quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Áreas Úmidas

 https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/ecossistemas-1/areas-umidas

Áreas Úmidas

Publicado em 13/12/2021 11h45 Atualizado em 04/07/2022 13h40

O que são zonas ou áreas úmidas?   

Diversos ambientes essenciais para a natureza e para nossa sociedade são áreas úmidas como por exemplo lagoas, lagunas, manguezais, campos ou florestas alagadas, veredas, várzeas, reservatórios de água, turfas e Pantanal. Elas podem ser definidas como:  

“Áreas Úmidas são ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica” (Recomendação CNZU nº 7, de 11 de junho de 2015)

Qual a importância das áreas úmidas?  

As áreas úmidas são ambientes fundamentais para o ciclo da água, para a conservação da biodiversidade, para a regulação climática e para o fornecimento de alimentos. Ou seja, fornecem serviços ecossistêmicos essenciais para a natureza, a economia, a saúde e o bem-estar de populações humanas. Elas, por exemplo, são responsáveis por promover:   

  • mitigação e adaptação às mudanças climáticas: áreas úmidas são os ecossistemas com maior capacidade de estocar carbono, com destaque para os manguezais, que absorvem mais carbono que florestas tropicais, e as turfeiras, que ocupam 3% da superfície do planeta e retém 30% do carbono terrestre, duas vezes mais do que todas as florestas do mundo juntas;   
  • controle de inundações e de secas: áreas úmidas estocam grandes volumes de água e reduzem abruptas entradas de água nas cidades e áreas rurais;   
  • recarga de aquíferos: as áreas úmidas permitem que a água infiltre no solo, abasteça e seja abastecida pelas águas subterrâneas, que são essenciais para o consumo urbano e para a agricultura;   
  • filtragem e purificação de águas: áreas úmidas contribuem diretamente na melhoria da qualidade da água que consumimos;   
  • habitat para fauna e flora: muitas espécies dependem parcial ou totalmente dessas áreas para viver e se reproduzir. Um quarto das espécies que habitam áreas úmidas no mundo estão ameaçadas de extinção. Ou seja, sem a devida conservação e o uso sustentável das áreas úmidas muitas espécies terão ou continuarão com declínio de sua população e serão extintas da natureza;   
  • estabilização da costa: ecossistemas costeiros protegem a infraestrutura de cidades e da área rural ao absorver o impacto de ondas e tempestades;   
  • provisão de alimentos e meios de subsistência: áreas úmidas são importantíssimos locais de pesca, de agricultura (ex: arroz), de coleta de produtos da sociobiodiversidade (ex: açaí), da pecuária (ex: pastos na pecuária pantaneira), de transporte, etc.;  
  • recreação, turismo e valor cultural: praias, rios e lagos são exemplos de áreas úmidas onde se praticam diversas atividades como nadar, passear, contemplar, pescar, etc. 
     

Por que promover o uso sustentável e a conservação das áreas úmidas no Brasil?  

 

O Brasil é reconhecido internacionalmente pela importância e grandeza de suas áreas úmidas: o Pantanal é a maior planície inundável do mundo; os manguezais na costa norte formam a mais extensa faixa contínua deste ecossistema do planeta; uma importante porção da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, é área úmida, contendo uma grande diversidade de ambientes alagáveis; e os maiores recifes de coral do Atlântico sul estão em águas brasileiras. Além da grandeza desses ambientes, há ainda uma importante diversidade entre eles, conforme o seu sistema de classificação apresentado abaixo, e que é ponto chave para se pensar no uso sustentável e na conservação das áreas úmidas.  

  

Sistema de Classificação das Áreas Úmidas Brasileiras  (Recomendação CNZU nº 7/2015):  

  

Obs.: Os códigos dos macrohabitats ou classes foram criados para facilitar futuras citações sobre áreas úmidas naturais (N.__) ou antropogênicas (A.__) 
 

Ou seja, este patrimônio do povo brasileiro é motivo de orgulho, mas também do devido cuidado para que estes ambientes continuem fornecendo os serviços ambientais citados acima.   

Por outro lado, de acordo com o Global Wetlands Outlook (2018) 3, no mundo foram perdidas 87% das áreas úmidas desde 1700, sendo 35% nos últimos 50 anos, declínio este que continua ocorrendo, sendo 3 vezes maiores que de florestas naturais. Elas são substituídas por usos alternativos de solo e impactadas por drenagem, poluição, invasão de espécies exóticas, usos insustentáveis, mudanças nos pulsos de inundação e de fluxo de água, e pelas mudanças climáticas.   

No Brasil ainda não há um levantamento que traga a visão completa da situação das áreas úmidas. Por outro lado, observando a tendência global e a importância das áreas úmidas para o desenvolvimento sustentável do Brasil, é necessário planejar e concretizar ações para valorizar e conservar estes ambientes. Clique aqui para saber sobre a implementação de ações de conservação e uso sustentável das áreas úmidas no Brasile aqui para saber sobre a Convenção Ramsar. Para acessar as publicações referentes às áreas úmidas clique aqui.   


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