The PSDB candidate for president, Aécio Neves, surprisingly took second place in the race to the presidency with 33.62% of the valid votes.
With 99.34% of the ballot calculated, Dilma Rousseff, the PT candidate
for reelection, came in first with 41.55% of the valid votes, the worst
performance for the PT in 12 years.
Marina Silva (PSB), who lost speed in the final stretch, came in third with 21.29% of the votes.
Aécio's turnaround in the final stretch of the election has a strong influence on the largest constituency in the country.
In São Paulo, with nearly 32 million voters (22.4% of the 142.8 million voters), senator Aécio Neves won over more than 10 million votes, around 44.25% of those who went to polling stations.
Dilma Rousseff shows photographers the ticket which is proof of having voted in the first round election in Porto Alegre
Considered out of the game after the death of Eduardo Campos, the PSDB candidate rose from the ashes and secured at the last minute the logic of Brazilian politics since 1994, with a PT-PSDB head-to-head, highlights Folha columnist Eliane Cantanhêde.
President Dilma had a similar performance to Marina Silva in the
country's largest state. The PT candidate had 5.9 million votes against
the PSB's 5.7 million votes.
In 2010, when Dilma ran for president against former governor of São
Paulo José Serra, elected today as senator with more than 11 million
votes with 99.9% of the ballot calculated, she took 46.9% of the votes.
In Minas Gerais, the second largest Electoral College and home state of
candidates Aécio Neves and Dilma Rousseff, the PT candidate did better.
With 99.99% of the ballot calculated in the state, Dilma had 4.8 million
votes, compared to 4.4 million votes for the PSDB candidate.
In the state race, Marina Silva won in Acre (Dilma came in second and
Aécio in third) and in Pernambuco (where it was a close race with Dilma,
leaving Aécio with a miserable 5.9%). The rest of the states in the
northeast of the country went to Dilma.
Douglas Magno/AFP
Presidential candidate for the PSDB Aecio Neves is seen after casting his vote at a polling station in Belo Horizonte
In the consolidation of the country, this is the worst performance since
2002, when former president Lula was in the race. That year, Lula had
45.4% of the votes against Serra. Four years later, Lula had 48.6% in
his dispute with Geraldo Alckmin (PSDB).
For the director general of Datafolha, Mauro Paulino, the partial
results of the elections are aligned with Datafolha's latest study.
"Aécio [PSDB] is stronger to face Dilma [PT] in the second round. We did
a study and found that his curve of growth is larger than Marina's
[PSB], because it has fewer voters that would not vote for him at all.
But let's wait for the outcome at the polls," says Paulino.
Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) disputam a presidência. Ações da Petrobras chegaram a subir quase 17% no início dos negócios.
Do G1, em São Paulo
Homem olha telas com cotações na Bovespa, em São Paulo
A bolsa de valores reage positivamente nesta segunda-feira (6) ao
resultado do primeiro turno da eleição presidencial, que mostrou
arrancada final do candidato de oposição Aécio Neves (PSDB). O Ibovespa,
principal indicador da bolsa paulista, opera com forte alta, puxado
pela disparada das ações da Petrobras.
Mais do que a presença do tucano no segundo turno, agentes destacavam
que a votação obtida neste domingo pelo tucano o aproximou da primeira
colocada, a presidente Dilma Rousseff (PT).
Às 11h35, o Ibovespa avançava 5,19%, a 57.369 pontos. Na máxima do dia, chegou a subir quase 8%. Veja a cotação
Por volta do mesmo horário, as ações da Petrobras subiam cerca de 10%, a
R$ 20,19, depois de terem chegado a subir quase 17% no início do
pregão.
"O primeiro movimento certamente vai ser de euforia, bastante acentuada
porque muita gente havia montado posições baseando-se em vantagem maior
da Dilma", afirmou o sócio-gestor da Queluz Asset Management, Luiz
Monteiro, que vê cenário de mais volatilidade. "Mas depois o mercado vai
começar a avaliar as probabilidades do segundo turno e devemos ver
correção", afirmou à agência Reuters, antes da abertura do pregão.
A Bovespa fechou em alta nesta sexta-feira (3), puxada pelas ações da
Petrobras, em mais uma sessão marcada por especulações sobre a eleição
presidencial, no último pregão antes da votação em primeiro turno, no
domingo (5).
O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, registrou alta de 1,91%, aos 54.539 pontos.
Na semana, a bolsa acumula queda de 4,67%, e no mês, alta de 0,78%. No ano, há valorização de 5,89%.
Integrantes do núcleo mais próximo da ex-senadora Marina
Silva já defendem que ela faça uma opção rápida pelo apoio à candidatura
de Aécio Neves, desde que feita em pontos programáticos.
Ao Blog,
um dos coordenadores da campanha de Marina, Sérgio Xavier, filiado ao
PV e integrante da Rede, disse que "é preciso respeitar o sentimento das
urnas de mudança", numa sinalização de que, pessoalmente, ele defende o
apoio a Aécio.
Sérgio Xavier também ressalta que essa decisão
dentro da Rede e do PSB tem que sair rápido, mas observa que é preciso
fazer um apoio em cima de pontos programáticos.
Neste domingo à
noite, depois que Marina deu entrevista sobre o resultado do primeiro
turno, integrantes do PSDB já procuraram aliados da ex-senadora,
deixando claro que Aécio aceita negociar pontos programáticos para
fechar uma aliança, inclusive na área de sustentabilidade.
"Temos
que respeitar a vontade do eleitor. O que saiu das urnas, é um
sentimento de mudança, porque Marina e Aécio juntos tiveram bem mais
votos que Dilma Rousseff", ressaltou Xavier.
Na fala de Marina na
noite deste domingo, ela já indicava a possibilidade de apoiar Aécio
Neves, quando disse que o Brasil "sinalizou que não concorda com esse
projeto e que quer uma mudança qualificada".
Dentro do PSB, há
setores como o do presidente interino do partido, Roberto Amaral, que
defendem um alinhamento ao PT. Também ha um grupo do PSB, do agora
eleito vice-governador de São Paulo, Márcio França, que já faz esforço
para aliança com o PSDB no segundo turno.
O discurso de Aécio
ontem à noite, em que fez homenagem a Eduardo Campos e fez acenos a
Marina Silva, agradou ao PSB pernambucano.
A expectativa é que
ainda hoje a cúpula da Rede e integrantes da campanha, junto com o PSB,
façam a primeira reunião para definir o rumo da aliança no segundo
turno.
O candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, afirmou que o
partido cometeu um erro ao adotar neutralidade no 2.º turno, em 2010,
quando Marina Silva era a candidata verde, mas que isso não se repetirá
agora. Segundo ele, desta vez o PV fará questão de apoiar um dos lados.
Jorge já havia indicado a posição do seu partido na manhã deste domingo,
na zona sul de São Paulo, no momento em que iria votar.
"Não
vamos cometer de novo esse erro. Temos o compromisso de continuar
jogando o jogo no 2.º turno. Isso significa escolher entre A e B. Vamos
ver qual candidatura nos aproximará de uma proposta mais adequada aos
desafios do século 21", declarou Eduardo Jorge.
Ele
afirmou, no entanto, que só anunciará quem vai apoiar depois de se
reunir com a diretoria do partido. Em 2010, concorrendo pelo PV, Marina
Silva teve 19,6 milhões de votos - quase 20% dos votos válidos - e, no
2.º turno, anunciou posição de "independência" em relação à disputa do
2º turno entre os então candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB).
Eduardo Jorge afirmou que não se sentirá
desconfortável para apoiar um dos candidatos, já que ambos pertencem,
segundo ele, à "família da esquerda".
Na avaliação da socióloga Maria Alice Setubal, coordenadora do programa
de governo do PSB, a queda de Marina Silva nas pesquisas na reta final
das eleições é creditada ao "bombardeio" liderado pelo PT contra a sua
candidatura. Neca, como é conhecida, disse que a campanha não estava
preparada para os ataques, mas que o pouco tempo de TV também dificultou
reações.
