terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro

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Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro

Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro

Esta semana, fotos deste tamanduá-bandeira lindão e diferente – ele é albino! – chamaram a atenção nas redes sociais. Ele é Alvinho, foi descoberto há poucos meses e está sendo monitorado pelos pesquisadores do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres numa fazenda de Mato Grosso do Sul.

Os registros preciosos são do fotógrafo Luciano Candisani – expert em natureza e conservação – e estão ajudando a contar esta história para o público, além de demonstrar, mais uma vez, como a fotografia pode ser uma aliada potente na proteção da biodiversidade (veja os outros animais albinos que ele já retratou, no final deste post).

Para contar sobre esta descoberta fantástica, aqui, também selecionei imagens produzidas pelos cientistas que acompanham Alvinho desde setembro e integram a equipe que está monitorando o animal para um estudo inédito. Vamos a ela!

Dois filhotes albinos: serão parentes?

Em agosto de 2021, um filhote de tamanduá-bandeira albino foi avistado por funcionários da Fazenda Barra Bonita, na região de Três Lagoas, no MS, e registrado pela Polícia Militar Ambiental (PMA), que logo comunicou os pesquisadores do ICAS. 

Desde 2017, por meio do projeto Bandeiras e Rodovias, a organização se dedica a estudos de conservação e monitoramento do tamanduá-bandeira no Cerrado do Mato Grosso do Sul e à elaboração de medidas de mitigação contra atropelamentos da espécie.

Tratava-se do primeiro caso de albinismo dessa espécie encontrado na região. Rapidamente os pesquisadores foram no encalço do animal para avaliar seu estado de saúde e iniciar o monitoramento. O objetivo era acompanhar o desenvolvimento de um animal tão sensível a mudanças de temperatura como o tamanduá-bandeira, neste caso ainda mais vulnerável devido à sua condição de albino

No entanto, eles o encontraram sem vida. “Quando chegamos, ele já estava em óbito, mas conseguimos coletar amostras genéticas que foram enviadas para análise em laboratório”, conta a médica-veterinária Débora Yogui que compartilhou a ‘missão’ em campo com o médico-veterinário Mario Alves.

Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro
Mário Alves e Débora Yogui (á esquerda e à direita, médicos veterinários do ICAS, acompanhado por Valdemar Clemente e Elias respectivamente encarregados e funcionário da fazenda, que encontraram Alvinho / Foto: Projeto Bandeiras e Rodovias (ICAS)

O filhote já era independente, não andava mais nas costas da mãe, portanto, “era juvenil, como chamamos, devia ter em torno de 8 a 12 meses”, explica Arnaud Desbiez, zoólogo, doutor em manejo da biodiversidade e presidente e fundador do ICAS. “Os pesquisadores encontraram sua ossada espalhada, mas não sabemos a causa exata da morte. Suspeitamos que pode ter sido predação”. No local já foram vistas onças pardas.  

Um ano depois, na mesma fazenda, outro filhote de pelagem clara foi identificado pelos funcionários, que avisaram o ICAS novamente. Débora e Mário se dirigiram para lá e encontraram uma fêmea (de pelagem normal) com o pequeno tamanduá nas costas (era um bebê!), que apresentava características de albinismo, se destacando na paisagem.

Batizado com o nome de Alvino pela dona da fazenda, ele logo virou Alvinho. “Brasileiro gosta de usar ‘inho’, brinca Desbiez. Ah, ficou mais bonitinho e carinhoso, não?

O radio-colar não aperta o pescoço de Alvinho e a troca de tiras – para alargá-lo – é feita de seis em seis meses, ou de acordo com a necessidade identificada pelo monitoramento / Foto: Luciano Candisani

A equipe, então, capturou a mãe e o filhote para colher material de ambos para exames de laboratório que vão ajudar a identificar se há alguma relação de parentesco com o tamanduazinho albino de 2021 (o resultado deve ficar pronto em cerca de seis meses). “Também tentaremos entender como um evento tão raro pode ter acontecido duas vezes no mesmo lugar, em um período tão curto”, destaca Nídia Attias, bióloga e pesquisadora do ICAS.

