No que é considerado um passo monumental em prol dos esforços de conservação para salvar da extinção o bongo da montanha (Tragelaphus eurycerus isaaci), 17 desses antílopes foram enviados de avião da Flórida, nos Estados Unidos, para o Quênia. A espécie é classificada como 'criticamente ameaçada'. Ela foi praticamente dizimada. Estima-se que, dos cerca de 500 existentes na década de 1970, restem menos de 100 em vida livre em seu país nativo.
Os bongos que estavam na Rare Species Conservation Foundation, na Flórida pertencem à terceira geração de animais, que teriam sido retirados da natureza. Durante os últimos 30 anos, a fundação trabalhou em parceria com outras entidades de conservação, zoológicos e autoridades do Quênia para estabelecer um programa de reprodução em cativeiro, focado na reintrodução da espécie em seu habitat original.
A primeira repatriação de animais aconteceu em 2004, quando 18 bongos foram enviados para o Mount Kenya Wildlife Conservancy, uma área de proteção ambiental.

Grupo de antílopes criados no centro de conservação da Flórida
Foto: Rare Species Conservatory Foundation
O avião com o novo grupo de congos chegou no Aeroporto Internacional de Nairobi, no domingo à noite (23/02), e foram recebidos pela ministra do Turismo e Vida Selvagem do Quênia. "Essas criaturas majestosas formarão a base de uma população próspera no santuário de Marania e Mucheene no Condado de Meru, onde serão nutridas e gradualmente reintroduzidas em seus habitats naturais", declarou Rebecca Miano. "Esta iniciativa é uma prova do poder da conservação colaborativa, envolvendo governo, comunidades, parceiros do setor privado e colaboradores internacionais. Ela não apenas salva uma espécie, mas também restaura ecossistemas e salvaguarda nossa herança natural para as gerações futuras."
A expectativa é que, até 2050, a população de bongos da montanha no Quênia chegue a 700 indivíduos. Nos próximos meses, mais animais devem chegar de zoológicos da Europa.
Também chamado de bongo da montanha oriental, esse antílope pertence a uma subespécie, a maior e mais pesada encontrada nas florestas do continente africano. Ela chega a atingir 128 cm de altura e os machos podem pesar até 400 kg.
Esses animais têm uma pelagem castanha a marrom-avermelhada que escurece com a idade nos machos, manchas pretas e brancas na cabeça, pescoço inferior, barriga e pernas, e de 12 a 14 listras verticais brancas estreitas e marcantes nos ombros, flancos e quartos traseiros, o que os ajudam a se camuflar em seu ambiente.
Tanto os machos quanto as fêmeas têm chifres longos em espiral, com média de 75 cm de comprimento, mas que podem chegar a quase 1 metro.
Herbívoro, o bongo da montanha se mostra mais ativo durante o amanhecer e o entardecer. Machos só são vistos ao lado das fêmeas no período de reprodução. Já as mães costumam estar acompanhados de filhotes, formando um grupo com aproximadamente dez indivíduos.
*Com informações adicionais da BBC e World Land Trust
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Foto de abertura: Rare Species Conservatory Foundation
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