Neca falou ao jornal O Estado de S. Paulo após registrar o voto, por volta das 12 horas, em uma escola no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo.
Acompanhada do filho Fernando e vestindo uma camiseta da campanha, ela
se dizia confiante na chegada de Marina ao 2º turno - apesar de
reconhecer as dificuldades vividas no final da campanha.
"Infelizmente, e mais por conta da campanha do PT, depois o Aécio ajudou um pouco, foi uma campanha de mentiras e acusações",
disse ela após a votação. "Não é vitimização, é constatação. O Eduardo
morreu no dia 13 de agosto, a Marina virou candidata no dia 20. E dez
dias depois começou o bombardeio", disse. "A gente não estava mesmo preparada para esse bombardeio. E tínhamos 2 minutos de TV e a Dilma, 12."
Neca
lamentou o fato de os ataques à Marina acabarem potencializados, o que
colocou a campanha em uma situação "que não teve muita saída". "Se
rebatíamos, estávamos nos vitimizando. Se não rebatíamos, éramos
acusados de não rebater." Ela ainda culpou a imprensa por colaborar com a
densidade dos ataques. "O PT conseguiu o que queria. Fazer todo mundo potencializar, viralizar o que eles estavam falando. Inclusive a grande imprensa."
A
própria relação de Marina com Neca, que é acionista do Banco Itaú,
serviu de munição para os adversários. Neca minimizou os debates em
torno da política econômica da proposta de Marina, em relação à atuação
do Banco Central, e associações que adversárias fizeram entre Marina e o
PSDB. "Esse tema já passou. Está superado", afirmou.
Programa
A
candidatura de Marina também ficou marcada por críticas de idas e
vindas no programa, o que a coordenadora nega ter ocorrido. "Houve duas
revisões. A questão LGBT, que foi uma questão importante. E tiramos a
palavra 'nuclear'. Mas isso virou uma coisa simbólica na cabeça das
pessoas, e na própria imprensa, de que houve várias revisões."
Para
ela, a questão LGBT teve grande impacto pelo fato de o tema ter ganhado
força na eleição. "Foi um erro nosso, pagamos por esse erro. Mas foi a
única revisão", disse, reforçando que Marina foi a única candidata ao
Planalto apresentar um programa de governo. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
Os mercados financeiros brasileiros estão bastante animados com o
bom desempenho de Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno da eleição
presidencial, mas é preciso certa cautela com essa euforia, segundo
comenta o economista-chefe da Lopes Filho & Associados, Júlio
Hegedus Netto. "É preciso tomar uma canja de galinha. Parte do
eleitorado que votou em Marina Silva (PSB) não vai necessariamente para
Aécio", diz.
Segundo ele, o desempenho dos mercados nos
próximos dias vai depender das alianças políticas costuradas para o
segundo turno. "É muito difícil estimar um patamar para a Bolsa e o
dólar, porque tudo depende da eleição", afirma Hegedus. Para ele, o
dólar ainda pode cair um pouco em relação ao nível atual, perto de R$
2,40, mas por enquanto a projeção para o fim do ano continua sendo de
aproximadamente R$ 2,45.
"É claro que, se o Aécio ganhar, o
real pode se valorizar mais. Mesmo assim, não deve se distanciar muito
de R$ 2,40, porque existe uma pressão de alta do dólar em função da
normalização da política monetária nos EUA", explica.
O
analista lembra que a confiança é um fator muito importante para os
mercados financeiros e diz que um bom desempenho de Aécio nas pesquisas
das próximas semanas pode fazer com que o fluxo de investimentos
estrangeiros para o Brasil aumente já durante a disputa.
"Mesmo
que as medidas que Aécio teria de tomar se fosse eleito sejam
recessivas, afetassem a economia, elas elevariam a confiança e fariam o
fluxo aumentar", comenta. Ele lembra que o tucano já indicou que
nomearia Armínio Fraga para comandar o Ministério da Fazenda, nome que
tem uma ótima relação com os investidores.
"Se de fato essa
onda Aécio se mantiver, isso será positivo para os mercados,
especialmente se Dilma não conseguir desconstruí-lo. Existem pontos
positivos e negativos para os dois. Por um lado, Dilma está estagnada na
casa dos 40% das intenções de voto, por outro, Aécio perdeu em Minas
Gerais, o que é um sinal ruim", comenta.
Naufrágio do PT surpreende Brasília
O naufrágio do PT brasiliense, tradicionalmente um dos mais fortes do País, marcou a eleição do Distrito Federal.
Historicamente, os petistas conseguiam rachar quase ao meio o
eleitorado da capital. Chegaram a se surpreender quando, duas eleições
atrás, ficaram abaixo dos 25% dos votos. Desta vez, ficaram com um
quinto do total. À parte a perda do Buriti, elegeram apenas uma
deputada federal — da última vez fizeram três — e viram reduzir-se sua
bancada na Câmara Legislativa.
Eleição para o Senado serve de símbolo
A demonstração mais marcante do declínio petista no Distrito Federal foi a derrota do deputado e ex-secretário Geraldo Magela (foto)
para o Senado. Embora a performance anos atrás de José Antônio Reguffe
para a Câmara mostrasse que se tratava de uma batalha dura, Magela tinha
todos os trunfos nas mãos. Por pouco não conseguira derrotar Joaquim
Roriz na corrida ao Buriti, três eleições atrás, reelegera-se bem para a
Câmara e recebera um cargo de peso, a financeiramente vitaminada
Secretaria de Habitação. Ainda mais importante, conseguira tempo recorde
de rádio e televisão. Acabou em terceiro lugar, atrás de Reguffe e do
atual senador Gim Argello.
Tempo de televisão não resolve A experiência de Geraldo Magela mostra também que tempo na televisão
não é tudo. Teve mais que os rivais somados. O resultado era um programa
aparentemente interminável — em que, mesmo assim, não conseguiu dar
explicações razoáveis sobre os projetos para mexer no uso da terra do
Distrito Federal, os polêmicos PPCUB e Luos.
Ainda não chegou a vez do PSOL
Ainda não foi desta vez que o PSOL conseguiu sua cadeira
na Câmara Legislativa. A ex-deputada federal Maninha não repetiu sua
performance da eleição passada e seu partido, muito menos. Ela teve
menos de 7 mil votos. Ficou longe do quociente eleitoral.
Suplente polêmico nem voto tem
Hélio José da Silva Lima, o polêmico suplente do senador Rodrigo
Rollemberg, foi candidato a deputado distrital pelo PSD. Perdeu. O
governador Agnelo Queiroz passou parte do debate de candidatos promovido
pelo Jornal de Brasília questionando Rollemberg sobre
seu suplente, que já foi acusado de abuso sexual de menores. Era uma
fria. Rollemberg tinha como provar que Hélio José foi indicado para a
suplência pelo PT de Agnelo, dentro do acordo para formar a coligação.
Mostrou também que ele próprio reagiu à escolha, quando se fez a
denúncia, mas os petistas não recuaram. Rollemberg disse que também
recorreu ao Judiciário, sem êxito. Já o PT, assegurou, ficou de braços cruzados. Hélio José, mais tarde, abandonou o partido de origem.
Nascem e crescem lindinhas
Quando a candidata Luciana Genro estava mais agressiva nos debates
televisivos, lembrou-se um episódio envolvendo o pai dela, o então
ministro Tarso Genro. O competente jornalista político Paulo de Tarso
Lyra, então no Jornal do Brasil,
cobria o Ministério da Justiça quando nasceu sua primeira filhinha.
Mostrou foto do bebê ao amigo ministro. Tarso enterneceu-se ao ver a
fotografia, mas ficou sério em seguida. Devolveu a foto ao repórter, com
um comentário: “é, elas nascem e crescem assim, lindinhas, mas depois
entram no PSOL”.
Festa mais cedo
O primeiro distrital a comemorar o resultado das eleições foi o
professor Israel Batista. Nem 70% dos votos haviam sido aprovados e ele
já postou o Facebook uma agradecimento aos eleitores.
