sábado, 14 de maio de 2016

Medida Incerta.São Paulo tem sede e a região de Juquitiba tem bastante água para fornecer. Mas o volume que a Sabesp diz que pretende captar no reservatório de Cachoeira do França é superior ao registrado na outorga.

Sexta-feira, 13 de maio de 2016


São Paulo tem sede e a região de Juquitiba tem bastante água para fornecer. Mas o volume que a Sabesp diz que pretende captar no reservatório de Cachoeira do França é superior ao registrado na outorga.

Por Magali Cabral, da Página 22 –

A pouco mais de 100 km de São Paulo, no Vale do Ribeira, em direção ao Paraná, há uma floresta nativa de Mata Atlântica de 31 mil hectares – área dez vezes maior que a da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e cinco vezes o tamanho do Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo. O grupo empresarial Votorantim, proprietário dessa reserva, chamada de Legado das Águas, decidiu substituir o sistema de vigilância particular que durante décadas afugentou grileiros e caçadores e controlou incêndios por um plano estratégico de gestão desenvolvido pela Conservação Internacional: será lançada em 2017 uma série de programas de geração de valor para o território, beneficiando no mínimo os três municípios por onde se estende a reserva ¬– Tapiraí, Miracatu e Juquiá.

Entretanto, uma ameaça ainda ronda não apenas o Legado da Águas e esses três municípios, mas toda a área à jusante de Juquitiba: o risco de redução drástica da vazão das águas que banham a região. Para desafogar o debilitado Sistema Cantareira, a Sabesp começará a abastecer uma parte da região Metropolitana de São Paulo com água do reservatório Cachoeira do França, em Juquitiba. Após realizar um estudo de impacto ambiental, a empresa obteve do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) outorga para captar 4,7 metros cúbicos por segundo (m3/s).

Em tese, não haverá problemas nos fluxos de água que irrigam a região, pois a empresa de saneamento realizou o estudo de impacto ambiental e, segundo a assessoria de imprensa (a Sabesp não quis agendar entrevista, preferindo enviar a resposta por e-mail) “a água que segue é mais do que suficiente para manter o equilíbrio hidrológico rio abaixo.” Entretanto, há uma divergência de informação quanto ao volume de água a ser retirado. A Sabesp informou que a outorga para o empreendimento é de até 6,4m3/s. O DAEE, no entanto, confirmou por e-mail, em 5 de maio, que a outorga naquela bacia continua sendo de 4,7m3/s, tão somente.

Para o professor titular do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Ribeiro Rodrigues, dificilmente haveria uma repercussão grave na vegetação ciliar e na fauna dos rios se a captação se restringir aos volumes considerados no estudo de impacto ambiental. Mas ultrapassar a captação permitida em 36%, como a Sabesp vem anunciando, é uma medida arriscada. A alteração da dinâmica dos rios com exposição da margem dos rios seguramente mexerá com a movimentação da fauna que ocorre em meio a vegetação ciliar. “Além disso, tem também uma questão social, que é o abastecimento das pessoas rio abaixo”, afirma.

A represa do França é alimentada pelo Rio Juquiá, que corta o Legado das Águas e margeia o Parque Estadual Jurupará. O Juquiá também “alimenta” o Rio São Lourencinho (que cruza o Parque Estadual da Serra do Mar) e o Rio Itariri (em Miracatu).

Para o gerente de Sustentabilidade da Votorantim, David Canassa, todos
os estudos indicam que a retirada de 4,7 m3/ s causará impacto no limite da sustentabilidade da bacia do Juquiá, assim como reduzirá a geração de energia para a empresa. “Mas isso faz parte”, explica. “O múltiplo uso da água é previsto em lei”.

Quanto à possibilidade de a Sabesp vir a retirar mais água da bacia, Canassa crê que seria prudente a verificação do impacto sistêmico dessa retirada extra, não só no entorno do reservatório do França, mas ao longo de toda a cascata, até onde o Juquiá encontra-se com o Ribeira de Iguape, já próximo ao Litoral Sul do estado.

