desperdício de alimentos ou optando por produtos de origem sustentável. Sua atitude pode fazer a diferença.

♦ Posicione-se como consumidor e como cidadão - use sua voz para encorajar empresas e governos para adotar políticas e práticas mais sustentáveis.

♦ Espalhe a palavra – convoque sua família e seus amigos para mostrar como vocês se importam com o nosso planeta.

Juntos, nós podemos ser a geração que vai mudar a relação com o planeta, para melhor.
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Nota de posicionamento: O gigante patrimônio natural brasileiro exige um Ministério do Meio Ambiente

Nota de posicionamento: O gigante patrimônio natural brasileiro exige um Ministério do Meio Ambiente


31 Outubro 2018   |   0 Comments
Por WWF-Brasil

O gigante patrimônio natural brasileiro exige uma atenção especial, e isso justifica um ministério. Por mais que seja importante uma agricultura mais ambiental, resumir o Meio Ambiente a ele é um grande equívoco, com efeitos negativos para vários setores da economia.

Como alertado coletivamente no Manifesto da Sociedade Civil em defesa do Meio Ambiente, a fusão dos dois ministérios coloca em risco o equilíbrio de forças necessário no âmbito das políticas públicas, gerando conflitos de interesses que colocariam em risco quatro décadas de avanços na proteção do meio ambiente. A atuação do Ministério do Meio Ambiente não se limita às questões agrícola e florestal, inclui, entre outros, a preservação dos biomas brasileiros, a proteção da biodiversidade e o combate à biopirataria, o combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ambientais, o licenciamento de obras, o controle da poluição, o uso de produtos químicos e a segurança hídrica.

Reduzir e enfraquecer a agenda ambiental no país podem fazer explodir o desmatamento em todos os biomas brasileiros, que já é alto, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Segundo o Relatório Planeta Vivo 2018, lançado dia 30 de outubro, a estimativa é que desde a década de 1970 o tamanho das populações das espécies que habitam as Américas do Sul e Central tenha sido reduzido em 89%, e a maior causa desta perda de vida é o desmatamento.

Nos últimos 50 anos, 20% da Amazônia já desapareceram. Se o desmatamento atingir 25% a floresta poderá entrar em um “ponto de não retorno”, a partir do qual todo o seu equilíbrio será modificado, passando por processo irreversível de savanização, com a perda de seus serviços ambientais. No Cerrado, cujo desmatamento já ultrapassou 50%, estão as nascentes dos mais importantes rios brasileiros, como o Paraná, o Tocantins e o São Francisco.

Biodiversidade faz bem à saúde, à economia e ao planeta

WWF

Biodiversidade faz bem à saúde, à economia e ao planeta


30 Outubro 2018   |   0 Comments
Por Bruna M. Cenço

Uma rodada de discussões sobre a importância da biodiversidade para a saúde humana, a produção de alimentos e a economia marcou o lançamento do Relatório Planeta Vivo 2018 no Brasil. Organizado pelo WWF, o estudo publicado a cada dois anos mostra o estado da saúde no planeta, o impacto da perda de biodiversidade e a urgência de um acordo global pela natureza e pela vida.

Em evento realizado na manhã desta terça-feira (30/10) no Museu do Meio Ambiente, o diretor-executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic, o economista Sérgio Besserman (representando o Jardim Botânico do Rio de Janeiro), a pesquisadora Marcia Chame (Fiocruz) e João Campari (líder da prática de Alimentos do WWF internacional) falaram sobre os desafios que a humanidade está vivendo nesse momento, com enormes ameaças para a biodiversidade e o pouco tempo para a adaptação das espécies.

De acordo com Mauricio Voivodic, “estamos em um momento único, em que temos muito conhecimento sobre o que está acontecendo no planeta e a responsabilidade de agir para mudar a trajetória da perda de biodiversidade antes que não haja mais tempo”.