Morador de rua não ganha eleição
Pelo jeito, morador de rua não vota. Daniel Seidel, ex-secretário de
Desenvolvimento Social, não se elegeu. Foi em sua gestão que Brasília
passou a ser chamada de Capital Nacional dos Moradores de Rua.
Sem repetir as votações
Ficaram de fora, com votações que nem lembravam as obtidas no
passado, veteranos distritais como Wilson Lima, Pedro do Ovo, Milton
Barbosa e até mesmo Aguinaldo de Jesus, que não chegou aos 800 votos.
Não funcionou
MC Bandida teve 237 votos.
Quem o quociente eleitoral atrapalhou...
O quociente eleitoral fez das suas nas eleições para deputado federal
no DF. Sexto colocado, o ex-secretário Alírio Neto deixou de se eleger
por menos de 4 mil votos, que o separaram do companheiro de coligação
Rôney Nemer. Também entre os oito mais votados, o atual deputado Vítor
Paulo ficou de fora, pois sua coligação, encabeçada pelo PT, teve só
duas cadeiras.
...e quem saiu ganhando com ele
Já Augusto Carvalho, que passou quase toda a legislatura atual como
suplente em exercício, conseguiu seu sexto mandato como deputado federal
graças à performance da sua coligação — e do ex-governador Rogério
Rosso — embora ficasse em 11º lugar. Também se beneficiou do quociente o
delegado Laerte Bessa, que ficou em 13º lugar, mas retornou à Câmara
dos Deputados puxado pelo aliado-rival Alberto Fraga.
Em
agosto, quando as primeiras pesquisas eleitorais indicaram a candidata
Marina Silva (PSB) como favorita para ganhar a corrida presidencial, seu
concorrente Aécio Neves (PSDB) arriscou: "É uma onda".
Conforme
ela continuou crescendo, cientistas políticos começaram a aventar a
possibilidade de a "onda Marina" se transformar em um "tsunami
eleitoral".
Entretanto, na reta final do primeiro turno, o que se
viu foi uma ressaca das intenções de voto na candidata do PSB - que
acabou conquistando só 21% do eleitorado, patamar semelhante ao de 2010,
quando obteve 19% dos votos.
A campanha de Marina ganhou impulso
após a morte de seu colega de chapa, Eduardo Campos, em um acidente
aéreo que chocou o Brasil. "O impacto emocional da tragédia contribuiu
para sua rápida ascensão", avalia Antônio Carlos Mazzeo, cientista
político da Unesp.
O acidente ocorreu no dia 13 de agosto e, logo
após essa data, as pesquisas mostravam Marina encostando na presidente
Dilma Rousseff, do PT, no primeiro turno e com até 20 pontos a mais que
Aécio, do PSDB. Em pesquisa Datafolha realizada nos dias 28 e 29 de
agosto, por exemplo, Marina chegou a empatar com Dilma na liderança do
primeiro turno, quando ambas antigiram 34% das intenções de voto.
Marina também chegou a abrir uma vantagem de dois dígitos sobre Dilma no segundo turno.
A queda nas pesquisas, porém, começou em meados de setembro, sendo revelada em sucessivas pesquisas de opinião, que mostravam a ascensão paulatina de Aécio Neves.
Confira
abaixo os fatores que analistas acreditam que podem ter contribuido
para deixar Marina de fora da segunda etapa da disputa presidencial:
1) Ataques do PT e PSDB
Em primeiro lugar,
PT e PSDB conseguiram elaborar estratégias bem-sucedidas de ataque
direto a Marina, como ressaltam Vera Chaia, cientista política da
PUC-SP, e Rafael Cortez, da consultoria Tendências.
"Ela não
cresceu nas pesquisas por suas ideias e agenda propositiva, mas porque
conseguiu se colocar como a candidata de negação da ‘velha política’, de
superação da polarização PT/PSDB", opina Cortez.
Alguns eleitores
tradicionais do PSDB também teriam migrado para Marina por considerá-la
a única oposição capaz de vencer o governo.
"Para combater isso,
petistas e tucanos adotaram uma estratégia de desconstrução da
candidata. Eles atacaram suas vulnerabilidades como figura política e
suas propostas, identificando contradições programáticas e ideológicas",
afirma Cortez.
Dilma tachou Marina de "candidata dos bancos" e
dos "conservadores" e chegou a comparar a candidata do PSB aos
ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor - que tiveram pouco apoio
do Congresso e não terminaram seus mandatos.
A propaganda do PT
também explorou o apoio dado a candidata pela educadora Neca Setúbal,
herdeira do grupo Itaú e criticou de forma agressiva a proposta para dar
independência ao Banco Central.
Já Aécio enfatizou as constantes
correções no programa de governo divulgado pelo PSB, e procurou pintar
Marina, que tem raízes no PT, como "mais do mesmo".
A
candidata do PSB acusou seus concorrentes de mentir e espalhar boatos
"injustos", mas não partiu para o ataque com a mesma agressividade.
"Prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça. Nós
queremos fazer a nossa campanha oferecendo a outra face", declarou.
"Marina
optou por assumir uma posição de vítima - o que não funcionou", opina
Cortez. "Na prática, acabou transmitindo uma imagem frágil."
No
discurso em que reconheceu a derrota, na noite deste domingo, Marina
defendeu sua estratégia e disse não se arrepender de nada que fez na
campanha.
"A decisão de que não vale ganhar a qualquer preço não é
uma estratégia de campanha. É uma decisão de vida", disse. "Não me
arrependo de não assumir a postura de que ganharíamos a qualquer custo e
a qualquer preço."
2) Tempo de TV
Para Marina, o tempo reduzido do PSB para fazer sua campanha eleitoral na TV teria sido um dos fatores que mais a prejudicaram.
No primeiro turno, a candidata teve dois minutos, Aécio, quatro e Dilma, 11.
No segundo turno, o tempo será dividido igualmente entre os dois candidatos: Dilma e Aécio.
Segundo os analistas ouvidos pela BBC Brasil, não há como negar que o tempo de TV de fato faz diferença na campanha.
"Mas
também é preciso considerar que, nos telejornais e debates, Marina teve
o mesmo tempo de outros candidatos para expor suas propostas", ressalva
Chaia.
3) Disputas internas
Marina nunca foi unanimidade no PSB.
Ela
só se filiou ao partido em outubro, após não conseguir viabilizar o
registro de sua agremiação política, o Rede Sustentabilidade.
E um
dia após ser confirmada como candidata, o secretário-geral do PSB,
Carlos Siqueira, deixou a coordenação da campanha presidencial do
partido. "Não participo de campanha de Marina Silva. Ela não é do PSB",
disse.
Neste
domingo, já com a notícia da derrota da candidata, o presidente do PSB
em São Paulo, Márcio França, votou a tocar na mesma tecla: "A Marina é a
Marina. Ela sempre fez questão de mostrar que é da Rede, não do PSB",
disse.
Mazzeo vai além: " Marina chegou ao PSB pelas mãos de Campos e seu grupo, que estavam envolvidos em disputas internas de poder".
Para
completar, a tensão entre a candidata e alguns elementos do partido
cresceu em função de diferenças ideológicas e programáticas e pela
recusa de Marina em subir em palanques estaduais com alguns candidatos
apoiados pelo PSB.
Em São Paulo, onde o PSB se aliou a Geraldo
Alckmin, por exemplo, Marina só teria autorizado o uso de cartazes em
que aparece com o governador do PSDB na reta final da campanha.
"Fora
da disputa, Marina deve voltar ao projeto de construir um partido que
tenha atuação condizente com seus projetos", acredita Chaia. "Isso é
importante para que se possa dar sustentabilidade a uma candidatura."
4) Inconsistências do programa de governo
Entre os três principais candidatos, Marina foi a que divulgou o programa de governo mais completo.
Aécio
prometeu, mas desistiu de publicar um programa detalhado antes do
primeiro turno. Dilma não avançou além do documento apresentado no
registro de sua candidatura.
