domingo, 31 de janeiro de 2021

Biden parte para ofensiva na Amazônia

 Biden parte para ofensiva na Amazônia

Posted: 30 Jan 2021 03:22 AM PST


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

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O Presidente Jair Bolsonaro vai começar a sentir, a partir de hoje, os primeiros e incômodos efeitos de um “espancamento global” que vai se intensificar ....()

Os EUA lançaram, nesta sexta-feira, o “Amazon Plan Climate Principals”. O “Plano de Proteção à Amazônia” - como foi traduzido oficialmente por eles - “traz recomendações que visam a levar Joe Biden a cumprir a promessa de campanha de proteger a floresta, tarefa a cargo do representante oficial do presidente para assuntos do clima, John Kerry.

O Amazon Plan, comandado pelo grupo denominado “Climate Principals”, divide suas ações em quatro eixos: financiamento público e privado; comércio "forest-friendly"; cadeias de suprimentos limpas e transparentes; e diplomacia "robusta". Na sexta-feira passada, além do plano, o grupo suprapartidário, formado por democratas e republicanos, enviou para o presidente Biden e a vice Kamala Harris uma carta de apresentação. O Alerta Total recebeu o release oficial do grupo.

Os norte-americanos apresentam “justificativas” bem questionáveis para o plano: “O desmatamento na Amazônia é uma das principais causas do aquecimento global. Conforme as árvores são cortadas ou destruídas por queimadas, elas liberam carbono na atmosfera. Se a Amazônia fosse um país, seria um dos maiores poluidores do clima do mundo. As emissões anuais da Amazônia - que afetam nove nações sul-americanas - são quase tão grandes quanto as emissões do Japão ou da Indonésia”. O Alerta Total pergunta: Será  isso é realmente verdadeiro?

Outro “argumento”: “A Amazônia também é a região de maior biodiversidade do mundo, lar de milhões de povos indígenas e comunidades que dependem da floresta e é responsável por regular os padrões de chuvas em regiões agrícolas globalmente importantes, tanto na América do Sul quanto nos Estados Unidos. A taxa de desmatamento no Brasil atingiu o pico de 12 anos em 2020, e os cientistas estão cada vez mais preocupados com o risco cada vez maior de a Amazônia se transformar numa savana nas próximas décadas. O Alerta Total indaga: Será isso realmente verdadeiro?

A terceira justificativa surfa na “pororoca” do Covidão: “O desmatamento na Amazônia corre o risco de desencadear uma nova pandemia global, uma vez que a maioria das novas doenças infecciosas surge na fronteira da floresta, onde as pessoas e a vida selvagem se encontram”. O Alerta Total indaga: Será isso realmente verdadeiro? Claro que não! A retórica ambientalista, mais uma vez, se baseia em uma espécie de terror psicológico. O lamentável é que consegue acuar a turma de Bruzundanga que, de verdade, não cuida, nem conserva, como deveria a região amazônica.

O grupo autodenominado Climate Principals inclui três ex-funcionários do governo e quatro ex-negociadores-chefes para mudanças climáticas do Departamento de Estado norte-americano. Coletivamente, os membros do grupo lideraram a diplomacia climática dos EUA da Rio 92, em 1992, ao Acordo de Paris, de 2015. O release oficial destaca: “Esta é a primeira vez que um grupo bipartidário, com representantes dos partidos Democrata e Republicano, tão diverso e distinto se reúne para oferecer recomendações concretas de política climática internacional para qualquer região geográfica ou setor econômico em particular”.

Fazem parte do grupo: Bruce Babbitt, ex-governador do Arizona e secretário do Interior dos Estados Unidos; Frank Loy, ex-subsecretário de Estado para Assuntos Globais; Stuart Eizenstat, ex-Secretário Adjunto do Tesouro e Embaixador na União Europeia; William Reilly, ex-administrador da Agência de Proteção Ambiental; Todd Stern, ex-Enviado Especial para Mudanças Climáticas; Tim Wirth, ex-senador dos EUA pelo Colorado e subsecretário de Estado para Assuntos Globais, e Christine Whitman, ex-governadora de Nova Jersey e administradora da Agência de Proteção Ambiental.

As recomendações do “Amazon Plan Climate Principals” incluem a troca de dívidas dos países amazônicos com os EUA por ações que resultem em corte nas emissões de carbono; a destinação para a Amazônia de 5% da receita gerada nos EUA com a taxação sobre emissões de carbono e sobretaxas de combustíveis; a ajuda com tecnologia para o combate ao crime ambiental e organizado na região; a adoção de uma lei contra importação de commodities agrícolas produzidas em terras desmatadas ilegalmente; o estabelecimento de acordos comerciais e novas regulamentações dos EUA para limpar as cadeias de suprimentos das empresas norte-americanas; incentivos para que empresas norte-americanas que querem se tornar neutras em carbono invistam na floresta amazônica para compensar suas emissões; além de mecanismos de pressão para obter o compromisso dos governos latino-americanos com a proteção à floresta, como a adoção de políticas relacionadas ao comércio internacional - incluindo vendas de equipamentos militares - à filiação à OCDE e ao investimento estrangeiro.