Adiantando que não seria o portador de boas notícias, Sergio Besserman comparou as mudanças climáticas a um “tsunami”, que vai assolar a humanidade e a biodiversidade. “Após 2020, teremos um novo ambiente em que a tensão fará parte do ambiente sociopolítico da civilização, em que vamos assumir que não estamos conseguindo os progressos necessários e o sofrimento da população. A partir daí, teremos que nos posicionar nesse novo contexto de radicalização que amplie nossas forças”.

Marcia Chame, da FioCruz, trouxe a importância da relação saúde e biodiversidade, o que ainda não é claro para a maioria das pessoas. “O principal componente ativo do remédio para pressão alta vem do veneno da jararaca e o primeiro tipo retroviral foi advindo de uma esponja do mar, mas grande parte da população não entende a importância de se proteger essas e outras espécies. Na Ásia, incêndios provocaram a migração dos morcegos para regiões de lavoura onde há porcos, espalhando o vírus Nipah para esses animais, o que afetou negativamente a produção. E no Brasil, quais os efeitos dos incêndios na Amazônia na liberação de microorganismos? Ainda não sabemos, e é preciso pesquisar para entender. A natureza íntegra protege o ser humano”.

A exposição da pesquisadora foi complementada por João Campari, líder da Prática de Alimentos do WWF internacional, que comentou que a agricultura é responsável por 24% a 30% das emissões de gases de efeito estufa e já converteu 40% as terras do planeta, mas que um terço dos alimentos nunca chega a ser consumido. “Para reverter a perda de biodiversidade até 2050 precisamos transformar o sistema alimentar global. É possível recuperar as áreas degradadas para a produção de alimentos e, assim, diminuir a pressão sobre áreas naturais nativas”. Campari alertou também para a necessidade de adotarmos dietas melhores e mais equilibradas e reduzir perdas e desperdícios na produção e no consumo para contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa, empoderando consumidores e encontrando soluções conjuntas com o setor agrícola e empresas produtoras de alimentos”.

Biodiversidade e Negócios Sustentáveis
Na segunda rodada de discussões sobre o “Uso Sustentável da Biodiversidade nos Negócios – um caminho para a preservação da vida”, os representantes de empresas e organizações que trabalham para colocar a sustentabilidade no seu dia-a-dia e trouxeram exemplos mostrando que esse caminho é necessário e possível.

Carlo Pereira, da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, citou que hoje, dos 200 maiores Produtos Internos Brutos (PIBs) do mundo, 154 são empresas. Daí a importância de trazer o setor privado para essa discussão e, de forma conjunta, trabalhar os diferentes Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. “O investidor é um player muito importante e os ODS podem ser uma vantagem competitiva para as empresas. Um exemplo é: se a agropecuária estiver impactando o bioma amazônico não vai vender, porque o consumidor que está na Holanda não vai querer comprar”.

Werner Ruess, da Michelin, também trouxe a importância e a responsabilidade do setor corporativo. “Temos noção de que se não tivermos cuidado com a natureza, nossa empresa não vai durar. Além disso, todos somos consumidores, e como fabricantes de pneus também temos a escolha de produzir de uma forma menos impactante. E os governos têm um papel muito importante. Para o setor privado, o Acordo de Paris é importantíssimo”.

A necessidade de empresas e governos participarem de fóruns e encontros como a Conferências das Partes da ONU (COPs) também foi citada por Filipe Barolo, representante da Ambev, assim como a importância de ações em conjunto, se revertendo em diferentes ganhos.

“O principal item para produção de cerveja é a água. Por isso, nos últimos 15 anos diminuímos 45% do consumo de água dentro das nossas operações. Todos os funcionários de nossas fábricas têm conhecimento sobre gestão da água e reciclagem. Isso só é possível pelo sentimento de posse e tecnologia”, comentou.

Fátima Cabral, da Associação Produtores Agroecológicos de Alto São Bartolomeu (Aprospotera), na região do Pipiripau, em Brasília, encerrou o encontro trazendo uma visão de solução integrando agricultura familiar com benefício ambientais, transformando a produção de alimentos em um modelo que beneficia e recupera solos e mananciais hídricos.

