domingo, 19 de março de 2023

 EUA

"O navio chegou à costa": Dia histórico para a conservação dos oceanos 

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De  Euronews  com AFP
Acordo sobre a proteção do alto mar
Acordo sobre a proteção do alto mar   -  Direitos de autor  AP Photo

As Nações unidas chegaram a um acordo histórico sobre o primeiro tratado internacional para a proteção do alto mar.

"O navio chegou à costa", anunciou a presidente da conferência Rena Lee, na sede da ONU em Nova Iorque, pouco antes das 21h30 (0230 GMT domingo), para um aplauso forte e prolongado dos delegados.

O texto ainda não foi divulgado, mas o momento já foi saudado pelos ativistas que falam de um marco na história da proteção da biodiversidade, depois de mais de 15 anos de discussões.

tratado é considerado essencial para a conservação de 30% da terra e do oceano até 2030, conforme o acordo assinado em Montreal, em dezembro.

"Este é um dia histórico para a conservação e um sinal de que, num mundo dividido, proteger a natureza e as pessoas pode triunfar sobre a geopolítica", disse Laura Meller, da Greenpeace.

Após duas semanas de intensas conversações, incluindo uma maratona noturna de sexta-feira para sábado, os delegados finalizaram um texto que agora não pode ser significativamente alterado. "Não haverá reabertura ou discussões de substância", disse Lee aos negociadores. O acordo será formalmente adotado, depois de ser examinado por advogados e traduzido para as seis línguas oficiais das Nações Unidas, anunciou Lee.

Papel crucial

alto mar começa na fronteira das zonas económicas exclusivas, que se estendem até 200 milhas náuticas (370 quilómetros) das linhas costeiras. Assim, não ficam sob a jurisdição dos países.

Embora o alto mar abranja mais de 60% dos oceanos do mundo e quase metade da superfície do planeta, atrai muito menos atenção do que as águas costeiras e algumas espécies icónicas.

Os ecossistemas oceânicos criam metade do oxigénio que os seres humanos respiram e limitam o aquecimento global ao absorver grande parte do dióxido de carbono emitido pelas atividades humanas. Mas estão ameaçados pelas alterações climáticas, pela poluição e pela sobre pesca.

Apenas cerca de um por cento do alto mar está atualmente protegido.

Lucros

Os países em vias de desenvolvimento tinham lutado para não serem excluídos dos ganhos esperados da comercialização de potenciais substâncias descobertas nas águas internacionais.

Eventuais lucros são prováveis do uso farmacêutico, químico ou cosmético de substâncias marinhas recém-descobertas que não pertencem a ninguém.

Tal como em outros fóruns internacionais, nomeadamente negociações sobre o clima, o debate acabou por ser uma questão de assegurar a equidade entre o Sul global mais pobre e o Norte mais rico, observaram os observadores.

Num movimento visto como uma tentativa de criar confiança entre países ricos e pobres, a União Europeia prometeu 40 milhões de euros (42 milhões de dólares) em Nova Iorque para facilitar a ratificação do tratado e a sua rápida implementação.

UE também anunciou 860 milhões de dólares para a investigação, monitorização e conservação dos oceanos em 2023 na conferência "Our Ocean" no Panamá, que terminou na sexta-feira.

Material transforma água residual em água potável e ainda gera eletricidade

 

Material transforma água residual em água potável e ainda gera eletricidade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/02/2023

Material transforma água residual em água potável e gera eletricidade simultaneamente
O material pega água suja e gera água e eletricidade limpas.
[Imagem: KIST]

Água e eletricidade limpas

Pesquisadores coreanos desenvolveram um filtro que gera eletricidade ao mesmo tempo em que faz seu serviço de reter as impurezas de águas servidas.

A purificação dos recursos hídricos, seja de rios, represas ou água da chuva, ou mesmo a reciclagem da água já usada, como águas residuais e esgoto, é um processo intensivo em energia. Assim, qualquer ganho energético já seria de grande valia na redução de custos.

Mas Ji-Soo Jang, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, queria mais, e para isso ele desenvolveu uma membrana multifuncional que gera eletricidade simultaneamente enquanto purifica águas residuais, gerando água potável.

O sistema é composto por uma membrana porosa, que filtra a água na parte inferior, e um polímero condutor, que gera eletricidade na parte superior.

Quando a água flui perpendicularmente à membrana, ela gera corrente contínua pelo movimento dos íons ao longo da direção horizontal. Nos testes de laboratório, apenas 10 µl (microlitros) de água foram suficientes para que a membrana permanecesse gerando eletricidade por mais de 3 horas - nesse teste, a membrana gerou uma potência máxima 16,44 µW e 15,16 mJ de energia.

Enquanto isso, ela reteve mais de 95% dos contaminantes de tamanhos menores que 10 nanômetros, o que é impressionante mesmo em relação às membranas de filtragem comuns, já que, operando nessas dimensões, o material consegue reter coisas como microplásticos e até partículas de metais pesados.

Material transforma água residual em água potável e gera eletricidade simultaneamente
O sistema de geração de eletricidade é baseado em nanotubos de carbono, enquanto a purificação da água é feita por um filtro de polímero.
[Imagem: KIST]

Fabricação industrial

Como a membrana pode ser fabricada por meio de um processo simples de impressão, sem restrições de tamanho, ela tem um alto potencial de comercialização devido ao baixo custo de fabricação e tempo de processamento. Na verdade, a equipe já está testando esse processo de fabricação em um ambiente industrial real, de olho em colocar seu filtro-gerador no mercado.

"Como uma nova tecnologia que pode resolver o problema de escassez de água e produzir energia ecologicamente correta simultaneamente, ela também tem grande potencial de aplicação nos sistemas de gestão da qualidade da água e em sistemas de geração de energia de emergência," escreveu a equipe.

Bibliografia:

Artigo: Bidirectional water-stream behavior on multifunctional membrane for simultaneous energy generation and water purification
Autores: Ji-Soo Jang, Yunsung Lim, Hamin Shin, Jihan Kim, Tae Gwang Yun
Revista: Advanced Materials
DOI: 10.1002/adma.202209076