sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Fundo Verde do Clima começa a funcionar em 2015


Meio Ambiente DW


Recursos internacionais se destinam a desacelerar a mudança climática e a ajudar os países afetados a enfrentarem seus efeitos. Doadores já arrecadaram 9,3 bilhões de dólares. Projetos começam a ser financiados em 2015.
O Fundo Verde do Clima alcança pela primeira vez, quatro anos após sua criação, recursos suficientes para entrar em funcionamento. A verba é destinada a ajudar países em desenvolvimento no combate ao aquecimento global.



Representantes de cerca de 20 Estados se reuniram nesta quinta-feira (20/11) em Berlim para negociar as doações. Dos 10 bilhões de dólares estipulados como meta na Conferência do Clima de 2010, foram arrecadados 9,3 bilhões de dólares. Mais doações são esperadas até o fim do ano.


Antes da reunião desta quarta-feira, já estavam disponíveis 7,5 bilhões de dólares para o fundo. Os maiores financiadores são os Estados Unidos, com 3 bilhões, seguindo do Japão, 1,5 bilhão, e do Reino Unido, 1,2 bilhão de dólares.
Alemanha prometeu doar 750 milhões de dólares nos próximos quatro anos. O Panamá, Nova Zelândia, Finlândia, Mongólia e Espanha também prometeram doações. A Rússia participou da negociação, mas não fez nenhuma contribuição.


As emergentes China e Índia nem mesmo enviaram representantes a Berlim. Apesar de atualmente constarem entre os cinco piores poluentes, ambas se recusam a contribuir, alegando que a "responsabilidade histórica" pelo aquecimento global cabe aos países ocidentais, que há muito mais tempo vêm lançando gases do efeito estufa na atmosfera.


Causadores e vítimas unidos
Segundo o ministro alemão do Desenvolvimento, Gerd Müller, o financiamento de projetos com recursos do fundo começa já em 2015. "Se as pessoas não querem acabar como os dinossauros, precisamos agir já", declarou.
Criado quatro anos atrás na Conferência do Clima em Cancún, no México, o Fundo Verde é considerado um importante elemento na política global para o clima. Na ocasião, os países presentes se propuseram a disponibilizar, a partir de 2020, cerca de 100 bilhões de dólares por ano, provindos de recursos privados e estatais.


Metade do fundo se destina a projetos – por exemplo, de proteção florestal – voltados a desacelerar as mudanças climáticas, no sentido de alcançar a meta de 2ºC de aquecimento global máximo em relação ao início da industrialização.
A outra metade financiará iniciativas para melhoria da sobrevivência e qualidade de vida nas nações ameaçadas por fenômenos meteorológicos extremos e pela elevação do nível do mar.


Aqui se incluem sistemas de alerta precoce contra tsunamis, proteção dos manguezais e prevenção de secas e inundações.


Fundo Verde do Clima une causadores e vítimas da poluição ambiental: as nações que, com suas fábricas, aeronaves e automóveis, contribuem decisivamente para o aquecimento global, têm a chance de auxiliar financeiramente aquelas que, já agora, sofrem o impacto das mudanças climáticas.

CN/dpa/afp/epd

Mais sobre este assunto


Meio ambiente é maior orgulho nacional para 58% dos brasileiros

Meio Ambiente DW


WWF encomendou pesquisa ao Ibope, depois de perceber que as questões ambientais ficaram de fora do debate eleitoral este ano. Para a maioria do entrevistados, preservação é responsabilidade do governo.
O brasileiro admira o meio ambiente do país. Uma pesquisa feita pelo Ibope, a pedido do WWF, indica que, para 58% dos entrevistados, a riqueza natural do Brasil é a maior razão de orgulho nacional. As áreas verdes naturais competiram numa lista que incluía a diversidade cultural da população, esporte, qualidade de vida e o fato de o Brasil ser um país pacífico.


Umas das motivações para a realização pesquisa, divulgada nesta terça-feira (18/11), foi o recente debate eleitoral no país. "Achamos que a agenda ambiental foi pouco tratada", avalia Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral do WWF no Brasil.


A organização quis então "medir" a importância que esse tema tem entre a população. Brito avalia que os políticos ainda não percebem que a proteção ambiental é uma expectativa nacional – e o quanto o meio ambiente pode beneficiar o país.


As entrevistas do Ibope foram feitas com 2002 pessoas nas duas últimas semanas de outubro. Os entrevistados eram homens e mulheres acima de 16 anos com diferentes rendas familiares, e puderam escolher mais de uma alternativa dentre as opções listadas – por isso a soma do total ultrapassa os 100%.
Meio ambiente na vida urbana
De cada 10 entrevistados, oito consideram que a natureza não está protegida de forma adequada. Dentre os problemas, desmatamento das florestas (27%) e poluição dos rios (26%) são apontados como maiores ameaças. Apenas 13% sinalizaram as mudanças climáticas e o aquecimento global como grandes vilões.

Para 74% dos ouvidos, é papel do governo resolver essa questão. A responsabilidade seria dos cidadãos para 46%. As ONGs também foram citadas: elas têm papel importante na hora de cuidar das unidades de conservação para 20% das pessoas que participaram do estudo.

Ao mesmo tempo, Brito avalia que poucos cidadãos entendem corretamente o termo "meio ambiente". "As pessoas acham que meio ambiente está lá na Amazônia, lá longe. Muitas não entendem que o que elas fazem aqui tem influência lá e em outros lugares".
A definição do termo inclui não apenas a natureza intocada, mas o ambiente onde se vive e todas as interações que acontecem nele, inclusive nas cidades. Ações corriqueiras da vida urbana, como jogar lixo no local adequado, poluir o mínimo possível e economizar os recursos naturais – como a água – também significam cuidar do meio ambiente.


Diversas análises científicas já demonstraram como áreas protegidas ajudam a conservar os recursos naturais básicos para a sobrevivência, como a água. Florestas e outros ecossistemas atuam ainda no equilíbrio do clima, influenciam o regime de chuvas e ajudam a reter a água no solo e disponível para o uso humano.


Papel das áreas protegidas
Na pesquisa do Ibope, os itens mais citados como benefício oferecido pelas áreas protegidas foram a proteção da biodiversidade e a manutenção de rios e nascentes. Os cidadãos das regiões Norte e Centro Oeste do país são os que mais sabem sobre parques nacionais, áreas protegidas e unidades de conservação.


Embora o Brasil seja um dos maiores detentores de áreas protegidas no mundo – com mais de duas mil – o país ainda não é uma referência quando se trata da manutenção dessas zonas. Ele ficou de fora da primeira "Lista Verde" de áreas protegidas feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), a mesma que mantém a Lista Vermelha de espécies ameaçadas.


O ranking de bons exemplos foi divulgado durante o congresso sobre o tema, que acontece a cada dez anos, e segue até esta quarta-feira na Austrália. Na América Latina, três parques na Colômbia foram nomeados. As demais áreas exemplares, segundo a IUCN, estão na Austrália, Coreia do Sul, China, Itália, França, Espanha e Quênia, totalizando 23. Para esta primeira Lista Verde, 50 parques foram analisados, inclusive casos brasileiros.

"Impeça a superpopulação – proteja o ambiente natural"! Suíços votam restrição à imigração por razões ambientais

DW

Mundo


Os eleitores suíços vão às urnas, no domingo, decidir sobre uma medida controversa que restringiria a imigração por razões ambientais. A proposta, se aprovada, pode anunciar o fim dos laços entre a Suíça e a UE.
A iniciativa "Impeça a superpopulação – proteja o ambiente natural",


apresentada pela Associação Ecopop, defende que na Suíça a imigração líquida anual (total de imigrantes menos os que deixam o país) seja limitada a 0,2% da população. Isso significaria um limite de cerca de 16 mil pessoas por ano, sendo a atual média de aproximadamente 80 mil.



