sábado, 30 de agosto de 2014

ADESISTAS JÁ CONGESTIONAM O ENTORNO DE MARINA


ELEIÇÕES 2014

EX-MINISTROS DE LULA E DILMA CERCAM MARINA DE OLHO EM EVENTUAL GOVERNO
MARINA SILVA APRESENTA SEU PROGRAMA DE GOVERNO EM SP
Marina Silva apareceu à frente de Dilma no primeiro turno na pesquisa Datafolha. 
A ascensão de Marina Silva (PSB) na pesquisas provocou frenética corrida para adesão à sua candidatura, por isso à sua volta já se pode observar várias figuras conhecidas. Uma delas é o embaixador aposentado José Viegas, por exemplo. Ele conseguiu se aproximar de Marina Silva com o mesmo talento que o levou a “colar” em Lula durante sua ascensão eleitoral. Acabaria nomeado ministro da Defesa.
José Viegas chegou a Marina porque, antes, conseguiu se reaproximar de Eduardo Campos, de quem foi colega de ministério no governo Lula.
A presença de Viegas inibiu o flerte entre o PSB e Antonio Patriota, ex- chanceler que foi escorraçado do Itamaraty pela presidenta Dilma.
Após Patriota, Dilma adquiriu repulsa a diplomatas. Não os chama pelo nome, mas de “Itamaraty”, de forma debochada, como se fora palavrão.
O Itamaraty chegou a tal ponto que o servidor que cuidava da agenda de Dilma, Giles Azevedo, virou pistolão para promover diplomatas. 

Comentario


Se existe alguma área que está funcionando bem no Brasil é a de politica externa.Para tanto basta conferir que temos boas relações com praticamente TODOS os países do mundo.No que se refere à Dilma ter horror ao Itamaraty seria bom que a Presidenta se recorde que  34% dos brasileiros têm a horror a ela.Portanto ser odiado pela Presidenta pode ser um elogio, não é?

Vera Regina Moraes-RS

Dilma diz que pretende 'discutir propostas' e não comenta pesquisa


30/08/2014 14h36 - Atualizado em 30/08/2014 15h11


Candidata à reeleição participou de ato político de campanha em Jales (SP).
Presidente não comentou Datafolha que apontou empate com Marina Silva.

Marcos LavezoDo G1 Rio Preto e Araçatuba
Dilma, com o vice Michel Temer, em ato político em São José do Rio Preto  (Foto: Marcos Lavezo/G1 Rio Preto)Dilma, com o vice Michel Temer, em ato político em São José do Rio Preto (Foto: Marcos Lavezo/G1 Rio Preto)
A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado (30), durante entrevista após ato político em Jales (SP), que vai "discutir propostas" ao ser indagada sobre se "atacará diretamente" a candidata do PSB, Marina Silva, no próximo debate na televisão.
Ela não quis comentar a pesquisa Datafolha (*) divulgada nesta sexta (29), que mostrou ascensão da adversária e apontou empate entre as duas, ambas com 34% das intenções de voto – na simulação de segundo turno, Marina tem 50% e Dilma, 40%.
"Pretendo discutir as minhas propostas e, se isso criar algo entre candidatos, é decorrência. Quero apresentar as propostas. Durante as manifestações de julho, definimos pactos, de melhorar a educação, a saúde, esse pacto é de futuro e não podemos deixar de discutir", disse a presidente.

A candidata criticou durante o ato o que chamou de "propostas de um candidato para diminuir a importância da Petrobras, do pré-sal e dos bancos públicos".
Sem citar nomes, a presidente defendeu a estatal e afirmou que os recursos obtidos com a extração do óleo do pré-sal garantirão mais investimentos na saúde e na educação nos próximos anos.