O legado

Com 782 espécies de plantas já catalogadas e uma fauna sortida, com direito a animais de topo de cadeia como onças-pardas, cachorro-vinagre e antas, no ano que vem, o Legado das Águas será aberto ao público. Abrigará atividades científicas, educacionais e de sustentabilidade.

Muita coisa já está acontecendo. Há um polo voltado para a educação ambiental em plena atividade e um viveiro em fase de desenvolvimento, que fornecerá mudas para recomposição de florestas de Mata Atlântica feitas a partir de material genético retirado de plantas nativas.

A Votorantim pretende promover pesquisas científicas e estudos em biotecnologia em parceria com universidades, além de desenvolver as cadeias produtivas locais, incluindo o ecoturismo. “Por meio de um projeto de apoio à gestão pública, vamos ajudar os municípios a se estruturarem para que cresçam junto com os empreendimentos do Legado das Águas”, informa Canassa.

Também está nos planos da empresa fornecer áreas de vegetação nativa a agricultores com déficit em suas Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) e alugar ou arrendar até mil hectares de Reserva Legal.

A questão primordial, no entanto, é garantir que haverá água suficiente para matar a sede de São Paulo e não matar de sede esse pouco de floresta nativa restante em São Paulo.

Fonte: Envolverde

Espécies ameaçadas de extinção: Quanto antes agirmos, mais chances teremos

 artigo de Teresa Avila Pires

Publicado em maio 11, 2016 por



opinião

[EcoDebate] As listas de espécies ameaçadas de extinção (conhecidas como “listas vermelhas”) representam uma parte essencial da política de Estado para garantir que fauna, flora e micro-organismos nativos sejam protegidos, o que é responsabilidade tanto do Poder Público como da coletividade e está prevista na Constituição Federal brasileira (art. 225).


Apesar dessa relevância, alguns setores da sociedade ainda não entendem dois pontos fundamentais: primeiro, que ignorar os sinais de que uma espécie está em declínio é o caminho mais rápido para o seu desaparecimento; segundo, que reconhecer que a espécie está ameaçada é o primeiro passo para se analisar quais ações devem ser tomadas para que ela se recupere.


Portanto, a lista vermelha é fundamental para evitar extinções, de forma a manter populações saudáveis das espécies nativas, permitindo assim a continuidade de sua existência, dos serviços ambientais relacionados com essas espécies e, em determinados casos, do seu uso econômico pela humanidade.


O Brasil possui listas vermelhas desde 1968, sendo que as mais recentes foram publicadas pelas portarias 443, 444 e 445 do Ministério do Meio Ambiente, de dezembro de 2014, e se referem à flora, aos peixes e invertebrados aquáticos, e aos demais animais.



Elaboradas a partir de critérios científicos reconhecidos internacionalmente, essas três relações contemplam no total 3.652 espécies, que estão divididas nos seguintes níveis de ameaça: “vulnerável”, “em perigo”, “criticamente em perigo” e, no caso de uma ave, “extinta na natureza”. Entre os principais fatores que as colocam em risco estão a destruição de habitat e a sobre-explotação – que acontece quando sua retirada da natureza é tão intensa que impossibilita sua reposição.


Este último é o que provoca maior reação contrária às listas, pois está ligada ao uso econômico de alguns animais e plantas. Por exemplo, em 2015, uma liminar suspendeu a Portaria 445 que trata dos peixes e invertebrados aquáticos, o que foi resultado direto de pressão do setor pesqueiro. Também no ano passado, cinco projetos de Decreto Legislativo tentaram sustar as portarias que criam as listas vermelhas, entre eles três do Senador Ronaldo Caiado, referentes às três listas. 


Diante da repercussão negativa e da reação de vários setores da sociedade, os projetos do Senador Caiado foram retirados de pauta e foi proposta a realização de audiências públicas para a discussão do tema. Contudo, como esses projetos de lei podem ser desarquivados a qualquer momento, é necessário fortalecer na sociedade brasileira o papel que as listas vermelhas têm para evitar o colapso das espécies listadas.