“Após três anos de projeto, que começou com capacitação de seis agricultores, estamos distribuindo felicidade. Já recuperamos cerca de 40 hectares e fornecemos alimentos para cerca de 500 famílias pelo sistema de CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultora). Os filhos estão voltando porque entendem que é possível ter seu sustento e poder permanecer na terra, vivendo dela”.

“Quando você promove o bem-estar de uma família agricultora, ela cuida da água, do solo e a biodiversidade volta. Se cada agricultor pode alimentar cerca de 30 famílias, nós somos 4 milhões de agricultores familiares que podem alimentar de forma limpa o Brasil todo. É possível.”

Organizações e parlamentares repudiam plano de acabar com Ministério do Meio Ambiente

WWF

Organizações e parlamentares repudiam plano de acabar com Ministério do Meio Ambiente

01 Novembro 2018   |   0 Comments
Ato na Câmara reuniu deputados, senadores, representantes de organizações da sociedade civil, servidores públicos da área ambiental e jornalistas

Por Bruno Taitson

A proposta de unificar os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, tornada pública pelo presidente eleito Jair Bolsonaro e por aliados, tem despertado repúdio em diversos segmentos da sociedade. Nesta quarta (31/10), foi realizado no Salão Verde da Câmara dos Deputados um ato contrário à proposta. Os participantes – parlamentares, servidores públicos e representantes de organizações – salientaram graves e irreversíveis prejuízos sociais, econômicos e ambientais que a medida deve causar, caso seja efetivada no novo governo.

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) classificou como uma “aberração” a proposta apresentada. “Não faz sentido subordinar a pauta de saneamento, recursos hídricos, energia, biodiversidade e unidades de conservação à ganância do lucro fácil e rápido de setores retrógrados do agronegócio”. 

Molon anunciou que, caso a extinção do MMA avance e a agenda socioambiental fique submetida ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Congresso vai reagir. “Se isso acontecer, será por meio de Medida Provisória, que certamente se tornará objeto de disputa nesta casa. Vamos obstruir e fazer de tudo para derrubá-la”, anunciou.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a ideia de fundir os ministérios segue uma tendência já em curso, de submissão das pautas ambientais ao agronegócio. “O Pacote do veneno (PL 6299/2002), aprovado em uma comissão especial, e o projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental são exemplos disso. Queremos que o país se desenvolva e gere empregos, mas com responsabilidade ambiental”, concluiu a parlamentar.

O coordenador de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Michel Santos, lembrou que diversas sinalizações internacionais já alertam que a extinção do Ministério do Meio Ambiente poderia causar restrições aos produtos agrícolas brasileiros no exterior, na forma de barreiras não-tarifárias. Ele também destacou que apenas algumas atribuições do MMA são vinculadas às atividades agropecuárias, o que inviabilizaria a fusão. “Apenas cerca de 1% dos processos de licenciamento atualmente em andamento no Ibama dizem respeito ao agronegócio”, exemplificou.

Ainda segundo Michel Santos, esse tipo de proposta sinaliza para o parlamento que o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável não serão prioridades no próximo governo. “Trata-se de uma luz verde para que a legislação ambiental siga sendo descaracterizada”, concluiu.

Também se manifestaram no ato os deputados Ivan Valente (PSOL-SP), Aliel Machado (Rede-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Érika Kokay (PT-DF), José Sarney Filho (PV-MA) e Edmílson Rodrigues (PSOL-PA), além de representantes do Instituto Socioambiental, ISPN e da liderança indígena Cleidson Tapirapé. 

Uma petição online contrária à proposta já havia obtido, até o momento da publicação desta notícia, mais de 620 mil assinaturas. Várias entidades também já se manifestaram em relação à proposta de extinção do MMA. Abaixo, links para algumas dessas manifestações:
nota do WWF-Brasil;
carta assinada por mais de 30 organizações da sociedade civil;
nota do Ministério do Meio Ambiente;
nota da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

The Guardian (Reino Unido) – Bolsonaro to merge environment and agriculture ministries in threat to the Amazon

The Guardian (Reino Unido) – Bolsonaro to merge environment and agriculture ministries in threat to the Amazon


Jonathan Watts

Jair Bolsonaro will merge Brazil’s environment and agriculture ministries, a senior aide has confirmed, raising fears the ultra-right leader will ramp up conversion of Amazon rainforest into farmland.