"A questão sobre a redução da importância  da explocação do petróleo, é gravissima essa proposta. A Petrobras é uma conquista dos trabalhadores do país, do povo, é um orgulho, é a maior empresa do Brasil e da América Latina. No Brasil, isso vai significar nos próximos anos que o Brasil vai exportar petróleo.Com isso, vamos ter uma grande fonte de riqueza", afirmou.
Dilma também defendeu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Para ela, o candidato que diminuir a importância dos bancos "terá de explicar" como se darão os investimentos em programas do governo, como o Minha Casa, Minha Vida.

"Acho gravÍssimo isso, diminuir a importância dos bancos. Afeta o futuro do Brasil, porque não estamos discutindo o hoje, mas sim os próximos 35 anos. Tenho clareza sobre o que representa a Petrobras e os bancos para o Brasil. Se o candidato diminuir a importância dos bancos, terá de rever os investimentos no Minha Casa, Minha Vida, em investimentos na agricultura e em outros setores".

(*) O Datafolha fez 2.874 entrevistas em 178 municípios nestas quinta (28) e sexta (29). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo" e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00438/2014.

Marina afirma que 'engano' motivou alteração no programa de governo


30/08/2014 15h01 - Atualizado em 30/08/2014 20h32


Um dia após divulgação, campanha retirou menção ao casamento gay.
Presidenciável participou neste sábado de caminhada na Rocinha, no Rio.

Mariucha MachadoDo G1 Rio*
Marina Silva (PSB) fez campanha na Rocinha, Zona Sul do Rio (Foto: Mariucha Machado/G1)Marina Silva (PSB) fez campanha na Rocinha, Zona Sul do Rio (Foto: Mariucha Machado/G1)
A candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) afirmou neste sábado (30), durante caminhada na Rocinha, Zona Sul do Rio, que a eliminação de um trecho de seu programa de governo que defendia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia foi motivada por "um engano".
Independente de qualquer coisa, nosso compromisso é com a defesa do Estado laico, o respeito à liberdade individual e o respeito à liberdade religiosa. O que foi feito foi ter voltado o texto da mediação, porque havia sido cometido um engano"
Marina Silva
Neste sábado, a coordenação da campanha divulgou nota que informou sobre alterações no trecho referente aos direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais) divulgado na véspera.
A defesa de propostas que legalizam o casamento igualitário e a equiparação da discriminação contra homossexuais aos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor foram substituídos pela seguinte redação: "Garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo".
Em caminhada na Rocinha, Marina afirmou que houve "a correção de um engano" porque o texto divulgado originalmente não continha a chamada "mediação" com a proposta de movimentos sociais sobre o tema.
"O texto que foi para a publicação foi o texto tal qual foi apresentado pelas demandas dos movimentos sociais. Todos os movimentos sociais apresentaram as suas demandas. Foram feitas as mediações e se contemplou o tanto quanto possível as propostas, mas independente de qualquer coisa, nosso compromisso é com a defesa do Estado laico, o respeito à liberdade individual e o respeito à liberdade religiosa. O que foi feito foi ter voltado o texto da mediação, porque havia sido cometido um engano", disse Marina.

Em nota divulgada neste sábado, a assessoria da campanha informou que o texto, "infelizmente, não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema durante as etapas de formulação do plano de governo".

Disse que uma "falha processual na editoração" da versão do programa divulgada na internet e em exemplares impressos permitiu a veiculação de uma redação "que não contempla a mediação entre os diversos pensamentos que se dispuseram a contribuir para sua formulação e os posicionamentos de Eduardo Campos e Marina Silva a respeito da definição de políticas para a população LGBT".