Para além dos interesses econômicos imediatos, é importante também que as pessoas tenham consciência de que, apesar de toda a tecnologia e de vivermos em ambientes altamente modificados, ainda dependemos, e sempre dependeremos, do meio ambiente. Se nós seres humanos quisermos sobreviver como espécie, precisamos preservar a natureza e os serviços ambientais que ela nos presta. Isso inclui ar limpo para respirarmos, água limpa, alimentos, fontes de remédios, um clima suportável, enfim, grande parte do que torna nosso planeta habitável.


Embora possa parecer espantoso, ainda estamos longe de conhecer todas as formas de vida que existem na Terra e as intrincadas relações entre elas. Entretanto, conhecemos o suficiente para sabermos da importância dessa grande diversidade. Não temos ideia de quanto – ou o que – seria inócuo perder, mas é certo que há um limite.


Quanto antes agirmos, mais chances teremos para amenizar as alterações ambientais que já nos levaram a uma situação-limite que está afetando o clima e a sobrevivência de muitas espécies.


O homem se orgulha de ser um “animal inteligente” e ético. Porém, quão inteligente e ético seria destruir as espécies que compartilham conosco o planeta? A sabedoria popular nos diz que “é melhor prevenir que remediar”, e nesse ponto, ela está totalmente certa.


* Teresa Avila Pires é pesquisadora do Museu paraense Emílio Goeldi/CZO e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

in EcoDebate, 11/05/2016
"Espécies ameaçadas de extinção: Quanto antes agirmos, mais chances teremos, artigo de Teresa Avila Pires," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 11/05/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/05/11/especies-ameacadas-de-extincao-quanto-antes-agirmos-mais-chances-teremos-artigo-de-teresa-avila-pires/.

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

ONG leva agricultura urbana à região carente de SP

sexta-feira, 13 de maio de 2016


A zona leste de São Paulo já ganhou 21 hortas comunitárias criadas pelo programa da ONG.


 A agricultura comunitária é uma ferramenta muito importante para garantir a segurança alimentar e promover a autossuficiência financeira. Essas premissas foram os grandes incentivadores para a criação da Organização Cidade Sem Fome, idealizada por Hans Dieter Temp, em São Paulo.

O projeto começou em 2004 na zona leste da capital paulista. A região concentra cerca de 3,3 milhões de habitantes e tem metade do Índice de Desenvolvimento Humano da zona sul da cidade, por exemplo. Os altos níveis de desemprego colaboram para essa deficiência social, mas a agricultura urbana surgiu como uma resposta a esse problema, conforme explicado na página da ONG. “O objetivo era [em 2004] e continua sendo a integração social de grupos vulneráveis, utilizando como ferramenta de inclusão trabalho de horticultura, que contribuem efetivamente na melhora da alimentação das crianças e dos adultos”, diz o site.

Os trabalhos realizados pela instituição são divididos em quatro vertentes, sempre tendo o plantio comunitário como fator principal. O primeiro deles é o Projeto Hortas Comunitárias. Desde que o programa teve início, a zona leste de São Paulo já ganhou 21 hortas comunitárias criadas pela Cidade Sem Fome. A estrutura atende a 115 pessoas, capacitadas como agricultores urbanos. O trabalho beneficia a eles e às famílias, garantindo a subsistência de 650 pessoas. O mesmo projeto já capacitou quase mil pessoas, que receberam instruções para a produção de alimentos e a comercialização dos produtos.

O segundo modelo envolve agricultura, subsistência, sustentabilidade e educação. O Projeto Hortas Escolares leva o plantio até as escolas públicas, envolvendo alunos, pais e professores. O objetivo deste trabalho é facilitar o acesso à alimentação saudável, prevenir a desnutrição e a deficiência alimentar em regiões com vulnerabilidade social. Desde 2004, 17 hortas já foram implantadas e 4.622 alunos passaram pelas atividades nas escolas.