O movimento, cujas propostas serão submetidas a referendo neste domingo (30/11), também reivindica que 10% da ajuda suíça ao desenvolvimento seja empregada em medidas de planejamento familiar nos países pobres.



A organização ambientalista Ecopop foi fundada no início dos anos 1970 com o fim de sensibilizar a população a respeito do impacto do crescimento populacional sobre os recursos limitados do planeta. Os ativistas da campanha afirmam que a Suíça é um dos países mais densamente povoados da Europa e que a atual taxa de imigração é insustentável.


Pequeno país, grande população
"Não estamos dizendo quem deveria vir, só que deveriam ser menos", argumenta Sabine Wirth, vice-presidente da Ecopop, descartando as acusações de xenofobia e racismo. A população da Suíça é de cerca de 8,14 milhões e vem aumentando mais de 1% ao ano, principalmente devido à imigração.


Enquanto o Departamento Federal de Estatísticas calcula que em 2035 a população nacional será de 8,84 milhões, a Ecopop afirma que, se nada for feito para conter a imigração, haverá mais de 10 milhões de habitantes na Suíça em 2025, chegando a 13,8 milhões até 2050.


O governo e os principais partidos políticos se pronunciaram contra a iniciativa, argumentando que ela não resolve os problemas ambientais e que seria prejudicial à economia. Segundo a ministra da Justiça e Polícia, Simonetta Sommaruga, a medida teria um impacto adverso sobre empresas suíças que precisam recrutar funcionários no exterior, quando não conseguem encontrar mão de obra qualificada no país.


"A economia suíça perderia a flexibilidade que tem no momento", disse Sommaruga à emissora nacional RTS. "A medida da Ecopop estabelece limites rígidos que não permitiriam que os empregadores suíços atendessem às suas necessidades em períodos em que a economia está com pleno impulso."


A Swiss Business Federation é da mesma opinião, advertindo que um limite de 16 mil imigrantes por ano iria estrangular o desenvolvimento econômico da Suíça. "O país precisa de mão de obra estrangeira qualificada para compensar o envelhecimento da população", defende o economista-chefe Rudolf Minsch.


Idas e vindas
A Ecopop responde às críticas apontando que a redução a uma imigração líquida de 16 mil significa que 91 mil pessoas ainda poderiam imigrar anualmente, já que cerca de 75 mil deixam a Suíça a cada ano.


"Claro que se pode crescer ilimitadamente, e isso ganha uma dinâmica própria," argumenta Sabine Wirth. "Com uma população mais ou menos estabilizada seria possível ter uma boa economia e sustentável".


A segunda parte da iniciativa visa reduzir o crescimento demográfico em nível internacional, ao requerer que 10% da ajuda ao desenvolvimento seja usada para o planejamento familiar, especialmente em países pobres. Ativistas da campanha apontam que planejamento familiar voluntário é um direito humano básico declarado pelas Nações Unidas em 1968.


Instituições de caridade se manifestaram contra esta proposta, alegando que ela beira o neocolonialismo e que seria mais útil a Ecopop questionar os padrões de consumo nos países ocidentais. "Nos países pobres, não há falta de contracepção, mas sim, de serviços de saúde, de educação e renda", lembra Peter Niggli, diretor da Alliance Sud, a Aliança Suíça de Organizações para o Desenvolvimento.


O modo suíço
Enquetes realizadas pelo instituto de pesquisa e sondagem GfS Bern indicam ser provável que a iniciativa da Associação Ecopop seja rejeitada no domingo. A maioria dos entrevistados (56%) se manifestou contra a proposta. Contudo o cientista político Claude Longchamp, que dirige o instituto, ressalva que não se pode descartar uma virada, caso os eleitores queiram constranger o governo, como protesto.

Em geral, o apoio à iniciativa é mais alto entre os críticos do governo e os baixo-assalariados. Tal como as demais grandes facções do país, o direitista Partido Popular Suíço (SVP) é oficialmente contra a medida.


 Apesar disso, cerca de 60% de seus correligionários sejam a favor de uma maior rigidez na imigração.


Num referendo em fevereiro, o eleitorado aprovou, por pequena maioria, uma iniciativa do SVP para que se instituam cotas de imigração, não especificadas. A proposta evocou a preocupação de que haveria gente demais se mudando da União Europeia para a Suíça.

O governo ainda não implementou as cotas de imigração sancionadas em referendo, e tem mais de dois anos para fazê-lo. Entretanto, qualquer ação nesse sentido ameaça colocar a Suíça em rota de colisão com a UE no tocante ao acordo de livre circulação.


Grande parte dos políticos e líderes empresariais suíços concorda que, se a atual proposta for aprovada, ela marcaria o fim das relações bilaterais com a UE.

Mais sobre este assunto

  • Data 28.11.2014

Justiça condena Petrobras a pagar R$ 3 mi por danos ambientais no Rio



Do UOL, no Rio

A Justiça Federal condenou a Petrobras a pagar R$ 3 milhões por danos ambientais causados na Bacia de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. A empresa descartou no mar água com concentração de óleos e graxas maiores que as estabelecidas na legislação ambiental.


Em 2011, o MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação civil pública contra a Petrobras para que a empresa implantasse em todas as suas plataformas situadas na Bacia de Campos um sistema de tratamento que garantisse que esse descarte fosse feito seguindo a legislação. O MPF pediu ainda a condenação da empresa pelos danos causados por descartes realizados fora dos padrões nas plataformas P-26 e P-19.


Segundo a análise técnica do Ibama anexada ao processo, a água descartada possui substâncias que podem ser tóxicas ao ambiente marinho. Na sentença, a 1ª Vara Federal de Campos dos Goytacazes entendeu que houve dano ambiental, independente da quantidade de água contaminada derramada.


Procurada pelo UOL, a Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem. O valor será revertido para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que, entre outras coisas, financia projetos nas áreas de meio ambiente e defesa do consumidor.

Extratos da Suíça corroboram delações

  28/11/2014 às 10:06



  • Os extratos de Paulo Roberto Costa confirmam depoimentos e delações
Os extratos bancários das contas suíças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa confirmam depoimentos e delações de testemunhas e acusados de envolvimento no esquema de corrupção na estatal. Esses documentos também tem potencial para abrir novas frentes de investigações no Brasil.


Hoje (28), os três procuradores brasileiros que passaram a semana consultando documentos da investigação do Ministério Público da Suíça sobre o caso retornam ao Brasil munidos de novos materiais. Os documentos vão permitir que o Ministério Público brasileiro conclua as atuais investigações e acelere o processo para abrir a fase de instrução contra os principais suspeitos, caso as denúncias sejam aceitas pela Justiça.


No início do ano, os suíços iniciaram sua própria investigação e identificaram como as contas encontradas tinham relação direta com projetos da Petrobras, como a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a compra de Pasadena, no Texas (EUA). Costa poderá responder a um processo de lavagem de dinheiro na Suíça.
No total, cinco contas em nome do ex-executivo da Petrobras foram encontradas com um total de US$ 26 milhões depositados. Esses recursos serão repatriados ao Brasil e depositados em uma conta que será administrada de forma conjunta pelo MP e pelo Supremo Tribunal Federal, após um acordo entre autoridades dos dois países.


Mas é o que indicam os extratos e nomes de quem fez os depósitos que mais chama a atenção do grupo de investigadores brasileiros. O conteúdo dos extratos, quem alimentou as contas na Suíça e quem recebeu o dinheiro estão sendo mantidos em total sigilo enquanto a delegação brasileira estiver em Lausanne.


