quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Estudo identifica emissão de sons em espécies anteriormente consideradas mudas

 https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/estudo-identifica-emissao-de-sons-em-especies-anteriormente-consideradas-mudas/

Estudo identifica emissão de sons em espécies anteriormente consideradas mudas

De 53 espécies observadas, 50 eram tartarugas; pesquisa não deixa claro se sons são utilizados para comunicação

Espécies como a tartaruga de cabeça grande do Rio Amazonas foram encontradas emitindo sons, inclusive nas comunicações com a proleArquivo pessoal/Gabriel Jorgewich Cohen




Zoe Sottileda CNN

13/11/2022 às 18:01

Se você ouvir atentamente, sua tartaruga de estimação pode ter algo a lhe dizer.

Um novo estudo publicado na Nature Communications identificou sons feitos por 53 espécies, muitas das quais se pensava anteriormente serem mudas. Cinquenta das espécies eram tartarugas, com tuataras (um tipo de réptil encontrado na Nova Zelândia), cecílias (um anfíbio sem membros) e o peixe pulmonado sul-americano completando o grupo.

PUBLICIDADE

Gabriel Jorgewich-Cohen, principal pesquisador da publicação e estudante de doutorado na Universidade de Zurique, disse à CNN que a ideia da pesquisa nasceu quando ele leu sobre um projeto na floresta amazônica brasileira. 

Em 2014, um estudo descobriu que tartarugas gigantes sul-americanas encontradas na Amazônia usam comunicação vocal para falar umas com as outras — incluindo chamar seus filhotes.

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/estudo-identifica-emissao-de-sons-em-especies-anteriormente-consideradas-mudas/Ouvir as tartarugas-mãe chamando seus filhotes deixou Jorgewich-Cohen “super interessado” em identificar mais barulhos de tartarugas, disse ele. “Achei que talvez houvesse mais tartarugas por aí fazendo sons.”

O biólogo começou então a colaborar com um professor que desenvolveu um equipamento de som especializado para gravação subaquática. Ele começou em casa, gravando suas próprias tartarugas de estimação. “No começo, eu não esperava encontrar nada”, disse ele.

Mas, ao contrário de suas expectativas, ele “encontrou muitos sons”, disse ele.

A ideia logo se expandiu para um projeto de pesquisa maior. “A ideia era focar em animais que são comumente, historicamente, considerados não vocais”, disse ele. “Eu queria me aprofundar em reportar esses animais que não são conhecidos por vocalizar e tentar entender isso no quadro geral.”

Cada espécie foi registrada por pelo menos 24 horas. As gravações de áudio incluem clique, chilrear, assobio e ronronar.

Ele acrescentou tuataras depois de falar com uma especialista em répteis da Nova Zelândia que disse ter ouvido os animais fazendo sons durante o trabalho de campo. As gravações de áudio usadas na pesquisa documentam as distintas vocalizações rachadas do tuatara.

Os sons feitos pelas cecílias foram especialmente inesperados, disse ele. “Fiquei muito surpreso ao descobrir que eles produzem sons com frequência e de uma maneira muito engraçada”, disse ele. As gravações cecílias soam às vezes como um ronronar e outras como um arroto alto.

Ele também se surpreendeu com o amplo repertório de algumas espécies: algumas tartarugas “faziam muitos tipos diferentes de sons”. Outros, embora tivessem um vocabulário mais limitado, “não paravam de conversar”, repetindo frequentemente os mesmos sons.

E a pesquisa pode ter implicações mais amplas para nossa compreensão da biologia. Historicamente, “a principal hipótese era que os sons feitos por sapos, pássaros e mamíferos vinham de diferentes origens evolutivas”, explicou Jorgewich-Cohen. Esse fenômeno é conhecido como evolução convergente, quando as espécies se adaptam de maneira semelhante, embora tenham origens diferentes.

Mas a árvore genealógica evolutiva estendida construída pela equipe de pesquisa de Jorgewich-Cohen sugere que a capacidade de produzir sons “vem de uma única origem”, disse ele. O artigo afirma que a comunicação vocal deve ser tão antiga quanto o último ancestral comum dos vertebrados coanatos (vertebrados com pulmões), com aproximadamente 407 milhões de anos.

Comunicação animal

Além de registrar 53 espécies, Jorgewich-Cohen e sua equipe também usaram um conjunto de dados de comunicação acústica publicado pelo professor de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Arizona John Wiens e Zhuo Chen na Nature Communications em 2020.

Wiens, que não foi consultado para o estudo de Jorgewich-Cohen, disse à CNN que são necessárias mais pesquisas para estabelecer as origens comuns da comunicação vocal.