A Cidades Sem Fome ainda criou uma metodologia sustentável para a construção de estufas agrícolas. Este é o foco do Projeto Estufas Agrícolas. As estruturas são edificadas através do uso de materiais alternativos, que reduzem em 50% os custos da construção, mas proporcionam os mesmo resultados das estufas tradicionais. Através dessas estruturas é possível garantir o cultivo durante todo o ano, independente das condições climáticas externas. A ONG já construiu sete estufas alternativas e outras duas estão em fase de planejamento.

Após ter tido sucesso nas ações realizadas na cidade de São Paulo, a organização expandiu o trabalho para outro estado, o Rio Grande do Sul, através do Projeto Pequenos Agricultores Familiares. Implantado na cidade de Agudo, o programa ajuda os pequenos produtores a diversificarem o cultivo, agregarem valor e encontrarem novas oportunidades de negócios. O trabalho é muito importante para a comunidade local, pois, após décadas investindo apenas na monocultura do tabaco, o município tenta se recuperar da deficiência na produção de alimentos. No projeto são usadas as estufas agrícolas e os agricultores recebem treinamento e capacitação.

O trabalho da ONG já recebeu premiações nacionais e internacionais por sua importância socioambiental. A organização conta com o apoio de empresas parceiras e doações para financiar os trabalhos. Clique aqui para conhecer mais e saber como participar.


Fonte:     Ciclo Vivo

5 grandes civilizações mundiais destruídas por mudanças climáticas


Grandes civilizações viram o seu declínio ser ocasionado por mudanças na temperatura e falta de chuva.

Desde que o mundo existe, o clima passou por diversas mudanças. Algumas delas foram tão drásticas que destruíram civilizações extremamente fortes e sólidas. Na reportagem de Catie Leary, para o site Mother Nature Network, cinco dessas grandes civilizações foram listadas. Veja abaixo quais são elas.

1.    Anasazi – Estados Unidos
O povo nativo dos Estados Unidos formava uma das civilizações antigas mais famosas por seu colapso decorrente das mudanças no clima. Eles habitavam o Planalto do Colorado e em algum momento entre o século 12 e 13, simplesmente abandonaram a região. Não existem provas evidentes do que tenha causado o êxodo, mas os cientistas norte-americanos acreditam que a evasão tenha coincidido com um período de seca prolongada, que limitou a produção de alimentos e dificultou a habitação na região.


2.    Império Khmer – Camboja
Estabelecido pela primeira vez no século IX, Angkor Wat foi um dos maiores centros urbanos pré-industriais do mundo. O local abrigava o poderoso Império Khmer, famoso por sua riqueza, arte e arquitetura, que incluía canais e reservatórios de água. Mesmo com toda essa estrutura, no século XV, a cidade começou a se perder devido a uma crise hídrica e à exploração excessiva dos recursos naturais. A cientistas Mary Beth Day, da LiveScience, considera esse um grande exemplo de como a tecnologia às vezes não é suficiente para evitar colapsos em tempo de instabilidade e condições ambientais extremas.


3.    Norse Vikings – Groenlândia
Os tradicionais vikings que habitavam o sul da Groenlândia prosperaram durante muitos anos. No entanto, seu declínio começou no século XIV. As teorias para isso são muitas, mas entre os pesquisadores diversas causas apontadas estão conectadas às mudanças no clima. De acordo com os historiadores, os vikings chegaram à Groenlândia entre 800 e 1.200 D.C., um período com temperaturas amenas, propício o cultivo e à vida ao ar-livre. No entanto, entre os séculos XIV e XV o mundo passou por uma pequena Era do Gelo. Em 1.500 todos os assentamentos nórdicos tinham sido abandonados e trocados por terras mais quentes.


4.    Harappan – Paquistão
Esta civilização paquistanesa foi muito próspera durante a Idade do Bronze. Além de abrigar uma população de incríveis cinco milhões de pessoas, eles tinham um sistema de planejamento urbano de água altamente avançado. Assim como ocorreu em outros locais do mundo, o declínio veio em consequência de uma grande seca. Com base nos resíduos arqueológicos, os pesquisadores descobriram que a quantidade de chuvas na região durante o verão diminuiu drasticamente durante 200 anos. O período coincidiu com secas graves ocorridas no Egito e na Grécia.


