O mau gosto e a ditadura do politicamente correto
De Rodrigo da Fonseca, no site O Insurgente, de Portugal (lá como cá, haja privilégios para as minorias, que, mal-humoradas, se julgam intocáveis):
No dia em
que uma piada homofóbica de mau gosto ou uma gaffe ambígua não causarem
reações histéricas nem rasgar de vestes nas redes sociais, nos media,
nem exigências de execução sumária do infeliz humorista ou jornalista
que as proferiu, aí sim, significará que os homossexuais estarão
completamente integrados e aceites na comunidade. Numa sociedade plural,
onde abundam os insultos mais gratuitos a tudo e todos – que nos geram
indiferença -, onde a tolerância nos obriga a aceitar o mau gosto, é
lamentável que se crie um regime de excepção para uma gaffe ou um
insulto que, bem espremido, não tem importância nenhuma.
Fazer de
um gay assumido e bem casado uma flor incapaz de ouvir uma piada de mau
gosto, mas sem qualquer impacto que não o do mero insulto, não promove a
igualdade: segrega. Aliás, não encontro comportamento mais
estigmatizante do que este desproporcionado paternalismo pro-gay.
Percebo que o próprio Quintanilha se indigne, e proteste, já que poderá
ter sido visado. Já as reações das virgens ofendidas por osmose
parecem-me verdadeiramente patéticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário