quinta-feira, 8 de outubro de 2015

No dia em que uma piada homofóbica de mau gosto ou uma gaffe ambígua não causarem reações histéricas nem rasgar de vestes nas redes sociais, nos media, nem exigências de execução sumária do infeliz humorista ou jornalista que as proferiu, aí sim, significará que os homossexuais estarão completamente integrados e aceitos na comunidade.

O mau gosto e a ditadura do politicamente correto

De Rodrigo da Fonseca, no site O Insurgente, de Portugal (lá como cá, haja privilégios para as minorias, que, mal-humoradas, se julgam intocáveis):


No dia em que uma piada homofóbica de mau gosto ou uma gaffe ambígua não causarem reações histéricas nem rasgar de vestes nas redes sociais, nos media, nem exigências de execução sumária do infeliz humorista ou jornalista que as proferiu, aí sim, significará que os homossexuais estarão completamente integrados e aceites na comunidade. Numa sociedade plural, onde abundam os insultos mais gratuitos a tudo e todos – que nos geram indiferença -, onde a tolerância nos obriga a aceitar o mau gosto, é lamentável que se crie um regime de excepção para uma gaffe ou um insulto que, bem espremido, não tem importância nenhuma. 

Fazer de um gay assumido e bem casado uma flor incapaz de ouvir uma piada de mau gosto, mas sem qualquer impacto que não o do mero insulto, não promove a igualdade: segrega. Aliás, não encontro comportamento mais estigmatizante do que este desproporcionado paternalismo pro-gay. Percebo que o próprio Quintanilha se indigne, e proteste, já que poderá ter sido visado. Já as reações das virgens ofendidas por osmose parecem-me verdadeiramente patéticas.

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