Por Antônio Tupinambá
Esta semana voltei à minha Loja Maçônica. Estava afastado
há bom tempo, razão dos meus afazeres do mundo profano impossibilitarem minha
presença em Manaus nas noites de quinta-feira, quando ocorrem as Sessões.
Foi muito gratificante receber reconhecimento e carinho dos Irmãos,
especialmente Irmãos de outras Lojas, em visita de agradecimento.
Dos trabalhos, dois assuntos chamaram minha atenção: algumas pequenas
mudanças na liturgia e doutrina ritualística, e a iniciativa do Grande Oriente
do Brasil no Estado do Amazonas em constituir um Grupo Estadual de Ação
Política – GEAP com o objetivo de implantar o Programa de Ação Política da
Maçonaria Amazonense idealizado sob o Malho do Grão-Mestre Armando Corrêa
Júnior.
O primeiro assunto é de difícil abordagem porque envolve
pretendido esoterismo por alguns Irmãos que ainda estão começando na senda da
Iniciação, e podem ser influenciados por pensamentos mais liberais sobre o
assunto. Quanto ao outro assunto, tenho algo a dizer além dos parabéns à ideia
e à ação para pô-la em prática, e vou dizer aos poucos.
Há algum tempo escrevi um texto expressando minha opinião de que a Maçonaria
Brasileira dos dias atuais perdeu sua identidade depois de promover os
acontecimentos políticos que culminaram com a independência do Brasil, a
libertação dos escravos e a proclamação da República.
Acreditando nisso, e
observando a evolução da política brasileira a partir dos atos de corrupção nos
mais altos escalões do governo, fartamente noticiado nos meios de comunição e
nas redes sociais, cheguei a outra conclusão: nossa nação está órfã e
muito doente.
A literatura maçônica assegura que a nação norte americana teve “pais”:
George Washington, Benjamin Franklin e Pierre L´Enfant, todos maçons, e os
demais que assinaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.
Esses “pais” fundadores criaram leis, desde a Constituição, escoradas em
princípios maçônicos por eles defendidos, e transmitidos à posteridade segundo
a ética rígida alegoricamente estabelecida nos Rituais.
Esses princípios,
que são os mesmos em que se escoara a maçonaria brasileira, ultrapassaram as
fronteiras das Lojas, contaminaram a novel Nação e constituíram uma cultura em
forma de dossel protetor do povo norte americano, no âmbito do sentimento
cívico, engrandecendo e fortalecendo a nação em todos os sentidos.
Eles, os “pais” da nação norte americana, não morreram: continuam vivendo
no espírito e na mente de cada um dos norte americanos, vigiando para que
aquela nação continue cada vez mais forte e feliz.
Nós, brasileiros, com
nossa história mais ou menos parecida, “matamos” nossos pais e decepcionamos
aqueles que os sucederam, permitindo que a cultura do “jeitinho” aos poucos
fosse ganhando espaço nos nossos costumes, nossa política, no nosso governo,
caracterizando nosso povo como corrupto e corruptor. O Resultado está aí,
a nos envergonhar.
É mais que hora da Maçonaria assumir a responsabilidade de reconduzir nossa
nação para o caminho da ética, da moralidade, da “vergonha na cara”, na
condição de “pai” adotivo.
O primeiro passo foi dado. Cabe, agora, ombrear esforços para que os princípios
basilares do Programa de Ação Política da Maçonaria Amazonense sejam a
ferramenta reformuladora da nossa cultura, onde possa prevalecer os
princípios fundamentais que devem nortear um povo:
que todos os homens são
criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre
estes a vida, a liberdade e a procura da felicidade;
que a fim de assegurar
esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos
poderes do consentimento dos governados;
que, sempre que qualquer forma de
governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la
ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e
organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para
realizar-lhe a segurança e a felicidade.
Antonio Tupinambá Melo Nogueira é Auditor Fiscal
Aposentado, membro da Academia Amazonense de Letras.
Que beleza. Todos juntos? É só chamar a polícia. Antes, joguem uma carteira de trabalho lá dentro pra deixar todos em estado de choque, assim não dão trabalho para serem presos.