After his election victory on Sunday, the president-elect is putting together a cabinet that he says will “make Brazil great”, though many conservationists fear it will put short-term business interests ahead of the world’s biggest terrestrial carbon sink, indigenous communities and rich eco-systems.

During the campaign, the former army captain initially promised he would merge the two ministries to ensure production takes priority over protection. “We won’t have any more fights over this,” he said.

He later hinted he might reconsider, but any suggestion of a softening of position was thrown out on Tuesday at a meeting of his inner circle to form what aides called “a combat vanguard”.

“Agriculture and environment will be in the same ministry, as we’ve said from the beginning,” said Onyx Lorenzoni, who is expected to become chief of staff when the new government takes power in January.

The move will be cheered by Brazil’s influential agribusiness and mining lobbies, who were among the strongest backers of Bolsonaro because they want to open up the Amazon, Cerrado and other protected areas.

But the country’s current environment and agriculture ministers expressed surprise and concern over the plan.

“The new ministry that would emerge from the fusion ... would have difficulties operating that could result in damages to both agendas,” said environment minister Edson Duarte.

“How will a minister of agriculture comment on an oil field or mineral exploration?” asked the agriculture minister Blairo Maggi.

Marina Silva, a former environment minister and presidential candidate warned it would destroy Brazil’s reputation as a force for good in climate and biodiversity talks.

“We are entering a tragic time in which environmental protection will amount to nothing. The Bolsonaro government hasn’t even started and the backsliding is already incalculable,” she tweeted.

If the Amazon deforestation rate – already running at a rate of 52,000 square kilometres per year – accelerates, the global implications could also be immense.

The Amazon absorbs huge amounts of carbon, regulates weather systems, is home to more species than any other ecosystem on earth and pumps water to the economically important cities of São Paulo and Rio de Janeiro

“To increase deforestation and greenhouse gas emissions is to leave each and every one of us more vulnerable to an increasing risk of climate extremes,” said Carlos Rittl, executive secretary of the Brazilian Climate Observatory.

Bolsonaro has flipped back and forth on the Paris Climate Accord, which aims to reduce carbon emissions to ensure global warming remains within the band of 1.5C and 2C.

He initially said he would pull Brazil out, then said it would stay in as long as there are no restrictions on his government’s plans to open up the “AAA” corridor, referring to the huge band of land stretching from the Andes, through the Amazon to the Atlantic.

He has also opposed any further demarcation of indigenous land, which would likely mean the resumption of stalled mega-dam projects in the Amazon that have been held up by the environment and indigenous affairs agencies.

More land and environmental defenders have been killed in Brazil than any other country.

Indigenous leaders said Bolsonaro’s policies and incendiary language would embolden farms, illegal miners and land grabbers to use more violence against forest dwellers.

“He is a threat to humanity,” said Dinamã Tuxá, Coordinator of Brazil’s Association of Indigenous Peoples. “Those who invade indigenous lands and kill our people will be esteemed. He represents an institutionalisation of genocide in Brazil.”

WWF-Brasil é a melhor ONG de meio ambiente do Brasil

WWF-Brasil é a melhor ONG de meio ambiente do Brasil


01 Novembro 2018   |   0 Comments
O WWF-Brasil é a melhor ONG (Organização Não-Governamental) na categoria meio ambiente do Brasil no prêmio Melhores ONGs. O resultado foi divulgado na noite desta quinta (1) pelo Instituto Doar e pela Rede Filantropia em cerimônia realizada em São Paulo no Museu de Arte Moderna do Parque do Ibirapuera.