Monitoramento e estudo

Alvinho recebeu um colar de monitoramento (via GPS), possibilitando, assim, o início de um estudo inédito que identificará como pode se dar a adaptação deste animal, com características incomuns, em vida livre, mais especificamente no Cerrado, cuja vegetação é semelhante à de uma savana, com árvores baixas e esparsas, e o bioma sofre com o desmatamento.

Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro
Alvinho anestesiado, pronto para receber o colar de monitoramento, em setembro (acima e abaixo) / Fotos: Mário Alves/Projetos Bandeiras e Rodovias (ICAS) 

O albinismo é uma desordem genética que limita a produção de melanina. “Existe uma teoria ecológica que diz que os bichos albinos de vida livre tendem a ser menos adaptados à natureza”, explica Nídia.

Talvez seja o caso de Alvinho, que não dispõe da pelagem escura comum aos tamanduás-bandeiras, que funciona como uma camuflagem contra possíveis predadores e filtra os raios solares, proporcionando conforto térmico e protegendo do sol e do calor típicos desse bioma.

Este estudo vai ajudar a identificar “se, de fato, os albinos são mais suscetíveis ao sol, ao calor, ao frio e aos predadores e entender mais sobre o comportamento e as necessidades destes indivíduos raros”, diz a pesquisadora. 

Desbiez destaca, ainda, que o tamanduá-bandeira “é um animal homeotermo imperfeito, ou seja, tem a temperatura corporal mais baixa, o que o torna extremamente sensível a mudanças de temperatura e a temperaturas extremas. Ele altera seu período de atividade dependendo da temperatura do ambiente. Se estiver muito calor, sai mais à noite, se está frio – como em junho, julho, agosto – se torna mais diurno”. E completa:

“Há tempos acompanhamos essa questão e a importância da vegetação nativa para a termorregulação e estamos fazendo um estudo para mostrar o impacto das mudanças climáticas. Sabemos que todos os tamanduás são suscetíveis ao clima. E aí a gente pergunta: como vai ser a vida de um tamanduá albino nesse cenário? Como vai ser sua busca pela termorregulação, por sombra? Alvinho vai nos ajudar a responder essas e outras perguntas”.

O veterinário Mario Alves em trabalho de campo, em novembro, observando Alvinho / Foto: Luciano Candisani

De acordo com o especialista, com um ano de monitoramento já será possível ter informações importantes, mas, como Alvinho tem entre 8 e 9 meses (pesa 11 quilos) e os tamanduás juvenis se dispersam a partir de um ano e meio até três anos, “vamos segui-lo por mais tempo, para acompanhar sua dispersão e crescimento”.

E Nídia alerta para um outro fato interessante, referente aos limites da ciência em ambientes naturais: “Mesmo sabendo que ele corre vários riscos, não podemos interferir na vida deste animal de forma direta, pois estaríamos influenciando nos processos ecológicos naturais e, como conservacionistas, sabemos que isso não é bom para as espécies ou para o ambiente”.

E o colar? Incomoda? Machuca?

Esta é uma das questões que mais impactam o público diante de  imagens de animais com radio-colar, uma ferramenta imprescindível no trabalho de proteção e conservação. 

Esta semana, por exemplo, ao publicar, em suas redes sociais (Facebook e Instagram), algumas das imagens que fez de Alvinho, como contei no início deste texto, o fotógrafo Luciano Candisani foi questionado por seguidores sobre o radio-colar que o tamanduá usa. 

Alvinho, o raríssimo tamanduá-bandeira albino do Cerrado brasileiro
Alvinho: lindo, levre e solto / Foto: Luciano Candisani

“Esse colar não provoca sofrimento?”, “O colar me causou desconforto, mas sou leigo no assunto. Precisa ser assim, mesmo?”, “Coitado! Esse colar enorme”, “O bicho cresce e o colar vai ficando apertado, cientistas sacrificam os bichos para seu estudo, isso eu não gostei. O bicho é magnifico!”, “Nossa.. mas esse colar é bem grande. Tanta tecnologia, não daria pra fazer um menor ou algo mais tecnológico, tipo um chip?”, “Vc gostaria de ser monitorado assim pelo pesçoco? E com uma coleira destas? Me fala…”. 