Desde a divulgação do programa, com a defesa do casamento gay, defensores e opositores das políticas voltadas para a comunidade LGBT se manifestaram nas redes sociais com críticas à candidata.
Ela brincou com as esperanças de milhões de pessoas! E isso é cruel, Marina!"
Jean Wyllys (PSOL-RJ),
deputado federal
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que milita em favor dos direitos civis para homossexuais, escreveu para seus seguidores no Facebook que a candidata "mentiu a todos nós e brincou com a esperança de milhões de pessoas". Ele disse que a defesa a "união civil" apoiada pelo programa, em vez do casamento igualitário, é "segregacionista".
"Já imaginaram um candidato presidencial dizendo que é contra o direito dos negros ao casamento civil, mas apoiaria uma 'lei de união de negros'? A nova política da Marina é tão velha que lembra os argumentos dos racistas americanos de meados do século XX. O pior é que ela brincou com as esperanças de milhões de pessoas! E isso é cruel, Marina!", escreveu.
O programa de governo de Marina pensa que o povo de Deus é idiota. Corrigiu palavras mas a essência é a mesma, pior, cheio de subjetividades"
Silas Malafaia,
pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo
Pelo Twitter, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse que aguardaria a posição de Marina após a divulgação da primeira versão do programa. Depois, mesmo com a correção, fez críticas.

"O Pgm de gov de Marina pensa que o povo de Deus é idiota.Corrigiu palavras mas a essência é a mesma,pior,cheio de subjetividades", postou na rede social, afirmando que o programa faz "defesa vergonhosa da agenda gay" e "com dados mentirosos sobre assassinatos" de homossexuais.

À noite, o comitê LGBT da campanha divulgou nota reiterando que o texto divulgado inicialmente correspondia à foi a "pauta integral reivindicada" pelo segmento, em vez do texto "de consenso" aprovado pela coordenação política do PSB.
"Ainda que não seja tão abrangente, o texto reapresentado representa para nós, LGBTs, uma defesa significativa para a concretização das políticas da nossa população. Marina e Beto são os únicos candidatos que assumem uma postura firme em defesa dos direitos de todas as pessoas", diz a nota.

O grupo disse que o episódio "não descaracteriza nossa e, tampouco, classifica nossa candidata como conservadora ou até mesmo homofóbica". "Nossa luta é pela defesa do Estado laico e por um Brasil que respeite a todos independente de sua orientação sexual ou convicção religiosa", completa a nota.
Nesta sexta-feira (29), outro ponto do programa de governo, o que se referia ao uso da energia nuclear, foi alterado horas depois da divulgação do texto.
Pesquisa
No Rio, Marina foi perguntada sobre apesquisa Datafolha divulgada na sexta (29), em que aparece com 34% das intenções de voto, mesmo percentual da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.

Indagada se acredita em vitória ainda no primeiro turno, respondeu: "Ainda temos muito chão pela frente. E o que nós estamos querendo é que este movimento continue. É o movimento do cidadão que quer a mudança", afirmou.
Moradia
Minutos antes da chegada da presidenciável à Rocinha, moradores postaram mensagens em redes sociais, segundo as quais teriam sido registrados tiros na comunidade. A polícia informou que não houve registro de confrontos na região.
Marina Silva durante caminhada na Rocinha, no Rio de Janeiro (Foto: Mariucha Machado/G1 Rio)Marina Silva durante caminhada na Rocinha, no Rio
de Janeiro (Foto: Mariucha Machado/G1 Rio)
Durante a caminhada na comunidade, na Zona Sul do Rio, Marina Silva disse ter o compromisso de tratar e respeitar as comunidades com atendimento nas áreas de saúde, educação e segurança pública. A candidata ressaltou também a qualidade da moradia das pessoas.
"Nossa atitude é de respeito com as comunidades para que possam ter acesso a serviços públicos de qualidade em saúde, educação e segurança pública e na habitação. Uma das formas de fazer esse respeito é destinando recursos para que as comunidades possam ser urbanizadas, para que as pessoas possam ter a regularização dos lugares aonde moram, sem que precise remoção, como muitas vezes é feito quando se pensa em habitação popular", afirmou Marina.
A candidata disse que tem como meta aumentar em 4 milhões as moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Segunda ela, o objetivo é fazer urbanização, criar espaços de convivência e oferecer educação de tempo integral.
Marina Silva no encontro dos jovens no Tatro Odisséia, Centro do Rio (Foto: Mariucha Machado/ G1)Marina no encontro de jovens
(Foto: Mariucha Machado/ G1)
Encontro com jovens
À tarde, a candidata e seu vice Beto  Albuquerque se encontraram com jovens num teatro no  Centro do Rio. Albuquerque disse ao grupo que a equipe de governo "vai ser melhor que a Felipão", em referência ao técnico da Seleção na Copa de 2014.
"Vamos dar de 7 a 1", afirmou Albuquerque.
Seis jovens se inscreveram e fizeram perguntas para a candidata sobre passe livre para os estudantes, taxa de juros, acesso ao ensino universitário, condições das instituições e  medidas do governo para aumentar a oferta de emprego para os jovens. Beto Albuquerque falou sobre a necessidade de aumentar o número de creches no país e de melhorar as condições de transportes, educação e saúde.
Já Marina Silva afirmou que o seu governo será favorável à manutenção do Bolsa Família e convocou os jovens para "escalar o time para governar o país no dia 5 de outubro". Mas ressaltou sua posição contrária ao segundo mandado.
"Se eleita eu não vou buscar a segunda candidatura. Sou contra, porque os políticos só fazem as coisas para se reeleger e não o que é melhor para o país", afirmou.
* Colaborou o G1, em Brasília