O problema é que o documento divulgado pela candidata do PSB, com 242 páginas, acabou se tornando um calcanhar de Aquiles.
Para começar, seu comitê de campanha anunciou uma série de "correções" depois de sua divulgação.
Em
uma das mais estrondosas, Marina voltou atrás no apoio a criminalização
da homofobia e ao casamento gay, propostas que sofrem oposição de
líderes evangélicos.
O programa também foi esquadrinhado pelo PT e PSDB – que tiveram mais material para planejar seus ataques.
Aécio acusou Marina de plagiar o Programa Nacional de Direitos Humanos lançado em 2002 por Fernando Henrique Cardoso.
Dilma
colheu no programa material para acusá-la de querer colocar o pré-sal
em segundo plano em favor de fontes de energia alternativas.
5) Imagem frágil
Os
esforços do PT e PSDB para pintar a candidata como uma líder política
frágil, incapaz de lidar com as dificuldades e críticas enfrentadas por
quem está no poder, também parecem ter surtido efeito.
Contribuiu
para reforçar essa imagem o fato de Marina ter chorado ao comentar sobre
as críticas do ex-presidente Lula a uma repórter do jornal Folha de S. Paulo.
"Sou uma pessoa sensível, mas não se pode confundir sensibilidade com fraqueza", justificou a candidata.
O
fato foi amplamente explorado pelos adversários, para quem a candidata
seria incapaz de fazer o que se propunha – enfrentar os esquemas da
política tradicional em favor de uma "nova política".
"Muitos
eleitores ficaram desconfiados dessa história de nova política: eles não
entenderam muito bem como ela pretendia governar sem fazer alianças com
outros partidos", diz Mazzeo.
"Volátil", "surpreendente", "emocional" e "imprevisível" são alguns dos
adjetivos usados pela imprensa estrangeira para descrever o primeiro
turno da eleições presidenciais.
Os sites dos jornais que circulam
nesta segunda-feira destacam a distância entre o candidato tucano,
Aécio Neves, e a pessebista Marina Silva – 33%,5 a 21,3% –, que garantiu
a ele o direito de disputar o segundo turno com a presidente Dilma
Rousseff (PT).
O americano Washington Post considerou como "sólida" e "convincente" a vitória da incumbente com 41,6% dos votos. Por outro lado, o espanhol El País disse que Aécio conseguiu transformar sua imagem de "playboy" para se consolidar como alternativa a doze anos de governo petista.
Para o
diário espanhol, no primeiro turno do processo eleitoral os brasileiros
escolheram, antes, quem seria "o primeiro perdedor" – Marina Silva, a
"grande derrotada" da primeira rodada.
"Esta autêntica
montanha-russa de pesquisas que sobem e descem são, simplesmente, o
reflexo de uma campanha imprevisível e hipnótica, marcada por um acidente aéreo que revolucionou tudo", disse o jornal.
"Neste primeiro turno, os brasileiros decidiram, sobretudo, quem é o primeiro perdedor."
O argentino La Nación
prevê no segundo turno uma campanha "ainda mais imprevisível". Uma
reportagem no diário do país vizinho afirma que os ventos sopraram "a
favor" de Aécio no primeiro turno, mas terá o "desafio" de integrar
Marina e o PSB à campanha contra o governo.
"Neves tem a seu favor
que a ecologista saiu machucada pela feroz campanha de desconstrução
que o PT lançou contra ela", afirma o texto. "Não é que ela se sinta
muito cômoda com Neves, mas felizmente para o senador, la decisão não
correrá só por conta dela, e sim por toda a cúpula socialista".
Para o WSJ, a eleição apertada "reflete a incerteza acerca dos caminhos desta nação rica em recursos tendo de lidar com um enfraquecimento do boom das commidities".
Já o britânico The Guardian
considerou a volta à polarização PT-PSDB uma "surpresa", pouco mais de
um ano após protestos de rua "que evidenciaram os altos níveis de
frustração" entre os brasileiros.
"O resultado tradicional foi uma relativa surpresa em uma campanha cheia de reviravoltas", considerou o diário.
Ex-presidente
apela ao responder sobre como o PSDB está se preparando para um
provável discurso do PT no segundo turno, de ricos contra pobres: "Em primeiro lugar,
olha a Dilma: ela é pobre? Ela não foi educada no Colégio Sion? Ela não
está gordinha, bem de vida? E isso é contra ela? Não é. O importante é
saber qual a posição da pessoa frente à pobreza", disse; tucano defendeu
ainda que o PSDB "fez a políticas sociais do Brasil" e que, depois de
realizar ajustes fortes" e acabar com a inflação, contribuiu para que
caísse a pobreza
6 de Outubro de 2014 às 09:32
247 – Depois de Marina Silva (PSB) se comparar a um
carapanã (mosquito de constituição frágil e pequena), enquanto a
presidente Dilma Rousseff seria um mangangá (zangão gordo e de ferroada
potente), agora é a vez de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
dizer que a petista é "gordinha".
Questionado sobre como o PSDB estaria se preparando para o discurso
do PT no segundo turno, de ricos contra pobres, FHC respondeu: "Em
primeiro lugar, olha a Dilma: ela é pobre? Ela não foi educada no
Colégio Sion? Ela não está gordinha, bem de vida? E isso é contra ela?
Não é. O importante é saber qual a posição da pessoa frente à pobreza".
As declarações foram dadas durante almoço neste domingo na casa do
vereador Andrea Matarazzo. FHC estava acompanhado da mulher, Patrícia
Kundrát.
Em entrevista à coluna de Sonia Racy, no Estadão, o tucano defendeu ainda que o PSDB "fez a políticas sociais do Brasil" e que, depois de realizar ajustes fortes" e acabar com
a inflação, contribuiu para que caísse a pobreza. Ele também justificou
a vitória de Geraldo Alckmin em São Paulo: "Quem é que vota no Geraldo?
São os ricos? Tem tanto rico assim? Isso é uma invenção, querem colocar
essa marca em nós", disse.
Segundo FHC, a estratégia do PSDB para o segundo turno é "mostrar as
diferenças entre os partidos". "Há uma diferença na visão do que é o
Brasil e como é que nós queremos um Brasil melhor", afirmou. Questionado
se não haveria espaço para a "nova política", pregada por Marina, o tucano declarou que ela "não ficou caracterizada".
"Eu vi a Marina falando: 'São modos corretos de se fazer política'.
Eu concordo, mas não é sem partido que se faz isso. Dava a impressão de
que essa nova política implicava em não haver partidos. Isso não pode,
na democracia tem de haver partidos. Agora, que os partidos precisam se
comportar de forma mais correta, disso não há dúvida. Marina não conseguiu nos mostrar isso claramente", opinou FHC.
Desde quando os membros do PT são pobres? Desde quando eles se preocupam REALMENTE com os pobres?
O jornalistaPaulo
Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, diz que o PT enfrentará no
dia 26 de outubro a eleição mais dura de sua história; "Havia festa nas
reações do PSDB em São Paulo e um ambiente de perplexidade e dúvida entre os petistas que se reuniram com Dilma na noite de domingo, no teatro de eventos
do Royal Tulip, em Brasília", diz ele; PML informa, ainda, que o PT
pretende aplicar a mesma estratégia das eleições passadas; “Agora vamos
para a nossa luta tradicional,” dizia Gilberto Carvalho, circulando
entre militantes que foram ao Royal Tuli. “Estamos habituados a
enfrentar o PSDB e vencer.” Para Ricardo Berzoini, será a luta “do pobre
contra o rico, do bem contra o mal”
6 de Outubro de 2014 às 10:10
247 - O jornalista
Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, relata como reagiram
dirigentes do PT, na noite de ontem, ao resultado das urnas. Segundo
ele, a presidente Dilma Rousseff enfrentará, no dia 26 de outubro, a
disputa mais dura já vivida pelo partido.
