A nova espécie, que existe apenas no município de Alta Floresta (MT),
foi descrita em pesquisa lançada em janeiro e está ameaçada pela perda
de habitat
Coloração amarela clara no cabelo das bochechas, contrastando com o
cabelo castanho avermelhado brilhante nas laterais do rosto, coroa cinza
e barriga vermelho-marrom brilhante. Assim é descrita a nova espécie de
macaco da família Callicebinae, popularmente conhecida como Titi, no artigo científico publicado na revista Science Direct em janeiro deste ano.
A espécie, batizada de Plecturocebus Byrne, é encontrada
apenas no município de Alta Floresta, no Mato Grosso, e, infelizmente,
já foi classificada como criticamente ameaçada. A classificação é a
última na escala da lista vermelha de espécies ameaçadas da
International Union for Conservation of Nature’s (IUCN) antes que uma
espécie seja definitivamente considerada extinta na natureza.
De acordo com o artigo, a principal ameaça para a espécie é a perda
de seu habitat. Os pesquisadores estimam que em 24 anos 86% de seu
habitat natural terá sido destruído, caso o desmatamento não pare de
avançar na região
A cidade de Alta Floresta fica no norte do Mato Grosso e é famosa por
dois motivos: por ser a porta de entrada de um dos mais cobiçados
destinos de pesca esportiva do país e por sua produção pecuarista.
Ao invés de aproveitar todo o potencial turístico da região, a cidade
foi crescendo baseada no agronegócio e, hoje, tem literalmente mais
bois do que habitantes – são 15 cabeças de gado para cada habitante da
cidade, segundo dados do SIDRA – IBGE.
O desmatamento tem um impacto brutal e imediato na vida das espécies
que dependem diretamente das florestas para viver. Mas também impacta o
futuro de espécies mundo afora, devido ao agravamento dos efeitos das
mudanças climáticas, já que, no Brasil, o desmatamento é a principal
fonte de emissões de gases do efeito estufa. Uma pequena cidade da
Rússia, por exemplo, foi invadida por ursos polaresfamintos que perderam seus locais de sobrevivência graças a diminuição do gelo polar.
A forma como a Amazônia vem sendo desmatada coloca todos em risco,
até nós mesmos. Isso precisa mudar. Por isso, pedimos que o novo governo
brasileiro se comprometa com o que consideramos o mínimo para garantir
que o desmatamento não volte a avançar no Brasil.
(#Envolverde)
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