Para garantir conforto e acompanhar o crescimento de Alvinho, que é um tamanduá-bandeira juvenil, o dispositivo terá suas tiras trocadas a cada seis meses. E, apesar de necessitar de anestesia – claro! -, a troca é muito rápida, não causa sofrimento.

Se fosse bebê, a troca se daria de 2 em 2 meses; se ele fosse adulto, a cada 2 anos. Além disso, existe um tamanho de colar para período de vida. E os pesquisadores sempre levam em conta as especificidades de cada animal para definir o tempo e a manutenção. 

“Cientificamente já provamos que o colar não incomoda os animais!”, salienta o pesquisador. Eles se adaptam à sua presença, também devido aos cuidados dos pesquisadores. “Já monitoramos mais de 15 filhotes juvenis e a curva de crescimento deles não é igual, muda a cada indivíduo. E há momentos em que acontece um boom no desenvolvimento, aí temos que ficar mais atentos e fazer trocas menos espaçadas”, explica Desbiez. 

Além disso, todos os animais são monitorados a cada quinze dias (in loco, como mostra a foto que Candisani fez de Mario, próximo de Alvinho) e a cada quatro dias por satélite.  

No caso de Alvinho, que tem uma condição mais delicada por ser albino, os veterinários ainda monitoram sua saúde e condição física com maior frequência do que seria normal. Portanto, ele está muito bem amparado.

Detetives ecológicos

A experiência ímpar com colares de monitoramento vem de um trabalho gigante realizado pelo ICAS no Pantanal e no Cerrado, que acompanha mais de 100 tamanduás-bandeira, em propriedades particulares (a Fazenda Santa Lourdes é a principal). Vale ressaltar, aqui, que a parceria do ICAS com os donos de fazendas – que têm visão conservacionista – é uma prova de que o respeito e a colaboração são possíveis entre o meio ambiente e a produção agropecuária no Brasil.

“E ainda temos um estudo de longo prazo, com o qual monitoramos 30 animais, sendo dez fêmeas e seus filhotes de 5 a 6 meses, que recebem colares para estudarmos dispersão, quando saem das costas de suas mães”. 

E o pesquisador completa: “Por assim, vemos como se dispersam – por isso os chamamos de detetives ecológicos – e entendemos o que é um habitat permeável entre 1 ano e meio e 3 anos. Eles podem andar até 100 km em linha reta! Se somar tudo o que eles andaram, podem chegar a 8 mil km! E fazem isso há 4 meses. É muita andança!”. 

“Este estudo ajuda a compreender a movimentação desses animais. Vem daí, também, a experiência para capturar e monitorar filhotes com mais de 8 quilos, que, em breve, sairão das costas das mães. 

“Esse projeto nos ajuda a influenciar políticas públicas, revelando quais são os habitats mais importantes para preservar no Cerrado. E, com ele, estudamos o impacto das rodovias”, acrescenta. “Monitoramos mais de 13 mil km de estradas e graças aos colares identificamos que só metade dos animais atropelados morrem nas estradas, a outra metade vai morrer mais longe e não é incluída nas estatísticas”.  

A seguir, assista ao vídeo gravado em setembro pelos pesquisadores do ICAS, em campo, quando Alvinho era bebê e andava nas costas da mãe. Dá para ver bem sua condição de albino, os olhos claros, sem pigmento, e a diferença da cor dele e da mãe. E, também, como ele se destaca na paisagem, o que torna vulnerável a qualquer predador.