Em sua segunda edição, o Guia Melhores ONGs reúne as 100 melhores ONGs do Brasil. Neste ano, 1.700 organizações se inscreveram. O prêmio Melhores ONGs foi criado para valorizar as organizações filantrópicas que se destacam pelo trabalho em prol da sociedade com boas práticas de gestão e transparência. São avaliados os processos administrativos, contábeis, financeiros e de comunicação para selecionar as 100 melhores entre as mais de 800 mil instituições em atuação no país.

Com esse trabalho, o Instituto Doar e a Rede Filantropia estimulam a melhoria contínua da gestão das entidades e criam espaços de visibilidade para ONGs encontrarem mais doadores. Para o processo seletivo, a organização conta com o apoio do CEAPG/FGV e da Junior Pública.

Sobre o Instituto Doar

O Instituto Doar tem como missão ampliar a cultura de doação no Brasil. Em 5 anos de existência, criou o Selo Doar, que certifica organizações em gestão e transparência, trouxe para Brasil o Dia de Doar, uma iniciativa que já está em mais de 20 países e agora lança a segunda edição do Guia Melhores ONGs, cujo objetivo é além de reconhecer ONGs exemplares, oferecer às pessoas um leque de opções de doação por todo o Brasil e das mais diversas causas.

Sobre o WWF-Brasil

O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira e sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual trajetória de degradação ambiental e promover um futuro onde sociedade e natureza vivam em harmonia. Criada em 1996, atua em todo Brasil e integra a Rede WWF (Fundo Mundial para a Natureza), presente em mais de 100 países. 

EFE (Espanha) – Proposta de Bolsonaro sobre fusão do Ministério da Agricultura é criticada na Espanha

EFE (Espanha) – Proposta de Bolsonaro sobre fusão do Ministério da Agricultura é criticada na Espanha


ISADORA CAMARGO (EFEAGRO)

A ministra de Transição Energética da Espanha, Teresa Ribera, fez a primeira referência ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que toma posse no próximo 1º de janeiro, na sessão desta quarta-feira (31) do Congresso espanhol.

Ribera destacou sua “inquietude” em relação ao projeto proposto por Bolsonaro, durante sua campanha à presidência, de juntar os ministérios de Agricultura e Meio Ambiente no Brasil.

“Muitas vezes vemos com preocupação o que está acontecendo, portanto, permitam-me pelo bem de uma entidade tão relevante, do ponto de vista do público, como a terra e a biodiversidade no pulmão do planeta que é a Amazônia, compartilhar com os senhores a inquietude que se desperta desde o anúncio feito pelo presidente eleito no Brasil, Bolsonaro, de fundir os interesses da agricultura com a proteção da Amazônia em um só ministério”, pronunciou Ribera.

A declaração da ministra é acompanhada de muitas opiniões de personalidades e mídias internacionais contra as propostas do Bolsonaro, que já o classificaram como “ameaça à democracia”. Ainda assim, o presidente eleito recebeu parabenizações de chanceleres das Américas e alguns países europeus, propondo cooperação e diálogo.

O primeiro país a ser visitado por Bolsonaro como novo presidente do Brasil deve ser a vizinha Argentina.

El Clarín (Argentina) – Jair Bolsonaro: gesto a los evangélicos y anuncio de nuevos ministerios

El Clarín (Argentina) – Jair Bolsonaro: gesto a los evangélicos y anuncio de nuevos ministerios


Finalmente, con las elecciones en el pasado, Jair Bolsonaro comenzó a rodar. Anoche el presidente electo de Brasil participó de su primer acto público. Y su elección fue un culto evangélico en Río de Janeiro, donde dio las gracias a Dios y (por elevación) a la poderosa comunidad evangélica brasileña, cuyo apoyo resultó clave para la victoria el domingo.

El ultraderechista, un nostálgico de la dictadura militar, consiguió ganarse durante la campaña el apoyo de los electores evangélicos, que han crecido en Brasil de manera exponencial en los últimos años.

"Quiero agradecer también a Dios por esta misión, porque Brasil está en una situación un tanto complicada, con crisis ética, moral y económica. Tengo certeza de que no soy el más capacitado, pero Dios capacita a los escogidos", dijo el ultraderechista en la sede de la iglesia Asamblea de Dios Victoria en Cristo.

