sexta-feira, dezembro 27, 2013
Prognósticos do passado - RENATO FERRAZ
CORREIO BRAZILIENSE - 27/12
Fábio Gandour, diretor brasileiro de uma importante empresa de tecnologia, acha, por exemplo, que a escassez de água no planeta será o maior problema da humanidade. Seu cenário é montado sobre o átomo, cujo número é constante. Como a população segue aumentando, vai diminuir a quantidade de átomos por habitante. E quais átomos vão faltar primeiro? Hidrogênio e oxigênio conectados numa molécula chamada água, defende ele. A Ásia, conta Gandour, será o primeiro continente a sentir a falta dela. "Isso não é uma especulação. É aritmética", garante o pesquisador.
Esse tipo de análise é assustador. No entanto, o que mais mete medo é o fato de governantes serem extremamente lenientes com essas previsões.
Em relação a Brasília, por exemplo, vale questionar: em qual futuro desembocará a nefasta soma de vias e mais vias asfálticas com mais prédios e uma crescente e quase enlouquecida venda de carros? Em mais engarrafamentos, mais estresse, mais acidentes. Sim, obviamente, essa é a análise do pessimista, mas está baseada em percepções relevantes, em avaliações históricas, no simples olhar ao lado.
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