- 18 maio 2016
Aos 56 anos, o cacique
guarani-kaiowá Farid Mariano, do Mato Grosso do Sul, perdeu a conta de
quantas vezes veio a Brasília, de ônibus, em busca de confirmações sobre
demarcações das terras onde nasceram seus tataravós.
Junto ao cacique, um grupo de 60 indígenas do povo guarani-kaiowá protestou, na manhã desta quarta-feira, em frente ao Ministério da Justiça, onde despacha o novo ministro Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Moraes afirmou que irá rever "demarcações de terras indígenas que foram feitas, se não na correria, no apagar das luzes".
Ele se refere a decretos assinados pelo governo da presidente Dilma Rousseff dias antes de seu afastamento pelo Senado, onde agora é alvo de um processo de impeachment.
O despacho mais recente aprovava estudos para demarcação em uma área de 55.590 hectares, na região de Dourados, no sul do Mato Grosso do Sul, tradicionalmente ocupada pelos guarani-kaiowá.
Segundo a Funai, estudos antropológicos identificaram ali quatro territórios tradicionais - Javorai Kue, Pindo Roky, Urukuty e Laguna Joha. Atualmente, mais de 50 mil guarani-kaiowás vivem em uma área equivalente a 0,2% do território do MS e ainda aguardam sua regularização.
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