Sem crédito público, Brasil para, afirma Dilma


Sem crédito público, Brasil para, afirma Dilma

A candidata à reeleição Dilma Rousseff, afirmou na tarde deste sábado, 30, que, sem o crédito subsidiado pelo governo federal, vários setores da economia serão afetados negativamente. "Não é só o Minha Casa, Minha Vida. O mais grave é que também não vai ter Plano Safra da agricultura, do agronegócio. Hoje, todo o dinheiro do plano safra, tudo tem participação do recurso público", disse.

Dilma rebateu propostas de seus adversários, dizendo que uma delas tira do Brasil o "passaporte para o futuro", que é o petróleo do pré-sal. "Vocês começam a ver a gravidade das propostas que estão ai", alertou. A outra proposta, segundo ela, impedirá que o governo federal financie o metrô.

A candidata do PT explicou como funciona o empréstimo: 30 anos para pagar, cinco anos de carência, e 5% de taxa de juros. Ela salientou que taxa básica de juros, a Selic, atualmente está em 11% ao ano, mas que, no mercado, é possível encontrar taxas de 20%, 30%. "Sem banco público, sem subsídio do governo federal, não tem nenhum investimento em transporte", afirmou.

Essas propostas são, conforme a presidente, "aventureiras" e "atrasadas". "Mas fazem parte de uma proposta aparentemente avançada, demagógica e, sobretudo, não sei a que interesse serve. Fiquem atentos, olho aberto, vocês têm de escutar essa questão, que vai afetar a vida de todos nós", alertou.


Ainda no discurso no interior de São Paulo, Dilma continuou dizendo que essas propostas afetarão a construção de equipamentos por todo o Brasil e os investimentos do Estado. "Não há financiamento no Brasil, acima de 10 anos, sem o governo federal subsidiar. Estou afirmando isso. Estou falando isso por um motivo, o Brasil não pode parar, o Brasil tem de continuar fazendo seus programas sociais."


Ao final, a presidente pediu aos prefeitos que a escutavam que ficassem atentos. "Quem vai vencer essa campanha somos nós e a verdade. Vocês, que se integram a esse 'nós', me ajudaram em 2010 e vão me ajudar agora."
Fonte: Estadao Conteudo

Campanha de Marina divulga errata sobre capítulo 'LGBT'



A coordenação da campanha da candidata do PSB à presidência da República Marina Silva informou que há dois erros no programa de governo divulgado nesta sexta-feira, dia 31. Uma modificação substancial foi feita no capítulo "LGBT" e a nova versão é mais genérica do que a original. Outro objeto de mudança foi uma referência ao desenvolvimento da energia nuclear.