Fontes no Ministério Público da Suíça disseram à reportagem que os brasileiros retornarão ao País com "munição" para dar início à etapa final da investigação. Entre os nomes buscados estão Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado nas delações como operador do PMDB, além de empresas e intermediários.


Os documentos foram liberados pelos bancos suíços por exigência da Justiça, que acumula um verdadeiro dossiê sobre como funciona o pagamento de propinas no Brasil. Algumas das evidências apontam que as contas e o esquema financeiro operam há anos, principalmente em Genebra.


A expectativa é de que essa não será a única ida à Suíça do grupo de procuradores brasileiros - Orlando Martello, Deltan Dallagnol e Eduardo Pelella. Diante do saldo positivo da viagem, os procuradores também fornecerão informações para o processo que corre na Suíça e devem retornar à Lausanne nos próximos meses.


comentários
Clóvis Antunes, 28/11/2014 às 17:28
Cambada de mortos de fome. O negócio vai ficar feio. Acho melhor pegarem os seus banquinhos e saírem de mansinho. Caso contrário vão passar uma longa e inesquecíveis férias na cadeia. Vocês também LULA/DILMA. Tanta roubalheira e vão comer comida de cadeia. A popular quentinha.

Clóvis Antunes, 28/11/2014 às 17:24
Será que o povo brasileiro é tão ingênuo, quanto vota no PT, em acreditar que esses marginais não tem nada haver com isso?? Mais inocente ainda, é quem acha que Dilma e Lula não participam e não sabiam de nada. Muita idiotice acreditar que os principais e o responsável pelo governo não sabiam.

Lzalbertp Mota Freitas, 28/11/2014 às 17:18
Acredito que entre os nomes escolhidos para o novo governo, o diretor da PAPUDA, (penitenciária de Brasilia), também passa ser um cargo de alta confiança, afinal de contas, parece que vamos ter muitos "companheiros" hospedados por lá....

MP questiona lei que sujeita criação de cargos do GDF ao aval da Câmara

  28/11/2014 19h09


Texto foi promulgado nesta sexta; para procuradoria, lei é inconstitucional.
Projeto acirrou relacionamento entre Agnelo e Rollemberg após eleição.


Mateus Rodrigues Do G1 DF
Sede do Ministério Público do Distrito Federal localizada no Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2 (Foto: Ricardo Moreira / G1)Sede do Ministério Público do Distrito Federal


O Ministério Público do Distrito Federal entrou nesta sexta-feira (28) com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que submete a criação e a extinção de cargos e secretarias do GDF à aprovação da Câmara Legislativa. O texto foi promulgado nesta sexta (28) e o pedido de liminar pode ser avaliado na próxima terça-feira (2) pelo Tribunal de Justiça do DF.


Segundo a Procuradoria-Geral de Justiça, vinculada ao MP e autora da ação, a lei viola a chamada "reserva de administração", mecanismo que impede o Legislativo de interferir no funcionamento da administração pública. O órgão defende que o assunto é de competência exclusiva do governador, e só ele poderia propor esse tipo de alteração.


"O que impressiona nessa lei é a absoluta falta de coerência jurídica do GDF, quando dá sanção tácita a uma lei que, se fosse vigente, teria impedido qualquer ação de governo na área administrativa. Impressiona, também, a tramitação rápida na Câmara e a manifestação tão lenta do GDF no assunto", afirma o assessor da Procuradoria-Geral para controle de constitucionalidade, Antonio Suxberger.


Segundo ele, a ação do MPDFT sobre o caso foi "pouco ortodoxa", porque não esperou a publicação do texto no Diário Oficial do DF. "A lei só foi publicada no diário da Câmara Legislativa, mas não deu para esperar. A providência de publicar no DODF é do próprio Executivo, que já se mostrou lento na análise do caso. Se não tomássemos uma atitude imediata, talvez a ação ficasse para depois do dia 20 de janeiro", afirmou.


Crise de gestões
A lei abriu novo capítulo na série de acusações entre o governador Agnelo Queiroz e o sucessor eleito, Rodrigo Rollemberg. O texto tramitava na Câmara desde 2012, mas só foi aprovado em 22 de outubro, quando Agnelo já estava fora da corrida pela reeleição.


O atual governador teve 30 dias para sancionar ou vetar a proposta, mas não se manifestou e deixou a promulgação a cargo da própria Câmara. O silêncio do Buriti foi encarado como “ato de hostilidade” pela equipe de Rollemberg. Em resposta, Agnelo anunciou “relação protocolar” com a equipe do novo governo.


Parâmetro legal
O texto altera a lei distrital de 1999, que regulamenta a criação de cargos comissionados. A legislação original autorizava o governador a criar e extinguir unidades administrativas, cargos de natureza especial e em comissão, desde que não resultassem em aumento de despesa. Bastava, segundo a lei, comunicar a Câmara Legislativa das decisões tomadas.


Para o Ministério Público, as regras válidas até esta semana são similares ao que prevê a Constituição Federal. O artigo 84 prevê que a Presidência da República pode dispor, mediante decreto, sobre a "organização e [o] funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos".


Com a revogação dos itens, o governo passa a depender da aprovação da Câmara Legislativa, assim como já ocorre na criação de secretarias e cargos que representam aumento na despesa. Na visão do MP, a mudança dificulta a "efetivação da reforma administrativa que se anuncia para o início do próximo ano", em referência ao corte de cargos e secretarias prometido pelo governador eleito, Rodrigo Rollemberg.

Aécio questiona transparência do Ciências Sem Fronteiras

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado no segundo turno dessas eleições presidenciais, está questionando a transparência do governo da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) na concessão de bolsas de estudo do programa Ciências Sem Fronteiras. 
 
 
 
Aécio entrou nesta semana com requerimento no Senado Federal para solicitar que o Ministério da Educação dê informações sobre este programa, sob alegação de que os dados utilizados por Dilma são maiores do que os números apresentados por essa pasta.


No requerimento, Aécio alerta sobre divergências em dados divulgados pela presidente na contabilização de bolsas concedidas pelo programa e os critérios adotados para concessão de bolsas. Ele diz que é importante a população saber quantas bolsas de estudos foram concedidas desde a criação do programa, em julho de 2011, discriminando as vagas por instituição pública e privada e o volume de recursos aplicados.


E diz que em junho, no anúncio da segunda etapa do programa, Dilma afirmou que o programa havia concedido 83 mil bolsas de estudos no exterior, das quais 26 mil foram concedidas pela iniciativa privada. No site oficial do programa, até aquela data, a informação era de que haviam sido concedidas apenas 55.657 bolsas.


Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília

Juiz pede ao STF que investigue ministro da Agricultura

A Justiça Federal em Mato Grosso pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue o ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB), por suposto envolvimento em esquema de grilagem de terras da União destinadas à reforma agrária. Conforme as investigações da Operação Terra Prometida, deflagrada ontem, Neri e dois de seus irmãos, que estão presos desde quinta em Cuiabá, integram o chamado "Grupo Geller", que possuiria mais de 15 lotes no assentamento Itanhangá/Tapurah, obtidos de forma irregular. Esses terrenos estariam sendo ocupados e revendidos pelos envolvidos.


"Essa família Geller possui mais de 15 lotes dentro do assentamento. Por isso, Neri Geller, na condição de ministro da Agricultura, tem se empenhado tanto em pressionar o superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), através do presidente do Incra de Brasília", disse uma das testemunhas do caso, conforme transcrição da Justiça.



Em despacho de 27 de agosto deste ano, o juiz Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza declina da competência de julgar o caso em relação a Neri. No documento, ele cita o depoimento de várias testemunhas, que apontaram o envolvimento do ministro no esquema. Ministros de Estado têm foro privilegiado e, por isso, só podem ser investigados com autorização do Supremo.