A pesquisa de Jorgewich-Cohen mostra apenas que as tartarugas e outras espécies estão emitindo sons — não que estejam usando esses sons para se comunicar, disse ele. No artigo, Jorgewich-Cohen e sua equipe escreveram que “a presença de um repertório complexo (presença de vários sons diferentes e/ou chamadas harmônicas)” indicava “significado comunicativo”.

Estabelecer que os sons são realmente uma comunicação significativa exigirá mais pesquisas, disse Wiens. Ele apontou para experimentos de reprodução, como quando os pesquisadores reproduzem gravações de dois sapos machos diferentes para uma fêmea ver o que a atrai mais. 

Experimentos como esses fornecem evidências mais significativas de que os sons são realmente usados ​​para comunicação, de acordo com Wiens.

E os critérios para o que os cientistas identificaram como comunicação acústica não eram claros, disse ele. “Em alguns desses casos, é difícil dizer que eles estão fazendo sons”, disse Wiens.

Ainda assim, o artigo é útil para mostrar que o mundo animal é realmente mais tagarela do que os cientistas pensavam antes.

“Eles documentaram mais coisas emitindo sons do que as pessoas tinham percebido anteriormente”, disse Wiens. “Esse é o primeiro passo.”

O próximo passo deve ser implementar experimentos de reprodução e outros testes “para descobrir se eles têm comunicação acústica ou não”, disse ele.

Daqui para frente, Jorgewich-Cohen diz que espera decifrar o que as tartarugas estão realmente dizendo umas às outras — se alguma coisa.

“Na maioria dos casos, nós apenas sabemos que eles estão fazendo sons. Não sabemos o que eles significam”, disse ele.

E “além disso, gostaria de entender um pouco sobre sua capacidade de cognição — como eles pensam, mais do que realmente o que os sons significam”.

Além disso, entender o papel que o som desempenha na vida das tartarugas pode ajudar a contribuir para os esforços de conservação.

“As tartarugas são o segundo grupo de vertebrados mais ameaçado de extinção, atrás dos primatas”, disse ele. “Quando pensamos em sua conservação, nunca consideramos o ruído humano como uma fonte de problemas, e acho que talvez agora devêssemos começar a considerá-lo, repensando como fazemos conservação.” 

Reportagem é interrompida por tromba de bebê elefante no Quênia

 

Reportagem é interrompida por tromba de bebê elefante no Quênia

O curioso animal de 4 anos de idade inspeciona o jornalista na cabeça e no nariz com sua tromba e gera risos entre a equipe; gravação foi feita em um centro de reabilitação de vida selvagem

Alvin Patterson Kaunda, repórter do canal KBC, tenta falar enquanto o bebê elefante inspeciona seu rosto com a tromba.
Alvin Patterson Kaunda, repórter do canal KBC, tenta falar enquanto o bebê elefante inspeciona seu rosto com a tromba.Reproduão/KBC

Gustavo Zanferda CNN

em São Paulo

Ouvir notícia

Um jornalista do canal de notícias queniano KBC teve sua reportagem interrompida por um curioso bebê elefante, que usou sua tromba para inspecionar o repórter durante a gravação.

“Eu senti a tromba fazendo cócegas, mas tentei manter a calma”, disse Alvin Patterson Kaunda.

Nas imagens, Kindani, o bebê elefante de 4 anos de idade, aparece usando sua tromba para tocar a cabeça e o rosto do jornalista, que não conseguiu conter a risada.

O animal faz parte do Sheldrick Wildlife Trust, um centro de reabilitação de vida selvagem sem fins lucrativos para elefantes e rinocerontes em Nairóbi, capital do Quênia.

O vídeo foi compartilhado na conta oficial do centro de reabilitação no Instagram.

Mesmo com a interrupção pelo simpático elefante, Kaunda conseguiu passar a mensagem. “As ações humanas estão destruindo habitats, dizimando todo o nosso ecossistema e interrompendo o ciclo da vida”, disse o repórter no vídeo.

“Sob os crescentes casos de seca, cabe a nós sermos guardiões de nosso próprio mundo natural, salvar nossa única espécie e fornecer um lar”, finaliza.

Centenas de presos em operação da Interpol contra comércio de animais silvestres

 https://exame.com/esg/centenas-de-presos-em-operacao-da-interpol-contra-comercio-de-animais-silvestres/


EXAME 

Centenas de presos em operação da Interpol contra comércio de animais silvestres

A organização informou, ainda, a apreensão de quase 780 quilos e 516 peças de marfim de elefante, 1.795 répteis e quase meia tonelada de peças e produtos derivados de répteis

Foram apreendidos, também, 2.813 quilogramas de produtos marinhos (corais, enguias, pepinos-do-mar) e 1.190 tartarugas (Getty Images/Getty Images)

AFP

6 de dezembro de 2022, 20h08

Uma grande operação internacional contra o comércio ilegal de animais silvestres e madeira levou centenas de pessoas à prisão e provocou o desmantelamento de redes criminosas, anunciou a Interpol nesta terça-feira, 6.