5.    Maia – México
Os maias também fazem parte do grupo de civilizações conhecidas em todo o mundo e com enorme influência na história ocidental. O colapso desse povo aconteceu entre os séculos VIII e IX e tem sido alvo de pesquisadores há muitos anos. A evasão maia é um verdadeiro mistério e as teorias vão desde epidemias de doenças até invasão estrangeira. Neste meio de hipóteses está a de que uma mudança climática ocasionou uma seca extrema, que durou 200 anos. Por estarem cercada de desertos, as cidades maias dependiam muito dos sistemas de armazenamento de água da chuva. Com a estiagem, os reservatórios ficaram em baixa e a população comprometida acabou se espalhando para outras regiões.

Fonte: Ciclo Vivo

Ela ainda está por aqui e não sofre, portanto acho que estamos fazendo a coisa certa.

Quando a responsabilidade encontra a tristeza

É um milagre que hoje existam esses excelentes métodos de diagnóstico para nossos cães (para nós também), mas às vezes você não quer ouvir o resultado.
Estadao cadelamercy 1
Minha cachorrinha Mercy ficou cega e uma operação de catarata era complicada por causa da idade dela, pois já é velhinha e me preocupava com os possíveis efeitos colaterais.



Mas ela estava tão deprimida por não enxergar que achei que tinha de fazer alguma coisa. Depois de uma cirurgia bem sucedida demorou algum tempo para ela se curar, por causa de complicações, mas estava muito mais feliz por conseguir ver de novo. Cheirar o piso da cozinha é seu hobby predileto, o que ela deixara de fazer quando ficou cega.


Na semana passada ela parou de comer pela manhã e já não ficava cheirando pela cozinha. Então levei-a ao veterinário, que realizou alguns testes e por medida de segurança, receitou um antibiótico. Sabia que Mercy era sensível a remédio, mas o veterinário me assegurou que o medicamento tinha poucas implicações. Infelizmente não foi o que ocorreu com ela e depois de um dia apenas tivemos de suspender a medicação. Nessa ocasião, Mercy estava mais debilitada, por isso decidimos fazer um exame de sangue.


É um milagre que hoje existam esses excelentes métodos de diagnóstico para nossos cães (para nós também), mas às vezes você não quer ouvir o resultado. Depois do exame de sangue tive de esperar e em seguida a veterinária nos chamou na outra sala.


Com lágrimas nos olhos, ela nos informou que Mercy estava com uma deficiência real provocada por um câncer e que esse era o começo do fim. A veterinária estava ciente do que passamos durante o ano e o quanto eu amava minha cachorrinha, e me abraçou.
Agora começamos a aplicar injeções em Mercy: já fiz isto antes e não é nada agradável, mas pelo menos nós a mantemos tranquila enquanto quiser continuar neste mundo. Não sei quando ela morrerá, mas certamente sentirei muito.


Em uma visita recente a veterinária disse-me que em sete anos havia visto somente três pessoas tratarem assim seu animal. As demais simplesmente as colocavam para dormir, mas eu não consigo fazer isto com esta criatura que não está com dor e ainda quer ficar por aqui. Quando isto mudar, daremos o próximo passo.


Uma parte de mim questiona se ela estaria bem se não tivesse feito a cirurgia de catarata ou se fiz alguma coisa errada. Mesmo que ela esteja de fato muito mais feliz por conseguir enxergar, sinto que cometi algum erro em determinado momento. E no fundo, sei também que Mercy teve o melhor dos cuidados desde o dia em que a socorri. Quando decidimos melhorar a qualidade das nossas vidas, assumimos o risco. Isto ensinou-me que, depois de anos de dor, alguns meses de felicidade fazem uma grande diferença. É o que sempre me lembrarei no futuro.

Se um cliente me procura com este problema, digo que depois de amar um animal por mais de uma década, você não pode fazer nada senão lhe dar uma vida ótima que nunca ele teria sem você. É o que digo para mim também.