Segundo as denúncias, Neri e familiares seriam donos de vários lotes no assentamento. A ocupação foi confirmada por laudos do Incra. Dois terrenos teriam sido vendidos pelo próprio ministro a um fazendeiro para financiar sua campanha a deputado federal em 2010. Dois irmãos de Neri, Odair e Milton, estão presos desde a noite de ontem por envolvimento no esquema. O Ministério da Agricultura informou que Neri só vai se pronunciar depois de notificado pelo Supremo.

Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília


Por que a poluição atmosférica é tão prejudicial à vida na Terra?


O Sol, como todos sabemos, é o centro de nosso sistema solar – como o próprio nome diz. Com isso, é responsável pela manutenção da vida na Terra – entre outros fatores de relevância. Afinal, se não houvesse luz e calor em nosso planeta, a vida provavelmente não existiria. Isso tudo também pode ser afirmado sobre o Carbono, você já parou para pensar nisso?

O excesso de Carbono na atmosfera

Para o meio ambiente é fundamental que haja na natureza um ciclo completo de Carbono, afinal, a sobrevivência de todos os ecossistemas depende disso. A palavra-chave desse processo é: equilíbrio, para que o Carbono presente na atmosfera seja absorvido e se converta em oxigênio.


Contudo, nos últimos anos, há questões que têm preocupado os ambientalistas: com o aumento da poluição, a quantidade de Carbono na atmosfera, é ser cada vez maior. Isso faz com que o processo entre em desequilíbrio e a natureza não consiga absorvê-lo plenamente. Resultado? Esses gases permanecem em suspensão na atmosfera, acumulando-se e formando uma camada em volta da superfície do planeta. 


Sabe qual o efeito disso? O famigerado aquecimento global, pois essa camada de gases abafa a superfície do planeta, e faz com que o calor fique concentrado, mantendo a temperatura em elevação. Não à toa é também chamado de efeito estufa. Mas você sabe como acontece o Ciclo do Carbono e sua relação com o Sol? Vejamos a seguir.
 

O Ciclo do Carbono

foto: wikipedia.org


Um dos sistemas necessários à vida no planeta é o chamado Ciclo do Carbono. O Carbono é o elemento químico sobre o qual se baseia os organismos, ou seja, a vida em si, depende exatamente do Carbono. Não por acaso, segundo cientistas e astrônomos, trata-se do quarto elemento mais abundante de todo o universo


O próprio corpo humano é totalmente baseado em Carbono, o que também ocorre com a fauna e a flora, e até os minerais. O nome Ciclo do Carbono é dado por conta do próprio ciclo dos átomos de tal componente, nos organismos de plantas, animais, de mares e da própria atmosfera. 


A própria respiração se trata de um Ciclo do Carbono, porque não se trata apenas de inalar oxigênio, mas também de exalar gás carbônico. Esse ‘resíduo’ é liberado, ao final da respiração, porque houve um processo de captura do oxigênio absorvido, que produz o dióxido de carbono e água, nas células.

Ciclo do Carbono e Fotossíntese

Mas e aí? O que ocorre com esse Carbono produzido na respiração? Bem, o Ciclo do Carbono se completa, quando há a fotossíntese! Isso mesmo. Não se pode esquecer, por exemplo, que os humanos e os outros animais participam da questão da fotossíntese, ao liberar dióxido de carbono, que será capturado por plantas, que gerarão oxigênio, através, justamente, da luz solar. 



 
Fonte foto: freeimages.com

A cidade apocalíptica de Chernobyl como você nunca viu



Todos nós vimos as imagens, sobretudo, das consequências, do desastre nuclear de Chernobyl que seriam suficientes para sermos contrários ao desenvolvimento da energia nuclear em nosso país. 


Já há alguns anos começam a pipocar testemunhas de intrépidos fotógrafos e videomakers que imortalizaram as paisagens apocalípticas das cidades e vilas próximas do centro onde ocorreu o desastre, mas nunca tinham chegado tão perto. Este vídeo feito pelo diretor Danny Cooke, de fato, pela primeira vez, mostra o que resta das chamadas "zonas mortas". 


Com imagens aéreas, poéticas, instigantes e desconcertantes, mas ao tempo sensíveis e profundas, o vídeo faz com que reapareça a ferida que nunca cicatrizou. 


Com a ajuda de um drone, Cooke capturou pela primeira vez assim de tão perto, as imagens de uma cidade pós-apocalipse, particularmente Pripyat, mais de 28 após a catástrofe que matou cerca de 200.000 pessoas até então. O diretor teve a oportunidade de visitar Chernobyl, enquanto trabalhava para uma especial sobre o desastre na CBS News.


O vídeo chamado de Postcards from Pripyat, Chernobyl é interessante porque mostra através de imagens incríveis a força da natureza que tenta se reerguer, não obstante tudo.  


"Chernobyl é um dos mais interessantes e perigosos lugares em que estive - explique Cooke na descrição do filme no site Vimeo - O desastre nuclear que ocorreu em 1986 (um ano depois que eu nasci), teve efeito sobre muitas pessoas, entre elas a minha família quando vivíamos na Itália. Eu não posso imaginar o quanto foi aterrorizante para as milhares de pessoas locais que foram evacuadas.” 


"Durante a minha estadia, eu conheci muitas pessoas fantásticas, uma das quais era o meu guia Yevgein, conhecido também como 'Stalker'. Passamos a semana explorando juntos Chernobyl e a cidade abandonada de Prypiat. Havia algo de pacífico, mas ao mesmo tempo assustador neste lugar. O tempo parou e há memórias de acontecimentos passados que flutuam em torno de nós.” 


A radiação em Chernobyl é um problema mundial, pois altos níveis dela ainda se escondem ali. Existem evidências de que algumas das alterações genéticas que ocorrem ao nível do DNA podem ser transmitidas de uma geração à outra. É a catástrofe que nunca termina. 


Veja aqui o especial da CBS News. 

Paris: o ar poluído da Cidade Luz é comparável ao fumo passivo

Paris poluidíssima: respirar o ar da Cidade Luz, nos dias de alta concentração de partículas finas, não tem absolutamente nada de romântico. Pelo contrário, significa ir em direção aos danos que pode causar o tabagismo passivo: doenças pulmonares, incluindo câncer. 


O quadro de alerta foi definido por um estudo do Centro Nacional de Pesquisa Transalpino (CNRS), realizado na capital francesa, e baseia-se na análise da qualidade do ar nos últimos 18 meses.


O relatório mostra que as ruas da cidade nos dias em que o ar está saturado com partículas finas, são comparáveis a uma sala de 20 metros quadrados onde são fechados oito fumantes com um cigarro aceso. Não pouco quando se considera que, para cada respiro um parisiense inala 100 mil partículas finas ou ultra finas (a mais prejudicial à saúde). Poeira esta que, a Organização Mundial de Saúde classificou em 2012, como cancerígena e que favorece o aparecimento de asma e doenças cardiovasculares.  


MEDIDAS - Em março, quando todo o mundo viu a imagem da Tour Eiffel envolta em um manto de poluição, o município disponibilizou gratuitamente o transporte público e as bicicletas de aluguel. Também reduziu os limites de velocidade em algumas estradas, colocou em prática o rodízio de carros e desviou os veículos pesados para rotas alternativas. 


Mas o pico da maior poluição na capital francesa, como disse o Le Monde, foi registrado em 13 de dezembro de 2013, quando, as 18:00 hs, no céu de Paris havia até 6.000.000 partículas finas por litro de ar, um número 30 vezes superior ao limiar considerado dentro dos limites normais. 