A operação, nomeada "Thunder 2022", foi coordenada pela Interpol e pela Organização Mundial de Alfândegas (OMA) entre 3 a 30 de outubro. A ação mobilizou a polícia, alfândega e serviços de inteligência de 125 nações, um recorde de participação de países nesse tipo de operação desde 2017, quando começou a ser realizada.

A operação visava o cumprimento da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).

Por meio de inspeções de rotina e verificações direcionadas, centenas de pacotes, malas, veículos e navios foram examinados, muitas vezes com a ajuda de cães policiais e scanners de raios-X.

De acordo com um balanço preliminar, foram realizadas 2.200 apreensões no âmbito da "Thunder 2022", além da identificação de 934 suspeitos e 141 empresas supostamente envolvidas em vendas ilegais.

Entre as apreensões, a Interpol registrou 119 felinos, 34 primatas, 136 partes de corpos de primatas, 25 chifres de rinoceronte, nove pangolins, 389 quilogramas de escamas e outros derivados de pangolins, 750 aves e mais de 450 partes destes animais.

A organização informou, ainda, a apreensão de quase 780 quilos e 516 peças de marfim de elefante, 1.795 répteis e quase meia tonelada de peças e produtos derivados de répteis.

Foram apreendidos, também, 2.813 quilogramas de produtos marinhos (corais, enguias, pepinos-do-mar) e 1.190 tartarugas.

A Interpol informou a apreensão de madeiras de jacarandá, cactos, orquídeas e toneladas de outras plantas.

"As operações são importantes para a segurança mundial, pois o tráfico de madeira e espécies silvestres não representa apenas um problema para a proteção" do meio ambiente, comentou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, citado no comunicado.

"Existem agentes que perdem suas vidas todos os anos, meios de subsistência são destruídos (...), governos são enfraquecidos e economias inteiras são destruídas", já que "os enormes lucros potenciais atraem o crime organizado e os terroristas", explicou Stock.

 

Países da Celac apoiam candidatura de Belém como sede da Cúpula do Clima da ONU

 https://www.istoedinheiro.com.br/paises-da-celac-apoiam-candidatura-de-belem-como-sede-da-cupula-do-clima-da-onu/



IstoÉ



Países da Celac apoiam candidatura de Belém como sede da Cúpula do Clima da ONU


A COP-30 ocorrerá em 2025. A sede da conferência será escolhida neste ano, durante realização da COP-28, em dezembro, nos Emirados Árabes (Crédito: Ricardo Stuckert/ PR)

Estadão Conteúdo

24/01/23 - 16h45 - Atualizado em 24/01/23 - 18h29

Os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) vão manifestar nesta terça-feira, dia 24, apoio à candidatura brasileira para sediar a Cúpula do Clima (COP-30) das Nações Unidas, na Amazônia. O gesto foi negociado pelo Itamaraty e consta no rascunho da Declaração de Buenos Aires, uma carta que será adotada entre os países-membros.

No texto da declaração os representantes dos países vão dizer que saúdam a candidatura brasileira, um indicativo de apoio em futuras votações no âmbito das Nações Unidas, conforme diplomatas a par das negociações.

+Uruguai propõe à Celac criar área de livre-comércio na região

A COP-30 ocorrerá em 2025. A sede da conferência será escolhida neste ano, durante realização da COP-28, em dezembro, nos Emirados Árabes.

A 7ª Cúpula da Celac, realizada na capital da Argentina, reúne representantes, como chefes de Estado e de governo, ministros e chanceleres, de 33 países latino-americanos e caribenhos. A edição marca o retorno do Brasil ao mecanismo de coordenação multilateral, do qual saíra no governo Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a proposta de uma conferência climática amazônica antes mesmo de assumir o atual mandato. Já no poder, formalizou Belém (PA) como cidade-sede, em 12 de janeiro. Antes, Lula vai convocar uma Cúpula dos Países Amazônicos.

Conforme diplomatas, o Brasil manifestou o pedido de apoio a sua candidatura às demais nações da Celac para também verificar se havia outros interessados, entre os vizinhos e entorno, em sediar a COP-30.

“O apoio que estamos recebendo dos países da CELAC é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, disse Lula, em discurso na abertura do encontro em Buenos Aires.

Durante o governo Jair Bolsonaro, o Brasil desistiu de receber a COP-25, em 2019. O Chile assumiu a organização, mas ela foi transferida para Madri, na Espanha, por causa de protestos sociais que causavam insegurança no país andino. Outros países como Colômbia e Costa Rica também assumiram mais posições de protagonismo nas discussões climáticas, no vácuo deixado por Bolsonaro.

Em declaração conjunta após reunião bilateral entre Lula e Alberto Fernández, o Brasil havia conseguido apoio da Argentina à realização da COP-30 em Belém.