domingo, 29 de janeiro de 2017

A Presença dos Animais na História do Homem



Pinturas na Caverna de Chauvet
Pinturas de cavalos e outros animais na Caverna de Chauvet, em França, com mais de 30 mil anos

Fotografia: AFP-JIJI



O Homem, desde os seus primórdios, sempre teve uma estreita relação com mundo animal, ligada sobretudo à sua própria subsistência e sobrevivência.



Os animais sempre foram elementos integrantes do meio ambiente que os rodeava, não sendo portanto de estranhar que as primeiras representações artísticas sejam da fauna existente.



Existia uma multiplicidade de estilo e suporte para estas figuras, sendo as mais comuns as gravadas em pedra (as chamadas gravuras rupestres), ou pintadas no interior de grutas e abrigos, recorrendo a pigmentos retirados de plantas e minerais como o ocre.



Os animais mais representados são auroques (uma espécie de bovídeos já extintos), cavalos, cabras montanhesas, veados e peixes cujas espécies não foram passíveis de identificação.



Os desenhos rupestres encontram muitas vezes sobrepostos e estendem-se por dezenas de metros ao longo dos rios. Pensa-se que estes locais se tratariam de santuários ao ar livre, onde o Homem primitivo idolatrava os seus deuses e a Natureza que o rodeava, daí a recorrência destes espaços ao longo dos séculos para a gravação de figuras.



Esta relação estreita entre o Homem Pré-Histórico e os animais deve-se sobretudo ao impacto que estes tinham na vida das comunidades, grandemente dependentes da caça.
Muitos destes espaços ainda existem e podem ser visitados em Portugal. Exemplo disso é Parque Arqueológico do Vale do Côa ou a Gruta do Escoural em Montemor-o-Novo. Foi também neste período (Paleolítico) que o cão foi domesticado, acompanhando o Homem na caça e mais tarde como ajuda para controlar o gado.


Contudo ao longo dos milénios que marcaram a evolução do Homem esta relação também se modificou. Se inicialmente este caçava e recolhia os alimentos, com as mudanças climatéricas ocorridas, aumento de população e com a sua própria evolução cultural, os animais passaram a coabitar com o ser humano dando-se início ao processo de domesticação dos mesmos.



Este processo ocorreu há cerca de 9 mil anos a.C. (Neolítico), no Próximo Oriente, quando as bases económicas se transformaram gradualmente, passando a existir agricultura e pastorícia e consequentemente uma sedentarização do Homem, até aqui nómada.



Segundo vestígios arqueológicos, o primeiro animal a ter sido domesticado foi a ovelha, ideal pela quantidade de recursos que disponibilizava – carne, lã, couro e leite.
Bovídeos, equídeos, suínos e caprinos foram domesticados um pouco mais tarde por servirem de força de trabalho, meio de transporte e fonte de matéria-prima.



As aves, assim como os gatos tornaram-se animais domésticos inicialmente no Egipto. O gato pela sua capacidade de manter os celeiros limpos de pragas e pelo culto religioso que lhe era prestado e as aves pelo seu canto e estética, tornando-se um animal ornamental.
Ao longo dos séculos estas relações intensificaram-se dando origem ao animal de companhia nas mais variadas espécies desde anfíbios, repteis até ao comum cão e gato.




Este artigo foi publicado na Edição nº12 da Revista Mundo dos Animais, em Agosto de 2009, com o título “A presença dos animais na história do homem”.

Legislação brasileira referente à utilização de águas pluviais é fragmentada

Divulgação Científica



Sex, 14 de Outubro de 2016
Legislação brasileira referente à utilização de águas pluviais é fragmentada (Imagem: Google Imagens)O uso de água da chuva como complemento às redes de abastecimento é de grande importância nos esforços para mitigar a pressão sobre os recursos de água doce em todo o mundo. Os governos desempenham um papel crucial nessa batalha, pois definem as políticas que regulam e incentivam o aproveitamento da água da chuva para diversas finalidades. No Brasil, as políticas estão espalhadas, o que torna difícil visualizar qual é, exatamente, a regulamentação referente ao setor de águas pluviais.

A fim de esclarecer a questão, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) publicou um artigo científico para demonstrar a imagem da regulamentação brasileira sobre o tema. “O estudo foi motivado pela necessidade de avaliar e medir o desempenho de políticas públicas referentes às tecnologias ambientalmente responsáveis, neste caso no manejo de recursos hídricos a partir do aproveitamento de água da chuva em escala predial”, relata Yapur Dumit Gomez, autor da análise.

Com os resultados obtidos, a sociedade se torna ciente do status legislativo relacionado ao assunto, o que permitirá comparar as diferentes políticas praticadas no país, com o objetivo de replicar aquelas com desempenho satisfatório e limitar ou eliminar as que apresentam resultados deficientes.