Medidas a serem tomadas, existem. No próximo ano será apresentado um programa na Câmara Municipal contra a poluição. O programa envolve a criação de zonas de baixa emissão, além de banir o diesel até 2020 (hoje a França tem a frota de veículos a diesel mais substancial no mundo, com 61% de todos os veículos na estrada). 

El CLARIN, Argentina-Caso Petrobras pode influenciar futuros contratos na região, diz analista

ENTREVISTA


Marcia Carmo

O economista argentino Dante Sica, especialista no comércio bilateral, falou ainda sobre a economia argentina, as barreiras comerciais e a queda nas importações e exportações entre os dois países este ano e as perspectivas para 2015.
Buenos Aires, 26 de novembro de 2014


Leia aqui a entrevista ao Clarin em Português:

- Como o comércio bilateral (Argentina e Brasil) terminará este ano? E qual a expectativa para 2015?

Dante Sica: A expectativa para este ano é de queda de 21% (frente ao ano passado) no comércio, justificada pelo retrocesso de 15% nas exportações da Argentina para o Brasil e de uma caída de 26% nas importações feitas desde o Brasil. No ano que vem, o comércio total deverá se manter relativamente constante. A esperada melhoria na economia brasileira causará um leve crecimento das exportações argentinas (para o mercado brasileiro) de 3%. Mas este efeito será compensado pela queda nas importações, de menos 2% devido a falta de dinamismo da economia argentina e da continuidade do esquema local de medidas restritivas ao comércio (barreiras comerciais e controle cambial).

- O controle de câmbio e as barreiras contribuem para a queda ou o fator decisivo foi o menor crescimento econômico nos dois países?

Dante Sica: Em 2014, ambos fatores tiveram forte incidência para explicar a queda no comércio bilateral total. A forte queda das exportações para o Brasil, que explica 32% na contração do intercâmbio total entre os dois países, está relacionada com a desaceleração da economiabrasileira e especificamente no mercado automotivo.


Ao mesmo tempo, as importações, o ciclo e as restrições atuam de forma conjunta. Mas no início deste ano o fator "restrições comerciais" teve maior alcance, quando as autoridades locais implementaram cotas para a importação para as montadoras e ainda o imposto sobre bens de luxo.
A partir de abril, maio, deste ano, os dois fatos complicam ainda mais.

A desaceleração da econômica e a desvalorização do peso contraìram a demanda de importações ao mesmo tempo em que continuam em vigor as restrições para as compras externas, que por sua vez acabaram alimentando o efeito recessivo.

- Continuam os atrasos nos pagamentos dos importadores argentinos ao que compram do exterior? A medida do governo argentino que limita o acesso ao dólar para estes pagamentos deve continuar preocupando exportadores brasileiros?

Dante Sica: Apesar da falta de estatísticas oficiais atualizadas sobre a dívida externa do setor privado, o Banco Central da Argentina não só não libera divisas para as novas operações mas também não entrega há meses os fundos comprometidos meses atrás para que os importadores argentinos paguem pelas importações.

A dívida acumulada dos importadores é de cerca de US$ 5,5 bilhões. A mair parte deste total corresponde a pagamentos acumulados para empresas dos setores automotivo e eletrônico. No primeiro caso pelas importações feitas pela Argentina do Brasil e no segundo caso das importações argentinas da China.

Atualmente, esse incremento desta dívida com exportadores diminuiu porque a incerteza cresceu e os exportadores, em muitos casos, não estão dispostos a continuar financiando os importadores argentinos.

Esse é um assunto que deve preocupar devido a forte escassez de divisas na Argentina, o que torna difícil o pagamento da dívida de curto prazo.

- O caso de corrupção que envolve a Petrobras preocupa a Argentina?

Dante Sica: A forte relação e dependência entre Argentina e Brasil fazem com que os fatores de ressonância no Brasil tenham algum efeito na Argentina. O caso Petrobras é transcendente para toda a região, já que a partir de agora todos os vínculos produtivos, financeirs e comerciais entre a Petrobras e outras empresas públicas no Brasil com suas possíveis parceiras na Argentina estarão submetidas a uma demanda muito mais exigente de transparência e de controle. Talvez em alguns casos até exagerados devido à necessidade de evitar maior grau de exposição pública (da empresa brasileira).

- Qual a expectativa para a economia argentina em tempos de queda no preço da soja e outros commodities e inflação alta?

Dante Sica: A Argentina está em uma situação conjuntural de recessão e dinâmica alta de preços. Fatos que geram expectativas negativas para o fim deste ano e para 2015. Este fato fica agravado com a queda nos preços dos principais commodities e menores saldos exportáveis no setor energético. Mas de qualquer forma o principal problema da Argentina hoje é o déficit fiscal que contribui para piorar a restrição externa. Por tudo isso, a solução do problema com os holdouts* será chave para prever um quadro de maior estabilidade econômica.  





Nota da editoria do Clarin em Português:
- O governo argentino e os holdouts, que o governo chama de 'fundos abutres', disputam na justiça e a expectativa é de nova audiência em dezembro em Nova York.

Corrupção na Petrobras Amigo dos Kirchner pode ser investigado por CPI no Brasil




A comissão parlamentar que investiga a rede de corrupção que envolve a Petrobras recebeu o pedido de um deputado para revisar a venda de uma parte da petrolífera estatal ao empresário argentino em 2011.


Buenos Aires, 22 de novembro de 2014

O deputado federal brasileiro Rubens Bueno, líder do Partido Popular Socialista (PPS) na Câmara dos Deputados, pretende que Cristóbal López viaje a Brasília para explicar suas relações com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acusado de integrar uma rede de corrupção na petrolífera estatal, segundo nota publicada hoje no jornal argentino Perfil.

Com o pedido formal, o legislador pretende investigar a operação através da qual Cristóbal López –dono da cadeia de postos de gasolina OIL e do canal C5N, entre outros empreendimentos- comprou em 2011 a refinaria San Lorenzo em Santa Fe e 360 postos de gasolina em todo o território argentino. "Esse é um negócio suspeito, como todos os que a Petrobras fez nos últimos anos”, disse Bueno ao jornal argentino.

O empresário argentino pagou US$ 102 milhões pela operação, concretizada no dia 2 de maio de 2011.

No entanto, o deputado brasileiro admite que López "não tem obrigação de comparecer" porque a comissão investigadora só tem jurisdição no território brasileiro. O pedido também tem que ser avaliado nas próximas duas semanas porque -por enquanto- o órgão não conseguiu os votos necessários para continuar a investigação em 2015.

“Consideramos correto que se investigue, mas que sejam investigadas todas as operações e transações da Petrobras na Argentina”, disse Carlos Infante, porta-voz do Grupo Indalo, a empresa que administra boa parte dos negócios do czar do jogo na Argentina.

No ano passado, a revista Época, do grupo Globo, publicou uma denúncia de um integrante do PMDB que acusava López de ter pago US$ 10 milhões em propinas para concretizar o negócio com a Petrobras.


Juiz amplia investigação sobre patrimônio de Cristina e vira alvo do governo

Cristina Kirchner



Redação Clarín em Português

Um juiz determinou, na semana passada, uma blitz em uma empresa da presidente Cristina Kirchner que estava em falta com o fisco. Cristina atacou o juiz. Mas ele não recuou. Nesta quinta, 27, o escândalo com a empresa da presidente cresceu e a reação do governo também. 


Buenos Aires, 27 de novembro de 2014

O juiz Claudio Bonadío pediu, nesta quinta, à AFIP (Receita Federal argentina) cópias das declarações de renda da presidente Cristina Kirchner e dos filhos dela, Máximo e Florencia, herdeiros da presidente e do ex-presidente Nestor Kirchner, morto em 2010. Bonadio também solicitou os mesmos documentos do empresário Lázaro Báez entregues à AFIP. Báez tem negócios com a família Kirchner.