Leia também sobre albinismo no mundo animal:
– Registro de duas antas albinas no Brasil ganha destaque em publicação científica internacional 
(fotos de Candisani)
– Filhote de anta albina, em recuperação, fotografada por Candisani
– Três antas albinas no interior de São Paulo
 (por Candisani)
– Filhote de anta albina é encontrado sozinho e resgatado no interior de SP
– Lontra ‘albina’ é registrada no sul do Pantanal, às margens do rio Aquidauana, e encanta guia e fotógrafo

Foto (destaque): Luciano Candisani

Brasil se torna referência em programas de reprodução de animais

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Bichos  

Brasil se torna referência em programas de reprodução de animais

*Por Welyton Manoel

Por muito tempo, acreditou-se que fauna, flora e recursos hídricos fossem infinitos. Este pensamento fez com que o homem explorasse a natureza sem oferecer nada em troca. Pior que isso. O desmatamento, a poluição e a caça foram fatores que contribuíram para que nosso país perdesse grande parte de sua riqueza natural.

Mas, felizmente, ainda existem pessoas tentando consertar todo esse estrago. No Brasil, os exemplos vêm de três locais que tem a vida animal como atração principal: o Zooparque Itatiba, em São Paulo, e o Refúgio Biológico Bela Vista e o Parque das Aves, ambos em Foz do Iguaçu (PR), que desenvolvem programas de reprodução com espécies ameaçadas de extinção. O trabalho árduo já rendeu algumas conquistas.

Parque das Aves – Beleza e vida

Embora seja vizinho das Cataratas do Iguaçu, o Parque das Aves não fica muito atrás no quesito beleza e visitação, com suas 1.300 aves de 143 espécies. Mas o que ainda é desconhecido pelos quase 800 mil turistas que visitam o local todos os anos, é que cerca de 43% das aves que estão lá são advindas do programa de reprodução desenvolvido pelo parque.

O médico-veterinário Mathias Dislich, chefe do departamento de pesquisa, conta como tudo começou.
“O parque, desde a sua fundação, tem trabalhado com algumas espécies ameaçadas, e ao longo dos anos, a gente buscou a reprodução das mesmas. Mais recentemente, nos últimos quatro ou cinco anos, iniciamos uma segunda fase, que foi participar dos programas de cativeiro coordenados pelo ICMBio e pelo IBAMA. É o caso, por exemplo, do mutum-de-alagoas e do cardeal amarelo.”

Mathias Dislich alimentando um urutau, pássaro raro e ameaçado de extinção

O veterinário conta ainda que as evoluções do programa ao longo dos anos o credenciou para fazer a reprodução de mais espécies. A relação com o ICMBio se tornou mútua – um buscava o outro para garantir a sobrevivência das aves. Dislich comenta com orgulho um dos principais resultados obtidos. “Um dos melhores casos foi com o mutum-de-alagoas, que em um ano, conseguimos mais de 20 filhotes. E inclusive, aprimorarmos algumas técnicas de reprodução e protocolos.”

reprodução de araras

Proteção da vida no Parque das Aves

Refúgio Biológico Bela Vista – A proteção do oeste paranaense

A energia que impulsiona o Refúgio Biológico Bela Vista é a mesma gerada pela sua mantenedora: a Itaipu Binacional. Há 32 anos, o local foi criado em Foz do Iguaçu (PR) com o objetivo de resgatar e proteger a fauna e a flora da região. Com o tempo, ele também se tornou mais um ponto de visitação na fronteira. São trilhas em meio à natureza e animais em recintos confortáveis, que proporcionam uma experiência única para os visitantes.

Mas saindo do percurso turístico, encontramos a unidade de proteção ambiental, que também desenvolve diversos programas para a conservação da biodiversidade. A equipe composta por mais de 30 pessoas tem à disposição uma grande estrutura que conta com laboratórios médicos e de pesquisa, farmácia, incubadoras, cozinha e recintos específicos para espécies no programa de reprodução. Das quase 50, cerca de oito estão nele.