Agora meu foco é tentar que Mercy coma alguma coisa e quando ela come fico aliviado. Você deveria ver a variedade de alimentos que coloco à sua frente na hora da sua refeição. Nunca sei o que vai interessá-la. Abandonei seu café da manhã costumeiro pelo qual há algumas semanas apenas ela ficava ansiosa. Agora ofereço um leve brunch de qualquer coisa que ela irá aceitar e depois tentamos o juntar. Ela fica mais animada a comer quando estamos cozinhando, de modo que agora aprendi uma nova profissão - chef gourmet de cachorrinhos.

Há uma tristeza geral em toda a casa, mas sei que temos de seguir em frente na vida. Na verdade gostaria que o mundo parasse e eu pudesse ajudá-la na sua transição para o próximo plano. Nunca acreditei em paraíso ou inferno, mas saber que poderia um dia ver meu cãozinho novamente permite-me ter algo a que me apegar e observá-la passando por isto é um inferno, portanto espero que paraíso e inferno existam. Quando encaramos a morte com frequência nos tornamos mais espiritualistas e isso só pode trazer mais paz quando chegar o momento. Mas não importa, você não consegue fugir dos sentimentos que isto implicará.

Tudo o que podemos fazer é desfrutar os momentos preciosos que passamos com alguém quando está pronto para sua última jornada. Ela ainda está por aqui e não sofre, portanto acho que estamos fazendo a coisa certa.

Fonte: Estadão

A "facada" de quem devolve cães como se fossem "mobília"


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Não falamos de uma peça de roupa que tem 30 dias para trocar ou devolver. Ou até de um produto cujo prazo de validade está expirar. Falamos de um ser vivo que recebeu o seu tutor de braços abertos e tentou à sua maneira demonstrar todo o carinho que sentia mas que acabou por ser devolvido.


Mesmo depois de ter entrado em vigor em 2014 a lei que criminaliza os maus-tratos a animais, parece não ter sido suficiente para terminar com os abusos que se ouvem todos os dias.


Por esse motivo, o PAN, PS, Bloco de Esquerda e PSD foram ao Parlamento de Portugal esta quinta-feira para mudar a lei que vê os animais como "coisas", de forma a alterar o seu estatuto jurídico e a aplicar penas mais pesadas a quem os mal trate.


O abandono também é uma forma de mal tratar estes fiéis amigos do homem. O Notícias Ao Minuto procurou saber junto de duas associações que acolhem estes animais abandonados à nascença (e não só) para perceber o que leva uma família a adotar estes animais, para mais tarde os devolver.


Na União Zoófila, associação que tem denunciado bastante estes casos no Facebook, há registo de cinco animais adotados por ano que acabam por ser devolvidos.


Como justificam estas famílias a devolução destes seres?
“No caso dos cães, se forem bebés, as famílias adotantes invocam, um ou dois anos depois, que eles cresceram demais”, explica a responsável pela União Zoófila.


Estas famílias são alertadas à partida de todas as 'traquinices' que estes fiéis companheiros podem fazer ao início. Entusiasmadas dizem estar dispostas a tudo. Mas rapidamente o cenário muda.

“Dizem que os cães ladram, mordem, fazem chichi onde não devem, estragam coisas”, refere a União Zoófila.

Na União Para a Proteção dos Animais (UPPA) há também registo de algumas devoluções, mas por tentarem ser o mais rigorosos possíveis no processo para evitar estas situações o registo não é significativo. Contudo, a maior taxa de devolução prende-se com cachorros, falamos de “bebés de meses”.

Há quem também, por necessidade, tenha de ir trabalhar para fora, e por achar que é mais fácil “desfazer-se” do animal acaba por o entregar. Mas como explica a associação, “há muitos emigrantes que levam os seus animais”.

O "nascimento de um filho ou uma nova namorada/o que não gosta do cão” são outras razões válidas para estas famílias, mas não para estes animais.

Em declarações ao Notícias Ao Minuto, a treinadora de cães da Dog Instinct, Andreia Lauro, especializada em ajudar tutores nos treinos dos seus 'pequenos' remete para a questão que foi debatida esta semana no Parlamento, a de os animais serem encarados como “coisas”.