Na página 216 do capítulo LGBT do programa de governo divulgado na sexta consta que a candidata propõe "apoiar propostas em defesa do casamento civil igualitário", uma referência à "aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código Civil." A correção da coordenação da campanha é mais genérica: "Garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo."

Na página 215 do programa anunciado por Marina em São Paulo há uma linguagem mais incisiva do que nova versão. "Ainda que tenhamos dificuldade para admitir, vivemos em uma sociedade sexista, heteronormativa e excludente em relação às diferenças." O texto destaca em seguida que "os direitos humanos e a dignidade das pessoas são constantemente violados e guiados, sobretudo, pela cultura hegemônica de grupos majoritários (brancos, heterossexuais, homens, etc.)


E ainda ressalta que "uma sociedade em que somente a maioria - seus valores, tabus e interesses - é atendida pelo poder político, enquanto minorias sociais e sexuais silenciam, não pode ser considerada democrática."


A nova redação do tema ficou assim: "Ainda que tenhamos dificuldade para admitir, vivemos em uma sociedade que tem muita dificuldade de lidar com as diferenças de visão de mundo, de forma de viver e de escolhas feitas em cada área da vida. Essa dificuldade chega a assumir formas agressivas e sem amparo em qualquer princípio que remeta a relações pacíficas, democráticas e fraternas entre as pessoas."


Além disso, o texto que deve prevalecer ressalta que "nossa cultura tem traços que refletem interesses de grupos que acumularam poder enquanto os que são considerados minoria não encontram espaços de expressão de seus interesses." A nova versão aponta ainda que, "a democracia só avança se superar a forma tradicional de supremacia da maioria sobre a minoria e passar a buscar que todos tenham formas dignas de se expressar e ter atendidos seus interesses. Os grupos LGBT estão entre essas minorias que têm direitos civis que precisam ser respeitados, defendidos e reconhecidos, pois a Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei.


A segunda correção foi a exclusão da energia nuclear como fonte importante de geração de energia para o País. Na página 144, o programa de energia nuclear foi apontado como um dos que merecem atenção para aperfeiçoamento e aumento de sua participação na matriz energética do País.


Contudo, foi informado que sobre o tema o que deve ser seguido está na página 65, no item 3: "Realinhamento da política energética para focar nas fontes renováveis e sustentáveis, tanto no setor elétrico como na política de combustíveis, com especial ênfase nas fontes renováveis modernas (solar, eólica, de biomassa, geotermal, das marés, dos biocombustíveis de segunda geração."


Fonte: Estadao Conteudo






A onda se forma - MERVAL PEREIRA


sábado, agosto 30, 2014



O GLOBO - 30/08

Ontem deve ter sido o dia mais difícil da presidente Dilma nos últimos tempos, só teve notícia ruim. Pela manhã, o anúncio oficial de uma recessão econômica, à noite a pesquisa Datafolha no "Jornal Nacional" anunciando o que a maioria já previa: Marina Silva alcançou-a no primeiro turno, preparando a ultrapassagem previsível nas próximas sondagens, e tem vitória confirmada no segundo turno por dez pontos de vantagem.
Para o tucano Aécio Neves, sobra a constatação de estar no lugar certo no momento errado, pois antes do acidente trágico que matou o ex-governador Eduardo Campos tinha condições de chegar ao segundo turno, e até mesmo ganhar a eleição.

Preparado para uma disputa que tinha como mote o fim da era PT, de repente o candidato do PSDB foi atirado em meio a uma nova eleição, que abriu outra perspectiva eleitoral, com o mesmo sentido mas com outros ingredientes: a emoção superando a razão, os símbolos ganhando dimensões de realidade, trocada pelos sonhos.

Basicamente, o programa lançado ontem pela candidata Marina Silva é o mesmo programa econômico que o PSDB apresentou, já defendido em diversas ocasiões tanto pelo candidato quanto por aquele que seria (será?) seu ministro da Fazenda, o economista Armínio Fraga.