"A presidente ficou com 41.59% dos
votos contra 33.55% para Aécio Neves — a menor parcela de votos e uma
das menores a vantagens alcançados por um candidato do PT depois que
Lula deixou a condição de eterno perdedor em pleitos presidenciais para a
de concorrente imbatível e padrinho sem igual. Havia festa nas reações
do PSDB em São Paulo e um ambiente de perplexidade e dúvida entre os
petistas que se reuniram com Dilma na noite de domingo, no teatro de
eventos do Royal Tulip, em Brasília", diz ele.
Outro ponto destacado pelo jornalista é o comportamento dos meios de comunicação, que tende a ser amplamente favorável a Aécio. "Deixando de lado
o ambiente de sonho dos últimos dos últimos dias, com o qual a
presidente e seus assessores próximos nunca partilharam, Dilma e o PT
sempre tiveram certeza de que em 2014 iriam enfrentar a eleição mais difícil
de todas depois que o partido se tornou governo federal. Sob o risco de
enfrentar uma quarta derrota consecutiva para o condomínio Lula-Dilma,
seus adversários montaram um bloco para agir de forma unitária, com a
coesão possível.
Se os meios de comunicação nunca foram torceram por
Lula-Dilma, é difícil imaginar um Manchetômetro tão agressivo como o de
2014."
No entanto, PML informa que o PT já
sabe como agir para enfrentar o PSDB – a estratégia será a mesma das
três disputas anteriores. "Agora
vamos para a nossa luta tradicional," dizia Gilberto Carvalho,
circulando entre militantes que foram ao Royal Tulip. “Estamos
habituados a enfrentar o PSDB e vencer.” Para Ricardo Berzoini, será a
luta “do pobre contra o rico, do bem contra o mal.”
Você acha que existe de alguma forma um “segredo” para vitória em
termos políticos? Não, não existe. Posso lhe garantir que não há uma fórmula mágica para vencer na política. A não ser que você esteja procurando auto-ajuda enganosa, o que me recuso a fazer.
Mas posso lhe assegurar que existem receitas para se aumentar
consideravelmente as chances de sucesso, assim como para reduzi-las.
Nada do que falo aqui serve para “garantir vitória”, mas para aumentar
as chances de sucesso de alguém na guerra política.
Quando víamos os resultados das eleições presidenciais na reta final
da apuração ontem, 5/10, em quarto lugar aparecia Luciana Genro, com
1,60% dos votos, o que é quase nada diante dos votos de Aécio, Dilma e
Marina (sendo que os dois primeiros foram para o segundo turno). Todavia
o resultado foi muito melhor do que os demais nanicos. Veja:
Segundo a apuração parcial, Luciana Genro tinha 1.612.153
votos (1,55%), seguida de Pastor Everaldo (PSC), com 780.424 (0,75%);
Eduardo Jorge (PV), com 630.083 (0,61%); Levy Fidelix (PRTB), com
446,853 (0,43%); Zé Maria (PSTU), com 91.207 (0,09%); Eymael (PSDC), com
61.249 (0,06%); Mauro Iasi (PCB), com 47.841 (0,05%); e Rui Costa
Pimenta (PCO), com 12.323 (0,01%).
Dos nanicos, Luciana Genro é um espetáculo. Simplesmente não há a menor base de comparação com osoutros
candidatos nanicos. E olhe que todas as propostas dela são um lixo bem
fétido. Como esperado, ela também fez escada para Dilma logo na
introdução do debate, ao perguntar sobre corrupção, dizendo que se o PT
fez corrupção “é por alianças com a direita”. Ou seja, os esquerdistas
são anjos que se corrompem ao visitar o inferno, onde estão os
direitistas. O problema seria ela explicar como a filha de Hugo Chavez
tem 800 milhões de dólares no exterior, e como a fortuna de Cristina
Kirchner cresceu 687% na Argentina. Mas falemos do aspecto técnico: em
termos de guerra política, em linhas gerais, ela é extremamente
competente, usando recursos como polarização, retórica de conflito,
lançamento de culpas, shaming, a técnica da metralhadora e até
encenações teatrais. Se fosse apenas pela técnica de guerra política, eu
a definiria como a vencedora do debate, mas suas propostas vazias e a
falta de foco a atrapalharam. Num cômputo geral, ela ficaria em segundo
lugar, atrás de Aécio.
Um leitor disse que ela beirava o patético, “com aquela cabeleira
centrífuga (em rota de fuga da cabeça dela), parecendo aquela boneca de
pano ou trapo, Emília, do Sítio do Pica Pau Amarelo”. Mas ainda pior
eram suas propostas, como já ressaltei. Mas ela jogou o jogo direitinho,
mesmo sabendo que no máximo seria uma linha auxiliar do PT (tanto que
irá apoiar os bolivarianos no segundo turno).
Peço que revejam os vídeos de debates de Luciana nessas eleições e
avalie o desempenho: quase sempre ela se destaca (e os resultados das
urnas estão aí), por ser assertiva, mostrar convicção no que diz, apelar
ao coração e, principalmente, por ficar no ataque o tempo todo. Como
sempre, ela demonstra indignação com o estado atual das coisas, e,
durante seus ataques, não se esquece de lançar shaming sobre opositores.
Enquanto isso, Pastor Everaldo, que chegou a ter 3% a 4% na fase
inicial de sua candidatura, concluiu com 0,75%. No mínimo decepcionante.
Basicamente, ele brilhou nos debates apenas nos momentos em que fez
dobradinha com Aécio Neves, nas acusações de corrupção contra o governo.
Mas convenhamos que brilhar nesta questão é uma moleza. Mas faltou a
ele tato para jogar o jogo político na mesma dimensão que fez Luciana.
A grande lição que fica deste primeiro turno é que jogar a guerra
política é uma opção que praticamente significa responder
afirmativamente a questão “quero aumentar decididamente minhas chances
de ganhar, ou ao menos aumentar meu capital político de acordo com
minhas possibilidades reais”? Luciana Genro respondeu afirmativamente à
essa questão. Nenhum dos demais nanicos fez isso.
Por isso, mantenho o que vinha dizendo: ao mesmo tempo em que
manifesto desprezo pelas propostas de Luciana (uma mais demente que a
outra), parabenizo-a por jogar a guerra política.
Do nosso lado, devemos cada vez mais pressionar os partidos para que
qualquer candidato de direita ou centro, seja focado em ganhar a eleição
ou apenas para ser uma linha auxiliar de outro (como foi Luciana),
entre com os princípios da guerra política em mente.
É vital que você tenha plena noção de como rebater os ataques sujos do PT a partir de agora, especialmente se for atuar nas redes sociais. Nem bem o PT viu que iria para o segundo turno com Aécio Neves, ao invés de Marina, que já começaram as baixarias do lado deles.
Dilma afirmou que os brasileiros não querem mais “os fantasmas do passado” e que o PSDB
“governou para um terço da população, abandonando os que mais
precisam”. Segundo ela, os governos do PSDB, “viraram as costas para o
povo” nos setores de educação e de previdência. “O povo brasileiro não
quer de volta aqueles que viraram as costas para o povo, que acabaram
com as escolas técnicas, esvaziaram o crédito educativo e elitizaram as
nossas universidades federais, sucateando-as. O povo brasileiro não quer
de volta os que chamavam os aposentados – com o perdão da palavra – de
vagabundos e agora têm fórmulas mágicas para a Previdência”, declarou.
Eis os frames a serem utilizados, que neutralizam este tipo de discurso:
O brasileiro não quer mais um governo mentiroso que inventa
fantasmas no passado para esconder os monstros do presente, que tem
devastado o estado e massacrado a população.
O PSDB governou para todo
o povo brasileiro, não para a companheirada que mama nas estatais, como
comprova o aparelhamento estatal inacreditável que tem sido noticiado
pela mídia.
Por aparelhar o estado, permitindo seu saqueamento, o governo petista abandonou os que mais precisam.
Por decisões deliberadas como essa, o PT recusou-se a deixar o
Brasil crescer no mesmo ritmo dos principais países emergentes, e é por
isso que hoje em dia o governo precisa maquiar a realidade, divulgando
um número de desemprego falso, que é metade do que realmente existe. O
verdadeiro indicador é o do DIEESE, com mais de 10% de desemprego.