O juiz quer saber se a Hotesur, empresa que dos Kirchner que administra um de seus hoteis, o Alto Calafate, é, na verdade, apenas o fio da meada de um esquema de "lavagem de dinheiro", como informou o jornalista Nicolás Wiñazid no jornal Clarin desta quinta.

O caso poderia envolver o hotel mais famoso dos Kirchner, o Los Sauces, perto da casa da presidente na província de Santa Cruz, na Patagônia.

Segundo a reportagem do Clarin, Báez teria recebido dinheiro público para obras e em troca conseguiria hóspedes para os hotéis da família presidencial.

Báez está sendo investigado por contas sem declarar no Uruguai, na Suíça, nos Estados Unidos e na própria Argentina.

Assessores do governo reconheceram que a empresa Hotesur não estava em dia com o fisco e passaram a atacar o juiz do caso. Primeiro, foi a própria presidente e depois parlamentares governistas. O senador kirchnerista Marcelo Fuentes fez uma denúncia judicial contra o juiz por "enriquecimento ilícito" e "abuso de autoridade".

Nesta quinta, o chefe dos fiscais, Ricardo Echegarray, falou sobre outros argentinos com contas na Suíça.

Uma guerra de denúncias que para especialistas e opositores pode ser só o começo de muitos problemas para Cristina explicar sua fortuna.

Devaneios esquerdistas- Merval Pereira 28.11.2014




 

As diversas facções em que se divide a esquerda brasileira aliada ao governo petista estão atônitas com a chegada ao ministério do segundo mandato de Dilma de Joaquim "mãos de tesoura" Levy, que pretende, como anunciou ontem em linguagem diplomática, colocar ordem na bagunça em que se encontra a economia nacional.


Num primeiro momento, correntes diversas uniram-se para tentar barrar a nomeação, sob o argumento fantasioso de que ela ia de encontro ao modelo econômico que fora vitorioso nas urnas. Como se a presidente Dilma, reeleita por estreita margem, tivesse perdido a noção de que era a grande vencedora das eleições de outubro e, do nada, tivesse escolhido um ministro da Fazenda para fazer tudo ao contrário do que defendia no seu primeiro mandato.


Como se o próprio Lula, que batalhou para nomear Luiz Trabuco, o presidente do Bradesco, para o ministério da Fazenda, tivesse perdido a sanidade da noite para o dia. O que esse pessoal não quer enxergar, e que Dilma foi obrigada a entender, é que a vitória eleitoral do PT em outubro não correspondeu a uma vitória política, pois forjada à base do abuso da máquina pública e mentiras, sejam as divulgadas pela propaganda eleitoral, ou as espalhadas em diversas formas pelo país para amedrontar os menos informados.


Da mesma forma que Collor espalhava em 1989 que Lula confiscaria a poupança dos brasileiros para depois fazer ele mesmo o que criticava no adversário, também hoje estamos vendo o governo Dilma anunciar "medidas impopulares" que seriam a base do governo de seu adversário "neoliberal".


Os que assinaram o tal manifesto contra a nomeação do economista Joaquim Levy para o ministério da Fazenda acreditam piamente que banqueiros roubam comida dos pratos dos pobres, e se chocaram com a decisão de colocar o Bradesco no lugar do Itaú na Fazenda, e de ter um colaborador de Arminio Fraga em seu lugar no ministério.




Quem, ao que tudo indica, já desconfiava do que seu marqueteiro dizia era a própria Dilma, insegura de suas próprias convicções que na prática deram errado, e talvez por isso se enrolasse toda quando tentava explicar alguma coisa. Provavelmente nem mesmo o próprio João Santana acreditasse no que seus filmetes mostravam, já que ele confessadamente diz que não lida com conceitos como verdade, mas com a percepção do cidadão.


O fato é que, acreditando ou não no que defendia, a presidente Dilma viu-se obrigada a dar um salto triplo carpado para tentar recuperar a credibilidade de um governo que termina seu primeiro mandato com os piores indicadores econômicos de todos os tempos de nossa República, salvo dois outros governos, um dos quais o do próprio Collor.


E a nova equipe econômica pontuou durante sua apresentação o que talvez seja a chave para o entendimento do que está acontecendo: ter uma economia saudável é bom para as famílias brasileiras, e garante a manutenção dos avanços sociais conquistados.




O que estava sendo ameaçado com a performance dos últimos anos era justamente a jóia da coroa petista, os programas sociais, que agora serão garantidos por uma política econômica que os petistas chamam de "neoliberal" mas que na verdade é apenas sensata e equilibrada, que usa o mercado privado para ajudar o governo a atingir metas que, sózinho, ele não conseguiu nos últimos quatro anos e nem conseguiria nos próximos quatro, mantidas as mesmas premissas que vigoravam e foram formalmente rejeitadas pela nova equipe econômica.




Talvez constatando que espernear não levará a nada, o futuro ex-ministro Gilberto Carvalho, que já tem até substituto dentro do próprio PT no Palácio do Planalto, tentou ele sim dar um salto triplo carpado para encontrar uma explicação que não deixasse mal os petistas revoltados.



Disse Carvalho que, ao contrário do que parece, é Joaquim Levy quem está aderindo ao projeto econômico petista. Por este estranho raciocínio, o mesmo economista que já trabalhou no primeiro governo Lula e era execrado pelos petistas assim como outros do mesmo grupo, como Murilo Portugal e Marcos Lisboa, teria sido chamado de volta ao governo petista não por suas virtudes necessárias à mudança de rumos, mas por que aderiu ao projeto que está para ser mudado.



Por essa lógica, Mantega pode perfeitamente substituir Levy no Bradesco, afinal pensam de maneira semelhante. O que estraga a tentativa de Carvalho de fingir que não houve mudanças de orientação econômica é o estranho caso de um ministro nomeado para um governo de continuidade fazer parte da equipe de transição desse mesmo governo, formalizando assim a mudança de postura.

PSB escala o muro: ‘independência propositiva’


Josias de Souza


Política é a arte de aproveitar as oportunidades. Mas certos partidos não perdem a oportunidade de perder uma oportunidade. Foi o que fez nesta quinta-feira o PSB. Velho aliado de Lula e do petismo, foi à sucessão de 2014 vestido de oposição —primeiro com Eduardo Campos, depois com Marina Silva. No segundo turno, aliou-se à candidatura sobrevivente do tucano Aécio Neves.


Pois bem. Quando se imaginava que a legenda estivesse enfiada numa trincheira, preparando-se para 2018, ela ressurge no alto do muro. Reunida nesta quinta-feira (27), a Executiva do PSB decidiu: nem oposição nem situação. Adotará a linha da “independência propositiva”, seja lá o que isso signifique.
O PSB decidiu também proibir seus filiados de aceitar cargos no governo de Dilma Rousseff. Uma proibição inócua, já que não veio acompanhada da fixação de um castigo para quem desrespeitá-la.


De resto, não há notícia de que Dilma tenha a intenção de convocar alguém do PSB para sua equipe.
Oposição, como se sabe, é oposição. O resto é armazém de secos & molhados. O PSB está separado por uma letra daquele PSDB que já cansou até o tucanato. O perigo para quem escala o muro é descer do lado errado.

Para que serve a indicação de Kátia Abreu ao Ministério da Agricultura?


Kátia-Abreu-petição-contra-a-sua-indicação-e1357310216244
É claro que em se tratando de PT sempre temos que avaliar os sofisticados jogos políticos envolvidos nas armadilhas que o partido lança aqui e ali. Um partido tão ardiloso e “escolado” para projetos de poder não iria cometer o deslize de indicar Kátia Abreu sem um motivo em mente.