“O cenário atual se mostra fragmentado, sendo que as regulamentações estabelecem políticas diferentes em diversas localidades. Como consequência, não se tem uma abordagem integral para impulsionar as tecnologias envolvidas”, pontua Gomez. “Adicionalmente, muitos locais do Brasil ainda não têm legislação específica sobre a matéria. Entretanto, a variedade de soluções que buscam o mesmo objetivo cria a oportunidade de avaliar e escolher as melhores aplicações para cada realidade”, complementa o pesquisador.

Modelo caseiro de coletor para água da chuva (Foto: reservatoriodeaguamineral.com.br)De qualquer forma, para Gomez, o fato de o Brasil ter uma regulamentação direcionada ao segmento o coloca em posição de vanguarda perante outros países que também se preocupam com a racionalização de recursos hídricos. “Por outro lado, países como Alemanha, Austrália e Japão ainda são o exemplo a seguir na eficácia de prática, fiscalização e abrangência das regulamentações nesse tema”, indica.

Intitulada “A view of the legislative scenario for rainwater harvesting in Brazil”, a pesquisa está disponível para acesso gratuito pelos usuários do Portal de Periódicos da Capes, por meio da revista científica Journal of Cleaner Production. Segundo Gomez, “a equipe (responsável pelo estudo) considera o Portal um recurso de informação valioso, utilizado como uma de nossas principais ferramentas de pesquisa”.

De acordo com o autor, a grande quantidade de informação de qualidade disponível em texto completo pelo Portal de Periódicos permite realizar pesquisas rigorosas sobre uma variada gama de áreas de atuação. “O Portal é essencial para o crescimento da ciência, pois o acesso à informação de qualidade é base para qualquer tipo de pesquisa”, sinaliza Gomez.

O pesquisador Yapur Dumit Gomez é autor do estudo (Foto: acervo pessoal)Sobre políticas de águas pluviais, Yapur Gomez afirma que o Brasil tem motivos para comemorar. “Há anos a pesquisa sobre o aproveitamento de água da chuva vem crescendo e, no Brasil, numerosos autores têm publicado bastante, tanto em periódicos nacionais como internacionais. Acredito que a contribuição brasileira com o tema seja de grande importância, não só pela qualidade das pesquisas, mas também pela variedade de ambientes em que são realizadas, como Floresta Amazônica, Semiárido Nordestino, Serra Gaúcha, entre outros tantos. Isto faz com que a investigação seja relevante para diferentes contextos que podem se apresentar ao redor do mundo”, conclui.

O artigo também conta com a autoria dos cientistas Paulo Pacheco, Izabelle de Oliveira e Luiza Teixeira.
Alice Oliveira dos Santos

Árvore que representa o Brasil recebe nova nomenclatura científica




Divulgação Científica



Sex, 04 de Novembro de 2016
Exemplar de pau-brasil adulto nas matas do cartão-postal carioca (Foto: arvoresdesaopaulo.wordpress.com)A árvore-símbolo do Brasil ganhou uma nova denominação. Artigo publicado pela revista científica PhytoKeys –  acessada  no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – utilizou sequências de DNA para analisar as relações entre o pau-brasil e 205 outras plantas tropicais com genética semelhante. O resultado foi que o pau-brasil é uma espécie única e, dessa forma, deve pertencer a um gênero distinto.

Intitulada “A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae)” a pesquisa teve condução de autores de diversas localidades, incluindo o pesquisador brasileiro Luciano Paganucci de Queiroz, da Universidade Estadual de Feira de Santana. Devido à relevância da espécie, os cientistas batizaram o gênero de Paubrasilia, versão latina do próprio nome da planta. Antes, o pau-brasil pertencia ao gênero Caesalpinia, que engloba as outras espécies envolvidas no estudo comparativo. O nome científico do pau-brasil muda, então, de Caesalpinia enchinata para Paubrasilia enchinata.

Os pesquisadores esperam que a identificação do novo gênero atraia atenção para a atual situação das florestas litorâneas brasileiras. De acordo com informações do artigo, "menos de 7% da Mata Atlântica no Brasil permanecem intactos e, durante trabalhos de campo recentes, foram testemunhadas evidências de tráfico ilegal de pau-brasil".

O estudo completo pode ser acessado pela comunidade acadêmica brasileira gratuitamente. Para isso, basta buscar uma instituição de ensino ou pesquisa participante do Portal de Periódicos da Capes. O título PhytoKeys pode ser localizado na opção Buscar periódico. A revista científica publica conteúdos revisados por pares e visa disseminar artigos que contribuam com pesquisas e intercâmbio de informações direcionadas a taxonomia, filogenia, biogeografia e evolução de plantas.

Com informações do jornal O Globo

Alice Oliveira dos Santos

Viver próximo a ruas movimentadas é fator de risco para desenvolver demência

Divulgação Científica



Sex, 06 de Janeiro de 2017
Poluição e ruídos poderiam contribuir para a perda de memória e capacidade mental, dizem cientistas (BBC News / EPA)Viver perto de estradas e ruas movimentadas pode afetar negativamente a cognição, aumentando as chances de o indivíduo desenvolver doenças como demência, mal de Parkinson e esclerose múltipla. É o que sugere um recente estudo publicado pela revista científica The Lancet – disponível no acervo do Portal de Periódicos da Capes. 