O governo petista mente ao usar chantagem dizendo que só aceita escolas técnicas
se forem federais. O projeto do PSDB valorizava a parceria com estados e
municípios para que as necessidades do povo fossem realmente atendidas.
Como sempre, o PSDB foca no povo, enquanto o PT no aparelhamento
estatatal. (Reparem o jogo deles: “só queremos se for federal”).
Dito isto, os resultados do IDEB mostram que a educação do governo petista é uma lástima. Não basta gastar mais, mas oferecer mais resultados, coisa que o PT não consegue.
Um pouco sobre o Bolsa Família: o economista Arturo Porzecanski nos mostra que
não dá para aceitar as mentiras do governo dizendo que o Brasil “só vai
mal por que o mundo está mal”. Na verdade, o Brasil está em desempenho
bem pior. Ele também diz que o sucesso do Bolsa Família só poderá ser
avaliado “quando menos gente precisar dele”.
É inacreditável, portanto, que o governo se orgulhe de aumentar o
número de dependentes, o que significa que a ação deliberada do governo
em prol de afugentar investidores e fazer os empregos sumirem
infelizmente tem funcionado.
Já passou da hora do PT parar de mentir para os beneficiários do
Bolsa Família com terrorismo ideológico. Qualquer partido com uma
proposta decente só pode manter o benefício (criado nos tempos de FHC,
com o nome Bolsa Escola, junto a demais programas assistenciais), mas
também garantir ao povo a chance de não precisar depender mais dele, a
partir do surgimento de empregos. Por isso é preciso urgentemente tirar o
PT do poder.
Por fim, preciso falar dos aposentados: o PT também mostra cara de
pau e cretinice ao mentir dizendo que o PSDB chamou os desempregados de
vagabundos. A Sra. candidata está desafiada a levar a debate público
(nos canais de televisão) qualquer afirmação textual nesse sentido.
Na verdade, FHC beneficiou os aposentados que realmente necessitam
ao limitar a aposentadoria de pessoas jovens demais, em plena idade de
trabalho. Como sempre, o PSDB pensou no povo, enquanto o PT pensou na
companheirada que não gosta de trabalhar. Nem todos os que se
aposentavam com menos de 50 anos eram da “companheirada” do PT, mas a
maioria sim. Por isso o PT se revolta tanto com um projeto que ajude os
aposentados que realmente necessitem, nutrindo ódio pelo programa de
FHC, que salvou a previdência e os aposentados.
Concluindo em estilo MAV (para ser usado só em momentos mais extremos nas redes sociais):
“É, petistas, vão ter sempre que aturar o fato de que FHC salvou a
previdência e os aposentados, enquanto suas ideias iriam destruir a
previdência. Chora. Late. Grita. E vai descer rasgando!”.
Enfim, é isso aí: começou o segundo turno. E todos os dias teremos fornecimento de munição para a guerra.
E aí, você gostou da ideia deste tipo de post?
Se sim, e caso queira e/ou possa colaborar, peço sua sugestão para
temas, envio de informações e sugestões de complementos, pois o objetivo
é abranger todos os temas possíveis que podem ser levados para o
“front”.
O discurso “tem que bater nas duas” por sorte não foi seguido por
Aécio Neves nos últimos 10 dias, onde o vimos centrar os ataques em
Dilma, e só bater em Marina de forma transversal. Por isso ele está no segundo turno, com ótimas chances de vitória.
Foi só a partir dos ataques contundentes (e focados, o que é mais
importante) de Aécio que o PT começou a perder capacidade e tempo tendo
que se defender, ao mesmo tempo em que gastava esforços para
desconstruir Marina. Caso Aécio tivesse escolhido a opção de “bater nas
duas” (alegada por pessoas que diziam que o mesmo nível de munição
deveria ser lançado contra ambas) até o fim, o resultado seria bem pior
para o tucano.
Alias, nem mesmo o PT, o melhor partido em termos de guerra política,
usou a opção de “bater nos dois”, pois focou a maior parte dos ataques
em seu inimigo mais perigoso, ou seja, Marina. Se o PT é o melhor
partido em termos de guerra política (e um dos piores em termos de
propostas políticas), isso já nos deveria sugerir a existência de um
motivo para que eles focassem principalmente em Marina, certo?
A verdade é que o esforço de desconstrução de um adversário não é algo que se faça assim como decidir passar em quatro lojas do shopping ao invés de três. Quer dizer, não é algo que se faça sem que exista um trade-off.
Esse termo é usado principalmente no ambiente corporativo,
por que quando dizemos que de um time de 20 pessoas, elas estarão
divididas igualmente em 2 projetos temos uma linha de base para avaliar o
estado atual de nossas escolhas. Mas se escolhemos atender a um
terceiro projeto com a mesma quantidade de pessoas, então teremos que
fazer um trade-off. Talvez um projeto tenha que receber menor prioridade. Ou ao menos um não será entregue na data.
Tanto na guerra formal como na guerra política, sabemos que o esforço
humano, assim como o tempo disponível para se fazer algo, é um fator
limitado. A partir do momento em que alguém reparte seu tempo entre duas
ações, existe um trade-off, com consequências. Essa é mais uma das realidades da guerra política da qual não podemos fugir.
Se sairmos do raciocínio mais descompromissado (que costuma ignorar
fatores como capacidade disponível, esforço gasto e tempo utilizado) e
partirmos para o raciocínio organizacional, que é o mesmo utilizado para
qualquer esforço de guerra (e assim deveria ser a guerra política),
fica mais fácil
entender que “bater nas duas igualmente” significou o seguinte, durante
boa parte do mês de setembro: “não bater em Dilma tanto quanto seria
possível”.
É só estudarmos o histórico das pesquisas para observar que durante
um bom período de tempo, Marina Silva caia, enquanto Dilma apenas
aumentou, com Aécio permanecendo praticamente estagnado. Foi esse o
período onde ele “bateu nas duas”. (Aliás, em 24/9 havia um levantamento
mostrando que Aécio estava batendo mais em Marina do que Dilma)
Inclusive neste último, Aécio chegou a ser sutil em seus ataques à
Marina (já tendo abandonado a malfadada estratégia de “bater nas duas”),
e ainda tomou algumas patadas. Marina provavelmente estava traumatizada
com a desconstrução que o PT fazia contra ela e pela mania de Aécio se
unir às críticas do partido (em um momento bizarro da fase focada em
“bater nas duas”, o PT chegou a usar uma ideia do mineiro em sua
campanha).
A partir daí, o eleitor passou a compreender Aécio finalmente como a
alternativa para derrotar o PT. Melhor ainda, o tucano deixou de irritar
os eleitores de Marina (e esse sentimento o prejudicou durante algum
tempo), focando naquilo que o grande eleitorado anti-petista quer: tirar
Dilma e seus saqueadores do estado de lá.
Como diria o antigo ditado: antes tarde do que nunca. A partir de
agora, só vai “bater nas duas” quem estiver fora de seu juízo perfeito.
O coordenador de campanha da candidata Marina Silva
(PSB), Walter Feldman, radicalizou nesta sexta-feira 3 ao dizer que o
Brasil corre “risco democrático” se a presidente Dilma Rousseff (PT) for
reeleita. A petista, classificada por ele como “autoritária”, poderá
fazer um “segundo mandato bolivariano”, afirmou.
Não há nada de radical nisso. É apenas o óbvio. Quem estudou a
trajetória de devastação econômica, com saqueamento de estados, censura
de mídia e implantação de coletivos não-eleitos para esmagar o Congresso
sabe que o plano do PT é exatamente igual ao plano que já deu certo em
países como Venezuela e Argentina. O primeiro, por exemplo, já não é
quase uma civilização mais, com racionamento de alimentos, economia
destruída e violência endêmica (Caracas é a capital mais violenta do
mundo). A Argentina caminha rapidamente para isso. Feldman até pegou
leve. Aqui segue dica de como desconstruímos todo o discurso petista em prol do bolivarianismo.