Natural, pois Campos e Aécio estiveram muito próximos no início da campanha, e a própria Marina tem em sua equipe economistas de pensamentos similares aos dos do PSDB, inclusive um, André Lara Resende, que já esteve no governo de Fernando Henrique Cardoso. Outro, Giannetti da Fonseca, já disse que um eventual governo Marina a economia poderia ser comandada pelo mesmo Armínio, o que, mais que uma revelação de decisão, é uma indicação da proximidade na visão econômica dos dois partidos.

O ponto talvez mais polêmico do programa do PSB seja o deslocamento de prioridades na política energética, com o incentivo para fontes de energia alternativas ao petróleo. O pré-sal, que se transformou em ponta de lança dos governos petistas, passaria a ter um papel secundário, dentro do entendimento de que o crescimento econômico deve obedecer à preservação do meio ambiente.

O petróleo seria "um mal necessário" para Marina, e o país deve preparar-se para viver sem ele, que é um insumo finito e poluidor.

Implícito nessa política está também que o incentivo ao consumo de automóveis, com isenção de impostos e controle do preço da gasolina, será abandonada.

Há outro ponto de aproximação importante entre PSB e PSDB: a intenção de retirar a centralidade do Mercosul na nossa política de comércio exterior, abrindo espaços para acordos bilaterais como vêm fazendo os países da Aliança Atlântica, como Peru e Chile. Além dos aspectos econômicos, está embutida nessa decisão estratégica uma mudança geopolítica importante, que nos afastaria dos países chamados "bolivarianos" da América Latina.

Essa coincidência de pontos de vista pode facilitar um acordo com o PSDB no segundo turno.

Ontem, até mesmo o mote de Aécio de chamar o eleitorado "para conversar" foi utilizado por Marina no Twitter, se propondo a conversar com os eleitores para esclarecer as denúncias que estão pipocando nas redes sociais.

Para a presidente Dilma, em queda e com uma crise econômica pela frente, uma visão esquizofrênica: para explicar o fracasso da economia, seus aliados dizem que a recessão ficou para trás nos dois primeiros trimestres e já estamos crescendo novamente, embora nada indique que isso seja verdade.

Com relação à pesquisa que mostra Dilma sendo alcançada por Marina, uma caindo, a outra em ascensão, veem uma situação imutável, com seu favoritismo mantido. A pesquisa Datafolha indica que Marina vem crescendo e já superou Dilma no Sudeste e no Centro-Oeste (regiões em que o PSDB venceu nas eleições presidenciais anteriores) e nas cidades médias e grandes em todo o país.

Não parece uma mera onda passageira.
MURIL

Pânico na elite vermelha - GUILHERME FIUZA


sábado, agosto 30, 2014


O GLOBO - 30/08

Armínio Fraga foi o comandante da etapa de consolidação do Plano Real — a última coisa séria
  
 feita no Brasil


Pela primeira vez em 12 anos, os companheiros avistam a possibilidade real de ter que 
largar o osso. Nem a obra-prima do mensalão às vésperas da eleição de 2006 chegara a ameaçar a hegemonia dos coitados sobre a elite branca. A um mês da votação, surgem as pesquisas indicando que o PT não é mais o favorito a continuar encastelado no Planalto. Desespero total.

Pode-se imaginar o movimento fervilhante nas centrais de dossiês aloprados. Há de surgir na Wikipédia o passado tenebroso dos adversários de Dilma Rousseff. Logo descobriremos que foram eles que sumiram com Amarildo, que depenaram a Petrobras, que treinaram a seleção contra os alemães. É questão de vida ou morte: como se sabe, a elite vermelha terá sérias dificuldades de sobrevivência se tiver que trabalhar. Vão “fazer o diabo”, como disse a presidente, para ganhar a eleição e não perder a gerência da boca.