O estudo “Living near major roads and the incidence of dementia, Parkinson's disease, and multiple sclerosis: a population-based cohort study”, desenvolvido por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá, indica que até 11% dos casos de doenças mentais em pessoas que moram a 50 metros ou menos de uma grande via podem ser consequência da proximidade com o trânsito intenso.

Quase 50 milhões de pessoas no mundo têm demência. No entanto, as causas desse mal, que afeta a memória e a capacidade mental do indivíduo, ainda não são bem compreendidas. Os pesquisadores, que monitoraram dois milhões de pessoas no Canadá ao longo de 11 anos, afirmam que a poluição e o ruído podem contribuir para esse tipo de degeneração.

Hong Chen, um dos autores do estudo, afirmou em entrevista à BBC que "o crescimento da população e a urbanização levaram muitas pessoas a morarem próximas de locais com trânsito intenso". Assim, segundo ele, “junto com o aumento dos índices de demência, isso aponta para que mesmo um efeito modesto da exposição a vias próximas pode representar um risco à saúde pública". Todavia, Hong Chen reconhece que são necessárias mais pesquisas para estabelecer a ligação e os impactos de diferentes aspectos do trânsito.

Tom Dening, diretor do Centro para Demência da Universidade de Nottingham (Reino Unido), disse que os resultados são "interessantes e instigantes": “é plausível que a poluição no ar gerada pela fumaça de motores possa contribuir para uma patologia cerebral e, com o tempo, elevar o risco do desenvolvimento de demência. Essas evidências contribuem para deixar em alerta quem mora perto de um local com tráfego intenso".

Os especialistas apontam que o melhor a fazer para reduzir o risco é cultivar hábitos saudáveis para o corpo, como não fumar, fazer exercícios e ter uma boa alimentação.

Capa janeiro 2017 (Foto: The Lancet)Os resultados da pesquisa estão disponíveis na íntegra para os usuários do Portal de Periódicos. Para acessá-los, basta entrar na opção Buscar periódico e inserir o nome da publicação The Lancet. O título é uma das principais revistas médicas independentes do mundo. Com cobertura internacional, o periódico se estende a todos os aspectos da saúde humana. A publicação tem fator de impacto de 44.002 (2015, Journal Citation Reports, Thomson Reuters) e está atualmente em segundo lugar entre 155 revistas científicas na categoria “Medicine, General & Internal” (2015, Journal Citation Reports, Thomson Reuters)*.


Com informações da BBC Brasil

*Dados extraídos do JCR 2015 em 06/01/2017


Alice Oliveira dos Santos

Praticar corrida aumenta a capacidade cognitiva




Divulgação Científica



Sex, 27 de Janeiro de 2017
Praticar corrida aumenta a capacidade cognitiva, diz estudo (Foto: Google Imagens)O treinamento em habilidades motoras pode estar associado a mudanças em estruturas e funções neurais, sendo positivo para a capacidade cognitiva. É o que apresenta o artigo “Differences in resting state functional connectivity between young adult endurance athletes and healthy controls”, publicado pela revista científica Frontiers in Human Neuroscience. A publicação está disponível para acesso gratuito pela comunidade acadêmica brasileira neste link do Portal de Periódicos da Capes.

Os pesquisadores descobriram que corredores que competem longas distâncias mostram conexões cerebrais diferentes das apresentadas por pessoas saudáveis, mas sedentárias. Essas conexões foram identificadas em áreas do cérebro conhecidas por ajudar na cognição sofisticada: memória de trabalho, capacidade multitarefa, atenção, tomada de decisão e processamento de informações sensoriais.

A comunidade científica já sabe há algum tempo que atividades como ginástica e badminton afetam de forma positiva a cognição. No entanto, a corrida nunca havia sido considerada, até agora, um esporte que exigisse muito do cérebro. Os resultados sugerem que quem pratica o esporte com frequência tende a ter maior interação entre partes do cérebro dedicadas à cognição e ao foco mental.

“Nosso estudo mostra que correr pode não ser uma atividade tão simples. Requer habilidades de navegação complexas, além de uma capacidade de planejar, monitorar, responder ao ambiente e continuar com todas as atividades motoras sequenciais de execução, que são, elas próprias, complicadas”, disse Gene Alexander, um dos cientistas responsáveis pelo trabalho, ao jornal O Globo.

O periódico Frontiers in Human Neuroscience tem um fator de impacto de 3.634, segundo o Journal Citation Reports (2015, Thomson Reuters). Desde o seu lançamento, em 2008, tornou-se uma das revistas científicas mais citadas nas áreas de psicologia e neurociências. O título pode ser localizado a partir da opção Buscar periódico do Portal.

Com informações do jornal O Globo

Alice Oliveira dos Santos