O grupo Climate Principals tem o apoio da Diálogo Brasil - uma agência de comunicação estratégica que trabalha em prol da proteção das florestas tropicais e dos direitos de suas comunidades, do uso sustentável da terra e do combate às mudanças do clima.

Quatro áreas prioritárias

O Plano de Proteção da Amazônia concentra-se em quatro áreas em que o governo Biden pode atuar:

• Financiamento Público e Privado: Embora o sucesso dependa de uma ação global coordenada, os Estados Unidos precisarão fazer sua parte para mobilizar o financiamento necessário para a região amazônica. Entre as políticas propostas, os diretores do clima recomendam que o presidente, a vice-presidente Kamala Harris e o secretário Kerry convidem CEOs de grandes empresas dos EUA para uma cúpula na Casa Branca para garantir compromissos corporativos de financiar coletivamente pelo menos um bilhão de toneladas de reduções de emissões de gases de efeito estufa na Amazônia até 2025. Os diretores recomendam o uso amplo das autoridades de assistência externa existentes, inclusive no âmbito da Corporação Financeira para o Desenvolvimento, do Banco Mundial e da Agência para o Desenvolvimento Internacional. Os diretores também recomendam que o governo trabalhe com o Congresso para expandir a Lei de Conservação de Florestas Tropicais e Recifes de Coral para permitir que o governo negocie a troca de dívidas por ações de proteção ao clima com nossos aliados na região amazônica. Esse esforço deve oferecer às nações amazônicas novos tipos de alívio da dívida e / ou garantias da dívida em troca de ações ambiciosas para o clima e as florestas, em uma ampla gama de instrumentos de dívida potenciais.

• Comércio favorável à floresta: O governo deve considerar o alinhamento do comércio dos EUA com a política climática para a Amazônia. As importações dos EUA não devem alimentar o desmatamento ilegal, recompensar criminosos ou criar um campo de troca desigual. Entre as políticas propostas, os integrantes do Climate Principals recomendam que o governo garanta que os futuros acordos comerciais fortaleçam a governança das florestas tropicais e o estado de direito, inclusive promovendo a aplicação da lei local e proibindo a importação de commodities agrícolas cultivadas em terras desmatadas ilegalmente.

• Cadeias de suprimentos transparentes e limpas: O governo deve se esforçar para garantir que as empresas, investidores, consumidores e mercados de capitais dos EUA não contribuam para o desmatamento na Amazônia. Entre as políticas propostas, os Climate Principals recomendam que a administração exija que as empresas e instituições financeiras dos EUA divulguem, relatem e gerenciem os riscos climáticos relacionados ao desmatamento, a partir do protocolo criado pela Força-Tarefa sobre Riscos Financeiros Relacionados ao Clima.

• Diplomacia robusta: O governo precisará fortalecer alianças internacionais para transformar a proteção da Amazônia numa prioridade global. Entre as políticas propostas, os Climate Principals recomendam que o governo negocie acordos diplomáticos para incentivar a proteção das florestas sob as leis e estruturas políticas locais, inclusive por meio de sistemas de pagamento baseados em resultados que sejam compatíveis com o Acordo de Paris.

Sugestão prática e urgente do Alerta Total: Bolsonaro deveria interromper, imediatamente, suas brigas e diferenças pessoais com seu vice, e apoiar, de verdade, o trabalho do General Hamilton Mourão no Conselho da Amazônia. Do contrário, os ambientalistas globalistas vão fazer a festa com a narrativa sobre a Amazônia, cuja intenção real qualquer bebê de colo já sabe: ter controle sobre uma região estratégica para a qual, na realidade, os brasileiros (exceto os militares) dão apenas “importância” retórica.

A turma do Joe Biden e Kamala Harris não vêm para brincadeira. Bolsonaro precisa partir das meras “caneladas” para ações concretas… O novo time na Casa Branca não é formado por otários como a “oposição” de Bruzundanga. 

Confira o plano de proteção à Amazônia no original, em inglês.

Bandidos na Floresta


Vídeo que circula nas redes sociais de militares, mostrando a nada fácil ação das autoridades brasileiras contra bandidos profissionais que saqueiam os recursos naturais e ainda promovem terrorismo ambiental na Amazônia


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