“Não vejo os animais como coisas, objetos que não gostamos de ver na sala e que vamos devolver à loja. É um compromisso que tem de ser assumido para a vida, nossa e deles”, sublinha.

“Há quem devolva um cachorro ao fim de um dia porque ganiu a noite toda e fez as necessidades fora do lugar. Há quem entregue um animal idoso ao canil e diga que vai buscar um cachorrinho porque é mais engraçado”, adianta a treinadora.


Um regresso "devastador" para quem já amou e perdeu esse carinho
Esse regresso não é fácil. “É devastador para os animais. Os gatos deprimem de tal maneira que recusam a comida e, frequentemente, morrem. Os cães não se mexem, também não comem, não urinam, nem defecam nas boxes, uivam, ganem, não entendem o que aconteceu. Se não são adotados de novo rapidamente tornam-se desconfiados”, conta a União Zoófila.

“Outros ficam apáticos com os focinhos enfiados nas grades. É uma 'facada' psicológica muito grande para o cão, que até aquele momento estava no calor de um lar com as pessoas que amava e de repente vê-se fechado numa box no meio de cães que não conhece, num sítio completamente estranho e com pessoas desconhecidas”, salienta a UPPA.

Histórias de abandono
A União Zoófila conta ainda o caso de um cão que chegou à instituição “há cerca de cinco anos” muito “magro e com marcas de acorrentamento”. Mas quando entraram em contacto com o adotante, pouco tempo antes, tudo “parecia correr muito bem”. Porém, souberam que o “adotante se separou e encontrou uma nova companheira que engravidara”.

Também a UPPA tem uma história que os marcou. “Até hoje a história de devolução que mais nos entristeceu foi a de um cão que demos em cachorro e passados três anos, sim três anos... devolveram-nos o animal porque estavam fartos das 'asneiras' que ele fazia quando ficava em casa sozinho. Foi traumático para o cão e para nós, pois era uma família que ia enviando fotografias e notícias e nunca deu a entender que algo não estava bem. Três anos depois devolveram-no como se fosse 'mobília' que já não querem mais".


“A história que mais me marcou e que não esqueço é a de uma cadela adotada em filhote e devolvida com oito/nove anos de idade porque tinha deixado de andar e de subir ou descer as escadas do prédio. A associação prontificou-se a aceitar o animal e após ser vista do veterinário rapidamente perceberam o motivo pelo qual o animal não queria andar: tinha uma pata partida”, conta a treinadora Andreia.


Será que as famílias que os devolvem dão a cara nesse momento?


Não há uma idade comum para este regresso, ou são cachorros que depois de crescerem já não satisfazem as famílias ou são cães adultos devolvidos porque os tutores mudaram de casa ou até animais muito idosos, adotados em bebés, que acabaram por ser devolvidos porque deixaram de ser capazes de subir as escadas com autonomia.


Como se combatem as devoluções (e não, não estamos a falar de uma peça de roupa ou de um produto em que o prazo de validade está quase a expirar)


“Para combater as devoluções, tentamos ser rigorosos na escolha dos adotantes, enviamos um questionário prévio para preenchimento, fazemos uma entrevista durante a visita, aconselhamos treinos em escolas e no caso dos bebés até facultamos um manual com indicações sobre a melhor maneira de os educar”, refere a UPPA.


“Informar, sensibilizar e acompanhar as adoções. E mesmo assim há sempre um adotante que nos desilude”, concretiza a treinadora.


Fonte: Notícias ao Minuto / mantida a grafia lusitana original

Foto de funcionária de reserva chorando por rinoceronte morto mostra impacto de nossa ganância

Por Aisling Maria Cronin / Tradução de Alice Wehrle Gomide


Poucas espécies animais são tão reverenciadas e admiradas como os rinocerontes. E estes gigantes gentis são renomados por sua graça, sua dignidade e sua habilidade de formar fortes laços emocionais uns com os outros. Entretanto, a trágica notícia é que, devido à ganância humana, eles podem não continuar a existir em nosso planeta por muito tempo.
Um mito danoso de que os chifres destes animais contêm propriedades medicinais está sendo responsável pelo progressivo declínio dessa espécie nas últimas décadas. 