Mas a própria arquitetura de reação dos movimentos sociais já entrega o jogo: Kátia Abreu pode até ser indicada como Ministra da Agricultura, sendo a reação dos coletivos não-eleitos do partido apenas parte da jogada.


Como pode ser isso?

O fato é que o projeto do PT é bem focado: obter o poder totalitário através de medidas como censura de mídia, decreto 8243 e coisas do tipo.

Este tipo de “indicação” do PT poderia mostrar ao PMDB que os petralhas estariam dispostos a irritar seus coletivos não-eleitos. Com isso, reduziriam atrito com o PMDB.


Aliás, o PT acabou de fazer uma manobra (liderada pelo senador Vital do Rêgo, do PMDB) para adiar a votação pelo Senado da anulação do decreto 8243. Enquanto isso, o pessoal das manifestações que pede duas demandas (e duas demandas apenas, que são “anulação da eleições” e “impeachment de Dilma”) nem percebeu essa manobra. Como sempre, cada batalhão tem seu foco.


Mudando um pouco de assunto (mas ainda na mesma abordagem), o nível de jogo do PT é tanto que eles não tem pudor de fazer campanha dizendo: “E se Dilma sair, entra quem? Michel Temer?”


Ué, que partidinho é esse que diz que seus vices não prestam? Mas provavelmente é tudo combinado entre eles…

Agora voltemos ao caso Kátia Abreu: onde entram os coletivos não-eleitos do PT, todos irritados com a ruralista?

Simples: os coletivos não-eleitos tem a função de sair às ruas para protestar demandando coisas como censura de mídia, assembléia constituinte e manutenção do decreto 8243. Como estarão mais irritados do que o normal, por causa da indicação de Kátia Abreu, terão mais ânimo para se manifestarem, pedindo as demandas… que mais interessam ao próprio PT.

Em outras palavras, o PT nomearia Kátia Abreu (ou apenas ameaçaria fazê-lo) para incendiar os ânimos de seus coletivos não-eleitos, para que estes coletivos não-eleitos ajudassem o PT a avançar em suas demandas preferidas.

Além disso, o PT consegue, com sua simulada indecisão para nomear ministros (e eles estão achando que eu nasci ontem), povoar as manchetes com outros assuntos além das investigações sobre corrupção.

Mas é claro que alguns podem questionar: “Luciano, de novo você nos fala de um maquiavelismo do PT. Não é melhor acreditar que estão sendo ingênuos desta vez?”.

Assim seja, pois aqui temos tese e antítese. Sendo assim, que tal acompanharmos os próximos passos e as próximas reações (e demandas) dos coletivos não-eleitos?

O impeachment e a direita que grita lobo

wolf_journal_header_by_wyldraven-d67pwg0
Quase todos os dias eu vejo pessoas trazendo motivos para pedir o impeachment de Dilma Rousseff.


As afirmações geralmente são feitas seguinte esse padrão: “Você acha que (x) não é realmente um motivo suficiente? E que tal (y), você também acha que isso não é um motivo suficiente? E se eu lhe disser que o governo fez (z), o que também é motivo para impeachment. Precisamos pedir impeachment”.


Vá substituindo (x), (y) e (z) por vários motivos encontrados por aí, inclusive
  • mudança no horário das eleições
  • apuração secreta
  • Foro de São Paulo
  • financiamento BNDES/Cuba
  • e a lista vai seguindo
É evidente que muitas dessas pessoas estão partindo de uma ideia pré-concebida: “é preciso fazer um impeachment”. A partir daí, a mente busca motivos que, entendem, seriam suficientes para pedir impeachment.


Até eu reconheço que caí nessa onda e escrevi um texto há três semanas intitulado Pátria Grande? Este sim um motivo para impeachment. Reconheço que me equivoquei no título, um tanto exagerado e descabido. Mas considero mais um recurso estético do que um pedido real, pois nem investi esforços nesse tipo de demanda futuramente. O duro é que tem gente que leva esse tipo de abordagem a sério e realmente acredita que seus motivos devem gerar um impeachment.


Quase todas as demandas por impeachment estão erradas. Deveriam ser demandas por investigações. As quais, se confirmadas, em alguns casos podem até evoluir para um processo de impeachment. Infelizmente, para todas essas questões não temos nem sequer investigações iniciadas pela PF, ou sequer ações judiciais. No caso do Petrolão, ainda aguardamos provas, as quais, quando surgirem, aí sim poderão resultar em um pedido válido de impeachment.


Também temos o caso do Foro de São Paulo, o qual, segundo alguns, deveria ser motivo para o PT ser fechado. Motivo: o partido estaria “subordinado ao Foro de São Paulo”. O duro é se o PT questionar: “Você pode provar a subordinação?”. Alguns diriam existir atas, que não são suficientes para comprovar subordinação.


Quer dizer, está na hora de deixarmos essa questão de impeachment de lado (até por que não está dando em nada mesmo, e ninguém vai meter a mão nessa cumbuca sem evidências fortes) e focarmos em demandas para as quais temos evidências cabais, como a luta para derrubar o decreto 8243 no Senado e a desmoralização dos truques para censurar a mídia, iniciativa novamente retomada pelo governo com ataques cada vez mais fortes. Ontem tivemos um discurso do petista do PMDB, Roberto Requião, onde ele usou mais do que 10 rotinas fraudulentas. Sinal de que vão pegar pesado.


Enquanto isso, os pedidos de impeachment com base em “busca de motivos” ficam facilitando a vida do governo ao chamar seus proponentes de golpistas.


Desse jeito parece aquela história do menino que gritava lobo e todas as vezes a população do vilarejo ia socorrê-lo, até notar que não existia lobo algum. No dia em que apareceu um lobo de verdade e o garoto gritou por ajuda, ninguém acreditou.


Ficar pedindo impeachment sem surgir um motivo real (e provas contundentes mesmo) vão claramente banalizar esse tipo de pedido. Uma pena, pois há expectativas de que surjam evidências interessantes na Operação Lava Jato. Aí sim teríamos o tiro certeiro: pedir impeachment diante de um motivo suficiente para que vários políticos abracem a ideia. Isso se prestarem atenção, pois por enquanto essa parte da direita está gritando lobo levianamente…

Aécio fala da urgência na mobilização contra a Lei do Calote: “Não vamos nos dispersar”

aecio-neves
Aécio Neves disse o seguinte em seu Facebook há alguma horas:


Amigos, precisamos da mobilização de todos vocês para impedirmos uma violência contra o Brasil. A presidente da República está tentando modificar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque não cumpriu a meta fiscal aprovada pelo Congresso. Como o governo não cumpriu a Lei, quer, com a sua maioria no Congresso, modificá-la. Além das graves consequências para o país, com essa iniciativa o governo dá um péssimo exemplo a todos os brasileiros.


Na prática, o governo está dizendo que não é preciso cumprir a Lei e que se você tiver força, sempre dá pra dar um jeitinho. Isso é muito grave. Nenhum governo pode se colocar acima da lei. Este projeto impacta na credibilidade do País, na geração de empregos e os investimentos vão embora. Quem paga a conta desse desgoverno é o cidadão brasileiro. Essa é a consequência perversa de um governo que priorizou as eleições e não o equilíbrio das contas públicas. Com o apoio de vocês, a oposição tem mais força para tentar impedir, como eu disse, essa violência contra o país.


Fiquem atentos: a votação do projeto de lei que busca alterar as metas fiscais do governo foi adiada para a próxima terça-feira, dia 2. Vamos nos mobilizar. Manifeste sua opinião nas redes sociais. Converse com seu parlamentar. Não vamos nos dispersar!

A mensagem é bem clara e focada: até o dia 02/12 há uma prioridade para todos nós. A prioridade é pressionar o Congresso a rejeitar a modificação da LDO, ou melhor, a Lei do Calote.