Quem conta a história do programa é Marcos José de Oliveira, biólogo do Refúgio. “Temos este grande objetivo que é a conservação de espécies ameaçadas da região. Trabalhamos com a fauna regional, e depois ampliamos mais as atividades, como por exemplo a instalação do hospital veterinário aqui do refúgio, que atende os animais feridos da região, que os órgãos encaminham para cá. Fazemos a reabilitação de algumas espécies e mantemos no zoológico a exposição de animais e algumas espécies são reproduzidas.”

O biólogo também comemora os resultados do trabalho, principalmente, com as harpias. O local foi um dos pioneiros na América Latina a conseguir a reprodução em cativeiro da espécie, ameaçada de extinção. Já nasceram 26 filhotes desde 2009.

A bem sucedida reprodução de harpias

“Já faz dois anos que a alcançamos um número de mais de mil animais reproduzidos em cativeiro. E das espécies trabalhadas, sempre foram destaques as espécies mais ameaçadas da região. Inicialmente, trabalhávamos com os felinos, em parceria com outros órgãos de estudos”, revela Oliveira. “Utimamente, temos focado bastante na reprodução no projeto das águias harpias e das onças-pintadas.”

Zooparque Itatiba – Um zoológico diferente 

Na década de 90, surgiu no interior de São Paulo um zoológico com uma proposta inovadora. A ideia do Zooparque Itatiba era reproduzir da forma mais real possível o habitat natural de diversas espécies de animais.

Os anos passaram, mas os ideais permaneceram. Tanto que o local também passou a realizar programas de reprodução com espécies ameaçadas de extinção. E o reconhecimento foi tão grande que um zoológico da Áustria enviou um casal de girafas em risco de extinção para o Zooparque. O objetivo era nobre: resgatar a espécie.

O veterinário responsável, Alexandre Resende, dá mais detalhes desse trabalho: “O Zooparque faz parte de vários programas de conservação de espécies ameaçadas de extinção. Tanto espécies de animais silvestre nativos, como exóticos. No caso das girafas vindas da Áustria, o intuito deles é repassar para entidades que eles confiam, para que consigamos reproduzir também e manter esse backup genético. Aqui no Brasil, ela vai ter um conforto térmico muito melhor do que ela tinha na Áustria. Embora tenha nascido em cativeiro e já tivesse acostumada com o clima de lá, onde há uma variação térmica e uma amplitude muito maior. Na África, o animal pega temperaturas muito mais altas e muito mais baixas também. Então, quanto ao clima, aqui é excelente para a girafa.”

Alexandre Resende, alimentando uma das girafas, da espécie Rothschild,
também conhecida como girafa do norte

Além das girafas, o zoo também atua na reprodução de outros animais. Cerca de 70% das 320 espécies, fazem parte do programa. Lêmure-catta, lemurê branco e preto e pato-mergulhão são exemplos de sucesso do projeto. Segundo Resende, o objetivo é estabelecer uma população de segurança para esses animais, e então, soltá-los na natureza.

O pato-mergulhão está na lista das dez aves aquáticas mais ameaçadas de extinção no mundo

“Tem várias espécies que reproduzimos em cativeiro para dominar a técnica e usar em algumas outras espécies que estão ameaçadas de extinção. No caso do pato-mergulhão, fomos indicados porque já trabalhamos há um bom tempo com espécies aquáticas de reprodução, espécies raras. Hoje temos um trabalho de coletar ovos deste pato na natureza, trazendo para o zoológico, sob a orientação do Instituto Chico Mendes, que cuida das espécies ameaçadas de extinção. E acabamos de incubar e criar os filhotes. Hoje possuimos cinco casais, dez animais.”

Satisfação

Três locais, três equipes, três projetos e um só objetivo: tentar devolver para a natureza a vida que ela nos dá. Satisfação, orgulho, responsabilidade, proteção e respeito são palavras que eles utilizam, mas que talvez não definam totalmente a dimensão e a importância do trabalho que fazem.

Mas para quem vê de fora, uma define: gratidão!

*Texto publicado originalmente em 21/06/2017 no site da Web Radio Água (*com a supervisão dos jornalistas Vacy Álvaro e Poliana Côrrea)

Fotos: divulgação