Na realidade, o chifre do rinoceronte é composto de uma proteína chamada queratina (a mesma proteína que forma o cabelo e as unhas dos humanos), então qualquer suposto “benefício” que alguém acredita que possa obter ao consumir o chifre, pode ser obtido ao morder suas próprias unhas. Entretanto, o mito das supostas “propriedades medicinais” do chifre de rinoceronte causou um impacto devastador na espécie.


Os rinocerontes de Java foram declarados extintos em 2011, enquanto que os rinocerontes negros ocidentais tiveram o mesmo destino em 2013. As subespécies de Sumatra e dos rinocerontes negros estão atualmente classificadas como “criticamente ameaçadas” pelo International Union for the Conservation of Nature (IUCN – União Internacional pela Conservação da Natureza). Depois da morte de Nola – uma dos últimos quatro rinocerontes brancos do norte – em novembro do ano passado, a perspectiva para esta subespécie também é extremamente sombria. Uma média de três rinocerontes é morta pelos seus chifres a cada dia.


Os guardas-florestais e trabalhadores de proteção da vida selvagem estão na linha de frente da luta contra a caça ilegal de animais selvagens. Com gangues armadas de caçadores constantemente à espreita de oportunidades para lucrarem com a morte de animais ameaçados, estes corajosos indivíduos que dedicam suas vidas para protegê-los devem estar sempre vigilantes também. 


Equipes anti-caça como a Black Mambas da África do Sul já conquistaram taxas incríveis de sucesso nos últimos anos, mas não há dúvida de que seu trabalho pode ser incrivelmente difícil. Guardas-florestais e funcionários da proteção da vida selvagem algumas vezes perdem suas vidas na luta para proteger os animais ameaçados de extinção.


Conforme esta foto demonstra, a carga emocional que este trabalho causa pode ser extremamente esmagadora também.
AfricaDoSul foto funcionaria chorando rinoceronte mortoFoto: speldhurst/Imgur
A foto foi tirada no Mankwe Wildlife Reserve, na África do Sul, e mostra a funcionária Lynne McTavish chorando por um rinoceronte na reserva que foi tragicamente morto por caçadores. 

O usuário do Imgur Speldhurst, que compartilhou esta poderosa fotografia, disse, “Eu conheci esta mulher e sua equipe, e eles sacrificam tudo que possuem diariamente na luta contra os caçadores. Eu os vi cuidar dos rinocerontes que agora estão mortos; com patrulhas a cada hora, contagens diárias e checagens incontáveis.


Sua abnegação e bondade extraordinárias são como nada que já vi em toda minha vida”. É difícil para nós, que nunca trabalhamos na linha de frente da luta contra a caça, conseguir imaginar a tristeza que McTravish sentiu ao saber que um dos rinocerontes pelo qual ela trabalha tão apaixonadamente para salvar foi brutalmente morto.


Fonte: One Green Planet

Fique feliz pelo resto do dia.

Que gracinha!


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Fique feliz pelo resto do dia.
http://diariodebiologia.com/

Essa estrada vai longe!!

Essa estrada vai longe!
South Australia

Estrada sem grade de separação.Quantos animais são atropelados por ano?

Macaquinhos engraçados! (sagui de bigode)

https://www.facebook.com/1662300494050116/videos/1689451161335049/


Macaquinhos engraçadinhos!


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O sagui-de-bigode (Saguinus mystax) é uma espécie de primata do Novo Mundo que ocorre na Amazônia brasileira e no Peru. Ocorre ao sul do rio Amazonas e oeste dos rios Ucayali e Tapiche no Peru e a oeste do rio Juruá e sul do rio Solimões no Brasil.[3]


Trata-se de uma espécie comum no Peru e Brasil, além de ser encontrada em unidades de conservação, como o Parque Nacional da Serra do Divisor, e portanto, não corre risco de extinção.[3]
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