O governo deve se virar para arrumar a casa. Na hora de nos comunicarmos é preciso lembrar a urgência citada por Aécio Neves: “Este projeto impacta na credibilidade do País, na geração de empregos e os investimentos vão embora. Quem paga a conta desse desgoverno é o cidadão brasileiro.”


Nenhum pagador de impostos merece pagar a conta de um governo que não teve responsabilidade no trato com a coisa pública.

Todos os republicanos que tem se manifestado, especialmente pela Internet, agora tem um foco: pressionar o Congresso a rejeitar a Lei do Calote.

Nada de nos dispersarmos. E nada de perdermos o foco.

O adiamento da votação da Lei do Calote e uma oportunidade de ouro

ronaldo-caiado-ruralista
O dia 28 de outubro foi um dia de alívio para os republicanos. Dois dias após o término das eleições, a Câmara havia derrubado o Decreto 8243, que estabelecia os sovietes de Dilma.


As perspectivas eram animadoras. O Decreto 8243 também seria derrubado no Senado e o PMDB estava se preparando para engavetar as propostas de censura de mídia.


Passadas quatro semanas, o governo obteve vitórias simbólicas devastadoras ao censurar Rachel Sheherazade no SBT e conseguir cortar as verbas de publicidade da Veja. Com isso, já fez com que todo o resto da mídia começasse a dar uma “forcinha” maior ao governo, muito mais do que fariam antes dessas medidas.


O governo também caminha a passos largos para modificar a lei que exigia superávit fiscal. Ao mesmo tempo, está bem próximo de engavetar a votação do Decreto 8243 no Senado.
É de se perguntar: “o que deu errado?”


O fato é que a direita, como parte da oposição ao governo, resolveu se organizar, mas ignorou as questões vistas acima. Sem foco, algumas das manifestações começaram a pedir impeachment e anulação das eleições. Não avançaram um milímetro em nenhuma das duas demandas. Ocupados, deixaram as outras posições desguarnecidas. (Justiça seja feita, este blog reconhece que divisões já organizam manifestações mais pragmáticas, como exemplo o Movimento Brasil Livre)
O Congresso atual só funciona quando devidamente vigiado. Mas todos se esqueceram de vigiar o Congresso. Como resultado, o governo do PT encontrou terreno fértil para obter seus resultados naquilo que é mais importante para ele.


A continuar por esse ritmo, não serão necessários nem seis meses para eles aprovarem a censura de mídia. Basta para eles que essa direita continue pedindo demandas irrealizáveis (que só servirão para que sejam rotulados, facilitando a vida do PT), enquanto eles tenham terreno livre para continuar seus projetos golpistas.


Mas eis que ontem, 26/11, a votação da Lei do Calote (que alteraria as metas de superávit primário) foi adiada por falta de quórum. Seria a famosa “mão de Deus”.


Enquanto a direita dormia no ponto, a insatisfação da base aliada, além de uma pressão brutal por parte dos oposicionistas do PSDB e do DEM (incluindo a guerra regimental, que, como lembrou a petista Tereza Cruvinel, foi tão bem praticada pelo PT no passado), cuidou para que não existisse quórum. A votação ficou para a próxima terça-feira.


O que cabe à direita manifestante agora? Usar os próximos dias antes da votação para pressionar o Congresso nos termos mais fortes possíveis.


E, de novo, que se deixe a bandeira de impeachment abaixada por uns dias, pelo menos. Pois, do jeito que as manifestações tem sido planejadas (não as do dia 6/12, mas as do dia 29/11), o discurso é manjado: “quero impeachment, e motivos nós arrumamos”.


Melhor seria pedir exigência do cumprimento da lei, por parte da presidente (ela que se vire para cortar despesas, incluindo Lei Rouanet, verbas de anúncios, etc.). Esse é o momento ideal para exigir que as verbas para a companheirada sejam cortadas. Existe um melhor momento político para questionar o uso de verbas estatais para dar vida boa para a companheirada do que esse? Difícil.
É o momento de deixar de lado um pouco as demandas irrealizáveis e politicamente frágeis e focar em uma das melhores estratégias da guerra política: bater aonde dói.


Aos que erraram em suas demandas, no curso das últimas semanas, apresenta-se uma oportunidade rara de redenção e mudança de rota, para, enfim, conseguirem fazer algo pelo povo brasileiro, atingindo o governo naquilo que lhe é mais caro: o uso da verba estatal para manutenção no poder.
Em tempo: se faltava um líder político, agora já existe um, falando as coisas adequadas no tom necessário. Seu nome é Ronaldo Caiado. Demonstrem apoio a ele, além de acompanhar seus discursos na página de Facebook.

FHC que me perdoe, mas é imperdoável



Fernando Henrique descumpriu um dever moral perante o qual não poderia se omitir. Não é próprio dos homens de bem tolerar o que ele tolerou.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que me perdoe. Malgrado seus muitos e inegáveis méritos, ele tem grande responsabilidade pela expansão e consolidação de seus opositores no poder.




 Sim, a nação lhe deve boas iniciativas. Mas ele tem grave responsabilidade pela chegada do PT ao poder. Nada fez para evitar que isso acontecesse. Franqueou ao partido da estrela acesso à alma de parcela significativa do povo brasileiro pela via da mistificação e da mentira. Enquanto no governo, Fernando Henrique Cardoso prestava atenção e levava em grande conta o que Lula dizia. Havia algo de petista, um pigarro socialista, na garganta e na alma do acadêmico que governou o Brasil durante oito anos. Lula, por seu turno, uma vez eleito, teve o mérito de manter o que havia de melhor nas políticas de seu antecessor, lixando-se para o seu próprio discurso e para seu partido. Está aí o principal motivo do maior sucesso político do governo de Lula sobre o de FHC. Como consequência, o PT cresceu mais com FHC do que com Lula. Com Lula, o PT ganhou o controle da máquina. Com FHC o controle de corações e mentes.



O ex-presidente que me perdoe, mas isso é imperdoável. Visivelmente, ofereceu-se ele em holocausto para a vitória do PT. Tirou o casaco, a gravata e abriu a camisa para o assassinato de sua reputação. Permitiu que o importante trabalho social iniciado por sua mulher, Ruth Cardoso, fosse menosprezado e, depois, usurpado por seus adversários. Omitiu-se nas eleições subsequentes ou, por tudo isso, foi alijado delas por seus correligionários Serra e Alckmin. Retornou agora, tarde demais, idoso demais, irrelevante demais, na campanha de Aécio Neves.


Não agiu contra o assassinato da própria reputação. Não mostrou que o PT no governo, com todos os meios de investigação disponíveis, não provou uma única das acusações que lhe fez ao longo de oito anos. Não exibiu o consagrador estado de probidade administrativa representado por esse silêncio. Não se valeu dele para mostrar a criminosa capacidade de difamar e injuriar que caracteriza o petismo. Com tudo isso, Fernando Henrique descumpriu um dever moral perante o qual não poderia se omitir. Não é próprio dos homens de bem tolerar o que ele tolerou. Por agir como agiu, tornou possível o escárnio dos escárnios, que se manifesta quando os petistas, confrontados com a indizível tragédia moral em que se meteram, permitem-se afirmar que não são piores do que os demais. E encontram quem neles creia!


Ao abrir caminho, como de fato abriu, para o crescimento do PT e sua ascensão ao poder, Fernando Henrique fez mal ao Brasil. Desde que li o Manifesto de fundação do PT em 1980, eu sabia o que era e o que viria a ser esse partido. Com muito maior razão ele, homem inteligente e político experiente, tinha que saber o que iria acontecer quando o país caísse nas mãos em que veio a cair.

www.puggina.org