“Corremos risco democrático”, declarou o ex-tucano em
teleconferência promovida pela consultoria GO Associados. Ele dise ainda
que Dilma tenta limitar a liberdade de imprensa no País e que um
eventual segundo mandato da petista corre o risco de ter
“características bolivarianas”.
Ótimo. Eu só quero ver como vai reagir o PSB, que participa o Foro de
São Paulo, cujos líderes organizam implementações bolivarianas. Aliás,
uma coisa: não é que o segundo mandato petista “corre o risco” de ter
“características bolivarianas”. Ele já tem. Ela só não conseguiu
implementar tudo o que quis, mas está tentando, como o decreto para que
os coletivos não-eleitos esmaguem o Congresso, que ainda não foi
derrubado. A próxima meta deles é censura a mídia usando eufemismos
cínicos e canalhas como “democratização dos meios de comunicação” e
“regulação econômica dos meios de comunicação”. Censura na cara dura.
Segundo ele, Dilma tenta transformar o governo em uma
estrutura de perseguição. O governo tem afastado, segundo Feldman, os
investidores nacionais e internacionais, que temem pela “segurança da
democracia” brasileira e da “estabilidade” do País. Já Marina, se for
eleita, diz, trará uma “ventania de confiança no mercado interno e
internacional”.
De novo: não é que “tenta transformar”. Ela já transformou o governo
nessa estrutura, haja vista a baixaria que a OAB tem feito com Joaquim
Barbosa, negando a reativação de seu registro apenas por que ele
condenou mensaleiros.
As declarações foram rebatidas com veemência por Miguel
Rossetto, que se licenciou do ministério do Desenvolvimento Agrário para
coordenar a campanha de Dilma. “Esta declaração é uma vergonha.
Desrespeita a democracia e o povo brasileiro”, disse. Rossetto ressaltou
que “nem a ditadura baniu a esquerda, o PT e o povo da vida
democrática”.
Para o líder petista, “Walter Feldman deveria pedir desculpas
imediatamente” por suas afirmações. “Responderemos a essas declarações
com uma grande vitória democrática no domingo”, anunciou.
A declaração de Rossetto é pura palhaçada. Não passa do truque de shaming
a partir de recursos desonestíssimos. Tirar o PT do poder pela via
democrática não tem nada de “banimento de esquerda” nem de “banimento do
povo”, até por que o PT não representa a esquerda (há vários outros
partidos de esquerda, e raros tão totalitários quanto o PT) e muito
menos representa o povo (que é muito mais do que a “companheirada” de
sindicatos, ONGs e grupos que vivem mamando nas tetas do estado).
Ah, em relação à “vitória democrática” no domingo? Bem, o PT tem
apresentado casos de aparelhamento estatal completamente
anti-democráticos. Se o PT vencer, é uma vitória de tiranetes, que tem
corrompido a democracia do Brasil com aparelhamento estatal e uso de
coletivos não-eleitos para o maior rol de baixarias que a
extrema-esquerda é capaz de conceber. A vitória da oposição é um fôlego
para a democracia.
Por fim, é o PT que devia se desculpar por estar implementando uma
ditadura em nosso país, quebrando todos os contratos sociais dignos de
uma civilização sadia.
Ao candidato Aécio: agora abriu a porteira! E esperamos declarações
ainda mais contundentes desafiando o bolivarianismo vindas por parte do
PSDB.
Aécio Neves
começou a cruzar a fronteira do segundo turno no momento em que ignorou
o palavrório de marqueteiros poltrões, assumiu o comando da própria
campanha, declarou guerra à corrupção impune e se transformou no
candidato do Brasil
indignado com o clube dos cafajestes no poder. Os 35 milhões de
brasileiros que votaram no candidato do PSDB desmontaram o embuste
forjado por Lula e seus cúmplices para desfigurar a paisagem eleitoral
enfim escancarada pelas urnas. Confiantes no triunfo da mentira, Dilma e
seus devotos estão com cara de Felipão depois daquele jogo contra a
Alemanha.
Além do Getúlio Vargas de picadeiro e da protetora de bandidos que
finge combater, os 34% obtidos por Aécio derrotaram os blogueiros
canalhas, os parteiros de boatos infamantes, os assassinos da honra
alheia, os comerciantes da base alugada, os colunistas sabujos, os
analistas de araque, os milicianos da esgotosfera e os fabricantes de
profecias encomendadas. Ao longo desse duelo com a tribo dos
sem-vergonha, o senador mineiro também ministrou uma aula de tenacidade,
coragem e altivez aos aos aliados pusilânimes e eleitores que se vergam
a malandragens tramadas por qualquer Maquiavel de chanchada.
Candidatos confrontados com tantos reveses sucessivos costumam
sucumbir ao desânimo. Aécio não parou de sonhar com a arrancada
improvável ─ e sobreviveu à epidemia de descrença. Depois do índice que
alcançou neste 5 de outubro, a credibilidade dos institutos de pesquisa
não é superior à de uma bola de cristal. Mas os ibopes da vida são
duros na queda, e os videntes de acampamento cigano não se emendam. Logo
estarão de volta, prontos para ampliar o acervo de equívocos bisonhos
e/ou suspeitíssimos, sempre amplificados com bandas e fanfarras por
jornais e emissoras de televisão.
Quem continuar caindo no conto da pesquisa tem o dever de acreditar que existem duendes, que Dilma é uma sumidade como oradora e que Lula
está escrevendo um livro. Anotem: nas usinas de porcentagens, a
candidata a mais um mandato vencerá a disputa do segundo turno da
primeira do primeiro ao último minuto da campanha. Só será derrotada por
Aécio no dia da eleição.
Vejam este mapa, em que o vermelho indica os Estados em que Dilma Rosseff (PT) venceu; o azul, aqueles em que o vitorioso foi Aécio, e os amarelinhos, os que Marina conquistou:
Votos de
pessoas beneficiadas e não beneficiadas por políticas assistencialistas
valem igualmente. Ainda bem! Assim deve ser numa democracia. Votos de
pessoas mais sujeitas e menos sujeitas às chantagens oficiais valem
igualmente. Ainda bem! Assim deve ser numa democracia. Votos de pessoas
suscetíveis a pregações terroristas e não suscetíveis valem igualmente.
Ainda bem! A democracia não tem de criar restrições para o livre
exercício da escolha. Mas isso não nos impede de fazer um diagnóstico.
O PT já é o maior partido de grotões do Brasil
democrático em qualquer tempo. Querem ver? Dilma venceu em 15 Estados:
oito estão no Nordeste, quatro no Norte, dois no Sudeste e um no Sul.
Essas três exceções parecem negar a tese, mas só a confirmam. Explico
por quê. Em Minas, a petista teve 43,48%, não tão distante de Aécio
Neves, com 39,75%; Marina obteve 14%. No Rio, a candidata do PT alcançou
35,62%, quase o mesmo tanto da peessebista, com 31,07%; o tucano chegou
a 26,84%. Os gaúchos deram à presidente-candidata 43,21%, quase o mesmo
tanto que ao senador mineiro: 41,42%. Vale dizer: a vantagem do petismo
não é acachapante.
Onde é que
Dilma, de fato, fez a diferença e arrancou a primeira colocação: em
oito estados nordestinos — a exceção é Pernambuco — e nos quatro
nortistas. Nesse grupo, pasmem, a sua menor marca foi Alagoas, com
49,95%, e a maior foi no Piauí, o segundo estado com os piores
indicadores sociais do país: 70,6%. A segunda maior foi no Maranhão, com
69,56% — sim, é a unidade da federação socialmente mais perversa.
Assim, os dois Estados que oferecem a pior qualidade de vida à sua
população são os mais “dilmistas”. Atentem para o desempenho da petista
nos demais, em ordem decrescente: Ceará: 68,3%; Bahia, 61,4%; Rio Grande
do Norte, 60,06%; Paraíba, 55,61%; Sergipe, 54,93%; Amazonas, 54,53%;
Pará, 53,18%, Amapá, 51,1% e Tocantins: 50,24%.