O Brasil acaba de assistir à queda de um avião sobre o castelo eleitoral do PT. Questionada sobre as investigações acerca da situação legal da aeronave que caiu, Dilma respondeu que não está “acompanhando isso”, e que o assunto não é do seu “profundo interesse”. Altamente coerente. Se a presidente e seu padrinho não “acompanharam” as tragédias no governo popular — mensalão, Rosemary e grande elenco — não haveria por que terem “profundo interesse” numa tragédia que veio de fora. Eles sempre fingiram que estava tudo bem e o povo acreditou, não há por que acusar o golpe agora. Avião? Que avião?

Melhor continuar arremessando gaivotas de papel, para distrair o público. Até o ministro decorativo da Fazenda foi chamado para atirar a sua. Guido Mantega, como Dilma e toda a tropa, é militante de Lula. O filho do Brasil ordena, eles disparam. Mantega já chegou a apresentar um gráfico amestrado relacionando o PAC com o PIB — um estelionato intelectual que o Brasil, como sempre, engoliu. Agora o homem forte (?) da economia companheira entra na campanha para dizer que Armínio Fraga desrespeitou as metas de inflação. Uma gaivota pornográfica.

Para encurtar a conversa, bastaria dizer que Armínio Fraga foi um dos homens que construíram aquilo que Mantega e seu bando há anos tentam destruir. Inclusive a meta de inflação. Armínio foi o comandante da etapa de consolidação do Plano Real — última coisa séria feita no Brasil — enfrentando o efeito devastador da crise da Rússia, que teria reduzido a economia nacional a pó se ela estivesse nas mãos de um desses bravateiros com estrelinha. Mantega e padrinhos associados devem a Armínio Fraga e aos realizadores do Plano Real a vida mansa que levaram nos últimos 12 anos. E deve ser mesmo angustiante desconfiar pela primeira vez que essa moleza vai acabar.

Se debate eleitoral tivesse alguma ligação com a realidade, bastaria convidar os companheiros a citar uma medida de sua autoria que tenha ajudado a estruturar a economia brasileira. Uma única. Mas não adianta, porque, como o eleitorado viaja na maionese, basta aos petistas dizer — como passaram a última década dizendo — que eles livraram o Brasil da inflação de Fernando Henrique. A própria Dilma foi eleita em 2010 com esse humor negro, e jamais caiu no ridículo por isso. Com a fraude devidamente avalizada pelo distinto público, Guido Mantega pode se comparar a Armínio Fraga e entrar em casa sem ter que esconder o rosto.

Em meio às propostas ornamentais, aliás, Armínio é o dado concreto da corrida presidencial até aqui. Nada de poesia, de “nova política”, de arautos da “mudança” — conceito tão específico quanto “felicidade”, que enche os olhos da Primavera Burra e dos depredadores do bem. Armínio não é terceira, quarta ou quinta via, nem a mediatriz mágica entre o passado e o futuro. É um economista testado e aprovado no front governamental, que não ficará no Ministério da Fazenda transformando panfleto em gaivota.

O PSDB
, como os outros partidos, adora vender contos de fadas. Mas seu candidato, Aécio Neves, resolveu anunciar previamente o seu principal ministro. Eis a sutil diferença entre o compromisso e a conversa fiada.

Marina Silva também é uma boa notícia. Só o fato de ser uma pessoa íntegra já oferece um contraponto valioso à picaretagem travestida de bondade. Nunca é tarde para o feminismo curar a ressaca dos últimos quatro anos. O que seria um governo Marina, porém, nem ela sabe. Se cumprir a promessa de Eduardo Campos e empurrar o PMDB S.A. para a oposição, que grande partido comporia a sua sustentação política? Olhe em volta e constate, com arrepios, a hipótese mais provável: ele mesmo, o PT — prontinho para a mudança, com frete e tudo.

Marina vem do PT e está no PSB, cujo ideário é de arrepiar o maior sonho cubano de José Dirceu. E tentar governar acima dos partidos foi o que Collor fez. Que forças, afinal, afiançariam as virtudes de Marina?

A elite vermelha está pronta para se esverdear.


Postado por às