El gobernante electo se emocionó durante su discurso, que pronunció al lado de Silas Malafaia, uno de los más influyentes y conservadores pastores del país, y ante decenas de feligreses, a los que pidió que oren por él para que tenga éxito con el Gobierno que asumirá el próximo 1 de enero.

A pesar de ser católico, la última vez que se casó Bolsonaro, en 2013, lo hizo en un rito evangelista impartido por el propio Malafaia, y tres años después viajó a Israel para ser bautizado en el río Jordán, de gran simbolismo para los seguidores de esta corriente cristiana.

Nuevos ministerios

Bolsonaro ganó la segunda vuelta de las elecciones presidenciales del domingo con un 55 % de los votos, frente al 44 % que obtuvo el progresista Fernando Haddad, del Partido de los Trabajadores (PT).

También el martes, Bolsonaro habló de lo que ya se sabía es una prioridad en su gestión: la reforma gubernamental.

Así, dio paso a un superministerio de Economía y a la fusión de los de Agricultura y Medio Ambiente, criticada de inmediato por organizaciones ecologistas.

En una reunión en Río de Janeiro sobre la formación de su gobierno, se decidió crear un superministerio de Economía, bajo el mando del ultraliberal Paulo Guedes, que incluirá las actuales carteras de Hacienda, Planificación e Industria y Comercio Exterior.

Bolsonaro recortará de 29 a 15 el número de ministerios, en el marco de un plan de reducción de gastos del Estado. Guedes llega con un programa de saneamiento de las cuentas públicas y de reducción de la deuda, que incluye privatizaciones y una reforma de las jubilaciones.

Guedes también dijo el lunes que apoya la independencia del Banco Central, con lo que dejó abierta la puerta a la ratificación de su actual presidente.

Esos anuncios agradaron a los mercados: la Bolsa de San Paulo cerró este martes con un alza de 3,69% y el dólar cerró a 3,69 reales, su valor más bajo desde abril.

El próximo jefe de gabinete de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, anunció que se fusionarían los ministerios de Agricultura y Medio Ambiente, lo que generó agrias críticas contra el devorador avance de la agropecuaria sobre la Amazonía y otros biomas del país más megadiverso del mundo."Agricultura y Medio Ambiente estarán en el mismo ministerio, como (estaba planeado) desde el primer momento", anunció Lorenzoni a la salida del cónclave de Rio.

En la recta final de la campaña, Bolsonaro dio señales de que podría no ejecutar esa fusión, atendiendo a reclamos de sus propios aliados, temerosos de que esa iniciativa genere trabas a las exportaciones brasileñas.

Algo que recordó Greenpeace en un comunicado.

"Los mercados internacionales y los consumidores quieren garantías de que nuestro producto agrícola no esté manchado con la destrucción forestal. Al extinguir el Ministerio de Medio Ambiente, reduciremos el combate a la deforestación, perdiendo competitividad, lo que puede inclusive afectar la generación de empleos", subrayó la ONG.

"Estamos inaugurando la era trágica en la cual la protección ambiental es igual a nada. Apenas iniciado, el gobierno de Bolsonaro ya es un retroceso incalculable", tuiteó por su lado la ex ministra de Medio Ambiente y excandidata presidencial Marina Silva.

Guiño de Sergio Moro

Otra bandera de campaña de Bolsonaro, la lucha contra la corrupción, podría verse encarnada por el popular juez anticorrupción Sergio Moro, quien dijo el martes sentirse "honrado" por el interés del mandatario electo en sumarlo a su gobierno.

"En caso de que sea efectuada oportunamente la invitación, será objeto de ponderada discusión y reflexión", afirmó Moro, responsable de la operación Lava Jato y de la condena al expresidente de izquierda Luiz Inácio Lula da Silva a 12 años de cárcel.

Lava Jato reveló un enorme esquema de sobornos a políticos para obtener contratos en Petrobras e involucró a centenas de empresarios y de dirigentes de prácticamente todos los partidos.

Fuente: AFP y EFE