Aécio
obteve a sua melhor marca em Santa Catarina, com 52,89% dos votos,
seguido por Paraná, com 49,79%. O Mato Grosso vem em seguida, com
44,47%, e eis que surge São Paulo, com 44,22%. O Estado deu a Aécio
10.152.688 dos seus 34.897.196 votos — isso corresponde a 29% do total;
quase um terço. Minas, até agora, está em falta com Aécio. São Paulo
não! Azulou de vez. Vejam o mapa.
O Distrito
Federal, que conhece bem o PT porque governado pelo partido e porque
muito próximo de Dilma, deu à presidente o seu menor percentual: só
23,02%; o segundo menor foi justamente o colhido em terras paulistas:
25,82%.
Dois mapas ajudam a comprovar o que aqui se diz. Vejam o que aconteceu na Bahia — nas áreas em vermelho, o PT venceu:
Agora vejam Minas. Como se nota, é a “Minas Nordestina” — ou baiana — que vota majoritariamente com Dilma.
Muito bem!
Aonde quero chegar? É evidente que os petistas colhem hoje os seus
melhores resultados nas regiões do país que são mais dependentes do
Bolsa Família. Isso não quer dizer, é evidente, que o programa tenha de
acabar. Quer dizer apenas que ele precisa existir não como instrumento
de um partido, mas como uma política de estado. Não é segredo para
ninguém que, pela terceira eleição consecutiva, o terrorismo correu
solto nas áreas mais pobres do país: “Se a oposição ganhar, o Bolsa
Família vai acabar”. Ora, não era exatamente esse o sentido da campanha
eleitoral do PT quando se referia à independência do Banco Central por
exemplo? Se vier, assegura-se por lá, haverá fome. É um disparate.
Eis aí
mais uma impressionante ironia da história, não é? O PT, que nasceu para
ser o partido das massas urbanas trabalhadoras, é hoje uma legenda que
se enraíza nos grotões e que arranca a sua força do subdesenvolvimento
minorado pela caridade de Estado transformada em moeda política. Há uma
grande diferença entre ter o voto dos pobres e chantagear os pobres com o
discurso do medo.
Vamos lá. É claro que os institutos de pesquisa
terão de se perguntar o que deu tão errado desta vez. E não há como
disfarçar, ainda que queiram. Para a sua própria credibilidade, melhor
fazer um mea-culpa e rever o método. Adicionalmente, os responsáveis
devem voltar a atuar com mais discrição, opinando menos, dando menos
entrevistas, abstendo-se de fazer previsões, ocupando-se mais de sua
ciência. Há, sim, um maior número de acertos do que de erros quando se
consideram as eleições presidenciais e as disputas estaduais.
Ocorre que
os erros não são nem corriqueiros nem irrelevantes. Um dia antes da
eleição, o Datafolha, por exemplo, antevia que Dilma Rousseff obteria
44% dos votos válidos; o tucano Aécio Neves, 24%, e Marina Silva, do
PSB, 22%. Contabilizadas as urnas, Dilma ficou com 41,59%, e Marina, com
21,32%. Sem dúvida, estão na margem de erro, de dois pontos para mais
ou para menos. Mas Aécio marcou 33,55% nas urnas — 7,55 pontos acima da
margem superior de erro prevista pelo Datafolha. Como votaram
115.122.611 pessoas, estamos falando de um universo de 8.691.757
eleitores.
Olhemos
agora o Ibope de sábado: Dilma, dizia o instituto, teria 46% dos votos
válidos; Marina, 24%, e Aécio, 27%. Só a peessebista está de acordo com a
previsão. Com 41,49%, Dilma obteve 2,1 pontos a menos do que a margem
inferior de erro, que era de 44%, e Aécio, com os seus 33,55%, 4,55
pontos a mais do que a margem superior, que era de 29%. Nesse caso, o
erro remete a 5.238.078 eleitores.
Atenção! O
ibope divulgou uma pesquisa no dia 2, feita, informou-se, entre os dias
29 e 1º. Contados os votos válidos, a diferença entre Dilma e Aécio era
de escandalosos 23 pontos: 45% a 22% para ela. Computadas as urnas,
três dias depois, os 23 pontos do Ibope eram, de fato, 8,04 pontos. Os
institutos dizem trabalhar com um intervalo de confiança
de 95% — isto é, se repetida 100 vezes, em 95, os números colhidos
estariam dentro da margem de erro. No caso, os dois não deram sorte e
caíram justamente nas cinco possibilidade em 100 de errar.
Tudo bem: a
gente pode acreditar que existiu uma onda, uma bolha, seja lá como se
queira chamar. É uma forma de tentar jogar a responsabilidade pelo erro
de cálculo nas costas do eleitor. O fato é que esse não é o único erro,
né? Vejam o caso do Rio Grande do Sul. Entre 1º e 3 de outubro, o Ibope
colheu os seguintes votos válidos no Estado: 40% para Tarso Genro, do
PT; 31% para Ana Amélia, do PP, e 23% para José Sartori, do PMDB. E o
que se viu? 40,4% para Sartori; 32,57% para Tarso e apenas 21,79% para
Ana Amélia. O Datafolha, também um dia antes da eleição, não se deu
muito melhor: 36% para o petista e 29% para os dois outros. O ibope
voltou a errar feio a boca de urna também. Atribuiu 29% ao candidato que
obteve 40,4%.
Na Bahia,
um dia antes da eleição, o Ibope informou que o petista Rui Costa e o
democrata Paulo Souto estavam empatados, com 46% das intenções de votos
válidos. Lídice da Mata, do PSB, teria 5%. E o que saiu das urnas?
54,53% para o petista e apenas 37,39% para o candidato do DEM.
Há erros
para todos os gostos, não é? Em São Paulo, o Ibope previu, um dia antes
da eleição, que o governador tucano Geraldo Alckmin seria reeleito com
57% dos votos válidos, contra 24% de Paulo Skaf, do PMDB, e 14% de
Alexandre Padilha, do PT.
O Datafolha, apontou, respectivamente, 59%,
24% e 13%. O que se viu nas urnas? O tucano obteve 57,31% dos votos, e
Skaf, 21,53% — dentro do margem de erro dos dois institutos. Mas Padilha
ficou acima do que apontavam ambos, com 18,22%. Segundo o Datafolha,
José Serra teria 50% dos votos válidos para o Senado, e Eduardo Suplicy,
37%.
No Ibope, o tucano aparecia com ainda menos: 48%, e o petista, com
36%. Suplicy ficou com 32,53%, e Serra, com 58,49%. A diferença não foi
nem de 13 nem 12 pontos, mas de 25,96. O Datafolha captou, sim, a
virada de Fernando Coelho (PSB) na disputa pelo Senado em Pernambuco,
contra o petista João Paulo: cravou 52% a 45%. Mas o peessebista venceu
por 64,34% a 34,8%.
Esses são
apenas alguns erros, os mais salientes. Há, sim, outros. Não estou entre
aqueles que querem criar dificuldades para a divulgação de pesquisas,
até porque é inegável que elas, no geral, captam os grandes movimentos
de opinião pública. Ocorre que elas falam em nome de uma ciência, com
margem de erro, com intervalo de confiança, e os institutos, pois, devem
explicações mais sérias do que simplesmente atribuir seus erros de
percepção a uma mudança de humor do eleitorado.
Mais: é
preciso que a gente considere que números, quando divulgados, interferem
nas estratégias dos partidos, alteram a formação de palanques, criam
dificuldades ou facilidades para arrecadar recursos, animam ou desanimam
a militância. O que fazer? De saída, sugerir a todos mais prudência.
Uma semana antes da eleição, tentou-se até criar onda afirmando que
Dilma, por exemplo, poderia vencer a disputa no primeiro turno…
A minha
primeira sugestão é que as empresas controladoras dos institutos proíbam
seus técnicos em pesquisa de se comportar como analistas políticos.
Como diria Fernando Pessoa, não existe técnica fora da técnica.